Incógnitos
N/A – Aos meus leitores fiéis: aproveitem essa fofura!
E a todos os outros... Leiam! Comentem!
N/T – Mais uma semana de bondade pra vocês! Três capítulos de um só fôlego!
Carol: Não foi só vocês que eu fiz felizes traduzindo tanto. Eu também viciei nessa fic! Simplesmente! Quando estou longe do pc fico pensando no Draco e na Cara! Não, não ouvi aquela música. Ainda. Daqui a pouco vou procurar na Internet... Obrigada pela sugestão. Obrigada também por tudo mais, os elogios e os reviews, espero que continue lendo!
Miri: tudo de bom mesmo a dança da Cara, né? A coisa do elfo doméstico também foi ótima, mas aguardem, tem muito mais coisas boas nestes capítulos novos!
Aliás, eu devo dizer a todos que as coisas estão esquentando... Aguardem... :D
Capítulo Onze – Colha o que plantou
Cara acordou quando um som desagradável e alto ribombou em seus tímpanos.
"ONDE VOCÊ ESTAVA?", Gina guinchou enquanto se jogava com toda a força sobre a cama de Cara.
Cara grunhiu e apertou um travesseiro sobre o rosto. Dormir. Ela precisava dormir mais.
O objeto foi arrancado de suas mãos e um par furioso de olhos castanhos, seguidos de um ninho de rato de cabelos vermelhos brilhantes, apareceu em seu lugar. "Bem?", demandou Gina, a voz ainda aguda e que rangia, para alguém que dormira muito poucas horas. "Eu esperei na sala comunal até quase meia-noite. Harry teve que me acordar e me fazer ir para a cama. Eu dormi lá embaixo, droga!"
Cara resmungou. "Estou morrendo de pena", disse, ensonada, com o olhar no teto.
Gina apenas grunhiu. Cara suspirou. "Eu fui pega nas escadas", disse. "E não voltei até muito tarde." E então ela prontamente, estupidamente, revelantemente enrubesceu enquanto se lembrava bem do PORQUÊ ela ficara presa por tanto tempo antes de voltar para a Grifinória. Oh, puxa.
"Você está enrubescendo", Gina disse. Ela puxou a varinha, e encolheu-se. Oh, por favor, não me azare, não tão cedo, ela mentalmente implorou. Mas Gina apontou o assustador bastão mágico para as cortinas. "Aurus impervious", sibilou. E então olhou de volta para Cara. "Desembuche", disse.
"Hum", Cara começou, tentando pensar em algo bom. Uma boa mentirinha. Talvez ela fora presa no degrau falso do terceiro corredor à esquerda da Torre? Nah, todos sabiam que aquilo estava ali e só faltava colocar uma placa florescente de néon rosa piscando ali.
"Não venha com 'hum' pra cima de mim, moça", Gina disse. Desta vez Cara engoliu em seco vendo o assustador bastão mágico apontado para ela. "Você ficou vermelha. Você voltou para a Torre muito, muito tarde." Os olhos de Gina se alargaram, e seu queixo caiu. "Oh, meu Deus! Você estava com um GAROTO!"
"Não, eu não estava!", Cara protestou de imediato. Estava mais para um garoto realmente sexy, ela pensou, enrubescendo de novo. Merda, droga, droga duplo. Uma vez pelo pensamento, outra pelo rubor.
"Ohhh!", Gina gritou, de forma aguda. "Quem era ele? Aquele quintanista lindinho da Lufa-Lufa? Ele está de olho em você há semanas..."
"Euestavacomdracomalfoy", Cara murmurou sob a respiração. Esperançosa de que Gina não entendesse.
