Incógnitos

N/A: Leitores: ok, então o drama não durou tanto assim... Mas no capítulo seguinte ou no próximo vai começar a artilharia. É melhor Draco e Cara se prepararem...

N/T: Ka:Draco tá apaixonadooo! Sim, sim! E olha que você nem leu ainda esse capítulo... Imagina! Eu também acho a Sonora de uma perfeição absurda pro Sevie - fico que nem uma retardada lendo a IS de vez em quando e admirando toda aquela harmonia... E se você vai matar a Bella, querida, sugiro que comece a se preparar com o Draco e Cara, porque lá vem chumbo... E sobre os dois capítulos, essa semana me dei ao luxo de traduzir um só (luxo semana de provas)...

Miri: Que é palhaçada é, mas o Dumble só pode não saber de nada, né? Afinal, a Bella deve estar fazendo tudo impecavelmente, deve ter imaginado que seu plano não poderia despertar suspeitas. E sobre a Cara, posso dizer que ela sempre tem uma frase boa pra quebrar o gelo do nosso loiro lindo... Obrigada pelos comentários!

Capítulo Dezessete – Explicações e cuidados noturnos

Cara estava na aula de Herbologia, e estava um pouco entusiasmada demais com sua tarefa de reenvasar sua mandrágora, se o olhar sofrido da Professora Sprout servia como qualquer indicação.

"Estúpido, moleque idiota", ela murmurou; não que alguém ali pudesse ouvi-la, com todos aqueles tampões de ouvido imensos em todos. "Ridículo idiota arrogante, pensa que pode me dizer o que fazer..."

Ela puxou de volta o dedo um momento tarde demais quando a mandrágora, cansada de ser apertada com toda aquela força, fincou os dentes em sua mão. "Merda, merda, merda", ela murmurou. Maldição. Ela teria que ir para a enfermaria, agora que aquela coisa estúpida tinha resolvido sangrar absurdamente.

Abandonando sua planta egocêntrica, ela andou até onde a Professora Sprout estava supervisionando Colin e seu parceiro conforme eles cuidadosamente acomodavam a mandrágora em uma nova cama de terra. Conseguindo a atenção da professora, ela mostrou o ferimento e apontou para a porta. A Professora Sprout franziu a testa mas deu-lhe permissão, sendo que Cara tomou o rumo da porta, não sem antes pegar sua mochila.

Do lado de fora, ela respirou bem fundo o viçoso ar de outono e puxou as protetores de orelha. "Planta estúpida", ela disse, com um olhar irritado para sua mão que sangrava, enquanto andava até o castelo. "Garoto estúpido. Tudo estúpido."

Empurrou as portas pesadas e continuou batendo os pés em direção à Ala Hospitalar. Seus pés a carregaram pelo corredor de Transfiguração, e ela lançou um olhar de certa maneira distraído pela porta da Professora McGonagall. Seus passos ficaram mais lentos como se fossem independentes dela quando ela olhou direto para aquele rosto loiro que era naquele momento o maior dos seus problemas.

Draco estava mergulhado em sua cadeira, rabiscando anotações enquanto a Professora McGonagall discursava sobre algo relacionado com roupas e gatos. Cara observou-o por um momento, pegando-o quando estava absorto. Suas sobrancelhas se juntaram, em confusão. Ele parecia... cansado. Estressado, ela percebeu. Havia um toque aflito em seus olhos que ela não percebera antes.

O que estaria acontecendo com ele, ela pensou, esquecendo-se de sua mão. E então ele virou a cabeça e seu frio olhar cinzento colidiu com o dela, ainda com aquele traço peculiar em si. Era... desejo? Necessidade? Combinado com uma saudável dose de raiva e preocupação.

E então ele baixou os olhos, fechando o rosto, e Cara voltou a si, lembrando-se de sua mão. Droga, ela estava sangrando no chão de pedra. Mordendo o lábio, virou-se e se apressou no rumo da ala hospitalar, deixando os olhos cinzentos pousados no lugar que ela antes ocupara.

Draco não estava feliz. Não totalmente. Ele não só conseguira de alguma forma estragar sua explicação racional e razoável para Cara na noite passada, como sua primeira visão dela naquele dia fora do sangue pingando de sua mão para o chão.

Garota estúpida, ele grunhiu mentalmente conforme continuava anotando, automático, partes do discurso de McGonagall. Ela provavelmente fora descuidada e não prestara atenção ao que estava fazendo. Ela poderia ter cortado o dedo fora. Talvez ela tivesse, já que estava perdendo sangue numa quantidade alarmante e provavelmente estava indo para a Ala Hospitalar...

