Patty - Minha fiel reviewer, logo aí estão as respostas a suas perguntas. Espero que goste.

Kirina - Ah, você é das minhas. Também gosto de um final meloso, mas isso não quer dizer que eu não faça as pessoas sofrerem... ihiihihihh

Deborah - Desculpe o cliffie, eu não costumo fazer, mas desta vez não pude resistir. Espero que a postagem rápida compense sua agonia.

Lilibeth - Oh, querida, que bom que você está acompanhando e vendo os resultados de seu trabalho! Afinal, você me ajudou muito nessa fic, sua participação é apreciada. Suas palavras me comovem, obrigada, grande beta!

Nossa, povo, já é o décimo capítulo e vocês ainda estão aí. Acho que gostaram mesmo. Espero que continuem gostando. E se não gostarem, podem dizer também. Bom, vamos ao capítulo!

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Capítulo 10

Remus perdeu a pouca cor que tinha e Harry começou a se agitar ainda mais:

– Ele está com outros Death Eaters! Estão lutando! Temos que ir para lá!

– Calma, Harry, calma!

O menino se sentou:

– Temos que ajudá-los! Eu vi alguém no chão! Alguém de cabelos vermelhos compridos – acho que é Ginny!

Remus o ajudou a se erguer, mas segurou-lhe os ombros:

– Harry, me escute um instante: não é hora de perder a cabeça. Há pelo menos cinco membros da Ordem naquela casa, sem mencionar dois Aurors treinados. Temos que avisar Dumbledore. – ele se aproximou da lareira – Preciso que se lembre do máximo de detalhes que puder.

Mas Remus nem tinha esticado a mão para pegar o pó de Floo quando a cabeça de Albus Dumbledore apareceu no meio das chamas.

– Ah, Remus! – ele parecia agitado, e Harry espantou-se – Que bom que eu o encontrei. Acabo de receber um aviso de Alastor, pelos métodos próprios da Ordem. Ele me falou do ataque ao Burrow.

Harry se espantou que tenha sido avisado tão rápido. Como era possível?

– Já está tudo sob controle, foi muito rápido. O Ministério mandou mais Aurors para o local. Felizmente eles tiveram um alerta antes do ataque.

– Um alerta?

– O jovem Ron Weasley localizou Peter Pettigrew em forma de rato correndo pelo quintal antes da invasão. Ele avisou Alastor, que logo acionou seus contatos no Ministério. Eram cerca de uma dezena de Death Eaters, e eles encontraram pelo menos oito Aurors e cinco membros da Ordem na casa dos Weasley. Sem mencionar os membros do DA, que também se engajaram na luta, apesar dos protestos de Molly.

Harry não pôde deixar de sentir um certo orgulho ao ouvir isso. Afinal, ele tinha começado a treinar seus colegas em combate, e eles encararam o desafio magnificamente – pela segunda vez, aliás.

– Alguma baixa?

– Ferimentos leves em sete pessoas, apenas o jovem Bill Weasley sofreu ferimentos mais sérios. Arthur o levou para St. Mungo's.

– Harry viu o ataque através de Voldemort. – avisou Remus – A cicatriz dele começou a doer...

– Ele está com você, não está?

– Sim – só então Dumbledore pareceu relaxar – Viemos a Grimmauld Place por acaso, para tratar dos assuntos da casa e então...

– Continuem aí – interrompeu Dumbledore – Vou avisar Severus para buscar Harry imediatamente.

– Mas e meus amigos? – Harry protestou, adiantando-se na lareira e dirigindo-se diretamente ao velho diretor de Hogwarts – Não me despedi deles.

– Espere um pouco – Dumbledore sumiu da lareira por cerca de quinze segundos, e Harry ficou na expectativa – Não consigo encontrar Severus. Aparentemente, está mantido o plano original: Harry, você vai para a cabana de Severus usando a chave de portal na hora marcada. Remus, poderia levar Harry para o Burrow? Ele pode ficar lá até que seja hora de Severus ir buscá-lo.

– Com certeza.

– Prof. Dumbledore, eu ainda vou poder passar uma semana com os Weasley?

– Harry, o trato está mantido. Você vai passar a última semana de férias com eles. Mas terá que ser em Grimmauld Place. Isso é para sua própria segurança.

– Sim, senhor.

– Qualquer coisa, não hesite em me contatar. Severus pode ajudá-lo nisso. Ah, e feliz aniversário, Harry.

A conexão se desfez e Harry encarou Lupin desesperadamente, urgindo-o a voltar ao Burrow. Os dois Aparataram e num piscar de olhos, Harry estava de volta à casa dos Weasley.

Só que tudo estava diferente do que ele tinha deixado.

Remus e ele apareceram no quintal, onde todas as pequenas mesas estavam viradas, muitas ostentando rastros de queimaduras mágicas, pequenos objetos espalhados, um aspecto geral de devastação e um cheiro de desastre no ar. Com uma dor no coração, Harry viu Tonks e Hermione arrumando o que podiam, alguns Aurors fazendo investigação no local. Foi Hermione quem viu os dois primeiro:

– Harry!

– Mione!

