Incógnitos
N/T - respostas!
Miri - Aqueles beijos foram simplesmente derretedores! Eu quase desmanchei quando li pela primeira vez! O "não somos mais amigos", sinceramente, foi uma das coisas mais sexys q já vi o Draco dizendo... Ui! Obrigada pelo comentário!
Ka - Verdade absoluta. Minha pior matéria é física, inclusive. Só falta encontrar um Malfoy pra me ensinar, oras! E eu também acho a Cara já uma espécie de amiga minha. Quase como se estivéssemos nós duas conversando e ela me contasse toda a história. Hum... sobre fics do gênero, eu sei muito pouco, só conheço as clássicas mesmo, comuns a todo mundo...Thanks!
Sheyla Snape - Acredite ou não, Sheyla querida, você esqueceu da alternativa G - erradas todas as anteriores... Veja você mesma! Sobre sua fic, eu caí da net antes que conseguisse terminar de ler. Me desculpe não ter comentado. Já volto lá. E Obrigada pelo comentário!
Capítulo Quinze – Depois do Beijo
Draco desceu os escuros corredores de pedra, um ardor e uma raiva e mais algo desconhecido pulsando em suas veias. A sorte estava lançada, e ele era obrigado a jogar aquele jogo agora. Trancou os dentes silenciosamente, num resmungo vicioso conforme fazia seu caminho até a sala comunal da Sonserina.
Chega de "amigos", ele pensou, aquela raiva esquisita ainda nele. Cara era sua, agora. E ele teria que achar um jeito de mantê-la fora dos jogos de Bellatrix. Baixou uma mão até o frasco em seu bolso. A sala comunal estaria cheia de gente; ele teria que trabalhar oculto pelas cortinas de sua cama.
Ele pensou de novo no sabor dos lábios dela se abrindo sob os dele, e ele quase podia sentir de novo aquele leve gosto de chocolate. Sua boca curvou-se de novo, um pouco menos cruelmente então. Ela não sabia beijar, e ele tinha tudo para ensiná-la.
Claro, tudo isso não teria acontecido se aquela pequena palerma tivesse mantido as mãos fora da boca e longe da pedra da lua, ele grunhiu sozinho, conforme sua raiva encolhia. Ela poderia ter morrido na frente dele, pensou, as pontas dos dedos ficando geladas. E maldição, ele teria se importado.
Bellatrix não. Draco trancou os dentes e recuperou o controle sobre seus pensamentos errantes. Ele tinha trabalho a fazer, trabalho por duas pessoas agora. Cara era um alvo, graças a sua maravilhosa tia.
Rapidamente, ele pensou em sua bela e fria mãe, ainda aconchegada na Mansão Malfoy. Ela não erguera um dedo para ajudá-lo naquele verão, e não ajudaria agora. Não depois da parcela dele na morte de seu pai. Ela estava contente em apenas se encostar e deixar alguém fazer o serviço sujo.
Ele passou pelo portal e silenciosamente atravessou a sala comunal quase cheia. Olhos se desviaram dele e seus donos viravam-lhe as costas, bem como ele queria. Estreitou os olhos ao surpreender Crabbe do outro lado da sala, parecendo enterrado em tarefas. Como Bellatrix conseguia fazer suas cartinhas chegarem? Será que alguns dos seus colegas de quarto estaria no plano dela?
Com um pouco de pressa, considerou e então descartou os garotos de seu quarto. Imbecis, todos eles. As defesas que ele arrumara em sua cama eram poderosas demais para que um mero aluno pudesse atravessá-las, ou eles já o teriam feito. Não, Bellatrix tinha que ter algo especial. Talvez aquele elfo doméstico que pertencia à família Black? Aquela coisa esquisita se agarrara à sua mãe; Draco era capaz de imaginá-la dando-o a Bellatrix.
