ATRÁS DAS SOMBRAS
Gênero: Romance/Suspense
Censura: Pg (por enquanto, ainda n resolvi se faço uma NC/17 ou n...)
Resumo: Continuação de NO MEIO DE ALGUM LUGAR. Sirius retorna ao Canadá em busca de Elinor, mas os problemas não terminaram. Harry ainda tem um destino a cumprir, e Elinor está mais ligada a isso do que pensa.
Nota da autora: Há um ano atrás, eu postava 'No Meio de Algum Lugar' aqui no Um ano depois, aqui vai a continuação, embora eu não pretendesse demorar tanto tempo assim para escrever NMAL. Mas entre duas faculdades, outra fic, e certos bloqueios quanto ao capítulo 7 e à continuação, demorei mais do que pretendia. Não pretendo fazer o mesmo com a continuação. Tudo está bem organizado, os títulos dos capítulos (serão 8), o que vai acontecer... Espero que vocês se divirtam ;)
Nota 2: Além dos elementos de Harry Potter, há uma grande influência da série Brumas de Avalon, especialmente do livro A Senhora de Avalon, que pode ser encontrado em wwwpontoportaldetonandopontocompontobr (substituía ponto por ., pois o não permite colocar links em capítulos), ou mandando um e-mail para mim (eu tenho todos os livros de Brumas no computador ;). Qualquer dúvida sobre a mitologia de Brumas de Avalon, pode perguntar que eu tentarei responder.
Agradecimentos: Para todos que leram NMAL, os que revisaram ou não, mas especialmente para minha hiper-amiga Hiáskara (desculpe por te deixar viciada em fics :). Ainda não é uma fic do Snape, mas, olha, tô te dedicando essa fic :p!
Disclaimer: Os personagens da série Harry Potter pertencem à JK Rowling, e o universo de Brumas de Avalon pertence a Marion Zimmer Bradley, ou quem quer que detenha os direitos. O resto, inclusive as maldades, é tudo meu.
Capa: Como o fanfiction nao permite colocar enderecos, substituam ponto por . e barra, se quiserem ver a capade No meio de algum lugar, substituam atrasdassombras por nomeiodealgumlugar, avisem se der erro no endereco!
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1. APESAR DE TUDO
Poderia ter sido mais fácil que isso
Se você jogasse fora tudo o que você sentiria falta
Poderia ter sido mais que um risco a correr
O silêncio em sua mente teria que desmoronar
Sua mente está adormecendo rapidamente
Parece que você terá que se enfrentar apesar de tudo
(Lifehouse – Eighties)
Sirius caminhava com determinação até o quarto onde Harry estava. Dumbledore deveria estar lá, e ele precisava saber quando Elinor voltaria para o Canadá. A raiva estava misturada com a ansiedade, mas ele não conseguiria reconhecer qual dos dois sentimentos era o mais forte.
- Sirius, tenha calma! – Remo vinha logo atrás, tentando impedir que o amigo agisse precipitadamente.
- Quando eu tive calma, eu deixei que ela fosse embora, Aluado, e eu não vou arriscar que ela volte para o Canadá.
Sem bater, Sirius entrou no quarto, atraindo o olhar de Harry, que estava sentado na cama, conversando com Dumbledore, que não se moveu.
- Quando ela vai embora?
O diretor de Hogwarts virou-se para o animago, e fitando Sirius pelos óculos, afirmou.
- Suponho que ela seja a senhorita Lestrange.
- Onde ela está?
- Elinor pediu uma chave de portal para uma cidadezinha no Canadá depois que negou minha oferta de ir para Hogwarts. Ela não está mais na Inglaterra, Sirius.
A chave de portal a levou até Vinley, mas ela esperou até anoitecer antes de aparatar em casa.
Tudo estava escuro, e continuaria assim. Elinor não era ingênua a ponto de acreditar que Voldemort não deixaria sua casa sob vigilância. De qualquer forma, ela não pretendia ficar muito tempo na casa, somente tempo o bastante para recolher algumas roupas e partir para o único lugar onde estaria totalmente a salvo. Lembrava-se da mãe lhe dizendo que quando precisasse, voltasse pra lá... seu verdadeiro lar. Não havia sido total perda de tempo escutar as histórias de sua mãe, de qualquer forma.
Rapidamente, Elinor foi para o quarto. As roupas ainda estavam no mesmo lugar. Deixara a cidade meses atrás somente com a roupa que usava, sem saber como sua vida mudaria totalmente. Sempre achou que se tornaria uma Comensal, como Bellatrix e Rabastan, mas agora, era quase capaz de rir com o pensamento.
