A Filha de Shaka
Capítulo IV
Mú e Avallon caminham juntos pelas belas vias do Santuário, enquanto ele vai explicando para ela algumas das mais fabulosas histórias gregas, os mitos, as razões que levaram os Deuses a cometer alguns castigos na humanidade durante a famosa Era Mitológica, sempre acompanhado pelo olhar curioso da moça, que prestava atenção em cada uma das histórias que Mú lhe contava.
– E então, Avallon, vejo que seu interesse pela história deste país. Mas você não falou muito... Estou sendo muito tagarela?... – Diz meio sem graça.
– Não, não está não, Mú. Eu gosto de ouvir você falar sobre a história Grega, me interessa muito, e além disso, eu nunca esperei que teria uma "aula" dessas bem no meio deste lugar tão bonito, que é o santuário... E logo com alguém que entende tão bem deste lugar... Mas, sem ser muito intrometida... Você não é nativo daqui não é mesmo?
– É, verdade... Não sou não... Sou tibetano... Vim do Tibete para a Grécia para ser treinado como Cavaleiro pelo meu mestre Shion...
– E em que lugar do Tibete você nasceu, Mú?...
– Em Jamiel... Já ouviu falar?...
– Claro que sim! É de onde vem a Água da Vida, não é?... Já ouvimos falar sobre isso la nas Florestas Altas...
– É sim! Bem, mas a história da minha etnia é bem longa, daqui pro final do dia eu te conto...Mas e você? Como é a vida lá nas florestas altas?
– Vivemos bem... É quase como uma sociedade perfeita... Temos tudo o que precisamos para ser felizes, nem riqueza de mais, nem de menos, apenas o necessário. Aprendemos a respeitar o próximo desde o dia do nascimento. E esta é uma das nossas maiores leis, aliás, é a nossa única lei : fazer ao seu semelhante somente aquilo que gostaria que fizessem com você mesmo!
– Que fantástico, Avallon... É realmente uma sociedade perfeita – Diz Mú, perdido entre as palavras e som da voz de Avallon, que desde o início lhe encantava – E o que vocês fazem na maior parte do tempo lá dentro?
– Nós trabalhamos, estudamos, aprendemos nossa cultura Druida, que está à beira do desaparecimento se as coisas continuarem assim... – Ela parece Ter um olhar perdido nas nuvens agora, como se sentisse um certo pesar pelas palavras que acabara de dizer.
– Mas o que é que está ameaçando sua cultura?
– As nossas próprias tradições...principalmente a tradição de castidade dos druidas...
– Mas isso é muito forte?
– Sim, principalmente por parte dos que estão no comando... Por exemplo, se minha mãe não tivesse se apaixonado por Shaka certamente seria a nova Shalafi, no entanto isso aconteceu, e ao invés de assumir o máximo posto de comando dos druidas ela foi totalmente colocada para escanteio e não participava nem mesmo do conselho de magia, mesmo com seu altíssimo conhecimento do assunto...
– Mas isso é aceito por todos?
– Não...muitos rebelam-se contra isso,e acabam sendo expulsos ou abandonando nosso povo voluntariamente.
– Mas Avallon se vocês tem essa tradição há milênios, porque agora é que estão ameaçados por ela?
– Antigamente as coisas eram muito mais fáceis, todos sabiam da existência do povo druida e muitos vinham até nós a fim de se tornarem feiticeiros...mas nos tempos modernos decidimos que seria melhor mantermos nossa identidade em segredo..afinal os homens já não são os mesmos, a descoberta de pessoas como nós e como vocês, poderia trazer problemas mútuos...por isso estamos diminuindo em número há séculos e progressivamente...
– E por que não recrutam jovens órfãos como nós?
– Nós fazemos isso às vezes, mas não dispomos dos mesmos recursos financeiros que vocês , além disso...dos órfãos que recrutamos nem todos se adaptam a nossa vida simples e às tradições... e muitos acabam nos abandonando...
– E você? O que pensa sobre isso?
Avallon abriu um sorriso que lhe iluminou o belo rosto de uma forma encantadora. Mu sentiu seu coração acelerar, parecia que ia saltar-lhe do peito naquele momento.
– Terei filhos sim! Pelo menos uma criança terei! Apesar de tudo minha mãe nunca se arrependeu em me ter...sei que lhe trouxe muito mais felicidades que tristezas. Também quero sentir essa alegria...a alegria que fez minha mãe sobreviver longe do meu...de Shaka por todos esses anos... – Depois de um breve silêncio voltou-se para o cavaleiro, que acompanhava todas as suas palavras encantado. - E você Mu?
O ariano ficou um pouco pensativo antes de responder a pergunta da menina.
– Não sei Avallon, para dizer a verdade nunca pensei nisso seriamente...
– Você já se apaixonou Mu?