Entrou em seu quarto e derrubou a mochila aos pés da cama. Abaixou-se e começou a revirar seu malão, finalmente encontrando o estoque se suas poções ligeiramente estranhas. Ele devia ter uma infusão de dedaleira ali, pensou. Localizou o pequeno frasco dourado, e rearrumou as outras coisas em seu malão. Assegurou-se de que todas as suas defesas e salvaguardas estavam em seus lugares, e então jogou-se na cama e fechou as cortinas.
"Lumus", ele disse, apontando a varinha acesa para as cortinas. "Aurus impervious". Ele incluíra Feitiços de Silêncio quando armara suas defesas, mas não doeria colocar outra camada.
Cuidadosamente, ele tirou o lacre do frasco de dedaleira. Com sua mão livre, pegou o vidro de Poção Mata-Nervos e tirou a rolha com o polegar. Observou o líquido prateado em silêncio. Aquela era sua esperança, pensou. Com isso, se desse certo, ele conseguiria mais tempo para si mesmo, surpresa o suficiente de uma só vez.
Cautelosamente, pingou três gotas de dedaleira no líquido prateado. A mistura ondulou-se e então retornou ao seu estado original. Com o máximo de cuidado, ele manuseou a tampa de volta ao lugar, voltando o olhar de novo para a dedaleira. Ele realmente não tinha idéia de como usá-la, já que seria sua poção nova, mas algo que ele aprendera com a Professora Stone era a começar com pouco. Muito pouco era geralmente mais seguro do que muito mais.
Levantando-se, guardou de volta ambos os frascos em seu malão, antes de voltar para a cama. Deixou um suspiro escapar, um que parecia ter acumulado tudo, quando seu olhar fixou-se no teto. Seu ombro estava doendo. Ele devia mesmo se levantar e tomar um banho quente.
Ao invés disso ele continuou imóvel e pensou nos beijos de Cara outra vez. Merlin, ele era um miolo mole, gastando tanto tempo com uma garota. Uma grifinória, ainda por cima. Esfregou o espaço entre os olhos, onde começava uma dor de cabeça. Por que seu interesse tinha que cair sobre uma deles? Por que ele tinha que ter qualquer interesse, afinal?
Não solicitadas, as palavras do Mestre de Poções voltaram à sua mente.
"Um amigo de verdade não tem preço, Sr. Malfoy", foi tudo que o outro disse enquanto começava a se virar. "Não o desperdice".
Ele sorriu um pouco inflexivelmente quando forçou seu corpo fora da cama e para o banheiro. Amigos? Ele não tinha certeza se era bem isso o que ele tinha em mente.
Cara entrou no meio do barulho, luzes e risadas da sala comunal alvoroçada e mal conseguiu piscar. Ela estava na verdade muito impressionada que estivesse conseguindo colocar um pé na frente do outro, dada a quantidade de esforço que sua mente tinha que fazer para se recuperar do último beijo, dominador e delicioso.
Ela localizou Gina sentada em um dos sofás, perto de Harry, que parecia jogar xadrez com o irmão dela. Se o olhar furioso do garoto de cabelos negros fosse alguma pista, não estava tendo mais sorte do que normalmente tinha. Seus pés a levaram até onde o jogo tomava lugar, circulando entre os grupos dos outros estudantes.
Gina ergueu os olhos enquanto ela se aproximava. "Oi, Cara, já de volta?", ela perguntou, os olhos logo voltando para o tabuleiro. "Você está em cima da hora. Isto aqui é hilário. As peças de Harry estão tão furiosas com ele, desde que você fez eles ganharem..."
Harry aprofundou a careta. "Você não está ajudando", ele disse à Gina, cutucando-a nas costelas. Gina apenas riu e empurrou a mão dele.
"Minha senhorita!", o pequeno rei gritou de dentro do tabuleiro, aparentemente encontrando Cara. "Eu vos imploro, salve-nos deste destino horrível, sob as mãos desse bufão fraco de espírito..."