Como ela foi tola, achando que eles realmente se importavam com ela! O olhar de raiva que Bellatrix lhe lançou depois de impedir que a cunhada matasse Sirius não deixava nenhuma dúvida. Bellatrix poderia tê-la matado, se não tivesse sido atingida pelo feitiço. Naquele momento, Elinor soube que não haveria volta. Estava marcada para morrer. Mas ela não se importava. Sirius estava vivo. Mesmo sabendo que ele nunca a perdoaria pelas mentiras, o salvara sem esperar nada em troca. Fez uma última tentativa impulsionada pelo desejo de ficar com ele, apesar de ser arriscado, mas por Sirius, era capaz de várias coisas.
Balançando a cabeça, arrumou as malas desajeitadamente. Tinha que pensar em como viajaria escondida. Arrependia-se de não ter falado para Dumbledore para onde iria, o velho bruxo nunca contaria, mas ela não queria dar satisfações.
- Uma coisa de cada vez – ela murmurou. – Primeiro, ir para a cidade.
Assim que Elinor terminou a frase, um flash verde a cegou, e imediatamente olhou para a janela. Ela ignorava a linha verde que vinha em sua direção. Admirava a cobra que saía da boca de uma caveira, sem piscar ou respirar. Não esperava que eles a alcançassem em Vinley, mas não tinha para onde fugir. Não teve uma premonição, e estava cercada.
Elinor largou a mala no chão. Não esperaria em casa. Lutaria de frente, e aparatou. A Marca Negra impedia que aparatasse para além da área delimitada, mas poderia aparatar para fora de casa. Porém, quando tentou aparatar, sentiu a cabeça bater num muro. Não poderia aparatar para fora da casa, e certamente as portas e janelas deviam estar sendo vigiadas.
O barulho de passos subindo a escada fez com que ela segurasse a varinha em alerta. Estava pronta para atacar. Não morreria sem lutar.
Os passos se tornavam mais próximos. Ela molhou os lábios, tensa, e antes que o Comensal entrasse, ela disse o feitiço.
- Expelliarmus!
- Ouch! - o homem gritou, surpreso, e caiu no chão enquanto Elinor apanhava a varinha.
- Quantos estão aqui? – ela apontava sua varinha na direção do comensal.
- Do que diabos você está falando? – a voz perguntou num tom irritado.
Elinor arregalou os olhos, surpresa. Aquela voz era da última pessoa que ela esperava ver. Lentamente, ela abaixou a varinha, o coração batendo acelerado, sentindo uma mistura de sentimentos indefiníveis.
- Sirius?! O que você está fazendo aqui?
Ela não se aproximou, com medo da reação dele, então Sirius se levantou sozinho.
- Precisamos voltar para Hogwarts – ele disse, autoritário. – Imediatamente.
- Eu não posso – ela afastou os braços do corpo, se desculpando.
- Você vai de qualquer jeito – ele falava apontando o dedo para ela. - Eu não vou deixar você ficar aqui.
- Acredite, esse é o último lugar onde eu queria estar! Você não viu a Marca no céu?
- Marca?!
- Os Comensais. Eles me encontraram, e não podemos aparatar, a casa está cercada.
- Droga! – ele passou a mão pelos cabelos, com raiva. – Me dá a minha varinha.
- Por que, você conhece algum feitiço?
Sirius sorriu com sarcasmo enquanto Elinor passava a varinha para ele.
- Eu deveria conhecer o feitiço que me fez passar doze anos em Azkaban. Vai ser o bastante para distrair os comensais enquanto saímos da casa. Pegue suas coisas e vamos embora.
Elinor concordou com a cabeça, entendendo o que o homem planejava.
- E depois? Vamos enfrentar sabe-se lá quantos comensais sozinhos? – ela perguntou, seguindo Sirius, que descia a escada.
- Não, a chave de portal que Dumbledore me deu ainda não perdeu o efeito, podemos voltar para o hospital a qualquer momento.
- Quanto tempo nós temos?
- Menos de dois minutos.
- Menos de dois minutos?! – a loira repetiu com pasmo, parando em frente à porta e encarando Sirius. – O que você esperava, me levar daqui contra a minha vontade, sem explicar nada?
- É, o plano era basicamente esse.
- O quê?! – a loira gritou, sem pensar que os comensais do lado de fora deveriam estar escutando tudo. – Se você pensa que pode chegar aqui e fazer o que quiser, você...
Ignorando Elinor, Sirius ficou de costas para ela, e apontando a varinha em direção à escada, disse o feitiço.
- Bombarda Maxima!
