Capítulo 2 – Adivinha?

- Ei, Aluado! Você já vai descer?

- Já, Almofadinhas. Vou tomar café mais cedo. É melhor... – provavelmente ele deve ter olhado para minha cama, onde eu estava semi-acordado.

- Não precisa – eu falei com minha voz rouca sem tirar a cabeça de debaixo do travesseiro – Remo, só vamos fingir que nada de ontem aconteceu, está certo?

Ele parecia relutante. Resolvi reforçar.

- Vamos esquecer de tudo. E cuidar para que não se repita.

Pareceu ser o suficiente. Claro que não mencionei que o que queria dizer sobre o que não deveria se repetir era o soco.

- Em paz? – estendi-lhe a mão

- Paz! – Lupin abriu um sorriso e me abraçou.

- "timo! Porque eu ainda quero dormir mais! – me joguei de volta da cama puxando o lençol.

Sirius riu balançando a cabeça. Quem visse pensava, né? Até parece que ele era de acordar cedo!

Alguém bateu na porta.

- Entra - Sirius berrou.

Eu nem me importei em jogar o lençol por cima de mim mesmo estando sem camisa. Estava de calças e cobria o essencial.

- Sirius, você disse que descia para tomar café comigo e eu fiq... – era uma voz meiga. Levantei o rosto e vi a loirinha da noite anterior. Pelo visto o que cortara sua fala foi a minha visão.

Sinceramente, eu estava começando a pensar que algo estava realmente errado. Qual era? Eu tava sem roupa? Não, definitivamente não, constatei olhando para minhas pernas. Eu tinha por acaso algo de estranho na cara? Também não, ao menos nada que eu pudesse sentir com o toque das mãos. Seria meu cabelo? Soltei uma pequena risada, definitivamente meu cabelo não poderia ficar pior do que já era. Notei o silêncio que se instalara no quarto, todos se entreolhando e a garota ainda me olhava meio aparvalhada. Resolvi arriscar alguma fala.

- Oi! – sorri e ela se tornou um pimentão de tão vermelha. Olhei novamente e me vi de calças, o que diabos então era que a deixava assim?

- Si...vejo...tarde...- gaguejou sem jeito e saiu tropeçando para longe do nosso dormitório. Todos nós explodimos em gargalhadas. Esperei passar o acesso de riso e indaguei, extremamente curioso:

- O que foi isso?

Remo olhou de canto de olho para Sirius, que olhou de canto de olho para Pedro e todos eles olharam pra mim e riram novamente. Pera, pera, perae, eu virei palhaço de circo desde quando?

- Sabe, eu ainda não fui convidado pra participar de um espetáculo de circo...- disse sarcástico, uma sobrancelha levantada.

- Pontas, meu camarada...- começou Sirius, vindo até mim e passando um braço pelo meu ombro – Adivinha? – ele riu e eu soquei a cabeça dele. Se eu tinha perguntado era óbvio que eu não sabia. – Ok, Vamos começar por partes para você não se perder, certo? – olhei entediado e emburrado pra ele. – primeiro você está na sua cama, de frente para a porta, sem camisa...- eu olhei para o meu peito nu, ops, ainda não tinha notado. Remo soltou uma risada. – Segundo, você está sem óculos, ô cegueta, você lembra?! Isso é sexy... – finalmente percebi o que realmente tava errado e porque tudo estava tão embaçado. – Terceiro e último, você está de calças, sim, obviamente, mas será que não podia usar algo que cubra mais. Essa aí é praticamente transparente...

- Opppsss...

hr

Remo me avisou pela manhã que eu tinha detenção e que eu deveria falar com a fadinha. Enrolei pela tarde inteira, mas no final da tarde foi inevitável e, para novidade geral, eu briguei com Lílian Evans. Incrível nossa capacidade de civilização, não?

Estava eu, andando calmamente, pensando onde poderia encontrá-la, quando eis que alguém bate em mim. Olhei para baixo e eu tinha esbarrado justamente na pessoa que procurava. Iniciei um papo civilizado.