"Sr. Malfoy!", a voz áspera da professora cortou os devaneios de Draco, e ele ergueu depressa a cabeça, sendo pego sem prestar atenção. Para seu alívio, ele viu os outros alunos se apressando para sair, e que ele era o último ainda ali, sentado. A Professora McGonagall ergueu uma sobrancelha para ele. "Algo que necessite, Sr. Malfoy?", ela disse.

"Não, obrigado, professora", ele disse educadamente conforme se levantava e enfiava suas coisas na mochila. Ele tinha meia hora antes da aula dupla de Feitiços daquele dia. Ele poderia passar por todo o caminho até a Ala Hospitalar e ver se estava tudo bem com Cara. Ele ignorou o olhar razoavelmente curioso da professora e atravessou a porta a passos ligeiros.

Ele estava subindo às pressas o penúltimo lance de escadas antes da ala, quando virou a um canto e quase jogou ao chão o objeto de sua fixação.

"Eep!", Cara gritou esganiçada, recuando um pouco para recuperar o equilíbrio. Draco não conseguiu resistir à oportunidade de inclinar-se e segurá-la pela cintura, apertando-a próxima dele enquanto ele a firmava.

"Você se machucou", ele disse abruptamente, tudo o mais que ele poderia ter dito escapando de sua mente. Desviou o olhar e pegou a mão enfaixada em questão, ignorando o olhar furioso que ela lhe lançava, e examinou-a.

"Puts, o que você é, minha mãe?", Cara murmurou conforme sem sucesso tentava puxar de volta sua mão. Draco meramente reforçou o aperto, cuidando para não apertar a parte ferida. Ele queria mantê-la ali, não machucá-la.

"Como?", ele demandou, baixando o olhar até ela. Merlin, ela era realmente muito pequena, não...? Mal chegava à altura de seu queixo. Alguém tão pequeno precisaria de todas as suas partes trabalhando em ordem, se queriam ter alguma chance contra Bellatrix...

Cara enrugou o nariz enquanto continuava fuzilando-o, o que não era pouca proeza já que ela era menor. Parou de tentar de afastar apenas, e foi tudo. "Eu fui mordida por uma mandrágora", ela disse numa voz que indicava claramente o quanto ela não estava satisfeita com ele.

Draco apenas fuzilou-a de volta. "Você precisa ser mais cuidadosa", surpreendendo então a ela e a si mesmo ao erguer a mão ferida para seus lábios e gentilmente pressionar ali um beijo. Cara apenas encarou-o em seguida, o rosto suavizando, os lábios perdendo aquela curva de raiva. Draco estudou a mão dela. Pequena mas forte, ele pensou. Ele tinha que ser cuidadoso e não esquecer a parte forte, ou ele poderia acabar se descobrindo sem meias, ou pior, sem orelhas.

Olhou-a quando ela suspirou. "Draco", ela disse. "Nós precisamos conversar."

Uma sobrancelha fina se ergueu como se fosse independente. "Precisamos?", ele disse friamente. Não tinha qualquer intenção de falar a ela sobre Bellatrix. Ela era uma grifinória, não dava pra adivinhar o que ela faria.

Já as sobrancelhas dela se encavalaram e seus lábios reforçaram uma carranca. "Sim, precisamos", ela disse. "Você tem que me dizer o que fez você agir como um idiota arrogante noite passada".

"Mas eu sou um idiota arrogante", ele disse, esquivando-se como podia, mantendo a voz superior mesmo enquanto continuava abraçando-a.

Então assistiu num vago interesse conforme ela erguia sua própria sobrancelha. Era um belo de um olhar. "Sem brincadeiras, Einstein", ela disse. "Mas essa é uma das coisas que você precisa me explicar."

"Por quê?", ele perguntou. E sinceramente queria saber. Estava curioso de verdade. Ele nunca se incomodara em se explicar para ninguém antes, então por que ele deveria começar agora? Além do mais, quem era Einstein?

Cara suspirou de novo, e mais uma vez tentou se afastar. Draco não deu-lhe chances. Ela ergueu os olhos, com frustração latente em todo seu rosto. "Droga, Draco, este é o porquê!", ela exclamou, exasperada. "Você não pode simplesmente, bem, me abraçar desse jeito, e depois ficar mandando em mim por aí sem me dar uma porcaria de um razão!" Ela fuzilou-o. "Simplesmente não dá assim."