O jato de luz amarela acertou a escada, que desabou em seguida, levantando uma enorme de poeira, e fazendo com que o resto da casa caísse. Antes disso, porém, Sirius abraçou Elinor e abriu a porta. Por alguns segundos, os dois viram mais de vinte comensais cercando a casa, mas logo a fumaça cobriu a visão deles. Em seguida, Sirius enfiou a mão no bolso, e ainda abraçado à loira, segurou uma velha bola de gude, fazendo com que os dois desaparecessem.
Eles reapareceram num dos quarto do St. Mungus. Dumbledore os aguardava, e antes que Sirius e Elinor caíssem no chão, o diretor conjurou duas cadeiras, mas esperou que os dois se recuperassem antes de falar.
Somente quando tudo ao redor do casal parou de girar foi que eles notaram que ainda estavam de mãos dadas, e tomando consciência da proximidade, os dois se separaram com rapidez. Tanto Elinor quanto Sirius evitavam trocar olhares, e tentavam ao máximo ignorar a pessoa ao lado. Os acontecimentos recentes e o reencontro, no entanto, não deixava que um parasse de pensar no outro.
- Ainda bem que vocês chegaram em segurança. – Dumbledore começou.
- Mas quase não conseguimos – Sirius respondeu. – Os comensais já estavam lá.
O diretor balançou a cabeça, e encarou Elinor fixamente.
- Bem, Elinor, eu ouso repetir a minha proposta. Você estaria disposta a aceitar o cargo de professora de Defesa Contra as Artes das Trevas de Hogwarts?
A loira ficou em silêncio. Pela primeira vez considerava a proposta do diretor. Não seria de todo ruim ir para Hogwarts. Tinha certeza de que estaria segura. Estava prestes a responder, quando Sirius interviu.
- O senhor enlouqueceu?! – ele se levantou, contrariado. - Vai deixar Harry à mercê dela?! Ela quase o matou!
- Sirius! – o diretor disse encarando o ex-aluno com severidade. Sirius enfrentou o olhar do diretor com coragem. – Muitos tentaram fazer com que eu mudasse de idéia quanto a dar o cargo de professor de Duelos a você. Nem todos acreditam na história de que você não era aliado de Voldemort.
A menção do nome do bruxo das trevas fez com que Elinor prendesse a respiração, e só aquele nome faria com que ela deixasse a raiva que sentia de Sirius momentaneamente de lado. Sirius, por sua vez, começou a andar de um lado para o outro, sem encontrar argumentos contra o diretor, mas o que ele dissera fez com que a loira se decidisse.
- Eu não posso aceitar, Dumbledore. Eu sei o quanto Hogwarts é segura, mas quando eu era criança, minha mãe costumava me falar de um lugar longe o bastante até mesmo do alcance do Lord das Trevas. Ela sempre dizia que chegaria o dia em que eu teria que viver longe de todos, e eu seria bem-vinda nesse lugar.
- E qual lugar seria mais seguro que Hogwarts? – Sirius perguntou com sarcasmo.
Elinor engoliu em seco, se controlando para manter a calma, e respondeu em tom cortante.
- O lugar onde minha mãe nasceu. Avalon.
- Ah! – Dumbledore olhou para Elinor com interesse. Finalmente começava a entender certas coisas. – Faz tempo que não escuto falar desse lugar.
- Avalon? – Sirius, de braços cruzados, encarou Elinor com curiosidade. Já ouvira falar da lenda de Avalon e Camelot, mas tudo não passava disso, de uma lenda. – Esse lugar não existe!
- Não, Sirius, creio que você está enganado – o diretor respondeu sem desviar o olhar da loira. – Avalon é real.
- Como pode ser? Nunca soube da existência de nenhuma prova desse lugar!
- Os moradores de Avalon sempre fizeram questão de apagar qualquer vestígio da existência deles, ou então, o lugar teria se tornado a lenda que eles fizeram com que os bruxos achassem que era a verdade. E se você quer prova, Sirius, você está diante de duas. Tanto a mãe de Elinor nasceu em Avalon, quanto eu mesmo.
Sirius arregalou os olhos. Elinor observou o diretor cuidadosamente.
- Você nasceu em Avalon?! Como assim?
- Minha mãe era uma sacerdotisa, mas ela deixou Avalon depois que eu nasci comigo e meu irmão.
- E você nunca voltou? – Elinor perguntou.
- Algumas vezes, mas não visito Avalon há muito tempo. Bem, acho que está na hora de saber se eu ainda me lembro do caminho – o diretor respondeu com um sorriso maroto para Elinor.
A primeira parte da viagem foi aparatar numa floresta. Depois, os três aurores, Dumbledore, Sirius e Elinor continuaram a viagem em seis cavalos, que esperavam por eles.
- Não podemos aparatar em Avalon. A ilha está além do alcance de bruxos e trouxas.