- Tudo bem, Evans?

Ela levantou uma sobrancelha. – Tudo, Potter. O que você quer, hein? – Agarrada aos livros, o olhar duro e desconfiado, analisando qual era o próximo passo que eu ia tomar. Ela era paranóica.

- Nada, Evans, só estava tentando estabelecer uma conversa, tem problema?

- Tem! – revirei os olhos e ela bufou. – Exatamente por isso que eu não acho normal você conversar. Tiago Potter não conversa civilizadamente com ninguém. Então justo comigo você resolve tentar sair da era jurássica? Faça-me rir!

- Obrigado pelos elogios, minha fada. – eu sorri, galante. – Bem, qual será a minha detenção?

O rosto dela estava adquirindo um tom rosado, passou para um vermelho e para um púrpura. Oh ow, ela vai gritar.

- FADA? NÃO ME CHAME DE FADA! NUNCA MAIS! SEU...SEU...SEU FILHOTE DE TRASGO

- Ah, minha Lilyzinha! – provoquei.

- N-Ã-O M-E P-R-O-V-O-Q-U-E! – ela berrou. De novo. Era incrível a capacidade que as cordas vocais dela tinham de utilizar-se desse recurso.

- E...

Abri a boca para falar alguma coisa e recebi um ' NÃO FALE NADA' de volta. Que simpática! Ela deu um giro nos calcanhares e saiu em disparada para o lado oposto ao que eu estava. Corri atrás.

- Evans! A minha detenção! – falei ao alcançá-la após uma corrida.

- Nós resolvemos isso às 7 horas no salão comunal. Agora, SUMA!

Ela entrou rápido no corredor seguinte, querendo me deixar pra trás obviamente. Parei para observá-la se afastar quando me lembrei de uma coisa.

- EI, EVANS! – chamei encostado na parede, os braços cruzados, a minha cara mais sexy em ação. Quando ela se virou com uma cara de zanga, passei as mãos pelos cabelos e indaguei. – Quer sair comigo?

- VÁ PARA O DIABO QUE O CARREGUE! EU NUNCA VOU SAIR COM VOCÊ!

O que ela fez? Adivinha? É, gritou e saindo batendo os pés, parecendo que ia explodir de tanta raiva.

Eu amava provocá-la com isso. Não era ela que me interessava, eu só convidava para ver o resultado. Tão bom!

Agora eu estou aqui, entediado e sentado nessa poltrona há 15 minutos. Sirius vai cumprir detenção com o monitor da Corvinal. Ela ainda não apareceu. E eu tenho um encontro com uma Corvinal às 8 horas. Eu não perco esse encontro não, ah se não.

Ah, ela finalmente está chegando. Dá pra ouvir os passos ecoarem pelos corredores desertos.

- Tá atrasada... – falei sem nem me importar em encará-la. De repente o brilho dos meus sapatos me pareceu bem mais interessante.

- Oh, sério?! – murmurou sarcástica – pois adivinhe, Potter!?

- Péssima fala. – eu cruzei os braços e levantei os olhos até ela. Estava com os cabelos presos em um coque, mas mechas ruivas lhe caíam sobre o rosto. - Detesto adivinhação, por isso não curso essa matéria.

- Há-há, Potter! Pois eu, ao contrário de você, claro, tenho responsabilidades e estava em uma reunião! – ela afastou uma das mechas que atrapalhava sua visão.

- Ok, Evans. Vamos logo para minha detenção que eu tenho outros compromissos.

Ela apenas arqueou uma sobrancelha e me deu as costas, saindo pelo corredor. Sem opção a segui.

Andamos em silêncio por uns cinco minutos. Ela andava apressada e eu não iria reclamar. Quanto antes chegarmos mais cedo eu iria terminar, e estaria livre para o meu encontro.

Paramos em frente à porta, ao lado da Ala Hospitalar, que ela destrancou com magia. Atrás da porta revelou-se uma saleta pequena onde tinha uma bancada com uma série de ingredientes. Fiz uma cara confusa.

