6. A CHAVE
Era noite. Foi a primeira coisa que Elinor notou quando acordou. A segunda foi a forte dor de cabeça. Era tão forte que ela não sabia explicar como conseguira ficar desacordada. Demorou alguns instantes para a visão entrar em foco, mas quando pôde ver, desejou não ter acordado. Estava em uma pequena e imunda cela, presa magicamente em uma cadeira de pedra.
.- A bela adormecida resolveu acordar!
A loira estremeceu de medo ao escutar a voz delicada de Bellatrix.
.- O que foi, querida? Achou que eu nunca ia escapar daquela prisão? Meu mestre pessoalmente me libertou, e ele me contou o que você fez com seu irmão. Tsc, tsc, tsc, você foi uma menina levada, e infelizmente vou ter que castigar você – a mulher disse numa voz infantil, e em seguida, apontou a varinha para a outra. – Crucio!
Não houve uma célula do corpo de Elinor que escapou da dor, e ela não conteve um grito de dor e nem as lágrimas. Olhou com medo para Bellatrix, esperando por uma segunda maldição.
.- Ah, não, Elinor, por hoje basta. Não vamos acabar com a festa agora que ela começou! – ela disse com sarcasmo. – Teremos muito tempo para nos divertir! E o melhor de tudo é que ninguém poderá atrapalhar! Aquele amante de trouxas não é o único que conhece o Fidelius! Até logo! – ela disse, acenando com os longos dedos.
Enquanto via a comensal sair, Elinor se lembrou de uma conversa que tivera com Sirius sobre Bellatrix. Sirius a considerava louca, mas ela tinha certeza que a comensal ainda conservava a lucidez. Agora tinha certeza de que estava certa, e isso a assustou ainda mais.
Sirius saiu da loja tão satisfeito consigo mesmo que sentia capaz de assobiar. As mãos estavam nos bolsos da veste cinza, e a mão direita brincava com o presente. Ele foi para o 3 Vassouras esperando que Elinor não descobrisse o presente, mas o maroto se surpreendeu por não ver a loira no bar.
.- A senhorita Lestrange esteve aqui? – ele perguntou para um grupo de grifinórios do sexto ano, entre eles, Gina.
.- Não, professor Black. Mas acho que eu a vi entrar na Trapobelo.
.- Obrigado, Gina – ele agradeceu, e saiu sem dar tempo para Gina responder.
Sirius saiu do bar nervoso. Tentava ignorar a sensação de que Elinor estava em perigo. Olhou instintivamente para o céu. Não havia sinal da Marca Negra, mas sua inquietação não diminuiu. Desde o ataque a Grimmauld Place tentava manter a loira por perto, com medo de um segundo ataque. Voldemort não conseguiu capturar Elinor por pouco. Graças a Shacklebolt, que contara a verdadeira importância da sacerdotisa para o bruxo das trevas, Sirius duvidava que Voldemort fosse desistir facilmente.
Sirius andou mais rápido para a Trapobelo, mas Elinor não estava no lugar. E o restante da manhã foi gasto procurando pela loira, a ansiedade aumentando a cada loja que entrava sem encontrar a sacerdotisa. Pelo menos teve certeza de que Harry estava bem quando o encontrou na loja dos gêmeos Weasley.
.- Sirius, aconteceu alguma coisa? – Hermione perguntou assim que viu o professor de Duelos.
.- Harry, ainda bem que você está aqui! Vocês viram a Elinor?
.- Vimos ela na Trapobelo, mas depois disso, a perdemos de vista. – Harry respondeu. – O que foi?
.- Fui receber uma encomenda e pedi para Elinor me esperar no 3 Vassouras, mas ela não estava lá. Já passei em todas as lojas e bares, e não a encontrei em nenhum lugar.
.- Talvez ela tenha voltado para Hogwarts – Rony sugeriu, incerto.
