Capítulo 4 – De volta a rotina

O clima já tava começando a esfriar, afinal estávamos chegando perto de outubro. As folhas secas eram maioria nos gramados e este estava mais pra coloração amarelada do que verde em si.

E eu poderia estar aproveitando uma das ultimas aparições da luz do sol em Hogwarts por meses, mas ao invés disso o que estou fazendo? Sentado aqui, nessa carteira, morrendo de sono e ouvindo o morto do Binns falar da probabilidade de ocorrer uma guerra entre os gigantes! Ah, dai-me paciência! Será que nem morto esse cara dá uma folga?!

- Hey Pontas! – Sirius sussurrou do meu lado.

- Fala, Almofadinhas?

- Aula chata, né?

- Não vou nem responder! – dizendo isso afundei minha cabeça nos braços cruzados sob a mesa.

- Ah, vamos lá! Ânimo Pontas!!

- Animo pra que Sirius? Você sabe que eu não funciono antes do almoço! – minha voz estava rouca, o que significava uma coisa: sono!

- Ah, mas nós temos que dar o troco pro Seboso! Ou você vai cumprir um mês de detenção quietinho?

Ele tocou no ponto fraco. Virei o rosto de modo que pudesse olhar pra ele, mas o mantive apoiado na mesa.

- E o que você sugere? - sussurrei me afundando na cadeira para que Binns não nos visse conversando.

- Rabicho voltou com as informações sobre as cobrinhas.

- E...?

- Bom sabia que nosso amiguinho sai toda sexta à noite?

- Um encontro? Quem seria a louca de sair com o Seboso? – contorci meu rosto numa profunda expressão de nojo.

Sirius abriu seu sorriso demoníaco.

- Muito melhor que isso meu caro!

Ok, conseguiu me deixar confuso.

- Anda, desembucha!

- Não apenas o Snape, mas também minhas amadas priminhas, a "loira azeda" e seus guarda costas. Todos eles se encontram em uma reuniãozinha secreta na sexta à noite.

- Então, ao invés de uma, podemos pegar várias cobras!! – agora eu compartilhava da idéia. E não poderia negar que estava simplesmente adorando.

- Exato!

O sinal bateu anunciando o fim da minha tortura. Merlin existe!

- Pedro você precisa se concentrar!! – Aluado e Rabicho pareciam absorvidos em uma conversa enquanto todos saiam.

- Se concentrar em que?- Sirius interrompeu fazendo a pergunta que estava quase saindo pela minha boca.

- A menos que o Rabicho aprenda a fazer um feitiço convocatório decente ele vai repetir nos NIEM's!

- Rabicho, você ainda não aprendeu? É muito simples, matéria do quarto ano!!

- Eu sei Pontas, mas eu simplesmente não consigo... bloqueia...

Cocei a cabeça pensativo. É verdade que Rabicho não era mau aluno, pelo contrário, sempre foi muito aplicado. Sirius, Remo e eu tínhamos muita facilidade, mas ele não tinha a mesma sorte.

- Bom então vamos ajudar. Afinal, um maroto não pode repetir nos exames!

Remo gargalhou e ficou claro o ponto de interrogação estampado no meu rosto.

- Isso me admira em você Pontas, você é um maroto, mas um maroto dedicado!

- Ora, ora meu caro, Aluado. Temos que levar a sério nossas obrigações! – eu fingi minha melhor cara de sério.

- Pontas, para vai, daqui a pouco você substitui o Snape e vira monitor com a fadinha...

E como é falar do diabo que ele aparece, veio a fadinha de encontro a nós. Literalmente já que eu não a vi e acabei trombando com ela.

- Potter! Olhe por onde anda!

Incrivelmente foi só isso. Eu ajudei ela a pegar os livros, ela simplesmente os pegou e virou no próximo corredor, sem berrar, sem gritar "dispenso sua ajuda!". Será que ela tinha tomado a poção calmante? Só faltou ela dizer obrigado. Aí eu teria que me beliscar porque com certeza era sonho.