"Ei!", Harry objetou com a testa franzida. "Se ela estivesse jogando com o Rony, também perderia!" Do outro lado do tabuleiro, a rainha negra mostrou a língua para a outra.
"Hum, Gina?", Cara disse, depois de notar a guerra prestes a explodir no jogo. "Você tem um minuto?"
"Sim, claro, o que foi?", Gina disse, finalmente olhando-a com alguma atenção. Então seus olhos se estreitaram. "Oh, puxa", ela deixou escapar antes de calar a boca. "Certo então, boa sorte, Harry, e se você precisar, esqueça, vou estar na cama."
"Espere, cadê o fogo?", Rony estava protestando conforme Gina tomava o rumo das escadas para o dormitório, Cara se arrastando atrás dela. Cara olhou de volta para ver que Rony estava murmurando alguma coisa para Hermione, que chegara um momento antes, e que os olhos de Harry estavam fixos curiosamente e até debilitadamente nela. Então ele piscou e deu-a um sorriso, fraco e de alguma forma simpático, voltando-se para seus amigos.
Cara virou-se e seguiu Gina até o quarto. Sua amiga já estava esperando em cima da cama. Cara cuidadosamente colocou sua mochila aos pés da cama, e então se ajeitou até sentar-se bem ao lado de Gina, se inclinando contra a cabeceira. Gina meneou com a varinha, cerrando as cortinas. "Aurus impervious", ela disse.
Cara estudou suas mãos com ansiedade, não sabendo como começar. A voz de Gina rompeu seus pensamentos. "Primeiro lugar", ela disse gentilmente. "Você está machucada?"
"Hã? Não", Cara falou rapidamente. "Digo, não. Bem, teve aquela coisa com a pedra da lua, mas ele me deu o antídoto e eu estou bem agora, a minha garganta só está um pouco seca, mas eu realmente estou bem e..."
"Cara", Gina interrompeu-a. "Malfoy te deu pedra da lua?"
Cara ergueu a cabeça, surpresa. "Não! Eu estava pulverizando o negócio, e eu quebrei o meu pilão, e eu cortei meu dedo, e tinha pedra da lua nele e eu não sabia e eu estava chupando o corte e por isso..."
Gina interrompeu-a pegando a mão dela. "Ok. Então Malfoy viu que você acidentalmente engoliu pedra da lua, e te deu água negra?" Cara assentiu, depois apertando os lábios. E então... ela pensou.
"Ok", disse Gina, estudando-a e claramente pensando alto. "Então Malfoy salvou sua vida de novo esta noite." Cara assentiu de novo. "E então... Oh, Merlin. Ele te beijou, não foi?" Os olhos dela estavam largos e bem abertos e Cara engoliu em seco com dificuldade.
"Sim", ela disse.
Gina apenas encarou-a por um momento, a boca aberta por um momento antes que a fechasse de repente. "Eu... Nossa. Mesmo?" Cara assentiu de novo. "De verdade? Ele, Draco Malfoy, beijou você?"
As sobrancelhas se Cara formaram uma única linha. "O quê, agora eu não sou beijável?", ela disse.
Gina virou os olhos. "Ora, vamos, você sabe que não é verdade", disse. "Mas estamos falando do Malfoy. Ele não tem amigos. Ele é malvado e não gosta das pessoas e odeia grifinórios. E... ele beijou você?"
"Três vezes", Cara resmungou.
"Puxa vida", Gina ficou ali, sentada. "Bem... Eu quero dizer... O que isso significa?", ela disse.
Cara suspirou. "Eu estava meio esperançosa, você sabe", murmurou.
"Bem", Gina pareceu pensar. "Ele disse alguma coisa?"
"Nós não somos mais amigos", Ela respirou bem fundo. "Sim", disse. "E então me beijou de novo."
