Incógnitos

N/A – Minhas desculpas pelos erros de digitação no capítulo passado. Aquilo vai me ensinar a escrever em dois computadores separados.

MetroDweller – Pensando em tudo que sabemos sobre os Weasley, eu só posso imaginar como seriam as provocações simpáticas de Gui. Heh Heh. E sobre o motivo pelo qual Draco precisa da poção... Bem, você não queria que eu já saísse entregando meus segredos, não é? (não responda)

Shahrezad1 - Você sabe, folhas de chá são realmente fáceis de se ler, se você os tirar dos saquinhos antes. É só uma sugestão. Lol. De qualquer forma, você não está completamente certa. E sobre a culpa, ela é a primeira rachadura na armadura do Draco. Hahahaha. Leia abaixo para ver outra...

A todos os outros: leiam! Comentem! Ou vou mandar Gina e seu Feitiço do Morcego Fantasma atrás de vocês!

N/T – Antes de mais nada, quero deixar bem claro aqui que estou sendo escravizada. Não pela autora, longe disso: uma certa leitora que sabe MUITO bem quem é anda querendo de dois a três capítulos por semana! '¬¬

Sheyla Snape – Saudades? Puxa! Eu estou atualizando toda a semana... Certo, a aula do Weasley pareceu mesmo boa; cá entre nós, eu fiquei o tempo todo me perguntando se ele era o Gui ou o Carlinhos, mas no último capítulo matamos a curiosidade... É, acho que a reação da Gina foi razoável... Não sei, sempre pensei que essas coisas de falar sozinho fossem de filho único D. Hum... Como diria o meu profe de Química, você é muito peçonhenta, sabia? Paciência... Você vai ver como já temos uma boa evolução neste capítulo... E sobre o Snape, eu digo SIM! Ele está aqui! Obrigada e continue comentando, hein?

Miri – Que bom que você está gostando da seqüência de fics. Sem querer parecer óbvia demais, mas eu só posso traduzir a próxima depois que terminar esta, não? Eu não sou HG, mas não vou conseguir deixar de traduzir uma história com a Sonora e a Cara... Já me afeiçoei demais a elas, afinal, eu sou mãe adotiva delas, não sou?

Capítulo Sete – Toda Armadura Tem Seu Ponto Fraco

Cara grunhiu enquanto se aproximava da sala de aula. "Desgraçado de sonserino idiota e maldito...", murmurava sob a respiração. Ela passara quase uma hora escrevendo sobre todos os seus erros da última noite. Ela terminara com quase um metro de pergaminho, e não era isso algo realmente depressivo?

Ela podia fazer qualquer coisa EXCETO Poções, pensou num suspiro. Feitiços? Ótimo. Defesa Contra as Artes das Trevas? Excepcional. Aritmancia? Excede Expectativas. Poções? Trasgo, ela pensou sombriamente, imaginando seus futuros resultados dos N.O.M.s.

Deu uma olhada em sua mão quando puxou a porta da sala de aula. Hah, ela pensou, lançando olhares pela sala vazia. Ela ainda esmagaria aquele Sr. Sou-Tão-Legal Malfoy. E que diabos ele estivera fazendo no dia anterior, pensou ela pela milésima vez no dia, tocando nela porque ela não sabia curar ferimentos? Então ela não conhecia feitiços de cura. Todos sabiam que só se aprendia aquilo no sétimo ano, e ainda se estivesse no curso de preparação para medi-bruxos dos N.I.E.M.s. Honestamente. O que ele esperava?

Ela fez uma careta e arremessou sua mochila em cima de uma mesa. E será que ele tinha mesmo que ser tão convencido? Sem mencionar cheio de si. E um idiota de atraente.

Atraente?

Cara engasgou. Ela simplesmente NÃO podia ter pensado aquilo. Não não não não não, ela pensou. Draco Malfoy não era mais que um Tapado, um Sabe-Tudo Ridículo e Sonserino. Em letras maiúsculas. Ele NÃO era atraente, de forma alguma.

A porta se abriu naquele momento, e o garoto em questão entrou. "Seu pergaminho, McDouglas?", ele disse numa voz gelada, não se incomodando em cumprimentá-la.

Viu, ela disse a si mesma. Nada atraente. Exceto pelo fato de que ele era realmente uma droga de um lindo. Argh!