- Garota maluca – murmurei alto sem pensar.

- Ahn?!

- Ah, esquece, Aluado!

E dobramos o corredor para entrar em seguida na aula de Feitiços.

Sabe uma vantagem das aulas do velho Flitwick é que eram tão barulhentas que se podia conversar a vontade sem o risco de ser ouvido. E naquele dia a salas estavam cheias de corvos e outras aves barulhentas em que deveria praticar o feitiço de distorção de sons.

- Então, vai ser na sexta? – perguntou Sirius para mim, sem se preocupar com o tom de voz.

- O que vai acontecer na sexta? – Aluado estava com a sobrancelha ligeiramente arqueada em sinal de preocupação.

- Apenas uma... festinha particular – respondi matreiro.

- O que vocês dois estão tramando? – agora seu tom mandão e preocupado era óbvio, mas eu conhecia bem demais o Aluado e poderia apostar que ele estava se roendo de curiosidade.

- Ah Aluado, nada demais. Só uma surpresa pra umas cobrinhas.

- Almofadinhas, meu caro, eu conheço vocês. Snape de novo?

Eu soltei um riso escarninho.

- Você realmente não achou que ele sairia livre depois de me dar um mês de detenção, achou?

- Definitivamente não! – e riu.

- Teremos cobertura? – arriscou Sirius. Ele estava de bom humor, quem sabe...

- Ok, eu cuido do Filch. Mas tudo tem que estar terminado até de madrugada. É dia da Ronda do Davis...

- Esse é o nosso Aluado!! – e dei tapinhas amistosos em Remo encenando orgulho enquanto este ria.

- Hey, juramos lembra? Uma vez maroto...

- Sempre Maroto! - Completamos em coro.

- Distorcium – uma maravilhosa melodia encheu os ares da sala. Todos viraram na direção de onde a musica provinha.

O grasnado arranhado de um corvo havia sido transformado em uma linda melodia de harpa.

O minúsculo Flitwick parecia prestes a pular de animação. Batia palmas, contentíssimo.

- Oh meus parabéns Srta. Evans! Uma esplendida execução do feitiço de distorção de sons! Dez pontos para a Grifinória!

A sineta soou e o barulho de cadeiras arrastadas se sobrepôs à música e logo ela também emudeceu. Joguei a mochila nas costas e sai acompanhado dos outros para o almoço.

Seguíamos pelo corredor, conversando, rindo e falando as mesmas besteiras de sempre.

- Ahn, Tiago? – ouvi uma voz doce me chamar. Virei-me instintivamente com um sorriso.

- Ah, Olá, Jenni!

- Eu queria conversar, você tem um minuto?

- Claro minha linda! Me esperem no final do corredor – mas eu não precisava nem ter falado, Sirius, Remo e Pedro já estavam acostumados demais com meu jeito. Agora o próximo passo era dar um fora nessa garota. Porque, sinceramente, ela era muito bonitinha, muito meiguinha, mas eu não podia ter ela na minha cola me empatando. Meninas do quinto ano são ótimas, mas para pouco tempo, pouquíssimo tempo. Um 'pit stop' para ser mais exato. Passou, arrumou, lubrificou e até nunca mais.

- Ahn... Tiago eu queria saber se...

- Olha Jennifer – era melhor cortar desde o começo, porque sabe, se deixar piora. Tentei usar a voz mais macia e compreensível que tinha – Eu quero que você saiba que você é uma garota maravilhosa, mas... Entre a gente nunca vai poder ter nada além do que houve aquele dia. Você é uma menina linda, mas é do quinto ano. Acho que você conhece muito bem o meu jeito, eu não quero te magoar, sou um cafajeste eu sei, mas não tenho jeito...

Ela abaixou o rosto. Caramba, porque era tão difícil dar um fora nessas garotinhas? Elas pareciam tão frágeis. Mas no segundo seguinte me surpreendi quando ela olhou para mim sorrindo alegremente.