Infelizmente, o final abrupto do palavrório de sua melhor amiga veio lhe dizer que seu desejo não seria concretizado. "Você disse 'Draco Malfoy'?", Gina disse. Muito calmamente, e muito assustadoramente. Cara assentiu com humildade, arriscando um olhar para sua amiga. A resposta não era tranqüilizadora. Enquanto Gina não tivesse sua expressão "maluca" ligada, o que significava que todas as partes deviam recuar vários passos e deixasse pronto um bom feitiço de defesa, ela ESTAVA com sua expressão "vaga" ligada. O que significava que não era possível fazer a mínima idéia do que ela estaria pensando, e suas chances de perceber qualquer coisa antes que ela explodisse eram poucas, quase nulas.
E então aquela droga de varinha se ergueu de novo. "Explique."
Cara estava subitamente irritada, e aquela droga de vozinha louca em sua cabeça que a fazia fazer coisas malucas como bem, digamos, beijar Draco Malfoy quando ele menos esperava, a fez se erguer e arrancar a varinha da mão de Gina. "Que coisa, você poderia me dar um tempo?" ela pediu, não realmente se aborrecendo em esconder o tom irritado de sua voz. "Eu sou sua amiga. Pare de apontar essa coisa pra mim como se eu fosse alguma espécie de inimigo."
Gina se acomodou, recurando, sua expressão "vaga" agora distante. "Eu... Me desculpe", ela suspirou. "Eu fiquei simplesmente não doida, porque eu esperei e esperei, e fiquei preocupada quando você não veio. Então eu acordo e você está aqui segura!" Levantou as mãos e depois baixou-as de novo. "Você está certa. Sem varinhas em amigos."
"A não ser que você esteja segurando um suprimento emergência de chocolate", Cara corrigiu, um canto de sua boca se virando.
Gina sorriu de volta, e então suspirou. "Porcaria, é cedo demais", ela rosnou. "Por que você tinha me acordar, sua vaca...?"
"Por quê, sua...?", Cara começou, mas Gina já estava repuxando os cobertores e deitando-se ao lado dela.
"Cale a boca e me dê seu travesseiro extra", sua amiga ruiva ordenou. "E pare de monopolizar os cobertores. Algumas de nós precisam ter seu sono de beleza." Cara grunhiu enquanto elas silenciosamente lutaram contra os travesseiros e colchas e afinal ficando à vontade na cama que era razoavelmente grande para suas garotas pequenas como elas.
Finalmente, sentindo-se sonolenta de novo, ela ouviu Gina falar de novo. "Você o beijou?", sua amiga bocejou.
Cara suspirou, um pouco pensativa. "É", disse.
"Por quê?"
"Porque ele era lindo. E ele salvou minha vida de cair de cima das escadas quando dois estúpidos corvinais a tornaram invisível e ela se moveu."
Houve silêncio. "Hum", Gina resmungou. "Ok." Então, "Que corvinais?"
Cara aconchegou-se melhor. "Eles serão aqueles que vão ficar sem orelhas no almoço", disse, sonolentamente.
"Vou dizer a Colin pra deixar a câmera pronta", Gina bocejou de novo. "Ainda bem que não temos aula essa manhã." Houve mais silêncio antes que ela falasse de novo, com suavidade. "Você gosta dele, Cara?"
Cara levou um bom tempo para responder, deixando o sono aumentar mais e mais. "Eu não sei", ela disse finalmente.
Gina suspirou, cada vez mais ensonada. "Certo", ela disse. "Apenas... tome cuidado."
"Sim", Cara suspirou de volta.
"Vê se me acorda pro almoço."
"Você me acorda."
"Tanto faz."
"Vaca." E então Cara caiu no sono.
Draco estava na Sala Precisa. Era mesmo um lugar admirável. Ele entregara Potter e sua pequena gangue da "Armada de Dumbledore", como eles se intitulavam, no ano passado, e percebeu que aquela sala poderia ser muito útil. Particularmente com sua pequena situação naquele ano.
"Protego!", ele ofegou, precipitando-se para fora do caminho. Retraiu-se quando o raio de luz queimou seu braço direito. Maldição, aquilo doía. "Furniculous! Incisisious! Petrificus!", ele lançou jatos à figura sombria no lado oposto da sala tão rápido quanto podia, e murchou em alívio quando ela finalmente se dissolveu.