"Aqui", ela murmurou, mostrando sua lista admitivelmente enorme para ele. Ela não tinha mesmo comigo chocolate suficiente durante o dia, decidiu. O próximo passo seria começar a pensar que Denis Creevey era sua alma gêmea, o pobre menino. Ele era quase um escravo em sua devoção a ela e a Gina. Aff.

Malfoy estava passando os olhos pela lista dela, com um sorriso desdenhoso. "Você esqueceu alguns, McDouglas.", ele disse naquela sua fala arrastada e fria. Empurrou o pergaminho de volta para ela. "Faça a poção de novo. Desta vez, sem todos aqueles erros."

Cara virou os olhos conforme se virava para arrumar seu caldeirão. "Certo, como se isso fosse acontecer", murmurou.

"Você vai fazer essa poção até acertar", veio aquela voz enlouquecedoramente fria por atrás dela. Ela trancou os dentes enquanto pegava os ingredientes. Atraente? Inferno sangrento, aquilo seria impossível. Era só falta de chocolate, ela pensou, acendendo o fogo. E só isso.

-

Draco encostou-se em sua cadeira e observou a pequena grifinória trabalhando. "Chama média, McDouglas", ele disse em tom entediado. Merlin, ela estava cometendo todos os mesmos erros de novo. Será que ela não tinha mesmo cérebro? A garota estudou o fogo.

"Droga de matéria estúpida", ela resmungou sob a respiração. "Única droga de coisa em toda essa droga de escola que eu não faço droga nenhuma..."

Uma das sobrancelhas de Draco se ergueu ligeiramente. "Linguagem, McDouglas", grunhiu. Hah. Ao menos aquela garota o divertia de vez em quando. Seus pequenos discursos, como o da noite passada, e o modo como conseguia xingar tudo numa só frase...

Exatamente como ele previra, ela lançou-lhe um olhar cortante. "Dane-se", ela disse a ele, antes de examinar o pergaminho. "Três colheres de chá de pedra-pomes", murmurou. "Colheres de chá. Não colheres de sopa." Ele assistiu enquanto ela estendia a mão para a colher de sopa. "Desgraça", ela murmurou pela milésima vez naquela noite. "Colheres de chá".

E foi assim que passou-se toda a noite. Ela cometera os mesmos erros outra vez, e a maior parte do tempo ele tivera que corrigi-la. De vez em quanto ela mesma se interrompia, mas era normalmente ele quem cortava as seqüências de reclamações de murmúrios com alguma correção áspera.

Finalmente, Draco não conseguia agüentar mais. "Como você consegue passar nas outras aulas, McDouglas?", ele demandou, se levantando e começando a arremessar os resquícios da bagunça que ela fizera no fogo. "Sua falta de atenção é absurda. Você fará a mesma poção amanhã, até que consiga prepará-la corretamente."

O rosto dela estava de um vermelho brilhante, pela raiva e pelo fogo, ele adivinhou, e então se perguntou por que diabos teria percebido aquilo. Desgraça, ele estava ficando sensível de novo. "Eu me dou muito bem nas outras aulas, Malfoy", ela sibilou. "Tenho notas máximas em Feitiços e Defesa Contra as Artes das Trevas."

"Então tente me explicar por que você é incapaz de completar a poção mais simples do primeiro ano corretamente", ele disse, com voz sedosa. Porque ele estava realmente curioso. Aquilo simplesmente não fazia sentido.

Ela olhou-o fixamente, o rosto muito ruborizado. "Eu não sei!", deixou escapar em algo parecido com um grito, depois rompendo em lágrimas.

Draco encarou-a. "Pare de chorar", ordenou. Não pareceu fazer nenhum efeito sobre a garota, exceto para fazê-la cobrir o rosto com as mãos e virar-se de costas. "Droga, garota, pare com isso!"

"D-Dane-se", o som emergiu dos soluços sob os quais McDouglas se debatia.

"Essa é sua resposta para tudo?", ele rosnou, extremamente desconfortável, e incerto sobre o que fazer a respeito. E se o Professor Snape ou a Professora Stone entrassem? Eles pensariam que era culpa dele por ela estar chorando. "Eu disse, pare de chorar!"

Ela apenas continuou choramingando, naqueles pequenos soluços que não eram exatamente um choro, mas suficiente para deixá-lo inquieto.