- Olha Jenni... Não fica assim, por favor – droga Potter, você conseguiu se ferrar desta vez! Mas que coisa, foi só um beijo e ela facilitou tanto, como eu ia saber...

- Está tudo bem Tiago. Na verdade eu queria te dizer que to caindo fora, sabe voltei com meu namorado e não é bom que ele me veja com você. É só, a gente se vê. – me dando um beijo no rosto ela desapareceu pelo outro lado do corredor.

Respirei fundo. Essas garotas - sorri maneando a cabeça – bem que ela tava fácil demais... Coitado do namorado! Bom, é a vida!

Encontrei os garotos e fomos para a mesa da Grifinória almoçar.

Como sempre o meu almoço foi um tanto quanto agitado. Sentamos eu e Sirius de fronte a mesa da sonserina com Remo e Pedrinho do outro lado e o mais afastado possíveis dos outros alunos, já que estávamos planejando o que fazer contra as cobrinhas, que eu diria, estavam inquietas demais naquele dia.

- Pessoal – sussurrei, atraindo a atenção dos três para mim – Está combinado, então? – todos olhamos para a mesa da sonserina com sorrisos marotos. – Sexta-feira é a hora da revanche. Belezinhas, aguardem os marotos!

- HEY! – berramos e gargalhamos atraindo a atenção de todos enquanto nos levantávamos e saímos do salão. Um olhar nos fuzilando mais que os outros, eu podia sentir e me virei. Lá estava ela, Lílian Evans.

Sem que eu pudesse decidir meu corpo me guiava de volta à mesa da Grifinória onde ela estava sentada e minha mão ia ao cabelo, o desarrumando incessantemente.

- Bom Dia, Fadinha! – sussurrei em seu ouvido e ela ficou tensa. – Estava me admirando? Não, não, não precisa admitir. Eu sei que você é tímida, eu entendo e deixo, viu? – dei uma piscadela. – Até as aulas, Lily!

Dei um beijo em sua bochecha e fui em direção aos garotos parados na saída e não notei uma Lily Evans que praticamente corria para alcançar meus passos largos e rápidos pelo salão. Logo na saída do salão senti uma mão segurar meu braço e me virei. Quem? A própria ruivinha de olhos verdes que eu estava cantando, em minha frente. Será que ela finalmente tinha admitido que eu era o homem de seus sonhos? Sorri e balancei o cabelo.

- Você! – Ela apontou um dedo em riste para o meu rosto e eu recuei, estranhando. – Não faça isso! Está entendido ou você precisa de cotonetes para escutar melhor? – abri a boca para falar, mas ela me cortou – NÃO! Porque talvez, só por curiosidade sabe Potter, você devesse perceber que é melhor ficar na sua. Não é legal ter um bando de maníacos arruaceiros arruinando o seu almoço com gargalhas ridículas e exibições de graça. – abri a boca novamente, mas fui cortado outra vez – AH, e sim, eu olho para você, mas o meu olhar não é como o de qualquer garotinha fútil de quinto ou sexto ano. Caso você não tenha notado, eu tenho cérebro e penso. Isso é claro, se você souber o que isso significa já que sua cabeça esta aí como enfeite para seus cabelos despenteados e como suportes para óculos! Passar bem, Mon Peutit!

E foi simplesmente assim. Ela jogou na minha cara um bando de coisas, não deixou eu falar nada e me fez ter vontade de me enforcar num pé de abóbora. Eu juro, juro que tento entender, mas ela é maluca! Doida de pedra! Não dá! Simples, básico, concreto! Argh!

Saí irritado e batendo os pés em direção a aula da Mcgonagall tentando me controlar para não matar Aluado, Almofadinhas e Rabicho que continham o riso vários metros atrás de mim após verem que eu havia saído em disparada depois de um longe período de 'choque'.

Para piorar o que já estava divinamente maravilhoso todos já estavam devidamente sentados e dispostos em suas classes na sala e não havia nenhum lugar para que eu pudesse sentar com alguns dos garotos. Vaguei meus olhos pelo aposento e notei com um ânimo divino que os meus três amigos já haviam se sentado rapidamente me deixando um único lugar para sentar: Ao lado da Fadinha. Merlin, Merlin, Merlin! Ele com certeza não me ama!

