N/A: Qualquer semelhança com 'Senhora de Avalon' não é mera coincidência. Não possuo nenhum direito sobre os livros da série 'Brumas de Avalon'.
2. AVALON
Ceinwyn já estava na barca quando Elinor entrou. Enquanto ela se sentava, olhou para a margem e viu os cinco bruxos montarem nos cavalos, mas logo eles foram engolidos pela névoa. E de repente, não era somente a pequena cidade que parecia distante, mas sim o mundo. Elinor balançou a cabeça, voltando o rosto para Ceinwyn, somente então percebendo que ela a observava.
- Você é minha tia? – ela perguntou casualmente, enquanto o velho empurrava a barca.
- Sim, sua mãe era minha irmã mais velha. Eu sei que pode parecer estranho, mas o tempo passa de modo diferente em Avalon. Sua mãe tinha seis anos quando Alvo foi embora, e eu tinha pouco mais de dois. Sianna tinha doze – ela falou o nome da outra irmã com amargura.
- Sua mãe ensinou os mistérios a você, não é? – Ceinwyn disse antes que Elinor perguntasse qualquer coisa sobre Sianna.
- Não... – Elinor respondeu, hesitante. – Não sei...
- Pense em como Aileen reagia quando se sentia sozinha. O que ela fazia?
- Ela falava uma espécie de cântico... Ela me ensinou, mas eu não me lembro. Bellatrix não gostava que eu ficasse repetindo aquelas palavras – ela encarou a sacerdotisa esperando que a repreendesse, mas Ceinwyn não reagiu.
- Essas palavras são a chave para entrar em Avalon e dissipar as brumas. Concentre-se em sua mãe, no que ela ensinou a você, Elinor, e você conseguirá. Tenha confiança.
A barca parou pouco antes de Elinor se levantar. Sua mãe lhe ensinara o que deveria fazer. Ela respirou fundo, sentindo o ar gélido da noite penetrar em seu corpo, as brumas querendo dominá-la, mas lutando para se manter à parte da névoa.
Elinor ergueu os braços enquanto fechava os olhos, se concentrando, e sentiu um arrepio percorrer seu corpo. Era como se pudesse tocar o céu, e começou a ter mais confiança. A Deusa estava com ela quando começou a dizer as palavras que sua mãe ensinara quando pequena, e a loira sentiu-se forte e poderosa. Nada aconteceu, porém, e Ceinwyn, levemente desapontada, começou a se levantar, mas naquele instante, a névoa, lentamente, começou a desaparecer, até transformar-se em luz, ao mesmo tempo em que Elinor se sentava.
O barqueiro virou o rosto e fechou os olhos, mas Elinor estava atenta o bastante para se surpreender com uma visão totalmente diferente. Sentia-se triunfante, apesar de estar incrivelmente cansada, e a paisagem do outro lado se adequava ao seu estado. Não havia nenhuma nuvem no céu do outro lado. As estrelas brilhavam, e uma lua minguante brilhava fracamente no céu. Elinor não notava Ceinwyn ao seu lado, que sorria, e que o velho recomeçara a empurrar a barca. Elinor olhava a mudança com espanto, mas a visão da ilha a surpreendeu o bastante para que ela prendesse a respiração.
- Minha nossa... – ela piscava lentamente. – É lindo! Porque minha mãe foi embora? – ela perguntou virando-se para Ceinwyn.
- Foi Sianna. Ela nunca admitiu que Avalon vivesse escondida, e ela foi a primeira aliada que Voldemort procurou, antes mesmo de se apresentar aos bruxos, prometendo que Avalon não teria mais que se esconder. Ela imediatamente concordou em se aliar a ele. Para concluir a aliança, Sianna ofereceu minha mãe para um bruxo sangue-puro que apoiava Voldemort.
- Se ela queria tanto se aliar a Voldemort, porque ela mesma não se casou com ele?
- Ela não podia, era a Sacerdotisa de Avalon, devia permanecer aqui. Temos poucas sacerdotisas, por Avalon ter que se manter escondida, a presença de Sianna aqui era importante. Mas ela era ambiciosa demais para não concretizar seus planos por causa disso, por isso, mandou Aileen.
