7. SOMBRAS

Voldemort encarava Severo com fúria, mas não disse nada. Breve teria oportunidade para se vingar da traição do comensal. Alheio a isso, Sirius procurou Elinor com o olhar, e ao ver a loira, segurou a respiração, mas ele não se aproximou da sacerdotisa. O olhar vidrado da loira fez ele hesitar. Ela estava sob o domínio de Voldemort. Segurando a varinha com fúria, o raio vermelho partiu da varinha de Sirius em direção ao bruxo das trevas ao mesmo tempo em que o de Dumbledore, iniciando o duelo.

Em meio à confusão de feitiços, o elo que controlava Elinor foi quebrado, e a mulher caiu de joelhos no chão, tonta por ter ficado tanto tempo sob a maldição Imperio. Nos primeiros momentos, não teve certeza de onde estava. A pouca iluminação deu a falsa impressão de ainda estar na cela em Lestrange Fields. Um grito, porém, fez a sacerdotisa perceber que estava em outro lugar.

.- Elinor!

A mulher ergueu a cabeça ao escutar o chamado de Sirius, e com um misto de alegria e alívio por estar vendo ele novamente, sorriu, ignorando que chorava. Lentamente, se levantou, mas enquanto dava o primeiro passo na direção de Sirius, foi atingida por um feitiço imobilizante.

Sirius correu em direção da loira, mas os comensais se concentravam em deixar Elinor o mais longe possível do alcance dele. Todos atacavam os membros da Ordem de Dumbledore, pretendendo começar duelos, mas Sirius procurava se livrar dos comensais o mais rapidamente. O único objetivo que ele tinha era alcançar Elinor, porém, o efeito do feitiço terminou antes que ele se aproximasse.

.- Sirius!

A loira correu na direção dele, e ao se aproximar, ela deixou o corpo descansar no abraço de Sirius. Por alguns segundos, os dois esqueceram o que acontecia ao redor deles. Então, beijando a testa de Elinor, ele interrompeu o toque e falou.

.- Faça o que fizer, fique atrás de mim. Vou procurar o Harry para irmos embora.

Concordando com a cabeça, Elinor segurou a mão esquerda de Sirius, e o acompanhou pela sala circular. Ele segurava a varinha com a outra mão, em alerta, enquanto procurava Harry na escuridão. As luzes coloridas que cortavam o ar ajudavam a iluminar os rostos dos bruxos que duelavam, e assim, Sirius localizou o afilhado lutando contra um comensal. Enquanto se aproximava, Elinor percebeu que o comensal era Rabastan.

.- Eu cuido disso, Elinor! - Sirius murmurou. - Pegue o Harry e vão embora.

Sem esperar pela resposta da loira, Sirius tomou o lugar de Harry no duelo contra o rimão dela, e a resposta de Elinor veio depois que ela conseguiu conter a raiva.

.- Eu não vou deixar você aqui!

.- Isso não será preciso.

Elinor não precisou olhar para trás para saber que era Voldemort, e a voz dele foi o bastante para que a tensão tomasse o lugar da raiva que a loira sentia. Ao lado dela, Harry foi mais decidido e apontou a varinha para Voldemort, mas a atenção do bruxo estava voltada para Elinor.

.- Eu pensei que se tomasse o que a porta trancada guardava, poderia conseguir a vitória, mas agora vejo que há um outro jeito. Sem você, a porta não será aberta, e o poder que Potter poderia usar para me derrotar estará perdido.

Enquanto Voldemort falava, Harry, deduzindo que o bruxo estava distraído, tentou atacá-lo, mas o bruxo das trevas, percebendo os movimentos do rapaz, apontou a varinha para ele e disse o feitiço.

.- Estupefaça!

O feitiço fez com que Harry caísse perto de uma porta. Voldemort olhou com desprezo para o rapaz por alguns segundos antes de continuar.

.- Odeio quando me interrompem, e eu falava com você. Terei tempo bastante para o Potter quando acabarmos.

Enquanto o bruxo falava, Elinor caminhava lentamente para perto de Harry. Sem a varinha na mão, não tinha nenhuma defesa contra Vodemort.

Ao mesmo tempo, Sirius e Rabastan ainda duelavam. Os feitiços do comensal eram poderosos, mas Sirius os neutralizava com sucesso. O combate estava sendo difícil, por isso, foi com surpresa que Sirius viu o comensal parar de lutar.

.- Estupefaça! - Sirius disse, aproveitando a distração do adversário, mas ignorando-o, Rabastan desviou do feitiço e caminhou para a direita.