.- É, Sirius, volte para o castelo, nós vamos procurar Elinor por Hogsmeade.
Seguindo o conselho de Hermione, Sirius voltou para o castelo, mas nem pensou em ir procurar Elinor. Dirigiu.-se imediatamente para a sala de Dumbledore. O diretor conversava com Snape quando Sirius entrou tempestuamente.
.- Dumbledore, Elinor desapareceu.
Dumbledore se levantou, a preocupação era evidente em seu olhar, mas no rosto do professor de Poções surgiu um sorriso irônico.
.- O que foi, Black, a namoradinha fugiu? – ele disse com desprezo.
.- Não, Snape – Sirius respondeu, tentando manter a calma, sem muito sucesso. – Ao contrário de você, não sou um repelente natural de mulheres.
Severo Snape estava prestes a responder quando viu Dumbledore erguer a mão esquerda.
.- Severo, pode me deixar a sós com Sirius?
Dando um último olhar furioso a Sirius, Severo saiu, e o diretor continuou.
.- O que houve, Sirius?
Ele contou a Dumbledore o que aconteceu em Hogsmeade, e ao terminar, a expressão do velho diretor era de derrota.
.- Você está certo em se preocupar, Sirius. Severo acabou de me contar que ajudou Voldemort a resgatar Bellatrix na noite anterior, e ela é esperta o bastante para conseguir levar Elinor – o diretor suspirou, e o brilho de enrgia desapareceu em seu olhar. – Eu sinto muito, Sirius.
O professor de Duelos apertou a mão com fúria.
.- Eu devia tê.-la levado de volta para Avalon de qualquer jeito!
.- Não, Sirius, não. Meu erro foi não ter alertado Elinor sobre o real perigo que ela passava.
.- Você queria ter contado a verdade? – ele perguntou, incrédulo, e Dumbledore concordou com a cabeça.
.- Sim, Sirius... Talvez no começo você estivesse certo, era arriscado contar, não por Elinor ser uma aliada de Voldemort, mas por causa da reação dela. Ela provavelmente teria voltado para Avalon, e isso de forma alguma seria o certo. Elinor voltou por uma razão. Fico pensando... Quem sabe não chegou a hora de certas portas serem abertas?
Por uma janela pequena, Elinor via a neve cair. Fora solta horas antes, e estava deitada no chão, com frio, mas não era por isso que ela não dormia. Bellatrix a visitara horas antes, e depois disso, ela passou a entender porque ela era tão temida.
Elinor dormia quando Bellatrix entrou em sua cela. Acordou quando a morena libertou suas mãos.
.- Que bom, conseguiu dormir! – Bellatrix disse, animada. – Deve estar bem relaxada, mas não se preocupe! Se você responder a umas poucas perguntas, eu irei embora – ela fez uma pausa, e continuou, lentamente. – Onde está a chave?
Elinor piscou, aturdida, e sua voz soou confusa.
.- Chave? Que chave?
.- Não brinque comigo! – ela gritou, e apontou a varinha para a loira. – A chave! Onde está a chave!
.- Eu... não... sei... do que... você... está... falando! – Elinor respondeu pausadamente.
.- Você quer brincar? Então vamos brincar! – a comensal disse com altivez.
O olhar de Bellatrix brilhava quando três finas linhas prateadas saíram de sua varinha, acertando Elinor no braço direito. A loira sentiu a carne queimar, e a roupa se rasgou onde o feitiço a atingiu, deixando visível o sangue que saía dos ferimentos. Ajoelhando.-se, a loira levou a mão esquerda ao ferimento, reprimindo um grito.
.- Você não me deu outra escolha – Bellatrix sussurrou, mas seu olhar tinha um brilho de satisfação por estar torturando a outra. – Onde está a chave?
.- Eu já disse, Bella! Não sei de chave nenhuma – a loira disse, fraca. A resposta da comensal veio com dois movimentos da varinha, que acertaram Elinor no estômago.