A sacerdotisa falou com indisfarçável amargura, e Elinor não conseguiu controlar a curiosidade.
- Você não gostava dela, não era?
Ceinwyn ficou rubra. Nunca alguém teve coragem de fazer uma pergunta tão direta a ela, mas talvez por Elinor se parecer tanto com sua irmã, ela respondeu sem protestar.
- Não – ela respondeu com determinação. - Sianna tinha medo que Aileen tomasse o lugar dela como Senhora de Avalon, pois sua mãe era muito mais capaz do que ela, por isso, Sianna a mandou para longe assim que a oportunidade surgiu. Eu nunca a perdoei por isso, eu amava Aileen... Ela era minha grande companheira, e você, Elinor, você é tão parecida com ela!
E Elinor, que sempre preferiu ser como Bellatrix, começou a sentir orgulho de quem era.
Depois da barca parar na margem, Ceinwyn levou Elinor para a Casa das Donzelas, e as duas foram saudadas por uma garota de cabelos loiro-avermelhados, que corria gritando.
- Mãe!
- Dian! – a sacerdotisa disse em tom repreensivo, mas não fugiu do abraço da filha. – Você deveria estar dormindo.
- Nenhuma de nós está dormindo. Goneril não deixa, está o tempo todo fazendo perguntas sobre o que você foi fazer, mas eu não disse nada, eu juro, mãe – a garota, que deveria ter treze anos no máximo, disse rapidamente, só se calando para falar com Elinor. – Você deve ser a Elinor, não é?
- Sim, eu sou – ela respondeu, um pouco aturdida com a vivacidade da prima.
- Pensei que você era mais nova! – e voltando para a mãe, ela continuou, curiosa. – Mãe, ela pode dormir na Casa das Donzelas?
- Elinor ainda não é uma sacerdotisa, então ela deve dormir lá.
- Pensei que teria problema, ela é mais velha que Morwenna, e ela foi iniciada há uns três anos!
- Dian, por favor, deixe sua prima descansar. Ela esteve viajando de cavalo por dois dias, deve estar querendo dormir. Você pode me ajudar falando com Goneril e as outras?
Elinor olhou surpresa para Ceinwyn, se perguntando como ela sabia tanto, enquanto Dian respondia para a mãe.
- Claro, mãe!
- Se eu quero que Dian me obedeça, tenho que fazer com que ela se sinta indispensável – a sacerdotisa disse enquanto a filha corria para a Casa das Donzelas, que ficava à direita. – Vamos esperar um pouco enquanto Dian acalma as outras, você deve estar mesmo cansada da viagem. – ela virou-se para Elinor. – Não se preocupe, amanhã todas as suas dúvidas serão respondidas. Por enquanto, descanse.
E, minutos depois, Ceinwyn acompanhou Elinor até a Casa das Donzelas.
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Quando Elinor foi dormir no dia seguinte, pareceu-lhe que aquele dia durara semanas. Conversou tanto com Ceinwyn, enquanto a Sacerdotisa lhe mostrava os lugares de Avalon, o Poço Sagrado, através do qual Ceinwyn soube que ela estava indo, o Tor. Elinor também conheceu as outras duas filhas de Ceinwyn, Morwenna e Seren, além de outras cinco sacerdotisas, e as outras três garotas que estavam sendo iniciadas, além de Dian.
Antigamente, eram tantas que quase não havia espaço para todas na Casa das Donzelas, mas agora, eram só quatro, cinco, com ela, pois Ceinwyn deixara bem claro que ela deveria fazer a passagem. Fora testada pela suma sacerdotisa durante o dia, e embora não fosse tão capaz quanto Dian, que nunca saíra de Avalon, fora instruída por sua mãe, e passara oito anos em Durmstrang, possuía conhecimento o bastante para se tornar uma sacerdotisa.
E a cerimônia aconteceu naquela noite. Elinor dormia quando colocaram um capuz em sua cabeça. Levantou-se assustada, tentando retirar o capuz, imaginando que fora encontrada, se lamentava por ter entregado a varinha para Ceinwyn pela manhã.