- Bom trabalho, Potter! – ela virou-se para ir embora, mas a segurei pelo braço.

- Como assim bom trabalho?! O que eu tenho que fazer, afinal?

Ela suspirou alto.

- Potter. Adivinhe o que se faz com tudo isso? – ela apontou para a bancada. Percebendo a minha demora e confusão a própria respondeu – Poções, Potter!! Você vai solidariamente fazer algumas poções curativas. Estão em falta na enfermaria e Madame Pomfrey anda muito ocupada. Você é bom aluno em poções, está no sétimo ano, é bem capaz de fazer... E acho que essa é uma detenção razoável.

- O QUÊ?! Fazer poções? Isso vai levar horas! Qual é, Evans!! – passei a mão pelos cabelos inconscientemente, o rosto dela se contraiu.

- Potter! Você cometeu uma infração e terá que cumprir detenção! Não adianta reclamar!

- Mas...! – droga, eu nem podia falar nada! Droga, droga! Desse jeito eu ia perder meu encontro.

- Evans... não dá pra essa detenção ficar para outro dia? – sabia que não adiantava implorar, mas esperança é a última que morre, não?

Ela estreitou os olhos em minha direção e um sorriso, quase doce eu poderia arriscar, se formou em seus lábios. Aproximou-se, ficando perto de mim. Podia sentir sua respiração no meu rosto. Podia ver o brilho de seus olhos verdes.

- Nem que você me pedisse de joelhos você se livraria dessa detenção hoje!! – ela falou pausadamente, mas deu pra perceber perfeitamente sua irritação e prazer em me enclausurar lá!

Ela deu as costas, mas ainda zombou antes de sair.

- Bom trabalho, Potter!

Por Merlin! Demoraria pelo menos três horas para fazer a poção. Tirei no bolso das minhas vestes um pequeno espelho que cabia na palma da minha mão. Coloquei sobre a bancada, encostado na parede, e com um simples feitiço o aumentei.

- Sirius?

O rosto dele se materializou no espelho ao invés do meu reflexo. Tirando o mapa do maroto, os espelhos de comunicação era uma das nossas melhores invenções! Servia para que eu e Sirius pudéssemos nos comunicar durante as detenções que cumpríamos separados... Aluado e Rabicho quase nunca ficavam em detenção, portanto não precisavam.

- Tô aqui. E aí, coisa leve?

- Não! – falei irritado – A Maldita da Evans vai me fazer passar a noite fazendo poções curativas pro estoque da Ala Hospitalar!

- Ihh, então seu encontro com a Lorainne já era... Pobrezinha...

- Não vem com essa, não!

- Com essa o quê? – ele se fazia de inocente! Como se eu não conhecesse meu amigo!

- Almofadinhas, eu sei muito que você já está pensando em ir lá falar com ela e me substituir! Mas nem pense nisso porque eu vou arrumar um jeito de sair daqui!

- Se você diz... Sugiro que comece logo, então.

Apesar de não responder acendi o caldeirão e comecei a separar os ingredientes.

- E você o que tem que fazer??

- Nada demais, só anotar alguns livros que estão sem cadastro – reconheci que o cenário ao fundo era a biblioteca – Sabe, o Davis é legal, e aliviou quando disse que dava umas dicas pra ele usar no jogo contra a Sonserina.

- Suborno... Muito esperto! – Eu ri sem olhar para a imagem já que estava concentrado cortando os ingredientes. - Mas você odeia escrever... Nunca anota nada na sala.

- Bom, se eu conseguisse fazer o cara me liberar, ou me levar pra tomar chá com os elfos não seria uma detenção, não é!?

Eu apenas ri. Ficamos um pouco em silêncio. Não por falta de assunto, mas porque eu estava compenetrado em não errar os ingredientes (fazer tudo de novo era só o que me faltava!!) e Sirius estava envolvido em uma briga com um livro que recusava-se a sair da prateleira.