Ele a abraçou, genuinamente aliviado por vê-la. Havia um pequeno corte na bochecha direita da moça, e ela estava suja de terra nos braços e ventre. Provavelmente havia se jogado no chão.

– Oh, Harry, que bom vê-lo! Prof. Lupin, o senhor também.

– Hermione, como estão todos?

– Ainda estamos muito abalados, principalmente por causa de Bill. Ele foi atacado por três deles ao mesmo tempo, estava sangrando muito...

– Como foi que isso aconteceu?

A essa altura, ao verem Harry no quintal, todos os que estavam na casa correram para fora: Ron, Luna, Ginny, Neville, os gêmeos e Mad-Eye Moody. Com exceção de Luna, todos pareciam pálidos e nervosos, Mad-Eye ainda mais do que de costume. O olho mágico dele olhava furiosamente para Lupin e Harry, como que para se certificar de que eles não eram impostores.

– Parece que você perdeu toda a diversão, rapaz.

– É, cara – disse Ron –, foi uma sorte vocês terem saído naquela hora.

– Aconteceu logo depois que vocês saíram – completou Ginny.

– Ron deu o alarme – contou Hermione – Ele viu Pettigrew correndo para o bosque, provavelmente para dar o sinal para os outros que estavam esperando lá. Ron avisou Moody, que logo acionou o Ministério. Mrs. Weasley mandou-nos para dentro da casa, mas não deu tempo. Eles atacaram muito rapidamente.

– O primeiro que eles encontraram foi Bill – lembrou Ginny, com os olhos cheios d'água – Ele conseguiu segurá-los um pouco, mas logo eles o derrubaram. Papai, Hagrid, Tonks e Moody avançaram, mas eles tinham escolhido Neville... Ele revidou e acertou um deles, mas levou uma maldição. Fred e George derrubaram o miserável que fez isso.

Harry olhou Neville. A exemplo de Hermione, ele também trazia um corte sangrando no braço, mas que aparentemente tinha estancado.

– Foi quando os Aurors começaram a Aparatar – disse Fred, que trazia manchas de sangue na roupa – Aí a confusão foi grande. Mamãe empurrou os mais novos para dentro, mas eles lutaram com ela tanto quanto contra os invasores.

Harry riu um pouco. Ele estava tremendo, vendo os fatos que eles narravam criarem vida diante de seus olhos.

– Fred e eu arrastamos Bill para trás de uma das mesas – disse George – Ele já estava desacordado e sangrando muito. Perdemos uma parte da ação por causa disso. De repente, havia três Death Eaters desacordados e dois petrificados. Não sabemos ao certo quantos escaparam.

Moody rosnou entre os dentes:

– Escaparam muitos, mesmo que tenha sido só um.

– Pettigrew? – quis saber Harry.

– Escapou – disse Hermione miseravelmente – Não estava entre os capturados, mas eles estavam encapuzados.

– Provavelmente nem fez parte do ataque – sugeriu Ron, com desprezo.

Harry perguntou:

– Então vocês não sabem quem atacou? Digo, os nomes?

– Não – respondeu Neville – Por quê?

– Ele estava entre eles – disse Harry – Voldemort.

A revelação – tanto quanto o nome – causou choque entre todos, que por uma breve pausa ficaram mudos. O silêncio foi quebrado por Hermione:

– Harry... Eles estavam procurando por você.

Agora foi a vez de Harry sentir o choque:

– O quê? Como...?

Moody foi quem esclareceu:

– Não devia ser nenhuma surpresa. Ele sabe quando é seu aniversário por causa da profecia. Mandou Pettigrew para se certificar que você estaria aqui para comemorá-lo. Pettigrew confirmou, mas ninguém estava prevendo que você e Lupin sairiam no meio da festa. Também obviamente o plano deles não previa o fato do jovem Ronald ter reconhecido seu antigo ratinho de estimação e avisado o Ministério.

Houve um silêncio pesado, e Harry sentiu um frio percorrer a espinha. Ele tinha passado o dia todo despreocupado, contente e feliz por estar entre seus amigos, e durante todo aquele tempo, Voldemort tinha planejado um ataque, tinha planejado atacá-los quando eles menos esperassem...

– Alguma notícia de Bill? – ele perguntou, procurando manter a voz firme.

Um som de estalido alto apareceu dentro da casa e todos correram para ver. Mr. e Mrs. Weasley apareceram, trazendo um Bill muito pálido, que segurava seu abdômen para se sentar no sofá. Foram imediatamente cercados.

– Mãe – disse Ron – o que os i healers /i disseram?

– Ele perdeu sangue, mas vai ficar bom em alguns dias – respondeu Arthur – Não teve nenhum dano permanente.

– Harry – Mrs. Weasley sorriu – Que bom que você está bem.

– Mrs. Weasley, Bill – ele estava tremendo –, eu sinto muito.

– Bobagem, Harry. Não foi culpa sua. Só lamento que isso tudo tenha estragado sua festa. Graças a Merlin ninguém se machucou seriamente.

Remus Lupin lembrou:

– Harry, é melhor você juntar suas coisas. Sua chave de portal vai se acionar daqui a pouco.