.- Não adianta me enganar, tola!- a comensal gritou. – Quando o Lord das Trevas chegar, ele vai descobrir tudo o que precisa!
Elinor estava deitada no chão. O feitiço anterior de Bellatrix a derrubara e a deixara sem fôlego para poder se defender. Mas a loira não teve tempo para se recuperar. Um outro feitiço de Bellatrix a jogara violentamente contra a parede. O sangue subiu para a boca, e ela cuspiu depois de cair, sem forças para se manter em pé. Sentiu que quebrara uma costela, e sangue saía de um ferimento na testa. Começou a respirar com dificuldade.
.- Eu realmente não queria ter chegado a esse ponto, Elinor. Você era tão promissora! Poderia ter se tornado tão poderosa quanto eu.
A loira esboçou um pequeno sorriso.
.- Eu já tenho mais poderes do que você – ela disse num murmúrio lento.
Bellatrix encarou Elinor com frieza. Então um sorriso de desdém dominou o rosto da comensal antes dela dizer o feitiço.
.- Crucio!
Elinor pensava que não tinha forças para gritar, até ser atingida pela maldição. E mesmo depois de Bellatrix ter abaixado a varinha, ela ainda era capaz de gritar e sentir a onda de dor percorrer seu corpo.
.- Espero que isso tenha acabado com sua insolência. Milorde vai querer respostas. Com um gesto, Bellatrix fez a cadeira desaparecer, e a comensal saiu sem olhar para a cunhada, deitada no chão.
Elinor ficou sem se mover por horas. Não conseguiu dormir. A dor causada pelos feitiços ainda era forte. Ouviu a porta da cela abrir, mas não soube quem estava lá até escutar a voz cortante de Bellatrix.
.- É assim que você recebe o Lorde das Trevas? Levante.-se!
A loira tremeu, assustada. Já vira Voldemort, mas nunca conversara com ele antes. Tentou se levantar, mas não passou da tentativa.
.- Calma, Bella... – a voz do bruxo das trevas era suave, tranqüila. – Fiz bem em soltar você. Você fez o que os outros, juntos, não conseguiram fazer, mas por que a deixou nesse estado?
.- Desculpe, milorde, mas ela não estava disposta a cooperar... – a voz da comensal era firme, mas seus olhos estavam receosos.
.- Não tenho tempo para ouvir suas lamentações, Bella. Sua cunhada tem informações muito úteis sobre a porta trancada no Departamento de Mistérios – ele apontou a varinha para Elinor e disse o feitiço.
Durante a conversa entre o Lorde e a comensal, Elinor aguardou, temerosa, o momento em que Voldemort a mataria, mas o feitiço do poderoso bruxo fez com que toda a dor e o cansaço desaparecessem. Em seguida, ouviu uma voz em sua mente dizendo para se levantar.
Havia três pessoas perto da porta da cela. Reconheceu Bellatrix, com o capuz abaixado, e Voldemort, à frente, mas o capuz escondia o rosto do terceiro vulto.
.- Onde está a chave da porta trancada no Departamento de Mistérios?
Apesar de não sentir mais nenhuma dor, quando Elinor respondeu, sua voz saiu num tom cansado.
.- Não sei que chave é essa. Eu não estou com ela.
Voldemort observava a loira atentamente, sem dizer palavra. A ansiedade dos dois comensais pela resposta era quase palpável.
.- Ela não está mentindo, Bella – o bruxo disse, sem disfarçar o olhar raivoso, e desvez o Imperio que a controlava. – Ela não sabe sobre a chave.
.- Então o que milorde está esperando para matá.-la?
.- Isso seria precipitado. Talvez ela tenha a chave, mas não saiba – Voldemort respondeu com frieza, fazendo o bruxo encapuzado sorrir.
.- Se foi assim, aquele velho caduco foi mais esperto do que nós, não confiando nessa traidora!