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Quando eu pensei que tudo pudesse ficar pior naquela semana ela voou em um piscar de olhos. Eu não estava mais reclamando por ter passado uma aula inteira com a Evans buzinando no meu ouvido, não tinha ouvido horas á fio Almofadinhas se gabar que tinha sentado ao lado de uma gata enquanto meus ouvidos serviam de pinico para uma monitora reclamona.

Tudo isso era passado, eu estava de volta na minha boa e velha forma. Alegre, matreiro, risonho, totalmente realizado naquela manhã. Sexta feira iluminada aquela. O dia começando sem Fadinha, o sol brilhando lá fora como um bom presságio que tudo daria certo naquele dia. Tudo perfeito! E para completar, amanhã era dia de jogo de quadribol! Perfeito! Perfeito!

Só tinha para estragar aquela aula de poções maldita, mas nada tiraria meu humor. Nem aquele velho feio, nem Fadinha, nem Mcgonagall, nem se Merlin estivesse contra mim alguém poderia me tirar do meu estado de euforia.

- Hey, Pontas

- O que foi Remo?

- Eu tenho que fazer uns esquemas com o David para hoje à noite... Ou melhor, descobrir o esquema dele. Que horas vocês pretendem executar o plano?

- O mais cedo possível...- sorrimos marotos e rimos.

Aquela noite seria espetacular.

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O badalar do relógio soou anunciando onze horas. O silêncio do castelo iludia de que estavam todos adormecidos em suas camas quentes e fofas, mas isso era a mais pura mentira. Nós, os quatro marotos, estávamos bem acordados. Os sonserinos estavam acordados. Filch estava acordado. David, monitor corvinal, estava acordado, além de mais todos os casais que estavam infurnados em algum canto se amassando.

Puxei um pequeno espelho de dentro do bolso das calças e fiz um feitiço para aumentá-lo e exclamei baixinho 'Sirius Black'. Logo em seguida a face de Sirius apareceu no espelho.

- Diga companheiro. – sussurrou.

- Não esqueça de nos avisar quando eles saírem daí para podermos fazer barulho para Filch pegá-los saindo para Hogsmeade.

- É claro né! – exclamou, a voz um pouco mais alterada.

- SIRIUS! – repreendi baixinho. – Por favor, não faça barulhos e nos avise. Tchau!

Parecíamos estar em um filme trouxa de espiões com walk-talkies planos esquematizados totalmente e comandantes repreendendo súditos, como o que havíamos visto no verão na casa de Remo. Obviamente eu era o comandante.

Uma meia hora depois eu recebi o aviso que era hora da baderna para chamar a atenção de Filch. O plano estava começando. Saí do meu esconderijo, a varinha em punho e um sorriso de satisfação no rosto.

Escondido eu desci nas sombras até o andar da sala do Filch para chamar a sua atenção. Bati na porta levemente e saí correndo, chamando bastante atenção e derrubando algumas coisas pelo caminho até o primeiro andar.

Ouvia a voz asmática do zelador reclamar e os miados daquela gata rabugenta. Estava dando certo. Quando alcancei o primeiro andar, assobiei e me escondi. Tudo estava nas mãos de Sirius.

E nada poderia ter se saído melhor. O silêncio sepulcral quebrado somente por uma ou mais arfadas do zelador enquanto descia as escadas. Os sonserinos estavam a postos, quase no portão do colégio e Filch no final da escadaria. Assobiei, era o sinal. Sirius atirou várias bombas de bosta enquanto Rabicho estourava fogos barulhentos. Filch correu para o local.

Pegos de surpresa os sonserinos não tiveram tempo de reação e fuga. Havíamos conseguido, estavam todos eles ferrados. Snape, Loira Azeada, Bellatrix, Narcisa, Crabble, Goyle e Avery, todos nas mãos do zelador. E ah, como era bom vê-los encrencados e prestes a irem para o diretor. Não seria fácil de explicar aquilo. Não, não.

