Capítulo 3 - O beco dos medrosos
Harry esperava pedir desculpas ao acordar na manhã seguinte, mas era como se nada tivesse acontecido. Hermione se sentara ao seu lado e puxava conversa durante o café da manhã, muito diferente do costume de quando brigavam. A tarde veio e com ela, as cartas de Hogwarts.
1º de Setembro. Plataforma 9 e ½. 11 h. As coisas estão acontecendo rápido nesse verão. Harry, mamãe pediu para avisar que semana que vem vamos acompanha-la ao Beco Diagonal.
É bom, preciso ajeitar meu uniforme, repor alguns ingredientes e de algum dinheiro de Gringontes.
Está se esquecendo de que precisamos comprar mais livros esse ano. Parece que teremos um novo e bom professor.
Como você sabe, Hermione?
É só olhar a lista de livros pedidos. – Harry abriu o segundo pergaminho. Não parecia tão mais comprido que os outros, mas pelos seus cálculos precisaria de mais uns seis livros para esse ano.
"O livro padrão de feitiços, 6º série, de Miranda Goshawk
O desfio de vencer as trevas, de Michaela Liberman
A arte da guerra, de Mao Tse Tung
A derrota do medo, de Vanessa Crew
Postura desafiante, de Maria Alexander
Preparos para defesa, de Renata Jones
Siga seus instintos e como faze-lo, de Ana Muller
Obs: No início das aulas serão pedidas outras bibliografias de acordo com a escolha da carreira profissional de cada aluno.
Profª. Minerva McGonagall "
Para mim isto parece que estão nos preparando para uma guerra.
E você não acha isso bom, Harry? Voldermont, Rony, pare com isso, está armando qualquer coisa e os alunos devem estar preparados para o que vier. Mesmo porque com exceção do Profº. Lupin, não aprendemos muitas coisas, não é?
Eu sei Hermione. Mas é difícil confiar num estranho numa altura dessas.
É, e acho que mamãe vai gastar mais com livros do que imagina. Quantos serão esse ano? Somando com os de Gina poderei abrir uma livraria. – todos riram.
Harry mal pode acreditar como as coisas estavam indo tão rápido, parecia que fora ontem sua festa de aniversário, mas já se passara uma semana e todos estavam na cozinha tomando café para saírem dali a poucas hora. A Sra. Weasley iria acompanhar Hermione, Gina, Harry e Rony ao Beco Diagonal, junto com Fred e Jorge, o Sr. Weasley, que de tão atarefado mal se encontrara com Harry nesse verão, iria para o Ministério, junto com Lupin para uma averiguação. Gui ficaria em casa fazendo companhia aos pais de Hermione.
Certo, garotos. Estão todos prontos? – os garotos acenaram com a cabeça - Peguem o pó-de-flu e vão para a lareira de dois em dois. Esta é grande o suficiente para isso. Irão primeiro e quando chegarem lá permaneçam juntos até todos estarem reunidos. Rony e Harry primeiro. – Rony pegou um punhado do pote na mão da Sra. Weasley e gritou:
BECO DIAGONAL! – Harry rodopiou e saiu numa lareira escura. – Chegamos. - Rony o ajudou a levantar e Harry pode ver onde estavam. Era o Caldeirão Furado. Mas não parecia o mesmo de antes, estava vazio com as cadeiras sobre a mesa. O balcão criava teia de aranha nos cantos e não havia sinal de Tom, o dono do local.
O que aconteceu aqui?
O bar foi atacado por Comensais, Harry. Tom se machucou e está no St. Mungus para tratamento. Saiu até no telejornal trouxa, como incêndio num bar abandonado.
Mas e a entrada para o Beco?
Foi reconstruída. Na verdade foi quase que um vandalismo deles, para mostrar que voltaram, sabe. – Harry ouviu dois estampidos, Hermione e Gina, apareceram na lareira e se juntaram aos garotos.
Não sabia que tinha ficado assim. Li no profeta ontem que Tom está se recuperando bem ao ataque. – mais um crack e a Sra. Weasley apareceu cheia de fuligem da viagem.
Vamos nos apressar, não é bom ficarmos isolados aqui. Fred e Jorge aparatarão na loja – Agarrando a Gina pela mão, ela tomou a direção do muro e bateu nos tijolos com uma combinação diferente. O muro se abriu e o que Harry viu o assustou. Parecia que acabara de entrar na Travessa do Tranco, as pessoas andavam encolhidas e com medo. Algumas lojas estavam fechadas, outras com vidraças quebradas e grades nas portas. Os muros exibiam rachaduras e as fachadas das poucas lojas abertas precisavam de pinturas. – Primeiro, vamos a Gringontes, eu esperarei do lado de fora. Agora só as pessoas que irão fazer algo lá é que podem entrar, por causa dos segredos que ainda estão dentro daquelas paredes.