Então Sirius soube o que distraíra o comensal. A iluminação fraca não permitiu que ele visse o rosto de Elinor, mas ele a reconheceu enquanto tentava fugir de Voldemort. E sem notar que Rabastan fazia o mesmo, ele ergueu a varinha e os dois disseram o feitiço ao mesmo tempo.

.- Expelliarmus!

Voldemort largou a varinha como se tivesse levado um choque. O bruxo voltou os olhos furiosos para Rabastan e Sirius antes de avançar para cima de Elinor, encostando o corpo dela contra uma porta.

Uma forte luz branca surgiu imediatamente, iluminando intensamente o lugar. Quando ela desapareceu, Voldemort, Harry e Elinor tinham desaparecido.


A forte luz impediu que Elinor visse o que acontecia, e quando a luz desapareceu, ela não viu nada por alguns segundos. A visão voltou confusa. Ela esperava Sirius a encarando assustado, Rabastan apontando a varinha com determinação para Voldemort, raios de luzes coloridas cortando o ar, mas o lugar estava vazio e calmo. Era uma sala muito parecida com a que ela deixara, circular e escura, exceto por uma luz branca ao centro que parecia vir do chão. Era a sala da terceira visão.

Atrás de Elinor, Harry recuperava os sentidos, e observava a sala sem sentir o reconhecimento que a loira sentia. Mas deixou de pensar que sala era aquela quando escutou a voz de Voldemort, que se levantava depois de pegar a varinha.

.- Ora, então esse é o grande poder que me derrotaria? Nada? - ele disse, observando o lugar.

.- Eu ainda estou aqui – Harry disse, corajosamente.

Elinor voltou-se para trás, e pensando em Sirius, disse.

.- Harry, não vou permitir que você faça isso!

.- Ele invadiu o Ministério para me derrotar – Harry respondeu sem olhar para a loira, disposto a lutar. - Eu vou dar a oportunidade dele conseguir o que sempre quis.

.- Eu sei que você está ansioso para se encontrar com a sua querida mãe sangue-ruim, Potter – Voldemort disse com sarcasmo. -, mas antes, tenho assuntos inacabados com Elinor – ele encarou a loira com desprezo. - Você quer morrer defendendo esse inútil? Então terá o mesmo destino que a mãe dele – ele retirou a varinha de Elinor de suas vestes – Aqui está sua varinha.

Voldemort jogou a varinha no ar, mas antes que Elinor a segurasse, Harry lançou o primeiro feitiço contra o bruxo das trevas. O olhar da sacerdotisa estava fixo nos dois bruxos, mas sua mente estava concentrada no dia de sua inicialização. O que estava acontecendo lembrava o que vira em sua terceira visão, e ela não hesitou. Se chegara o omomento de decidir para quem era leal, Elinor estava preparada. Começou a caminhar na direção de Harry, mas antes que se aproximasse, uma força a puxou para trás, e ela caiu sentada no chão. Algo a impedia de se aproximar de Haery e Voldemort, e logo ela soube o que era.

Ao redor de Harry, começava a surgir vários rostos, nítidos o bastante para serem reconhecidos, mas seu corpo não era sólido. A única palavra que Elinor encontrou para definir o que eles eram foi sombras, e entre elas, a loira reconheceu vários rostos. Os Potter, ao lado de dois casais de idosos, Dumbledore, Remo, Sirius, Rony, Hermione, inúmeros alunos de Hogwarts... A sala, que antes parecia pequena, subitamente crescera para abrigar cada pessoa que amara e se importara com Harry o apoiar durante o duelo. A sacerodtisa olhou para Voldemort. Atrás dele, só havia a sombra de uma frágil mulher, que não passou desapercebida ao bruxo.

.- Mulher idiota – ele disse sem olhar para trás. - Não preciso de sua ajuda!

Apesar de Voldemort negar a ajuda, o vulto da mulher continuou atrás do bruxo, assim como os que estavam atrtás de Harry, mas sem interferir no duelo que acabara de começar com vantagem para o bruxo das trevas. Seus feitiços eram mais eficientes, e Harry, apesar de todo o preparo, sentia dificuldades em contra atacar.

Percebendo que a qualquer momento o rapaz poderia ficar fora de combate, Elinor decidiu interferir. Não poderia se aproximar dos dois, mas talvez um feitiço pudesse.

.- Estupefaça! - ela gritou o feitiço sem muita segurança. Duvidava se conseguiria atravessar a barreira, e estava certa.

O feitiço ricocheteou em uma barreira invisível e voltou na direção da loira, a derrubando no chão. Elinor, porém, não foi a única afetada. Dentro da barreira, o chão tremeu e Voldemort e Harry tiveram dificuldade em se manter de pé. O bruxo das trevas olhou irritado para a sacerdotisa.

.- Essa foi a última vez que você me interrompeu!