Esfreguei as mãos e sorri como um maníaco. A vingança era saborosa. Ah, se era.

Meu sono não poderia ser melhor! Nada como encostar a cabeça no travesseiro com o sabor doce do dever cumprido! Uma noite tranqüila para anunciar uma bela manhã, tudo que eu precisava.

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Assim que os primeiros raios de sol invadiram o dormitório já estava de pé. Milagre? Não, apenas uma partida de quadribol.

Me levantei preguiçosamente e tomei uma ducha fria pra despertar. Quando sai com a toalha amarrada ao quadril Sirius já estava vestido e Remo tentava inutilmente acordar Rabicho.

- Ah deixa Aluado, depois ele desce pro campo junto com todo mundo!

Coloquei uma roupa qualquer, baguncei meus cabelos molhados, peguei minha vassoura e descemos para tomar o café da manhã.

Todo Salão Principal estava em uma enorme agitação, nas quatro mesas eram visíveis pessoas com bandeiras e cornetas da sua casa favorita. Claro que as cobrinha não aderiram a nenhum time. O lema deles era contra a Grifinória, mas nunca a favor de ninguém.

Sentei apoiando os cotovelos na mesa dos leões. Muitos passavam e me davam tapinhas nas costas para desejar bom jogo.

- Pontas, não vai comer? – todo jogo era mesma coisa. Eu me sentava e encarava o teto esperando os outros terminarem...

- Você já sabe que não Aluado...

Não sei por que, era como se houvesse uma barreira no meu estômago que impedisse qualquer coisa de entrar lá. Não tinha fome, melhor ficar sem comer do que passar mal em campo.

Cansado de ficar sentado na mesa sem fazer nada e vendo que Pedro devorava esganado seu último bolinho, me levantei seguido dos outros. Era dia de jogo e eu pretendia sair vitorioso!

Não existe melhor vista do que a que se tem quando você pisa no gramado do campo de quadribol e vê as quatro arquibancadas lotadas! Um quarto todo dourado e vermelho, um todo amarelo e preto. As outras duas casas se mantinham neutras na medida do possível, porque o dia em que um sonserino torcer pra um Grifinório Merlin vira artilheiro!

O tempo estava cinzento, talvez até chovesse, mas eu pretendia acabar o jogo bem rápido. O vento era o de menos, era até que um bom aliado às vezes.

- Bom, boa sorte pra vocês! – desejou Remo.

- É, boa sorte – repetiu Pedrinho.

- Não vamos precisar!

- Sirius, tente controlar seu ego durante o jogo está bem? Ou ele te impede de ver o gol e acertar a goles!

Sirius fez uma careta pro Remo que soltou uma gargalhada. Eu mal ouvi a conversa dos dois. Se tinha uma coisa na vida que eu realmente levava sério era quadribol. Sempre amei esse esporte. Era meu último ano, conseguir a taça era necessário!

- Time, vestiário!

Entramos todos em silêncio e nos trocamos rapidamente. Sirius conversava com Annie Bellstrode e Mike Collins, os outros dois artilheiros. Os batedores lustravam seus tacos e eu apenas encarava o chão. Preocupado? Não, não estava nem um pouco. Mas uma coisa me ocorreu. Uma coisa que me fez pensar. Eu olhei a arquibancada. Era meu último ano... Minha última chance... Uma das últimas vezes que eu pisaria, ou melhor, voaria, sobre aquele gramado.

- Tiago?

- Hum? – sai do meu devaneio. Ok, chega de Potter nostálgico, eu tinha um jogo pra ganhar! Botei meu melhor sorriso e me virei pra quem falava comigo – Que é Ann?

- Nenhuma instrução?

- A claro. Tenho uma! – encarei todos me olharem curiosos – Vençam o jogo galera!

Com idênticos sorrisos esperançosos e confiantes deixamos o vestiário rumo ao campo. Eu levava a caixa com as bolas debaixo do braço e minha vassoura apoiada no ombro.