"Desgraça", ele xingou de novo. Não havia outra escolha. Se ele queria que os berros parassem, ele teria que fazer alguma coisa. Espremeu o seu cérebro procurando uma solução. Ele não tinha a menor idéia sobre o que fazer com uma mulher chorona.

Finalmente, recuperando a lembrança de uma conversa insana que entreouvira envolvendo Pansy e Milicent, apontou a varinha para o topo da mesa. "Choco bitterswestus", disse.

Uma barra de chocolate apareceu sobre a mesa, mas a garota que lamentava não pareceu perceber. Cuidadosamente, ficando fora de alcance, Draco usou sua varinha para empurrar o chocolate mais para perto dela. "McDouglas", ele tentou ordenar, "pare de chorar." Empurrou a barra de chocolate de novo.

"Isso... isso é pra mim?", ela perguntou, guinchando.

Draco franziu a testa. "Coma isso e tente se manter sob controle". Olhou-a enquanto ela o encarava chocada, ocasionalmente soluçando. Merlin, por que ele, lamentou-se em silêncio, não pela primeira vez. Ele apostaria que as garotas não se desmanchavam em choro em cima de Potter.

Os lábios dela começaram a tremer de novo, e Draco começou a entrar em pânico. "Comece a chorar de novo, e eu vou lhe mostrar como se faz um bom feitiço silencio!", ameaçou.

Ela fechou a boca com um ruído, e pareceu fixa nele de novo. "Você é desprezível", ela disse, suspirando de novo. Então estendeu o braço e pegou a barra de chocolate, arrancando o papel e dando uma grande mordida.

Draco olhou-a com desdém, sentindo-se infinitamente aliviado, agora que a queda d'água havia terminado. "Disso eu já soube, McDouglas", ele disse. "Escreva todos os seus erros mais uma vez, e esteja aqui na segunda-feira, para tentar de novo." Sorriu em escárnio enquanto se levantava e reunia suas coisas. "Talvez você consiga fazer direito até o fim do mês."

Ela mordeu outro pedaço do chocolate, até selvagemente, e fuzilou-o com os olhos ainda vermelhos. Ela resmungou algo por cima do chocolate, e por um ínfimo segundo ele temeu que ela começasse a chorar de novo. "Você já gastou muito do meu tempo essa semana", sibilou asperamente, antes de bater a porta.

Seguro no corredor, deixou escapar um suspiro de alívio. Ele preferia enfrentar Hagrid e aquele seu hipogrifo com problemas mentais de seu terceiro ano do que passar por aquilo de novo.

Ela nem chorava bonitinho, ele pensou. Pansy tentara chorar no ombro dele algumas vezes durante o ano passado, e rapidamente descobriu que ele não estava muito interessado nos seus lamentos. Draco mentalmente estremeceu. Mas Pansy era mestre na área de chorar sem se desmontar inteira. McDouglas, por outro lado, berrava e prontamente ficara coberta em lágrimas e outros fluídos desagradáveis. Aquilo fora tão... maluco. Tão genuíno.

Draco piscou. Genuíno? De onde diabos aquilo teria saído, ele se perguntou. Ela era outra criancinha irritante com quem ele era forçado a passar tempo demais. Fim da história.

Franzindo a testa para si mesmo, entrou na sala comunal da Sonserina e fez seu caminho até o dormitório. Ele precisava dormir um pouco, pensou. Sem dúvida.

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Cara soluçou uma última vez e terminou a barra de chocolate. Aquilo fora quase... legal da parte de Draco. Malfoy, ela corrigiu a si mesma. Ela começara a chorar, apenas por tudo aquilo ser tão depressivo, não entender por quê ela não conseguia lidar com aquela aula, e não conseguiu evitar de romper-se em lágrimas. Tudo que fora capaz de pensar era que iria falhar, e a Professora Stone ficaria tão desapontada com ela, e Malfoy riria dizendo que sabia que ela era um inútil o tempo todo, e então Gina nunca mais falaria com ela porque ela era uma perdedora, e seus pais escreveriam vários berradores furiosos, e ela seria humilhada diante de toda a escola quando tivesse que abri-lo...

Logo em seguida a porta da sala de aula irrompeu aberta e engoliu os soluços. Oh nossa, ela pensou, enquanto o Professor Snape entrava sem a menor cerimônia. Ele parou para olhar furiosamente para ela. "O que está fazendo aqui?", ele demandou.