- O que é isso? Me soltem!
- Acalme-se, Elinor – a mulher parou ao reconhecer a voz de Ceinwyn. – Não retire o capuz. Os teus pés seguem o caminho de um futuro que não podes conhecer. Deves percorrer esse caminho sem olhar para trás para a tua vida anterior, confiando na sabedoria daquelas que já o percorreram, para que te guiem. Entendestes?
Elinor concordou com a cabeça, e, um pouco mais calma, Elinor deixou-se levar pelas desconhecidas mãos. Não era capaz de dizer para onde estava indo. Estavam fazendo ela dar tantas voltas, que se não fosse pelas mãos das outras sacerdotisas, teria caído.
Elas começaram a subir, e Elinor lembrou-se do Tor. Foi um dos lugares que Ceinwyn a levou, e o reconheceu, aliviada por ainda estar em Avalon. Ouviu um portão ser aberto, e depois de entrar, pôde ver, através do capuz, o eco de uma luz. O capuz foi retirado, e a loira viu vários archotes, além de ver-se rodeada pelas outras sacerdotisas. Uma delas, aproximou-se, e tirou o capuz e a túnica que Elinor usava.
- Nua vieste ao mundo – Seren, Elinor supôs, disse em tom neutro. - Nua terás de fazer a passagem para a tua nova vida.
Seren afastou Elinor, enquanto as outras sacerdotisas formaram uma linha entre a loira e o portão.
- Por esta passagem vieste ao mundo. Passa pelo túnel do nascimento e renasce... Através desse túnel chegaste ao círculo das mulheres. Por essa passagem entrarás num novo mundo – Seren disse, séria, mas acrescentou num murmúrio – Você tem que rastejar por debaixo das pernas até o portão.
Um pouco a contragosto, Elinor obedeceu. Passou por entre as pernas das sacerdotisas, sentindo seu corpo quente por alguns segundos antes de sair para o frio da noite. O portão estava aberto, e Seren estendia a mão para que Elinor a acompanhasse.
As duas, seguidas pelas outras sacerdotisas, caminharam até o poço. Uma das sacerdotisas adiantou-se. Sua voz estava um pouco diferente, a loira imaginou se a Deusa estava com ela.
- Chegaste ao templo da Grande Deusa. Para que saibas, ela toma tantas formas quantas toma a feminilidade, e, no entanto. é singular e suprema. Ela é eterna e imutável, e, no entanto, apresenta-se a nós com uma forma diferente em cada estação. É Virgem, para sempre intocada e pura. É Mãe, a Fonte de Tudo. Ela é a antiga Sabedoria que perdura para além do túmulo. Elinor, filha de Aileen, estás pronta a aceitá-la em todas as Suas formas?
Elinor hesitou momentaneamente. Semanas atrás, imaginava-se como uma Comensal. Agora, estava se tornando uma sacerdotisa de Avalon, mas se antes tinha dúvidas sobre se estava fazendo o certo, agora tinha certeza do que deveria fazer.
- Sim – ela respondeu com determinação, e as sacerdotisas ergueram os braços em invocação.
- Assim seja... – as sacerdotisas concordaram em um murmuro, e uma devolveu a capa para Elinor.
Do outro lado do poço, foram colocadas três cadeiras. As outras sacerdotisas retiraram os capuzes que usavam, mas as três que estavam sentadas ainda estavam cobertas com véus, uma de branco, outra de preto, e a do meio, de vermelho. Enquanto Elinor as observava, Seren continuou.
- Filha da Deusa, deixaste para trás sua vida anterior – ela disse, solene. - Aprende agora como serão as estações da tua vida.
Elinor ajoelhou-se diante da sacerdotisa com o véu branco. Por momentos, fez-se silêncio. Depois o fino tecido estremeceu quando aquela que o usava riu. O som do seu riso era doce e cristalino, e Elinor tremeu, reconhecendo que havia algo além do humano nela.