– Não sei...talvez...
– Se tem dúvidas é porque nunca amou de verdade! - Disse a menina do auto de sua longa experiência de 18 anos de vida.
– Ora! – Mu lhe sorriu – Como pode saber tanto sobre isso? Você já se apaixonou?
– Não ainda, mas quando isso acontecer terei certeza...
Avallon não desvia o olhar, ao contrário, olha Mu fixamente, o cavaleiro fica um tanto desconcertado e desvia o seu. Sentia-se embaraçado com os pensamentos que lhe invadiam a mente e recriminava-se:
– "Mú, ela tem idade para ser sua filha! E é filha do seu melhor amigo! Por Zeus estou convivendo demais com o Milo! Tornei-me um devasso como ele!"
Avallon gostaria de saber o que acontecia na mente do cavaleiro. Mas a sua própria a estava deixando confusa. A druida resolveu dissipar o silêncio e o desconforto que se instauraram no ar...
– Então, Mú? Onde iremos almoçar?
– Ah! Você vai adorar o esse restaurante! A comida é totalmente natural! Vai faze-la lembra-se da sua Floresta...
Depois de almoçarem Mu e Avallon passaram uma tarde muito agradável juntos. Ele mostrou o santuário inteiro para ela. Depois falou sobre seu povo, o povo de " Mu", o continente perdido, e explicou que ele, seu mestre Shion ( que agora habitava os campos Elísios) e seu aprendiz Kiki, eram raríssimos espécimes, descendentes da raça que habitou este continente, que, a milhares de anos atrás, fora destruído por cataclismos naturais.
Avalon ficou muito admirada com a história. Então Mu deveras pertencia a uma outra raça como ela pensara. A menina estava cada vez mais encantada com o cavaleiro e este, por sua vez, sentia-se feliz ao lado dela como há muito não estivera.
Trocaram olhares embaraçosos durante todo o passeio, que terminou ao anoitecer. Depois jantaram fora e quando chegaram ao santuário já passavam das nove horas.
– Mu dormirei aqui hoje novamente.. tudo bem?
– Claro Avallon, isso é ótimo! Amanhã te acompanho até as florestas druidas... não posso nos tele-transportar para lá porque não conheço o lugar, então não posso mentaliza-lo.. Iremos de carro, Ok?
– Obrigada... - Ela disse abaixando o olhar e entrando em seu quarto, mas voltou-se novamente para o cavaleiro. – Mu... Muito obrigada por hoje...há tempos não tinha momentos tão felizes...
– Nem eu Avallon...Sua companhia é ótima...
A menina sorriu para o cavaleiro e fechou a porta do quarto lentamente... Sentia-se mal por o estar enganando, mas sabia que este não a deixaria partir sozinha e ela precisava...não queria levar cavaleiros de Athena para as florestas druidas...isso poderia lhe trazer problemas...com Cenyra.
Mu dirigia-se para o seu quarto, mas interrompeu o percurso. Sabia que não iria conseguir dormir, estava agitado demais para isso. Resolveu ir dar uma volta pelo santuário. Chegou a beira da escadaria que dava para a casa de peixes e começou descê-las. Afrodite não aparecia à meses, ninguém sabia onde ele estava, havia partido afirmando que voltaria, mas até agora nada. Resolveu ir até a casa de Aquário. Kamus devia estar acordado e Milo provavelmente estaria com ele. Deviam estar jogando cartas como faziam todas as noites.
Ao adentrar a casa de Aquário, Mu quase foi derrubado por Milo, que passou pelo ariano correndo quase na velocidade da luz, lhe tirando um fino, parando logo atrás dele em seguida. Na frente deles estava Kamus, que movia-se em direção a Milo, completamente alterado!
– Milo! – Gritava Kamus realmente irado – Scorpion fils d'une pute! jé te vais tuer! Escorpião filho de uma puta! Eu vou te matar!
– Nossa! Esses franceses são todo educados, mas quando botam para xingar sai de baixo! – Comentava Milo atrás de Mu enquanto Kamus vinha em sua direção.
– Eu vou te matar scorpion de merde!
– Kamus, deixa de onda! Você não consegue nem me derrubar numa luta quanto mais me matar! - Milo debochava provocando ainda mais o francês.
– O que? – Kamus olhou com fúria para Milo, mas logo descontraiu os músculos e pôs na face sua expressão normal de frieza - Vou fazer o que já devia ter feito antes pra você aprender! Vou te congelar ! Você vai passar ... – fazendo gesto de mais ou menos com a mão – Pelo menos uns três dias congelado!
– Ei Kamus peraí, tenha calma...Milo o que foi que você fez? – Interveio Mu.
– Nada demais eu...
– Nada de mais! Nada de mais! Ah seu desgraçado! – E Kamus se alterava novamente... Rapidamente ergueu os dois braços juntando as mãos sobre a cabeça e... – EXECUÇÃO AURORA!
