Capítulo 1 – O que eu fiz?
Sinceramente!! Eu esperaria isso de qualquer pessoa, menos de um dos meus melhores amigos! E tudo por que a Srta. Evans resolveu bancar a boazinha!
O dia tinha começado bem, como qualquer outro. Sirius estava me contando como tinha sido o encontro dele na noite anterior enquanto descíamos para tomar café.
Nós revezamos os dias de sair. De segunda e sexta é dia dos encontros dele e de terça e quinta os meus. Conhecemos certos lugares que encantam as mulheres. Mas isso é segredo nosso, um truque de Potter e Black. Porque nós podemos ter carisma e lábia de conquista, mas certos truques são indispensáveis.
O Salão Principal estava quase vazio. Em poucos minutos começariam as aulas do dia, mas como sempre detestei levantar cedo, não me importava nem um pouco em ser um dos últimos. Sentamos e tomamos nosso café normalmente.
A primeira aula era a pior de todas. Poções. Não, não era pela matéria. Dela eu até gosto. O problema é a companhia. Qualquer aula conjunta com a sonserina é péssima! Mas enfim, eu tento ver o lado bom. É mais uma chance de perturbar o Seboso Snape.
Terminamos e descemos para a masmorra. Remo e Pedro já estavam lá, já que sempre levantam mais cedo. A turma da Sonserina estava reunida ao lado da entrada. Os Grifinórios estavam mais para trás, afinal nunca nos misturamos com cobras. Ela estava lá, recostada à parede, isolada como sempre.
"Oi, Evans" Eu cumprimentei-a e, como sempre, ela apenas revirou os olhos em resposta. Eu sorri, o que a fez dar as costas para mim.
Aos poucos o pessoal foi entrando.
Sempre sento na última mesa, afinal, quanto mais longe do professor, melhor. Já a Evans senta na segunda mesa.
Fiquei ali, observando os meus caríssimos colegas se sentarem, sempre passando e nos cumprimentando. Como temos educação, cumprimentamos a cada um deles com a simpatia merecida - obviamente as garotas sempre com mais requintes, se é que você me entende.
A aula transcorreu como sempre. Nós grifinórios no nosso canto, quietos já que o professor Wallaurs sempre implica conosco e passa a aula toda elogiando as suas cobrinhas. É um tal de 'Porque a Sonserina tem os melhores alunos' pra cá e 'sonserinos serão sempre melhores que grifinórios' pra lá. Não que eu me incomode, já que eu sei que isso é tudo ladainha para aumentar o ego daqueles seguidores das trevas. Aliás, eu aproveitei aquela aula pra escrever, com a ajuda do Sirius, as novas peças para sonserinos e em especial ao Seboso.
O sinal tocou e, calmamente e bocejando, eu me levantei, juntei minhas coisas e, juntamente com Remo, Sirius e Pedrinho, saí da sala. Para nossa extrema sorte encontramos Severo Seboso Snape parado na parede oposta à porta da sala. Desviando nossa rota e sorrindo marotamente eu e Almofadinhas paramos em frente a Snape. Um sorriso 'angelical' brincava em nossos rostos.
- E aê, Sevi, tudo beleza? – disse Sirius batendo no ombro de Snape, que olhou como se Sirius fosse um alienígena. Eu gargalhei e ele tornou sua atenção para mim.
- Vamos lá! Você não acredita que nós estejamos sendo cordiais com você, Severo? Qual o seu problema? Nós temos que acabar com essa rivalidade entre Sonserina e Grifinória – falei inocentemente.
Agora nós tínhamos um público considerável à nossa volta. É claro que aquela cena era incomum: Sirius Black, Tiago Potter e Severo Snape mais de dois minutos juntos e civilizadamente? Algo tinha, todos sabiam. Sorri contente, era chegada a hora.
O sinal foi dado e Sirius fez cair um balde de tinta especial da Zonkos. Uma tinta muito especial, com uma mistura de cheiro de ovo podre, essência de trasgo e que só sai após quatro lavagens. Nosso amigo, que não estava acostumado a banhos, teria que ter estômago para retirar aquilo de seu cabelo.
Todos gargalhavam fervorosamente e cada vez mais quando a face de Snape ia se contorcendo, ficando vermelha, irradiando raiva. Só duas pessoas que não estavam felizes com a situação: Lílian Evans e Remo Lupin. Típico.
- VÁ PARA O INFERNO, POTTER! E VOCÊ VÁ COM ELE TAMBÉM, BLACK! SEJAM INFELIZES LONGE DE MIM! – urrou fora de si o sonserino, atropelando as pessoas para abrir caminho para o mais longe possível da frente da sala de aula. Eu sorri satisfeito pelo novo feito.
O professor Gerf Wallaurs apareceu exigindo explicações pelos gritos de Severo e foi interpelado pela calmíssima monitora Evans.