- Eu sou a flor que desabrocha no ramo – a sacerdotisa disse com a voz suave, familiar para a loira, apesar dela estar certa de nunca a ter escutado antes. Aquela era realmente a Deusa. - Eu sou o crescente que coroa o céu. Eu sou a luz do Sol que cintila na onda e a brisa que arqueia as ervas novas. Homem algum jamais Me possuiu, e todavia sou o fim de todo o desejo. Eu sou a Caçadora e a Sabedoria Sagrada, Espírito da Inspiração e Senhora das Flores. Olha para a água e nela verás o meu rosto espelhado, porque Me pertences...
Elinor observou a margem do lago. A princípio, viu somente uma névoa densa, que aos poucos foi se abrandando, até ver um homem de cabelos negros, o rosto pálido que ainda possuía reflexos da beleza antiga de Sirius como se ele estivesse em frente à porta de entrada de um castelo. Ele observava uma mulher que chegava montada num cavalo, e assim que ela retirou o capuz que usava, Elinor viu a si mesma. Ela sufocou uma exclamação de surpresa, mas a visão desapareceu, e ela estava novamente de volta à realidade.
- Eu escuto-te. Eu sirvo-te – Elinor disse quase que automaticamente, pensando se aquela visão era verdadeira. Veria Sirius outra vez.
- Juras entregar-te apenas ao homem que eu escolher para ti, segundo os ritos sagrados de Avalon?
- Juro – ela respondeu sem muita certeza, pensando na visão que tivera de Sirius.
- Está bem, mas há Outra que deverás ouvir... – disse a sacerdotisa.
A sacerdotisa que usava o véu vermelho se mexeu.
- Eu sou o fruto que cresce nos ramos. Eu sou a Lua cheia que governa o céu... - aquela voz era poderosa, mas ao mesmo tempo, reconfortante. - Eu sou o Sol em todo o seu esplendor e o vento quente que amadurece o grão. Entrego-me na altura e na estação própria, E produzo abundância. Eu sou Amante e Mãe, dou à luz e devoro, Eu sou a amante e a amada, E um dia pertencer-me-ás...
Elinor soube que falava com a Deusa mais uma vez, e novamente se ajoelhou, ao mesmo tempo em que era tomada por outra visão. Dessa vez, caminhava nervosa por um corredor. Alguém segurava a sua mão, e a levava até um quarto. Sentiu seu corpo ser jogado contra a parede, e que alguém a beijava. Ele a segurou pela cintura, a jogando na cama, e Elinor viu Sirius sorrindo para ela.
A surpresa por ver Sirius olhando para ela com ternura vez com que ela retomasse o controle. Essas visões não poderiam ser verdadeiras... Sirius a olhara com tanto desprezo quando a deixou, que Elinor pela primeira vez duvidava de suas visões.
- Eu escuto-te, e quando a hora chegar, irei servir-te – ela disse, confusa.
- Assim será, mas há Outra que deves escutar... - respondeu a sacerdotisa
E a sacerdotisa que usava o véu negro se moveu.
- Eu sou a noz que pende do ramo sem folhas – ela disse num sussurro que fez Elinor estremecer. - Eu sou o quarto minguante, cuja foice colhe as estrelas. Eu sou o Sol quando está no poente e o vento frio que prenuncia as trevas, Estou madura de anos e de sabedoria; vejo todos os segredos para além do Véu. Eu sou Bruxa e Rainha das Colheitas, Feiticeira e Sábia, e um dia tu hás de pertencer-me... Não podes fugir-me, porque eu sou o teu destino.
Pela terceira vez, Elinor se ajoelhou, e novamente, teve uma visão. Agora ela estava numa sala escura. As poucas luzes vinham dos feitiços que saíam das varinhas do Lord das Trevas, e a de Harry Potter. Elinor viu-se sentada, assustada, enquanto os dois duelavam, e ela sentiu que deveria escolher de que lado estava...
- Tu és a Deusa e eu obedecer-Te-ei – ela disse quando a visão desapareceu, temerosa. Se aquele era o seu destino, então deveria deixar Avalon...
Ela caiu para o lado, sentada, somente então percebendo como estava cansada. Ela via os primeiros raios de sol, e procurava Ceinwyn com o olhar, queria escutar a sacerdotisa dizer que não deveria deixar Avalon...