"Eu... hum... estava trabalhando com o meu tutor", ela conseguiu gaguejar, tentada a esconder-se embaixo da carteira, ele parecia tão malvado! Talvez ele fosse mesmo um vampiro e estava secretamente rondando a escola, procurando vítimas desavisadas...

"Onde está Malfoy, então?", a voz fria de Snape a trouxe de volta à realidade.

"Nós, hum, terminamos por hoje", Cara disse, sua voz tremendo um pouco.

Snape ergueu uma sobrancelha enquanto baixavam-se sobre o caldeirão. "E isso é a sua poção?", ele perguntou, o desprezo praticamente pingando de sua língua.

Cara engoliu em seco e olhou a bagunça, mais uma vez envergonhada por ser tão sem-cérebro. E quando ele falou de novo, ela quase engoliu a própria língua, ela estava tão assustada...

"Poções leva paciência, persistência e uma cuidadosa atenção aos detalhes. Você tem as duas primeiras, já que está aqui", ele disse do alto de sua estatura. Ela estava praticamente congelada com o susto. "O Sr. Malfoy está se esforçando para ensinar-lhe a terceira. Siga as instruções dele, e você provavelmente conseguirá as notas que precisa." Ela ouviu o barulho dos passos dele se afastando, e ergueu os olhos para observar as costas dele, as vestes negras ondulando como se fosse um morcego. Ele parou e virou-se para examiná-la com olhos frios mais uma vez. "E acima de tudo, você é uma grifinória", ele disse. "Isto já te dá uma desvantagem preocupante."

E então ele já havia sumido em seu escritório, e Cara foi deixada gaguejando atrás dele. Será que ele... Snape... tinha sido... LEGAL?

"Feche a boca, Srta. McDouglas", a Professora Stone disse do portal de seu escritório. "Ele é um ser humano decente, você sabe."

"Eu... ah... senhora...", Cara balbuciou.

A Professora Stone sorriu para ela. "Limpe tudo e vá para a cama, Srta. McDouglas. Acho que já teve o bastante por uma noite", ela disse, em tom morno. Cara cegamente começou a fazer o que lhe fora mandado, antes que a voz da sua professora a interrompesse de novo. "Eles realmente são um pouco parecidos, não são?", disse.

"Uh... Quem, senhora?", Cara disse, olhando-a confusa, as mãos parando no meio da tarefa de fechar a mochila.

Teve sua resposta em um sorriso quase cegante, antes que sua professora voltasse ao seu escritório e fechasse a porta. Cara balançou a cabeça, perplexa, e terminou de pegar suas coisas. Nossa, ela precisava falar com Gina. E um pouco mais de chocolate não faria mal, ainda que aquele que Draco lhe dera estivesse muito bom, cremoso com um sabor meio amargo, assim como um ótimo Desdosdemel...

Malfoy, ela se corrigiu de novo. O nome dele é Malfoy. Mordendo o lábio, tomou o rumo da Torre da Grifinória. Definitivamente, mais chocolate.

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Draco entrou no banho e sentiu a água quente escorrendo por seu corpo, aliviando os músculos doloridos. Era como se um pouco da dor nunca o abandonasse. Havia sempre dores remanescentes nos lugares mais estranhos.

Igual como quando ele não fora convidado de volta para o time de quadribol, ele pensou, lentamente ensaboando o tórax. Seus dedos correram através dos finos traços das cicatrizes, continuando em direção ao seu umbigo. Não haveria modo de esconder aquilo de seus colegas de time, não do modo como ficavam os chuveiros nos vestiários.

Tocou uma cicatriz embaixo do braço esquerdo. Aquela era a que mais doera, ele pensou, a lembrança escura e desagradável. Aquilo o levou de volta ao verão passado, de volta a memórias de noites e dores e maldições e aquela droga daquela mulher louca rindo... Ele estremeceu e ergueu a mão. O motivo de sua pesquisa.

Bruscamente, tentando afastar os pensamentos, ele pegou o xampu. Ele poderia ajudar a Professora Stone no dia seguinte, e na próxima semana, ele já poderia começar seu próprio trabalho. Um pouco de pesquisa adicional seria necessária, para preparar a poção da maneira como ele queria, mas ele acreditava que encontraria uma solução. Afinal de contas, ele era um Malfoy, e sua família não era conhecida por sua estupidez, e muito menos por suas falhas.