Ao chegarem, puderam ver que tudo estava mais seguro do que nunca. Algo parecido com detectores de metais apitava e bloqueava alguns bruxos que davam suas varinhas para análise. Harry e Hermione passaram pelo aparelho e se dirigiram a diferentes balcões. Hermione precisava trocar o dinheiro trouxa e Harry precisava visitar mais uma vez o cofre 314. Eles ainda viram muitos bruxos serem submetidos a revistas a procura de objetos proibidos. Harry ainda se perguntava como os duendes conseguiram escapar do vandalismo sem muitos danos, já que tudo estava praticamente igual, quando estavam todos reunidos novamente, indo em direção a loja de Fred e Jorge, com os bolsos tilintando.
Sua animação fora para o ralo, parecia que essas semanas em Grimmlaud Place apagaram toda a angústia que imaginava durante todo o verão. As pessoas corriam nas ruas, com medo, olhavam para os lados quando percebiam que alguém as olhavam. Tudo estava muito diferente.
Chegaram a loja dos gêmeos Weasley, era realmente linda, principalmente comparada às outras lojas, tinha uma fachada dourada e branca e era muito iluminada. Os balcões tinham inúmeros esconderijos para os logros inventados pelos garotos e as pessoas podiam experimentar e se olharem nas paredes espelhadas. Harry se surpreendeu ao ver que lá era movimentado. Pessoas iam e vinham com sacolas cheias de logros e brincadeiras.
Finalmente vocês vieram! – exclamou Fred com muito alegria logo na recepção.
Venham quero mostrar a loja para vocês.
Harry, Hermione vou até a Floreios e Borrões, querem que eu compre seus livros? – Harry entregou-lhe um saco com dinheiro e um pergaminho com os livros que precisaria. Enquanto a Sra. Weasley saia, Jorge o puxava para dentro do balcão.
Veja, o cinto faz o maior sucesso. Aqui estão os vários modelos, mas o seu era muito mais completo.
Como pode aqui ter tanto movimento, as ruas estão vazias? – perguntou Rony.
Ah é a nossa promoção – sorriu Lino – na compra de dois logros você ganha um kit de proteção que inventamos.
Estamos vendendo que é uma beleza.
Ficou tudo muito legal. – exclamou Hermione – não achei que vocês dariam para outra coisa. Tudo é incrível.
Pra que serve isso? – apontou Harry para uma penca de canudos que saiam do teto.
São experimentadores. Muitos produtos são líquidos e eles precisam ser testados para as pessoas acreditarem e comprarem.
Existe ainda uma certa rejeição pelos produtos porque somos muitos jovens no ramo.
Decidimos usar isso para provar que tudo funciona.
Acho que alguns pais devem estar zangados com vocês por causa dos testes que vocês faziam com os alunos do primeiro ano. – resmungou Hermione
Que nada! Até hoje não tivemos reclamações.
E já encontramos alguns deles de novo e eles se sentem orgulhosos por terem sido os primeiros a usarem as Gemialidades Weasley.
Harry começou a ver a sua volta e percebeu que as pessoas pareciam esquecer dos problemas ali. Brincavam e riam alto a cada nova descoberta na loja. Percebera que ali a tristeza da rua não invadia o espaço da loja.
Minutos depois a Sra. Weasley chegou a loja abarrotada de embrulhos, cada um contendo um nome, indicando a quem pertencia. Os garotos correram para ajudar.
Obrigada, gente! Fred, querido, está precisando de alguma coisa aqui?
Não, nada que eu me lembre.
Bom, então precisamos ir. Tomem cuidado, meninos!
Pode deixar, mamãe. – guinchou Jorge enquanto a Sra. Weasley se dirigia a porta.
Mamãe, Harry e eu ainda precisamos de ingredientes para poções.
Se não se importar, Sra. Weasley preciso visitar a Madame Malkin.
Certo. Vou acompanhar Rony na loja de poções. Harry deixe uma lista do que precisa, que compraremos para você.
Mamãe, também preciso de reparos nas roupas – choramingou Gina.
Tudo bem. Vá com Harry. E não saiam por aí. Vou busca-los, está bem?
Por mim está ótimo. – eles subiram a rua e deixaram Harry e Gina na loja de roupas, Hermione seguiu com a Sra. Weasley. Após inúmeras recomendações feitas para Gina a Sra. Weasley os deixou a sós.
Bom dia, meninos. Hogwarts suponho? – Gina apenas sorriu. Com um giro de varinhas fitas métricas, agulhas e alfinetes flutuavam a sua volta. Passados alguns minutos estavam sentados esperando a Sra. Weasley.
Espero que mamãe não demore. Ela sempre exagera nessa loja, comprando produtos inúteis para a loja... – Harry se desligou ao ver a porta se abrindo. Uma garota com cabelos caramelo e esvoaçantes entrou, mal reparou em Harry e Gina sentados na ante-sala, ela estava sozinha, sem pais, absolutamente sozinha. Harry apenas ouvira Madame Malkin dizer:
Hogwarts, querida?
Harry, está me ouvindo? Mamãe já está chamando. Vamos? – Gina olhou curiosa.
Ah? Claro, desculpe. – e saíram disparados para o Caldeirão Furado.