Aquela voz fez com que Elinor concentrasse sua atenção no outro comensal. Era a primeira vez que se encontrava com ele depois de ter traído a Ordem das Trevas.
.- Rabastan?
.- Se isso era tudo que queria ouvir, milorde, é melhor irmos. Esse cheiro está me deixando enojada – Bellatrix ergueu a sobrancelha, olhando para Elinor com desprezo enquanto aguardava as ordens de Voldemort.
.- Sim, vamos.
Os três saíram, e depois disso, a dor voltou de uma vez só para o corpo de Elinor. Isso foi pior do que ter suportado a tortura de Bellatrix. Ela caiu no chão, sentada, sem ter certeza se estava acordada ou sonhava. Só soube que dormiu quando foi acordada por alguém fazendo com que ela bebesse água. Abriu os olhos lentamente, e viu Rabastan segurando um copo.
.- Bastian... – ela murmurou, sem saber se o irmão a escutara.
.- Fique quieta – ele disse, tomando o sussurro da irmã por medo. – Não vou machucá.-la
Rabastan se virou, e quando voltou, segurava um pano molhado, com o qual limpou o rosto da irmã.
.- Eu consegui convencê.-los de que precisava de cuidados. Bella foi muito dura com você, mas ela só está decepcionada, assim como eu. Como você pôde trair sua família? – ele encarava o crescente azul tatuado na testa de Elinor com surpresa enquanto falava.
.- Vocês nunca foram minha família – Elinor respondeu, fria.
.- Não fale besteiras – o irmão bufou, irritado. – Por que você acha que estamos aqui? Queremos manter o nosso mundo vivo. Com tantos sangue.-ruins entre nós, logo a antiga tradição estará perdida.
A loira não riu, mas sua resposta veio em tom de pilhéria.
.- Ah, claro! Minhas visões sempre foram úteis para manter você e os outros no poder!
.- Entenda como quiser – ele disse, molhando o pano em um balde.-, mas suas visões nunca foram as únicas razões para eu me importar com você. Você é minha irmã, uma Lestrange, apesar de tudo.
Ele olhou para a loira com seriedade e saiu. Minutos depois, Elinor dormiu.
Quando Elinor acordou, era noite. Não nevava, mas ela não saberia dizer se ainda era a mesma noite em que adormecera, ou se tinha passado dias dormindo. Começava a perder a noção do tempo, mas não estava preocupada em saber quanto tempo dormira. Pensava em Sirius, se ele estava procurando por ela. Precisava avisá.-lo que estava viva, e onde estava. Então viu que Rabastan deixara o balde com água...
Rapidamente, Elinor se sentou, e a dor da costela quebrada se manifestou. Sufocando o grito, ela esperou um pouco antes de trazer o balde mais perto. Não tinha as ervas necessárias, mas entre ela e Sirius existia uma ligação. Já compartilharam visões antes, e com sorte, poderia se comunicar com ele.
Sirius se virou na cama, sem conseguir dormir. Era a quarta noite desde que Elinor desaparecera, e era a quarta noite que ele não dormia bem.
A sensação de impotência, de não poder fazer nada, o sufocava. Jogando as cobertas para o lado, se levantou e foi para a janela, esperando encontrar um sinal que mudasse tudo. O céu estava limpo, sem nuvens, e uma fraca lua minguante brilhava no céu. O tempo não estava indicando que haveria neve, como há três dias, mas Sirius sentiu um vento frio que o fez fechar a janela. Quando se virou, porém, e viu o quarto envolvido por uma forte névoa, ele soube que o vento frio não se relacionava ao tempo. Instintivamente, procurou a varinha e a segurou em alerta, mas ao reconhecer Elinor entre a bruma, deixou a varinha cair no chão.
Ver a loira fez com que Sirius descobrisse como precisava tê.-la por perto. Tentou tocá.-la, mas não conseguiu, e a observou. Elinor sorria, mas ao invés de confortar Sirius, o sorriso ressaltou as dores físicas e psicológicas que ela deveria estar sofrendo.