- Sirius?

- Hum?

- Chances de perder?

- Zero meu amigo!

Eu e Almofadinhas trocamos um sorriso estilo marotos.

- É hora do show!

Com um aperto de mão cumprimentei Charle Abbot, capitão dos texugos.

Ouvir o som do soar do apito era como os sinos dos céus. O ano só começa realmente depois que as partidas se iniciam. É ai que começa a graça, mesmo porque, antes os motivos pra provocar os sonserinos são sempre os mesmos e ai cai na monotonia.

O vento bagunçava ainda mais meu cabelo. Eu, claro, tinha desistido de deixá-lo arrumado... Minha função no campo era simples. Só agarrar a bolinha dourada. Cada lance do jogo era narrado. Nós saímos na frente com um gol de Sirius. Ele iria garantir os gols, sabia disso. Mas era minha a função garantir acabar com o jogo o mais rápido possível.

Apertei os olhos rodando sobre o campo. O Copper me seguia a cada movimento. Típico. Mas pra pegar o pomo eu precisava me livrar dele. Agora a questão era... como...?

Dei uma guinada na vassoura e subi mais alguns metros pairando pouco acima das balizas, o tempo estava realmente fechando e o vento, cada vez mais forte, começava a atrapalhar.

Rodei o campo a procura do lampejo dourado. Nada, nem um mísero rastro. A única saída era esperar algum sinal. Tentei ouvir a narração pra ver como andava o jogo.

"E Grifinória está na frente por dois gols a zero. Isso porque a partida mal começou!"

Abri um sorriso. Ora o que eles esperavam? Nossos artilheiros eram bons, e eu contava com Almofadinhas.

Resolvi circular pelo campo para não ficar parado. O pomo não ia cair do céu. Virei para a esquerda e fui dar uma volta. Fautlen, batedor dos texugos, insistia em lançar balaços em mim, o que me fazia ficar zigue-zagueando enquanto caçava a bolinha. As nuvens agora se mostravam mais cinzentas e uma ameaça de chuva era garantida.

Pelo visto estava errado sobre o vento ser aliado... O maldito parecia estar disposto a atrapalhar e soprava forte na direção contrária. Era difícil direcionar as vassouras, e curvas e mergulhos se tornavam perigosos.

Os passes estavam sendo dificultado, o curso da Goles era mudado a cada nova rajada de ar. Resolvi ir para a outra extremidade sobrevoando a arquibancada reservada aos Corvinais. Era como se a noite estivesse chegado mais cedo, o céu estava completamente coberto pelo acinzentado e o dia pareceu converter-se em negro em poucos momentos.

Desci alguns metros ficando no nível dos aros dos gols. Sirius e Annie faziam uma jogada esplendida que foi seguida de um gol que não pude deixar de comemorar sem um looping.

Trina a zero, estávamos bem. Virei para minha esquerda e comecei a esquadrinhar o campo á procura de algum sinal do pomo.

Um clarão cortou o céu e grossos pingos de chuva começaram a cair. Em poucos minutos os uniformes de quadribol encontravam-se tão encharcados e cheios de lama que era praticamente impossível distinguir o amarelo do vermelho.

O vento cortante dificultava a locomoção e o Fautlen parecia realmente determinado a me atirar balaços.

Os minutos foram passando e logo se arrastaram para horas. O jogo parecia estar mais disputado do que no início, a Lufa-Lufa passou a jogar na retranca o que levou o jogo a uma pontuação de 210 à 180.

Ouvi o apito soar e Madame Hooch gesticular. Abbot havia pedido tempo. Desci aterrissando no chão lamacento.

Todos do time estavam encharcados e em estado deplorável.

- Tiago vamos acabar logo com isso – murmurou Almofadinhas – Já esta ficando chato.

Eu assenti com a cabeça. Depois de poucos minutos todos retornamos ao ar. Cooper ainda me seguia bem de perto.