Ele sentou-se e apoiou a cabeça contra a parede, respirando pesadamente. Aquela era a terceira peleja da manhã, e ele estava começando a ficar cansado. E pior, ele ainda temia não conseguir ficar pronto, que poderia não ser veloz o bastante. Ela o pegaria em algum ponto, ele pensou com cansaço, e às vezes isso nem importava.
Mas ele acordara naquela manhã de um sonho com doces lábios de chocolate, para depois ir até ali e praticar. Ele não gostava do impulso, ou melhor, ele não gostava de seu motivo. Maldita garota, ele pensou. Por que ela fizera algo como aquilo noite passada, beijando-o? Ela deveria ficar assustada e bem longe, como todas as outras boas grifinórias. Mas não, a garota estivera cantando e dançando, e então chorando e então se atarracando nele, e então pegara no sono em cima dele. E ainda terminara a noite beijando-o!
Ele grunhiu em frustração, correndo uma mão sobre seu cabelo úmido. Deuses, ele era um atrapalhado. Duas semanas com a tutoria, e ele perdera toda a fachada de gelo que conseguira construir durante seus dezesseis anos. E, ele enrugou o nariz, desde que não houvesse ninguém para ver, ele precisava de um banho.
Impulsionando-se para cima, começou a ir em direção à porta. Ainda estava cedo demais para tomar aquele banho, ele pensou. E então, almoço.
Cara estava sentada observando o almoço, ainda não perfeitamente desperta. Seus olhos se estreitaram em fendas e ela cutucou Gina, a seu lado. "Ali estão eles", disse.
Gina imediatamente examinou a direção errada. "Onde?"
Cara sorriu afetada. "Observe", ela disse, levantando-se. Enquanto caminhava até a mesa da Corvinal, viu Gina gesticulando freneticamente para Colin. Sorriu maliciosa. Esteja pronto, fotógrafo, ela pensou.
Ela passeou por ali até estar logo atrás dos dois terceiranistas. Eles estavam com as cabeças juntas, sussurrando frenéticos, e não a perceberam até que ela estivesse quase em cima deles. Ela se abaixou e disse, tão suave como uma brisa. "Olá, garotos".
As duas cabeças se viraram e trombaram uma na outra. Ela sorriu em satisfação diante do golpe e seguidos lamentos. "Quem são você?", disse o da esquerda, esfregando o rosto e franzindo a testa.
Ela sorriu radiante para eles. "Sou a garota que vocês prenderam na escada noite passada.", disse. Os dois se entreolharam nervosamente.
"Ah, ceeeeerto...", o da direita disse. "Hum, você não está maluca, não é? Porque foi só uma brincadeira..."
"Uma piada. Hmmm...", pousou um dedo sob o lábio inferior. "Uma piada. Sim, eu entendo que poderia ter sido uma piada." Começou a rir, até com certa gentileza. "Sim, foi positivamente engraçada! Apenas me imaginem parada ali, vendo as escadas desaparecerem!"
Os dois se entreolharam de novo, confusão em seus rostos. "Uh, bom. Você não está maluca com a gente, então."
Cara agitou sua varinha casualmente. "Maluca? Eu? Céus, não. Tudo foi muito divertido. Mesmo, eu tenho que agradecer a vocês." De novo, apontou sua varinha muito ligeiramente para eles. "Bem, eu tenho que ir indo. Aproveitem seu almoço, garotos", ela disse, e virou-lhes as costas.
Conforme se afastava, começou a contar silenciosamente. Um... Dois... Três... Quatro... E cinco. Bem na hora, seu extra-especial-favorito-feitiço-conhecido-apenas-pelo-grande-Tio-Max teve efeito. Dois gritos irromperam atrás dela, seguidos de perto por uma onda de risos. Cara suspirou de prazer quando se sentou de volta na mesa da Grifinória.