.- Elinor! – ele a chamou, e mesmo sabendo que não a tocaria, esticou a mão, mas ao mesmo tempo, a névoa começou a dissipar, levando a mulher, e Sirius viu.-se sozinho no quarto.
Por alguns instantes, ele não se moveu. Em seguida, saiu do quarto, furioso, até a sala de Dumbledore.
.- Diga para o diretor – Sirius disse para a gárgula, sem ter certeza se o diretor saberia que ele esteve ali. – que preciso conversar com ele assim que ele se levantar.
Sem esperar por qualquer resposta da gárgula, ele voltou para o quarto. Não tentou dormir. Não conseguiria depois de ter visto como Elinor estava. Ficou acordado, esperando que a manhã chegasse, mas Dumbledore apareceu alguns minutos depois de Sirius ter ido até a sala dele.
.- Fui avisado de que você queria falar comigo – o diretor disse depois de cumprimentar Sirius.
Sim, Dumbledore. Eu vi a Elinor, bem aqui no meu quarto. Ela tentou se comunicar comigo, eu acho. Ela está viva, mas... – subitamente, a voz falhou, e ele não conseguiu continuar.
Dumbledore se aproximou do professor de Duelos, e colocou a mão direita sobre o ombro dele.
.- Eu suspeitei que por isso você me acordou. Voldemort ainda não matou Elinor porque imagina que ela possui a chave. Ele não sabe que a chave é Elinor. Quim não contou que a porta só pode ser aberta por quem sabe o que ela guarda. Voldemort só sabe que Elinor é a única que pode abrir a porta.
.- Pelo menos Quim foi esperto o bastante para esconder isso – ele murmurou, irritado.
.- Voldemort não interrogou Quim, e essa foi a nossa sorte. A visão que você teve...
.- Não foi visão – Sirius interrompeu Dumbledore, cortante. – Foi real. Eu vi a Elinor!
.- O que você viu confirmou o que eu imaginava. Devemo por em prática um plano para resgatar Elinor.
Rapidamente, Sirius virou o rosto na direção do diretor.
.- Você tem um plano? Por que esperou tanto tempo para agir, então?
.- Calma, Sirius. Teremos que esperar alguns dias, mas vamos trazer Elinor de volta.
Ver Sirius deixou Elinor mais nervosa porestar presa. Ele tinha um olhar tão cansado, que mesmo a surpresa por vê.-la não conseguiu esconder. Quando a loira finalmente conseguiu dormir, foi um sono inquieto,interrompido pela voz irritada de Bellatrix.
.- O que esse balde está fazendo aqui?
Elinor piscou, aturdida, evitando se sentar por causa da costela quebrada.
.- Deve ter sido Crabbe – Rabastan respondeu, impassível.
.- Aquele estúpido! – a comensal bufou. – Ele não faz idéia do que uma sacerdotisa de Avalon é capaz de fazer com água? – os olhos furiosos da morena fitaram Elinor friamente. – O que você fez?
.- Ora, Bella! - Rabastan a interrompeu, sarcástico. – Ela não consegue nem sentar! Deve ter quebrado uma costela, e milorde disse que não queria que a sacerdotisa fosse maltratada.
.- Depois eu cuido disso – ela disse, irritada por estar recebendo ordens de Rabastan.- Leve essa água daqui.
Com um gesto da varinha, Rabastan fez o balde levitar e saiu da cela, deixando Bellatrix sozinha com Elinor. Nenhuma das duas disse nada, e o único som escutado foi o da mão da comensal acertando o rosto da loira.
.- Seu irmão pode ter pena de você, mas eu sei muito bem do que você é capaz.