"A partida está cada vez mais complicada devido às rajadas de vento e a forte chuva. O trio de artilharia dos texugos parece estar determinado a alcançar a desvantagem e voa em direção aos aros dos leões!! Telger faz um passe perfeito para Gerham e... PONTO PARA LUFA-LUFA! 210 à 190! Cuidado leões!"

Mantendo as mãos o mais firme possível guinei para cima. Tudo isso já estava me deixando impaciente. Estava encharcado com o uniforme sujo e molhado colado ao corpo. Rodei os olhos pelas arquibancadas, a torcida parecia apreensiva além de claro encharcada. Foi quando um brilho dourado atraiu instantaneamente minha atenção. Um brilho dourado ao lado de uma cabeleira ruiva.

"Ótimo ponto de referência" - pensei sorrindo para mim mesmo.

O pomo estava bem ali, ao lado da Evans. E ninguém parecia ter notado, nem mesmo Cooper que comemorava alegre o novo ponto da Lufa-lufa. Com toda a velocidade que minha vassoura agüentava e que o vento e a chuva permitiam fui em direção à arquibancada vermelha.

Um "ohh" foi ouvido e então percebi que ou eles tinham notado o pomo ou pensavam que eu ia me chocar com a Evans. Dei a volta em torno dela.

Estiquei o braço, podia sentir. Não importava que meus dedos estivessem incessíveis por causa da chuva, não importava que eu estivesse molhado até os ossos. Fechei a mão firmemente, sentindo o desespero da bolinha que se debatia entre meus dedos. Levantei o rosto e dei de cara com um reflexo avermelhado.

- Esse foi pra você fadinha!

Pude ouvir apenas duas coisas antes dos gritos ensurdecerem tudo e ser sufocado por seis borrões vermelhos. Uma delas foi a mais prazerosa: "Grifinória vence por 360 à 190!" Ah outra foi apenas "Não me chame de fada Potter!." Mas quem ligava!

N/A: Isa resurge das cinzas Olá pessoal! Demoramos, eu sei, desculpaaaa!! Dois meses, mas a culpa foi minha, eu que acabei enrolando demais com esse jogo de quadribol, além de ter viajado... Sei que o capítulo não tem nada de excepcional, mas logo vai melhorando!

Seguinte ele tb não ta betado, já que eu fui abandonada pela minha parceira (dani viajou e só volta depois do carnaval) e tb pela beta que viajou XD Portanto se tiver erros absurdos desculpem de novo.

Má notícia: antes de fevereiro é quase certeza que o capítulo 5 não sai, pq como eu falei a Dani foi viajar e eu não dou conta de escrever sem ela (já me bastou o fim desse capítulo). Ela me adiantou um pouco do 5, vou fazer minha parte pra depois juntas montarmos ele, peço mais um pouquinho de paciência de vcs...

Agradecimentos á:

BabI BlacK: Tiago, canalha?? Magiiiiiiiiinaaa XD! Bom cap. 4 demorou, mas cá está! Espero q goste

Nath Mansur: Aiii brigada por gostar da fic, nos dedicamos mto a ela, mas acho que ela ta longe de ser perfeita. Não estava podendo ler mtas fics, mas juro que vou ver se leio a sua assim q eu me desapertar pro aki!

TitinhaPotter bom eles aprontaram nesse capítulo de novo, mas nada mto detalhado. Calma vc ainda vai ter uma boa dose de PotterMarotos, eu prometo!

Pikena Gargalhadas? Nossa temos vocação humorística então! o/ É mas a verdadeira intenção é que VM seja uma fic exagerada mas ao mesmo tempo bem divertida, fico mtoo contente que vc gostou!

Liz: Lizz!! Quanto tempo!! Mtas saudades suas tb, brigada pelos elogios! A fic ta andando, só que o fim ainda pode demorar um pouquinho S

Bom obrigada a todos que mandaram review, espero que continuem mandando pq ver o numerozinho do lado da fic me deixa extremamente feliz e inspirada sabiam? XD Vou montar uma campanha reviews já!

Até a Próxima, bjinhos pra todos!

Purple Ladies