"Oh. Meu. Deus.", Gina estava debruçada sobre a mesa, dobrando-se de tanto rir. "Você não estava brincando, não mesmo."
Cara poliu as unhas ao acaso. "Eu já mencionei o Grande-Tio-Max antes?", murmurou docemente. "Ele escreveu alguns livros sobre feitiços criativos..."
O irmão de Gina se esticou na direção dela, rindo imensamente. "Impressionante, Cara. Aquilo foi impressionante." Voltou-se para onde Harry continuava gargalhando. "O Malfoy não ficaria ótimo daquele jeito?"
À menção do nome, os olhos de Cara voltaram-se para a mesa da Sonserina. Examinou séries de cabeças até que encontrasse um par de olhos cinzentos surpreendentemente divertidos. Os seus próprios se arregalaram. Oh. Nossa. O rosto de Draco estava relaxado, aprovando a vingança dela de uma maneira gritante. E inacreditavelmente lindo, ela pensou, estupefata.
Uh-oh... Ela estava encrencada, pensou, observando-o desviar o olhar, um sorrisinho ainda no canto de sua boca. Muito encrencada.
"Srta. McDouglas!", Cara ficou rígida ao som da voz da Professora McGonagall. Tente muito e muito encrencada.
Draco caminhou em passos largos pelo corredor, os lábios ainda curvados. Então a pequena grifinória não estivera exagerando ao dizer que os dois traquinas perderiam as orelhas. Ele não tinha certeza se conhecia aquele feitiço em particular, e perguntou-se vagamente onde ela o teria aprendido.
Ela provavelmente levaria detenção por aquilo, entretanto, ele pensou, polindo o Salão Principal inteiro com todos os alunos de platéia. Um traço que definitivamente provava sua falta de espírito sonserino. Ele teria escolhido um canto secreto e conveniente e os acertaria quando estivessem de costas. Oh, e ele encontraria algum modo de garantir humilhação pública, Mas a esperteza o levaria além de um mero confronto.
Supôs que deveria deixar os dois em paz, agora que Cara já se divertira com eles. Draco subitamente interrompeu seus pensamentos. Desde quando ela se tornara "Cara" pra ele? Provavelmente desde que ela te beijou noite passada, uma pequena voz irritante disse em sua cabeça.
Draco resmungou e tentou empurrar aquela vozinha de volta para o fundo de sua mente, aonde ela pertencia. Por que que nos últimos três semestres ele tivera que desenvolver uma consciência? Era aborrecedor, ela se intrometia em todo tipo de coisas, e o presenteava com sentimentos desagradáveis, como culpa e dever. E droga, aquilo o fazia pensar coisas que soavam assustadoramente parecidas com algo que Potter ou seus fãs diriam.
Resmungou de novo e passou pela porta da sala de Poções, sentindo a frágil fragrância de ervas e fumaça que sempre emanava do lugar. Ahh. Ele estava adiantado para a aula, e se ajeitou em sua carteira, relaxando, já que não havia mais ninguém ali.
Ele tinha começado e arrumar seus apetrechos quando o Professor Snape passou com violência pela porta. "Sr. Malfoy", o mestre de Poções disse.
"Senhor", Draco respondeu, erguendo os olhos para ele.
Snape fez uma pausa diante da sala de aula e observou-o com olhos estreitos. "O corredor da Sonserina foi vítima de outra ridícula brincadeira noite passada", ele disse. Draco inclinou a cabeça. "Os culpados foram satisfatoriamente castigados?"
Um canto da boca de Draco recusou-se a continuar reta. Ah, sim. "Senhor, eu acredito que os alunos responsáveis foram, hum, castigados por uma outra parte."
Snape assentiu. "Muito bem." E desapareceu dentro de seu escritório sem mais palavra. Draco encostou-se na cadeira para esperar a aula e para se divertir com algumas lembranças dos corvinais desorelhados.