Ela quase podia ver a fumaça saindo pelas orelhas de Gina conforme as engrenagens giravam. "Eu quase não acredito que estou dizendo isso", sua amiga finalmente disse. "Mas... Acho que ele deve gostar de você", Ela enrubesceu de novo. Certa parte sua chegara àquela mesma conclusão. "Acho que a questão é, como você se sente sobre ele? Porque se você não gosta dele, Malfoy vai dar um pouco de trabalho pra ser afastado".
Ela examinou uma daquelas lembranças entorpecedoras daqueles beijos, e engoliu em seco. "Eu realmente gostei de ser beijada", ela disse suavemente.
"Então acho que é isso", Gina disse. Estendeu um braço e pegou a mão de Cara. "Apenas me prometa que vai ser cuidadosa, ok? E me conte qualquer coisa, qualquer coisa mesmo, que acontecer."
Cara apertou a mão dela. "Eu prometo", disse.
Eu vou beijar Draco Malfoy, ela pensou, um pouco zonza. Porque eu... gosto dele. Merlin, sua vida estava prestes a ficar muito esquisita.
Na manhã seguinte Cara estava muito nervosa ao se vestir. Ela penteara seu cabelo de cinco jeitos diferentes, antes que Diana finalmente a empurrasse pra longe do espelho, acusando-a de monopolizá-lo. Ela arrumara e rearrumara sua bolsa para as aulas da manhã, cada vez esquecendo uma coisa que precisava, até que Gina finalmente a puxasse pelo braço e a empurrasse para o café da manhã.
"Um dia você vai ter que enfrentá-lo", sua amiga murmurara conforme ela era repuxada com tudo para o Salão Principal.
Mas ela não estava pronta, pensou freneticamente. Ela não sabia o que dizer ou o que fazer e ela acabaria fazendo tudo errado e ferrando com tudo e...
E então ela esbarrou em alguém quando Gina empurrou-a pelas portas do Salão Principal. Mãos fortes a capturaram e seguraram, e ela virou-se direto para frios olhos cinzentos. Droga.
"Esqueceu como andar, McDouglas?", ele falou conforme ajudava-a a ficar de pé. Seu rosto estava sombrio e sem emoção, uma máscara perfeita. Exceto... Ela olhou mais fundo para os olhos cinzentos. Exceto por um pequeno traço naqueles abismos de prata.
E aquele pequeno traço clareou toda a sua confusão, fazendo-a sorrir brilhantemente para ele. "Imagine, eu só estava completamente ofuscada pela sua mera presença", e sorriu. Endireitando-se, apertou uma bochecha dele. "Que adorável vê-lo esta manhã, Sr. Malfoy."
Uma pálida sobrancelha se ergueu, e ela foi subjulgada a um exame completo. Finalmente Cara tomou consciência de que um bom número de olhos estavam neles desde o começo, e um canto da boca dele estava curvado da forma mais mínima. "Igualmente", ele murmurou, tão baixinho que ninguém mais ouviu além dela. Cara enrubesceu quando ele passou uma mão pela sua nuca, um gesto de pura propriedade, ela pensou com uma sensação engraçada no peito, empurrando-a então para a mesa da Grifinória e tomando o caminho da mesa da Sonserina.
Gina estava sorrindo loucamente quando Cara se jogou sentada ao lado dela, completamente sem fôlego por algum motivo. Diana observava tudo, os olhos largos como pires. "Eu... Você... Ele...", sua colega de quarto gaguejou.
Gina riu e estendeu a Cara um rolinho de canela. "Você vai precisar do açúcar", ela sugeriu. Cara fez questão de um bem grande.
Harry inclinou-se sobre a mesa. "Tudo bem aí, Cara?", ele perguntou em voz baixa.
Cara ergueu os olhos e lançou-lhe um sorriso brilhante, antes de olhar para a mesa da Sonserina. Draco estava sentado, completamente relaxado, ignorando todos à sua volta, os olhos nela. Ela enrubesceu e sorriu para ele, antes de voltar-se para Harry. "Nunca estive melhor", ela disse. E deu uma grande mordida.