- Estiveste perante a Deusa – Morwenna disse, séria - e Ela aceitou os teus votos. Purificada, farás a tua vigília, e, quando o dia chegar, regressarás à comunidade para seres honrada numa celebração. A tua nova vida começa com o nascer do Sol.
As sacerdotisas foram até o lago, e Seren retirou a capa que dera para Elinor antes de se despir, assim como as sacerdotisas no lago. Elinor foi conduzida por Seren até o lago, a névoa cada vez mais fraca, perdendo a batalha contra a luz do dia.
Elinor exclamou ao sentir a água fria tocar seu corpo, mas se controlando, ergueu os braços, sentindo a luz do Sol tocar sua pele. Realmente, era como se nascesse outra vez.
- Que a água que é o sangue da Senhora te purifique – Seren começou, molhando Elinor com a água do lado, e as sacerdotisas a acompanharam. - Que a água arraste consigo todas as manchas. Que dissolva tudo o que oculta o teu verdadeiro eu. Mantém-te imóvel e deixa a água acariciar o teu corpo, porque da água que é o Ventre da Deusa estás a renascer.
Elinor deixou-se afundar nas águas do lago, sem estar sentindo frio, mas sim, o corpo em contato com o lago, como se um fizesse parte do outro. Um longo tempo depois, ela foi erguida pelas sacerdotisas.
- Ergue-te agora, Eilan, purificada e brilhante, revelada em toda a tua beleza. Ergue-te e toma o teu lugar entre nós, Donzela de Avalon!
Elinor sorriu nervosamente. Viu Ceinwyn a observar atentamente, e adivinhou que a sacerdotisa iria procurá-la assim que a celebração terminasse.
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As mulheres de Avalon estavam jantando, inclusive Elinor, que agora trazia uma lua crescente na testa igual ao das outras sacerdotisas, quando Ceinwyn se levantou.
- Elinor, venha comigo. – ela olhava para a sobrinha ignorando o burburinho de conversa, e Elinor, mesmo com medo do que a tia falaria, a seguiu.
As duas caminharam em silêncio até a margem do lago, e Elinor notou, com espanto, que Ceinwyn também temia aquela conversa.
- Elinor... você precisa deixar Avalon... Eu não queria, mas...
- Sim, eu sei – Elinor a interrompeu. – Não posso fugir, porque aquele é o meu destino.
- Elinor, você não está sendo expulsa de Avalon! Estaremos aqui quando você puder voltar, mas por enquanto, você tem um destino a cumprir, e eu sinto que é importante demais. Mas você voltará para Avalon. Você precisa estar aqui na época da inicialização de Dian.
- Eu espero – ela respondeu com um sorriso triste. – Quando eu parto?
- Imediatamente. Você está aqui há dois dias, mas para os bruxos, deve ter passado uma, duas semanas. Não temos tempo a perder.
Não havia muita coisa a fazer. Elinor juntou a mala que trouxera, fechada, pois em Avalon as sacerdotisas só usavam o capuz e as túnicas azuis. Ceinwyn devolveu a varinha de Elinor, e esperou que as sacerdotisas e as iniciadas se despedissem dela antes de partirem na barca.
As duas falaram pouco durante a curta viagem, mas quando a barca parou, Ceinwyn também se levantou.
- Espere um pouco – ela disse com um gesto imperativo.
Em seguida, Ceinwyn abaixou-se, e começou a falar com a terra. Logo depois, um cavalo surgiu através da névoa.
- Ele levará você até Dumbledore. Só cavalgue durante a noite, e ele levará você em segurança até Hogwarts – ela encarou Elinor por alguns segundos antes de abraçá-la – Pelo juramento que você me fez, eu ordeno que você volte.
A suma sacerdotisa utilizava todo o seu treinamento para não chorar, mas os olhos de Elinor brilhavam com as lágrimas contidas.
- Eu vou voltar, Senhora de Avalon.
Elinor montou no cavalo, e logo foi engolida pela névoa. Ceinwyn ainda tentava vê-la, imaginando se a sobrinha fazia idéia de quão importante seria a presença dela no mundo bruxo no futuro.