Não pude deixar de gargalhar quando o livro o repeliu (provavelmente era enfeitiçado), fazendo com que caísse da escada em que estava.

- Com problemas, Almofadinhas? – disse entre risos.

Tive que esperar que ele parasse de praguejar para me responder. Se bem que ele não chegou a parar tecnicamente.

- Não enche você também! Livro imbecil!! E aí, resolveu como vai encontrar a Lorainne?

- Ainda não pensei... Sirius some, porque tá vindo alguém! – disse depressa.

A imagem desapareceu imediatamente e eu escondi o espelho dentro de uma gaveta que tinha na bancada.

Em minutos a dona dos passos que eu ouvira abriu a porta.

- Ah, é você – revirei meus olhos.

- Vim checar se ainda estava aqui.

- E onde mais eu estaria, Evans?

Ela apenas respirou fundo. Ambos ficamos quietos por um longo tempo, que eu usei para bolar um jeito de ir encontrar a Lorainne ao mesmo tempo em que picava a raiz de Asfódelo.

Ela deu uma volta pela minúscula sala. Podia sentir que mesmo andando na direção oposta seus olhos não se desgrudaram de mim nem por um segundo.

- Se vai ficar olhando bate uma foto! – provoquei sorrindo.

- Eu estou te monitorando, isso sim! E corte essas raízes direito! – era incrível como ela desconversava do assunto eu!

- Evans, eu sei muito bem como cortar essas benditas raízes. Eu sou "bom aluno em poções, estou no sétimo ano, sou bem capaz de fazer"! Não foi você quem disse?!

- Eu me lembro do que eu disse! – era incrível como ela fazia seu tom seco ficar ainda pior!

Novamente o silêncio. Pude notar que ela continuava me observando e agora olhava para o que eu fazia com reprovação. Qual era o problema, ela acha que é a professora?!

Ela começou a caminhar em direção à porta. Não pude me conter.

- Ei, Evans! – Ela virou o rosto pra mim, automaticamente – Quer sair comigo? – como sempre, exibia minha autêntica expressão marota.

Ela aos poucos assumiu uma coloração que foi do vermelho ao púrpura em segundos, o que indicava explosão.

- BOA NOITE, POTTER!! E faça isso direito! – foi esse o fim do nosso interessantíssimo diálogo. Nem que eu quisesse não daria para responder, ela saiu logo fechando, ou melhor batendo, a portar às suas costas.

Tirei o espelho e recoloquei encostado à parede. Logo a imagem do rosto do Sirius tornou a aparecer.

- Quem era?

- A fadinha...

- Que ela queria?

- Me encher... Ela veio ver se eu estava aqui.

- É, a Evans realmente deve ter bola de cristal. E aí, resolveu?

- Resolvi. Não vou terminar a tempo, já são cinco pras oito.

- Isso eu já sabia, meu camarada. Olha, eu acabei aqui, se quiser eu passo lá...

- Não, Sirius! Eu demorei muito pra conseguir a Lorainne pra entregar ela de bandeja pra você!

- Bom, então boa sorte! Eu tô indo.

- Já acabou mesmo?

- Aham!

- Eu também vou! – ele arqueou uma sobrancelha em sinal de confusão - A Evans provavelmente já foi dormir. Se eu colocar todos os ingredientes e deixar a poção fervendo ninguém vai notar minha falta. Volto antes dela ficar pronta. A Evans nem vai notar.

Ele sorriu em compreensão.

- É uma boa idéia. Só espero que você consiga voltar a tempo, e que não seja noite da Evans fazer a ronda...

- Não, não é! O Aluado disse que ela faz a ronda de quinta e hoje é terça.

- Então vai fundo!

- É o que eu vou fazer! – atirei todos os ingredientes já prontos dentro do caldeirão, passei a mão pelo cabelo para bagunçá-lo um pouco afinal, teria que estar apresentável.

- Te conto tudo quando voltar ou à noite.