Draco estudou-a. Talvez ela estivesse certa, pensou. Afinal, se ele lhe cedesse uma pequena parte da verdade, já serviria para mantê-la mais atenta... sem mencionar que ele poderia ter sua ajuda em suas preparações... Bem, talvez não tanto assim, ele emendou, mas ao menos ela saberia que precisava ser cautelosa.

Consentindo mentalmente, ele mais uma vez ergueu a mão dela para seus lábios. "Torre de Astronomia, três horas depois do jantar", disse a ela.

Ela estava observando-o seriamente. "Ok", ela disse. E então ergueu sua mão boa e segurou-se nele para poder puxá-lo pra baixo, a fim de que ela o beijasse. Draco saboreou o gosto dela pelo momento que restou, deixando sua língua passar e provar mais daquele gosto de chocolate que sempre estava ali, que parecia ser parte dela. Ela se afastou e dessa vez ele deixou-a ir. Ele precisava ir para a aula de Feitiços. Ela olhou-o enquanto ajeitava melhor a mochila sobre os ombros e afastou-se. "Te vejo de noite', ela disse baixinho, e se apressou.

Draco virou-se e observou-a ir, uma pequena figura nas vestes da escola desaparecendo pelo corredor. Então ele olhou seu relógio e murmurou um xingamento; ele tinha apenas alguns minutos de sobra. Começou a correr. Não queria dar a Potter e Weasley a satisfação de rir se ele chegasse atrasado.

Aquela noite, Cara se aproximou da Torre de Astronomia com uma boa quantidade de incerteza. Logo quando ela estava no meio de um surto de loucura, Draco viera abraçando-a e beijara sua mão. Beijara a droga da sua mão! Como ela poderia manter-se normal depois de algo como aquilo?

Empurrou a porta, abrindo-a, e viu-se só ali no escuro, estremecendo um pouco diante do vento que serpenteava através das janelas abertas. Estava um tanto fria aquela noite, e ao menos ela se lembrara de trazer sua capa. Voltou a porta de empurrar a seu lugar costumeiro, e tentou ver através das sombras. "Draco?", ela chamou, com certa incerteza.

"Aqui", veio uma voz à sua direita, e ela se virou para ver Draco escorregando para fora da escuridão profunda, quase como se não estivesse ali um momento antes. A luz da lua refletiu sobre seus cabelos quando ela olhou-o, fazendo-o ficar mais pálido ainda, derrubando mais sombras ainda sobre seus olhos.

"Oi", ela disse de forma vazia, vendo-o parar a centímetros dela, seu corpo quase roçando o dela. Um formigamento correu por ela, uma onda quente de algo inexplicável enquanto o vento rodopiava entre os dois, e ela estremeceu.

"Você está fria", ele disse, e franziu a testa. Inclinou-se e puxou-a pra perto dele, virando-a e a guiando até um dos bancos de observação. Ele sentou-se no banco de pedra, puxando-a para que se sentasse entre suas pernas, então estendendo sua capa sobre ambos os dois.

Cara aconchegou-se com um suspiro. "Você pode ser tão insuportavelmente idiota, e então você faz algo como isso", ela disse, quase sem perceber que falava em voz alta. "Como uma garota pode ser capaz de te entender, Draco?"

Ele baixou a cabeça de modo que seus lábios roçassem a orelha dela. "Não tente", ele disse, com sussurro suave e respiração morna sobre sua pele.

Ela suspirou e estremeceu de novo, e desta vez não foi de frio, quando os braços dele a envolveram. "É coisa de garotas", ela replicou suavemente. "Não podemos evitar." E ela tremeu de novo quando os lábios de Draco chegaram perigosamente perto de sua nuca. "D-Draco", ela gaguejou um pouco, com aquela onda quente tempestuosa dentro dela. "Fale comigo, por favor!"

Já ele gastou mais um momento mordiscando sua nuca, deixando seus nervos malucos e quase dissolvendo-a em outro lance de tagarelice sem nexo. Então ele ergueu a cabeça e segurou-a mais apertado. "A única razão por que vou te contar alguma coisa", ele disse numa voz firme, sussurrada, "é para evitar que você acabe se metendo em mais perigos por desvios de ignorância e desatenção."

"Obrigada", ela murmurou, mas foi ignorada.

"Devo assumir que você sabe quem é Bellatrix Lestrange e qual é seu papel no fiasco do Departamento de Mistérios na última primavera?", ele perguntou.