O grupo cavalgava sem pressa por uma pequena cidade. Dumbledore informara que anos atrás fora uma vila, mas com o tempo, tornara-se uma cidade. À medida que cavalgavam, a natureza começava a dominar a paisagem. A cidade, subitamente, pareceu estar mais distante do que realmente estava.
Era noite, e uma fina névoa impedia que os seis vissem claramente o que estava à frente deles, mas quando Dumbledore parou em frente a um lago e desmontou, com uma energia inesperada para a sua idade, todos os imitaram.
Dumbledore se aproximou da margem. Elinor o seguiu, sentindo-se atraída pelas águas, ignorando Sirius, que a vigiava de perto.
- O que estamos esperando? – ele resmungou, e sem desviarem o olhar do lago, Elinor e Dumbledore responderam ao mesmo tempo.
- A Senhora do Lago.
Como se confirmasse as palavras dos dois, uma barca surgiu por entre a névoa. Uma mulher com cabelos loiros como de Elinor, escondidos numa capa azul, estava sentada na barca, que era empurrada por um velho homem. Elinor observou a lua crescente azul que estava pintada na testa da mulher, como sua mãe usava. Quando a barca encostou-se à margem, a mulher se levantou, e sorriu para o diretor.
- Olá, Alvo. Estava esperando por vocês.
- Como você sabia que estávamos chegando? – Sirius perguntou, desconfiado.
- Não é só Elinor quem tem o dom da visão – a mulher respondeu, cordialmente.
- Como vai, Ceinwyn – Dumbledore disse antes que Sirius pudesse falar. – Então você é a Senhora do Lago?
- Sim, Sianna morreu há alguns anos, e como minha irmã fez questão de afastar Aileen de Avalon, eu fui escolhida Senhora de Avalon – a mulher afastou o capuz para trás, e então encarou Elinor. – Você deve ser filha de Aileen – ela sorriu antes de continuar. – Eu sou sua tia Ceinwyn, não sei se sua mãe chegou a falar.
Sirius não comentou nada, mas estava claro que ele não acreditava em Ceinwyn. A Sacerdotisa parecia ser mais nova que Elinor.
- Sim,, eu ouvi falar de você – Elinor respondeu, disfarçando a ansiedade com um olhar altivo.
- E agora você procura refúgio em Avalon... Ele está de volta, não é, Alvo?
- Receio que sim, Ceinwyn.
- Mas ele deve saber que minha irmã morreu, ou teria vindo procurar pelo apoio de Sianna.
- Ah, ele sabe que Sianna morreu, mas não foi por isso que não veio até Avalon. Ele já tinha uma representante de Avalon ao seu lado.
Ceinwyn podia aparentar ser mais nova, mas seu olhar intimidador fez Elinor corar.
- Por anos eu fui aliada do Lord das Trevas, mas eu o trai, e preciso me esconder – a loira não ficou intimidada o bastante a ponto de não falar.
- Entendo... – Ceinwyn observou Elinor pensativa. – Você tem visões, não tem?
- Sim, desde a minha infância.
- Então você foi preparada por Aileen, apesar de tudo... – pela primeira vez, o sorriso de Ceinwyn atingia os olhos, que brilhavam. – Você é bem-vinda a Avalon, Elinor.
- Se vamos ir, é melhor não demorarmos – um dos aurores disse. – Provavelmente estamos sendo seguidos.
- Ah, vocês não podem ir – Ceinwyn apressou-se a responder. - É proibido que estranhos entrem em Avalon, a não ser que os Deuses o convidem. Alvo, você irá conosco?
- Não, Ceinwyn – o diretor disse, misterioso – Hoje não.
- Então nos despedimos aqui. Venha, Elinor – a mulher estendeu os braços para Elinor, mas antes de acompanhá-la, ela pôs os olhos sobre Dumbledore.
- Obrigada por ter me trazido até aqui. Não teria conseguido sem sua ajuda.
- Precisávamos ter certeza que você ficaria bem – Sirius disse, e por alguns instantes, o seu olhar encontrou-se com o de Elinor.
Sirius observou Elinor pensando em como tudo ficaria se ele pedisse para ela ficar com ele, mas não o fez. Ela estaria mais segura em Avalon, e além do mais, nunca a perdoaria por ela tê-lo enganado. E quando Elinor deu as costas para Sirius e Dumbledore e caminhou em direção à pequena barca, foi pensando, desapontada, que Sirius nunca a perdoaria, e estava fazendo a coisa certa indo para Avalon.
N/A: o proximo capitulo esta escrito, mas ainda nao esta betado (esse tambem, mas eu n quis esperar ;), posto assim q minha beta devolver.