Bellatrix não deu oportunidade para Elinor responder. Uma luz amarela acertou o estômago da loira, e novamente ela sentiu o frio chão contra o seu rosto. Um segundo depois, ela gritava de dor. O osso quebrado fora consertado, e Bellatrix foi embora.
Durante dois dias, Elinor ficou sozinha, exceto pela única ocasião em que recebeu água e comida. No segundo dia, porém, quando a porta da cela abriu, não foi Rabastan ou Bellatrix que entrou, mas sim, Voldemort.
Ao ver o temível bruxo, Elinor se encolheu, fazendo ele sorrir.
.- Do que está fugindo? De mim? Ora, não precisa ter medo, não vou machucar você...- a voz dele era envolvente, quase sedutora.
.- Eu não tenho chave nenhuma!- a loira sussurrou, nervosa.
.- Dumbledore não deve mesmo confiar em você – ele respondeu com um pequeno sorriso irônico.- Você é a chave para uma porta trancada no Departamento de Mistérios. Essa porta esconde os poderes que aquele Potter possui para me deter, e só pode ser aberta por alguém que sabe o que há por trás da porta. Uma sacerdotisa de Avalon deve ser capaz de ver além de portas e do tempo, por isso, tenho certeza de que você me ajudará a entrar nessa porta – ele apontou a varinha na direção de Elinor.- Imperio!
Livre da dor e da vontade de reagir, Elinor seguiu Voldemort para fora da cela até a saída de Lestrange Fields, onde vários comensais estavam reunidos, e então, todos aparataram na entrada do Ministério.
.- Você vê – Voldemort conversava com Elinor enquanto caminhavam até o elevador, sem se importar se ela realmente o escutava.-, entramos aqui e nenhum alarme ou alerta disparou. Tenho servidores fiéis em todos os lugares.
Elinor escutou uma voz distante falar em sua mente, e repetiu com a certeza de que nada fazia mais sentido do que aquelas palavras.
.- Eu também sou serva fiel do Lorde das Trevas.
.- E eu não tenho nenhuma dúvida – o bruxo disse, satisfeito, e seguidos pelos comensais, Elinor e Voldemort entraram no Departamento de Mistérios.
O lugar era amplo e escuro, iluminado somente por fracas luzes azuladas de poucos archotes. Vários comensais fizeram uma luz surgir na ponta das varinhas, incluusive Voldemort, que procurava alguém.
.- Snape está por aqui em algum lugar...- Voldemort disse mais para si do que para Elinor.- Ele providenciou que nossa entrada não fosse percebida, mas não precisamos esperar por ele. Comece a procurar pela porta!
Sem questionar a ordem do bruxo, Elinor se aproximou de uma das portas, mas antes de tocá.-la, outra porta foi aberta, atrás de Voldemort.
.- Espere!
Obedecendo a ordem de Voldemort, a loira parou, sem notar Severo Snape saindo da porta, mas ele não estava sozinho. Dumbledore, Sirius, Remo, Harry e outros membros da Ordem da Fênix invadiram a entrada do Departamento de Mistérios
N/A: Desculpem a demora! Eu ia postar semana passada, mas não deu. Bem, pelo menos eu postei... Quanto às reviews...
Yasmine, eu tô ficando doente por não poder escrever 'Em meio à Esperança'! Sério, agora vou fazer backup de tudo o que eu escrever! Quanto ao Remo em 'Atrás das Sombras', deu pra perceber que não é só dele que eu não tenho pena :)
Ameria, o Harry é intrometido por natureza, ainda mais depois do 5o livro... Ah, n me chama de famosa não... Acho isso esquisito...
Suki, que pergunta você mandou? Eu respondi? Espero que sim! EU também adoro fics de capítulos compridos, mas quanto a 'Atrás das Sombras' e 'No Meio de Algum Lugar', eu planejei as duas para terem capítulos pequenos, porque eu comecei a escrever as fics para ser uma espécie de passatempo quando eu me cansava ou estava sem inspiração para escrever 'Esperança'