- Ok, até mais! – com uma piscadela o rosto de Sirius sumiu. Eu encolhi novamente o espelho e guardei de volta no meu bolso.

Abri uma fresta da porta e vi que o corredor estava vazio. Seria muito mais fácil se eu tivesse o mapa comigo, mas tínhamos deixado com Aluado no dormitório.

"Quem sabe da próxima vez você pensa e traz Tiago!"

Bom agora eu só tinha dois minutos para chegar à sala do segundo andar. Mulheres detestam ter que esperar por homens, o que é muito engraçado, já que nós somos obrigados a ficar horas esperando-as.

Segui o mais rápido que podia, mas mantendo a cautela. Sete anos tinham me dado bastante experiência sobre escapadas noturnas, mas ter o mapa do maroto a mão sempre era mais seguro.

Faltava apenas mais uma escadaria e eu estaria no corredor da sala. Foi quando ouvi miados.

- Argh! Maldita gata! Cala a boca!! – se eu não me mandar ou fechar a boca desse bichano o Filch me pega!

"Grande Potter! E agora? Vai ficar aí parado? Daqui a pouco o Filch tá aqui!!"

- Cala boca sua gata estúpida! Será que uma vez na vida você não pode colaborar?! – sussurrei, mas óbvio que ela não me deu atenção - o que eu queria, eu estava falando com um gato!

"Pensa, pensa!"

Se eu subisse pela escada ela iria me seguir e eu entregaria Lorainne, que, pela hora, já devia estar lá.

- Sinto muito, gatinha! Petrificus totalus!

A gata arregalou os olhos, mas no mesmo instante se tornou um bloco de pedra, como se não passasse de uma estátua.

- Quando eu estiver voltando lhe trago de volta ao normal! – escondi a gata petrificada atrás de uma grande armadura. Se eu desse sorte ninguém iria encontrá-la antes de eu voltar.

Consultei o relógio. "timo – pensei - agora estou 5 minutos atrasado!

Subi correndo a escadaria que faltava e rumei pra sala vazia no fim do corredor. Assim que coloquei o primeiro pé dentro da sala vi a silhueta de alguém sentado em uma das cadeiras que havia ali.

- Tiago Potter!! Você me fez ficar esperando cinco minutos!!!

- Me desculpa, Lorainne! É que eu peguei detenção e aquela chata da Evans não queria me liberar!

- Mas não poderia me mandar nem uma coruja? – ela se fazia de ofendida. Típico.

- Mil perdões, amor – eu me aproximei e a enlacei pela cintura – Mas eu não queria desmarcar... Queria muito me encontrar com você, estava esperando tanto... Aí eu dei um jeito de fugir – é parecia bem convincente! Esse negócio de "ansioso pra lhe ver" sempre colava e, afinal, não era de todo mentira, eu realmente tinha fugido da detenção.

Um sorriso se abriu e vi o rosto dela se iluminar.

- Você queria me ver tanto assim, Ti?

- Uhum – concordei enquanto beijava seu rosto.

- Oh, então eu perdôo! – ela abriu um sorriso muito lindo. Seus cachos negros eram iluminados pelo luar e seus olhos azuis cintilavam na escuridão.

"Se deu bem dessa vez, Pontas" – imaginei a voz de Sirius na minha cabeça e não pude conter o riso.

- Que foi?

- Nada... Só acho que tenho sorte e que você é a menina mais linda do mundo!

- Ah, Tiago, você é tão fofo! – essa foi minha deixa! Me aproximei e logo estava beijando-a. Ela abraçou minha nuca e eu a apertei contra meu próprio corpo.

Fomos caminhando ainda agarrados em direção de uma das mesas onde ela se sentou. Estava começando a ficar interessante quando...

- POTTER! – alguém escancarou a porta e iluminou toda a sala.

Respirei fundo. Não, não podia ter ouvido a voz que eu pensei. Era azar demais! Virei me soltando de Lorainne e esta ficou de pé, tentando se recompor.