– Mas já? – lamentou Hermione – Droga, o tempo passou muito rápido!

Ron quis saber:

– E está tudo confirmado para a última semana de férias?

Lupin foi quem respondeu:

– Sim, Ron. Vocês todos serão meus hóspedes em Grimmauld Place. Eu vou preparar tudo para recebê-los.

Despedir-se de Ron, Hermione e dos demais foi difícil, porque Harry queria ficar ali com eles. Não que ele fosse fazer alguma diferença, mas ele simplesmente queria mostrar que estava ali, ao lado de seus amigos naquela hora difícil. Que ele também estava sentindo o medo e a dor deles.

A cicatriz de Harry continuava a doer, e ele não mais se importava porque sabia do ódio de Voldemort naquele momento. Contudo, não era só ódio que ele sentia. De qualquer modo, Harry tentou fechar sua mente à invasão externa.

Ao entardecer, a chave de portal levou-o de volta à cabana e Harry olhou em volta, vendo o local vazio. Severus não estava em casa.

Angústia profunda se instalou no coração do rapaz. Sem surpresas, ele adivinhou que provavelmente seu professor tinha sido chamado por Voldemort. Não era de todo impossível presumir que o fracasso do ataque pudesse ser atribuído a Severus – de algum modo, Voldemort podia acreditar que tinha sido culpa de seu espião em Hogwarts. Ou que ele simplesmente não era seu espião.

Durante horas, Harry esperou a volta de Severus, sabendo que ele poderia demorar muito mais do que a noite toda. Ele se obrigou a fazer chá, a se acalmar e a tirar da cabeça as horríveis suposições e cenários grotescos. Afinal, sua cicatriz não estava tão dolorida, o que significava que Voldemort não estava com tanta raiva assim – ao menos não o tipo de raiva compatível com a descoberta de um traidor no seu meio.

Faltava pouco para amanhecer quando Severus retornou. O coração de Harry batia fora do compasso e ele olhou com cuidado para o homem, a fim de não perder nenhum detalhe. Severus andava reto, sem mancar, e suas roupas pareciam inteiras: se alguém tinha sido alvo da fúria de Voldemort, não tinha sido ele.

Uma onda de alívio se espalhou por seu corpo e ele deixou soltar a respiração que sequer percebera estar prendendo.

Os dois se olharam em silêncio. Finalmente, Severus deixou o canto da boca subir:

– Ouvi dizer que sua festa foi bem animada.

Harry finalmente desmontou:

– Oh, Severus... – e caiu de joelhos no chão, tremendo, o estresse do dia se revelando nele – Severus...

Severus o abraçou, e Harry agarrou-se a ele sem dizer uma palavra, o corpo inteiro estremecendo, não chorando, mas apenas agarrado junto a ele, inalando seus aromas, reconhecendo-os como cheiros de Snape. Eles ficaram assim juntos durante vários minutos, um sabendo o que o outro tinha passado. Estranhamente Harry lamentava o fato de não terem passado por isso juntos.

– Você está vivo – disse Harry, finalmente – Ele não o puniu?

– Ele não desconfia mais de mim.

Harry o encarou, os olhos verdes arregalados.

– Como?

Severus se separou dele – e Harry sentiu falta de seu toque.

– Aparentemente, o ataque aos Weasley foi sugerido como meio de provar que eu era um espião. Então, fui mantido propositadamente afastado desse plano para ver se ele daria certo. Com o desfecho dos eventos, o Lord das Trevas reafirmou sua confiança em mim e me promoveu. Ele sabe que eu não tive nenhuma participação naquele ataque estúpido e sem sentido.

– Eles estavam atrás de mim.

– Exato. E a oportunidade foi impensada e desastrosa, um desperdício de energia. O Lord das Trevas pode não me considerar um de seus colaboradores mais leais, mas ele sabe que não sou estúpido. Se eu soubesse do ataque, jamais teria concordado com ele.

– Então Voldemort foi estúpido?

– Ele simplesmente fez uma jogada – Severus deu de ombros – Uma que provavelmente não vai repetir tão cedo.

– Por causa desse ataque – disse Harry –, minha última semana de férias foi transferida para Grimmauld Place. Os Weasley vão para lá.

– Uma medida sensata. Lá todos estarão protegidos. – ele olhou para fora – O dia já está amanhecendo. Eu recomendo a você que descanse um pouco.

– Sim – confessou Harry –Agora estou mesmo cansado.

– i Accio /i ! – Um vidro de poção veio parar na mão de Severus – Eu sei que tecnicamente seu aniversário já passou, mas eu não consegui lhe entregar seu presente até agora.

Harry ficou intrigado.

– Uma poção?

– Uma poção muito rara e proibida. Tome-a antes de dormir. Ela vai lhe mostrar o que se passa em seu coração.

Harry olhou para o vidro, emocionado. Num impulso, abraçou-o:

– Obrigado, Severus.

Severus ficou tenso ao contato, mas disse suavemente:

– Vá descansar.

Harry foi para o seu quarto e tomou a poção conforme o indicado. Uma sensação agradável espalhou-se por seu corpo, e ele imediatamente escorregou para um sono profundo.