Cara ficou desconfortável, e não foi nem pelo frio, nem pelo calor dele. Gina dera-lhe alguns detalhes, e ela já tinha o suficiente para fazer uma idéia. "Sim", ela disse sobriamente.

Ela ouviu a zombaria se misturar à voz dele. "Acontece que essa querida Bellatrix é minha tia", ele disse. "Ela foi gentil o suficiente neste verão para passá-lo com minha mãe e eu." Cara enrijeceu-se. Não gostava do rumo que aquilo estava tomando. "Melhor dizer, meu... meu passado diversificado a levou a fazer alguns joguinhos comigo, um jogo que termina com um de nós morto."

Cara apenas ficou sentada e silenciosamente contou até dez. Então respirou fundo. "Por quê?", perguntou.

"Por que, o quê?", ele repetiu, com frio desinteresse na voz. Ela tinha uma boa certeza de que era fingimento, entretanto. Ela estava começando a conhecê-lo um pouco melhor do que o normal.

"Por que ela te quer morto?", ela perguntou, encarando-o no escuro os gramados de Hogwarts mal iluminados.

Houve silêncio atrás dela, e num movimento inconsciente para confortá-lo, ela inclinou-se contra ele um pouco mais, tentando cedê-lo o calor de seu corpo. Ele finalmente falou. "Você se lembra do último ano e do meu... envolvimento com a Professora Stone?", ele disse. Cara assentiu, o rosto apertado contra um braço dele. Quem poderia ter esquecido? O incidente levara a todo o período de testes de Draco no ano passado.

"Durante os feriados, quando a maioria das pessoas do castelo não estava, houve outro... incidente", ele disse com cautela. "É suficiente dizer que no final os comparsas do meu pai e uma certa pessoa poderosa foram deixadas em dúvida sobre onde jaz a minha lealdade".

Cara esperou mais um momento, mas claramente ele já terminara. Era suficiente por enquanto, Draco decidiu. Draco não era uma pessoa acostumada a dividir sua vida com outra, afinal. Ela teria o resto da história em outra ocasião.

Falou de novo. "A carta que você recebeu era de Bellatrix", disse. "Ela te incluiu em suas ameaças." O sangue de Cara congelou com o pensamento. "Eu não vou deixar que ela te pegue", ele disse, a voz sem emoção. "Isto é entre ela e eu. Mas você não pode dar qualquer oportunidade a ela."

"Então sem passeio em Hogsmeade", Cara disse com suavidade, então compreendendo. Suspirou. "Ok", falou. Ela sentiu-o tenso atrás dela e inclinou sua cabeça contra o braço dele de novo. "Realmente", ela disse. "Eu sei que você não tem uma boa opinião de grifinórios como um conjunto, mas eu não sou estúpida. A maioria de nós não é. Apenas não me peça pra deixar você enfrentar isso sozinho."

"Cara...", ele começou, com um toque de irritação em sua voz.

"Não", ela interrompeu. "Eu entendo que você arrumou um belo problema, Draco, para manter isso na surdina e às escondidas das pessoas. Dos professores também, certo?" Sentiu-o assentindo gravemente. "Ok. Eu não vou dizer a ninguém. Mas EU VOU te ajudar. Porque é o que fazem as pessoas que se importam, elas se ajudam."

A voz dele estava lenta e suave e rica acima de sua cabeça. "E você se importa", ele disse, não numa pergunta.

Ela estava sentindo aquele calor retornar, e estremeceu outra vez com ele. "Sim", sussurrou. Sentiu o tato suave da respiração dele exalada contra seu rosto, e então o leve roçar dos lábios dele em sua orelha. Prendeu a respiração quando ele afagou-a antes de pegar sua orelha gentilmente entre os dentes. Agora aquela tepidão em seu corpo estava ficando mais quente, conforme a língua dele rodopiava pelo lóbulo de seu ouvido, ela se torceu num prazer incerto.

"Shh", ele sussurrou contra a pele dela. Ela congelou, sua respiração parando ao sentir as mãos dele se movendo e escorregando para baixo de seu suéter e blusa para tocar a pele sobre seu estômago. Deuses, como era possível que apenas o toque das mãos dele fosse tão bom, ela se perguntou freneticamente.

E então ele virou a cabeça e capturou os lábios dela num longo beijo estonteante, e ela se rendeu ao prazer hipnótico de seus lábios e mãos.