- Professor, o Senhor deve imaginar o que se passou por aqui. Como sempre Potter e Black. – o meu nome e o de Sirius sendo pronunciados com desdém intenso. – Eu gostaria de poder cuidar deste caso, se o Senhor permitisse.
O professor olhou para os alunos à sua volta e novamente para a ruiva de olhos verdes que batia o pé impaciente à sua frente. – Ok, Srta. Evans. Cuide deste caso já que eu não desejo me estressar mais ainda com grifinórios irresponsáveis. Só me informe depois qual foi a sua punição. – declarou por fim, dando meia volta e sumindo na curva do final do corredor, a capa esvoaçando.
Bufei irritado. Teria Evans no meu pé, não era justo isso! Não era! Definitivamente, NÃO!
Procurei dar meia volta e sumir naquela multidão para não topar com aquele anjinho de candura, mas ela veio até mim. O sorriso contente emoldurando-lhe o rosto. Hoje não era um bom dia.
- Ora, ora, se é Potter quem eu vejo fugir. Que foi, medo de mim? – declarou soltando uma risada debochada. Eu cruzei os braços, ergui a cabeça e a olhei desafiante. – Uhhhh, agora sim, esse é Tiago Potter... Mas sabe...
- Evans, quer fazer um favor? Vá para o inferno! Se você precisa me informar de algo da detenção, faça-o mais tarde. Eu não tenho tempo para perder com – eu a olhei dos pés a cabeça, analisando – você. Tenha um bom dia. – disse dando as costas.
Quando já ia me afastando senti meu braço ser puxado para trás e me vi cara a cara com Remo. E pelo visto ele não parecia nada contente.
- Qual é a tua, hein, Tiago? Você não pode tratar as pessoas assim como você acabou de tratar a Lily.
Levantei uma sobrancelha, incrédulo. Aquele era mesmo o Remo?
– Qual é? Qual é você, Remo! Até parece que não somos amigos!
- Você acha? Pois é, mas você está errado e deve um pedido de desculpas a alguém... - ele me encarava firme e ouvi Lílian dizendo que ele não precisava fazer aquilo, que ela daria um jeito em mim. – Não, Lílian, não. Ele tem que aprender.
Olhei com raiva para Remo e mandei-o calar a boca, ao que ele irritadíssimo respondeu com um soco.
- Isso, é pra você aprender que tem de respeitar os outros...
No chão levei a mão à boca por onde escorria um filete de sangue. Levantei-me e já fazia o caminho para sair dali quando Remo novamente me interpelou, mas desta vez não fui eu que respondi ou reagi, mas sim, Evans.
- NÃO ADIANTA, VOCÊ NÃO VÊ, REMO? ELE S" VAI APRENDER QUANDO ELE PERDER ALGO DE IMPORTANTE!– gritou já cansada a ruiva. Eu gargalhei e disse um ' me poupem disso' e fui-me embora dali. Por hoje já chegava deles dois.
Senti Lílian e Remo me olharem até eu sumir na curva do corredor. Meus pensamentos vagando na briga com Remo e Evans. Eu não esperava aquela reação do meu amigo, eu não entendia o que de tão errado eu havia feito. Por que diabos Aluado tinha me batido? Tanta raiva pelo quê?
Meu sangue fervia de raiva e decepção. O que eu tinha feito? Qual era o problema?
Fui direto pra torre, chegando lá atirei meu material em qualquer mesa e me joguei na poltrona em frente à lareira. Sentia o canto da minha boca latejar. Fora ali que o soco de Remo me atingira. Levei a mão ao lugar inconscientemente. Na minha expressão era visível um ponto de interrogação.
Aquele não era o Remo que eu conhecia! Que deu nele?! E por que ele ficou do lado da Evans? Geralmente ele ajudava a aliviar minha detenção!
- Pensando sobre o que fez? – ouvi uma voz sarcástica e levantei o rosto, ajeitando meus óculos.
- O que deu no Aluado, Sirius?
- Não sei, Pontas! Definitivamente, eu não sei... Ele deve estar apreensivo... Você sabe, a lua cheia tá chegando...
- Ele nunca agiu assim. Tudo pro causa da idiota da Evans!!
- É, você não foi muito cordial com a fadinha... – contrapôs ele.
- Ah, até você, Almofadinhas?! Você sabe como essa garota é!
- Sim, sim... Um verdadeiro inferno pro marotos.
Apenas olhei para ele de modo a dizer "viu? Não fiz nada demais".
- Ah, vai dormir, companheiro, que você ganha mais. Mas vê se passa na Ala Hospitalar antes ou amanhã terá um belo roxo na cara – ele levantou gargalhando e foi se sentar do lado de uma garota loira do sexto ano.
Segui o conselho dele. Fui à enfermaria resolver o meu incidente e depois direto pra cama.
N/A: esperamos que estejam gostando da fic... Em breve vamos atualizar, não se esqueçam de deixar reviews!