- RANHOSO?! O que você está fazendo aqui?! – estava furioso. Era só que me faltava! Não era dia da ronda da ruiva, era ronda dele!! Seboso Snape pra arruinar ainda mais minha noite!

- A pergunta certa é o que VOCÊ está fazendo aqui, Potter! E com essa garota!

Vi que ela corou furiosamente e procurou esconder o rosto. Soltei um riso de deboche.

- Olha, Snape, se você não sabe o que eu poderia estar fazendo à noite em uma sala escura com uma garota linda, não sou eu que vou te ensinar não...

Ouvi Lorainne abafar um risinho. Acho que isso piorou as coisas.

- Pois, pelo que eu sei, a Evans tinha te dado detenção hoje!

- Eu já terminei – menti.

- Verdade?! - ele abriu um sorriso demoníaco – Pois adivinhe?

De novo o maldito "adivinha"! Estava começando a me irritar com essa palavra!

- Coincidentemente eu passei lá na sala perto da Enfermaria onde você deveria estar cumprindo detenção e encontrei um caldeirão borbulhando sozinho!!

Eu olhei pra ele desafiadoramente.

- E como você sabe que era eu que deveria estar lá?! – sabia que estava em um beco sem saída, mas não iria me entregar!

- Caso tenha se esquecido, eu sou monitor-chefe, Potter, assim como a Evans! Eu sei muito bem que era você quem deveria estar lá! No entanto, durante a minha ronda, olha onde eu o encontro!

- Ah, tá bom! Você deveria estar é me caçando!

- Estando ou não atrás de você eu te encontrei aqui e a caminho daqui encontrei também a gata do zelador petrificada atrás de uma armadura! Presumo que isso seja obra sua também!?

- Quanto a isso você não tem provas! – eu cruzei os braços e olhei ameaçadoramente pra ele.

- Não, mas tenho provas suficientes para lhe render mais uma semana de detenção! E menos cem pontos pra Grifinória!

Estava indignado, mas sabia que reagir era pior. Depois veria se Aluado dava um jeito nos pontos.

- É só isso?! Porque se for dá licença, você já vai aumentar minha detenção, me descontar pontos, vê se agora me deixa ter meu encontro em paz!

Incrivelmente a palidez de leite azedo do seboso passou para um tom muito rubro que eu nunca pensei que ele tivesse.

- VOCÊ E SUA AMIGUINHA VÃO VOLTAR PARA SUAS TORRES IMEDIATAMENTE! E AMANHÃ VOCÊ VAI SE ENTENDER COM A MCGONAGALL!!

Lorainne, incrivelmente, pareceu se assustar com os berros dele, porque apenas me sussurrou um "Nos falamos depois" e saiu rapidamente pela porta com a cabeça baixa.

Que droga! Lá se foi minha noite! Tudo por causa desse idiota!! Não, hoje não era meu dia!!

Fui em direção à porta e dei um forte encontrão no Seboso quando passei por ele, o que quase foi suficiente para levá-lo ao chão, devido à nossa diferença física. Andava com passos largos e rápidos, mas parei subitamente no meio do corredor.

- Hey, Seboso! – me virei e vi que ele olhava pra mim altivamente. – Adivinha? – dei o meu melhor sorriso maroto, que chegava a ser demente, pra ele e vi sua expressão confiante vacilar.

– Você me paga!!

Depois simplesmente dei as costas e fui embora.

N/A: Esse capítulo vai dedicado a Anne porque ela realmente colaborou muito com as opiniões sobre a fic!

Ah gente, nem demoramos tanto assim né?! Bom o cap.2 de VM está aqui e esperamos que vcs estejam gostando da fic!!

Agradecimentos à BabI BlacK, Pikena, Liz, Luna, Yey e Anne!

Muito obrigada pelas reviews! E continuem lendo e comentando para sabermos o que estão achando da fic, isso ajuda e MUITO pessoal!

Bjinhos

Dani e Isa