A varinha de Voldemort mirava a cabeça de Elinor, e ela olhava assustada enquanto o bruxo dizia o feitiço.

.- Avada Kedavra!

A barreira conseguiu impedir que o feitiço anterior acertasse Voldemort, mas não foi forte o bastante para segurar o feitiço fatal. A luz verde estava a centímetros de distância de Elinor. Não havia como desviar.

Harry, quando viu que a professora de Defesa Contra as Artes das Trevas seria morta, pensou imediatamente no padrinho. Desde que a mulher fora levada, Sirius estava distante, e apesar de disfarçar, o rapaz tinha noção de como ele estava sofrendo. E antes que pudesse pensar nas conseqüências, se atirou em frente da loira, a protegendo.

Voldemort arregalou os olhos em triunfo. A atitude tola de Harry era inesperada, mas vantajosa. O raio verde estava alcançando o peito do rapaz, mas ele não fechou os olhos. Encarava fixamente a luz verde, e se surpreendeu quando dois vultos surgiram em sua frente. As sombras de Lílian e Tiago Potter.

Elinor e Voldemort não acreditavam no que viam. Aqueles dois eram somente ecos do casal Potter, mas foram fortes o bastante para impedir que Harry morresse.

.- Vocês não passam de fantasmas! - Voldemort gritou enquanto se preparava para atacar novamente, mas os vultos se aproximaram em um círculo ao redor dele. - Saiam da minha frente! - o bruxo gritou, lançando, em seguida, feitiços na direção dos vultos, mas eles não eram afetados, e impediam que os feitiços atingissem Harry ou Elinor.

À medida que seus feitiços eram anulados, a fúria de Voldemort aumentava, e pressentindo que se ficassem na sala logo eles seriam afetados, Harry disse, sem desviar o olhar da estranha cena.

.- É melhor procurarmos uma saída - o rapaz pensava no que Dumbledore dissera há quase dois anos. Existem coisas piores do que a morte. Harry suspeitava que Voldemort não sairia mais daquela sala.

.- Mas não consigo ver nenhuma saída! - Elinor respondeu, nervosa.

.- Procure nas paredes – o rapaz disse, e correu para a parede, tateando.

Elinor o imitou, mas assim que tocou na parede, parou ao sentir ela esquentar. A loira se afastou, e viu o desenho de uma porta surgir.

.- Harry! - a sacerdotisa chamou pelo rapaz, pouco antes de novamente uma luz forte a impedisse de ver. Fechou os olhos instintivamente, e só os abriu quando sentiu que alguém a tocava.

.- Elinor!

A voz de Sirius fez com que ela abrisse os olhos, e por alguns segundos, viu a expressão de alívio no rosto do bruxo, mas logo a escuridão dominou tudo. A voz de Sirius foi ficando cada vez mais distante, até que Elinor desmaiou.


N/A: E lá se foi o penúltimo capítulo... Sim, o próximo é o último, e eu não faço a menor idéia de quando vou postar. Ainda não terminei de escrever, e depois que escrever, ainda vou ter que digitar. Vou fazer o possível pra agilizar, afinal, vocês devem estar querendo saber como tudo terminou...

Yasmine, que idéia você teve? Fiquei curiosa! Que bom que a fic está emmocionante! Eu também achei mais tensa que NMAL.

Suki, acho que eu respondi todas as suas perguntas. Se ficou faltando alguma, pode perguntar que eu respondo! E sobre os tamanhos dos capítulos da fic, é como dizem, tamanho não é documento ;) Ah, não se estressa com o tamanho da review. Adoro reviews gigantescas!

Sheyla, isso dos leitores perderem as esperanças de capítulos novos nas minhas fic é básico... Mas é melhor antes tarde do que nunca (nossa, tenho que parar de justificar minhas atitudes com ditos populares!). E deixa de besteira, não te acho chata por ficar exigindo mais capítulos. Como leitora, eu te entendo muito bem, e em minha defesa, só posso dizer que com computador quebrado não dá pra atualizar com tanta freqüência quanto eu queria...

Ameria, também adorei escrever a cena do tapa! E de todas as cenas da Bella e do Rabastan, hehehe. Vou seguir você pro sanatório, pode deixar :)

Hiáskara, não acredito! Finalmente você teve coragem de deixar uma review! Já estava me arrependendo de ter te dedicado a fic! Ah, isso que eu gosto de maltratar os leitores é a primeira coisa que eles percebem... E sobre 'Esperança', você já está cansada de brigar comigo por eu não ter salvo o último capítulo que eu escrevi em disquete... Mas estava tão ruim que eu não tive coragem, e meu pc quebrou... Justo quando eu estou com vontade de escrever...