Milo desvia por pouco e parecia que iria atacar também. Mas Mu intervem de surpresa, tele-transportando Kamus para longe!
– Milo o que é que está acontecendo aqui? Se eu não chegasse vocês iriam se matar!
– Que nada! – Dizia Milo sorrindo e descendo as escadas – O Kamus tava de brincadeira...
– Eu não sei não...O que foi que você fez pra deixa-lo tão irritado?
Nisso chega Shura vindo da cozinha da casa de aquário morrendo de rir.
– Não vai ter jeito não viu! Tu estragaste mesmo a receita do Kamus!
– Então estão todos aqui? – Perguntou Mu.
– Não ...O pestinha do filho de Aioria está meio adoentado e ele está cuidando do menino...O Saga e o Kanon saíram com o Deba pra não sei onde...Então estoy solamente jô aqui, segurando vela!
– Shura você quer calar essa boca! – Bradou Milo mostrando o punho para o espanhol.
– Zeus! Os hormônios estão em alta entre vocês! – disse Mu sacudindo a cabeça negativamente – Acho que estão precisando de uma batalha a sério para pararem de brigar entre si...Mas me digam! O que foi que aconteceu?
– Esse animal estragou o Bouillabaisse que o Kamus estava preparando.
–Que nada isso é exagero de vocês...aquilo estava muito sem graça...eu só botei uma pimentinha a mais..
– Pimentinha a mais? HAHAHAHAHAHA! Olha Milo, eu sou chegado numa pimenta, mas aquilo ali tá pimenta pura! Nem o Fênix comeria !
– Milo eu não credito que você fez isso, cara! O Kamus deve ter tido o maior trabalho para encontrar os ingredientes! - Disse Mu com cara de desaprovação.
–Vocês são é muito cheios de frescura!Pois eu vou comer pra vocês verem!
– Ah! Mas você vai mesmo! Isso eu quero ver!
Shura entra na cozinha de Kamus e volta trazendo uma tigela com a sopa francesa que Kamus tentara preparar...
– Toma, escorpião! Prova!
– Provo mesmo! – Milo franziu a testa determinado e puxou a tigela da mão de Shura – Me dá isso aqui! – Sem pensar duas vezes levou uma colherada bem cheia da sopa à boca.
Mu e Shura observavam atentamente o escorpião, que conteve-se ...por alguns segundos: 1, 2, 3...
– HaaAAAArr! PQP! PQP! Água! Eu vou morrer! Água! Pelo amor de Zeus! - Milo desesperava-se correndo em direção a casa de Kamus.
– Hauhahauahauahauahahauahauaha! Milo tu es uno imbecíl! Hahahauahaha! – Shura se acabava de tanto rir.
Neste momento Kamus aparece subindo as escadarias da casa de Aquário. A tempo de ver Milo desesperado correndo em direção à parte interna da casa. Ao adentrar seu templo o francês olha para Mu com cara de poucos amigos.
– Mu ...- Ele respira fundo para se acalmar e prossegue. - Você tinha que me mandar logo pra casa de Câncer!
–Sei lá ! Te mandei pra qualquer lugar! Acho que te mandei pra lá por que imaginei que não havia ninguém!
– Pois sinto informar-te que VOCÊ SE ENGANOU! O Mascara da Morte estava lá! E ele estava bastante ocupado! Pode ter uma idéia?
– O Mascara da Morte estava em algum ritual de magia? Terei que falar com ele, isso não é mais permitido por aqui!
– Sim ele estava num ritual sim! Mas não era de magia E SIM DE ORGIA! O que que vocês tem hoje? Acordaram para infernizar meu dia?
Milo voltava agora de dentro da casa mais vermelho que um pimentão e esfregando um cubo de gelo contra a língua. Kamus olhou para o amigo com um olhar gelado e entrou em casa batendo a porta com força e trancando-a.
– Dessa vez você conseguiu tira-lo do sério heim! Por que tinha que mexer na receita dele? – Falou Mu.
– Hehe, que nada, já tivemos brigas piores...
– Ah Milo ! Fica assim não! Homem é que nem biscoito vai um vem dezoito! - Disse Shura com voz de bicha.
– Ra - Ra - Ra Shura, como você é engraçado! – E olha para Shura furioso - Eu quero ver mesmo é se você vai continuar com esse sorrisinho na cara Quando eu te enfiar quatorze agulhas escarlate você sabe onde!
– Tenta se tu es Hombre! – Shura o desafiava lançando-lhe um sorriso cínico.
– Mas tipo, – interveio Mu – Vocês não estão pensando em resolver isso hoje não né? Por que eu to doido pra dormir e não to afim de SEPARAR MAIS DOIS MARMANJOS COM TESTOSTERONA EM ALTA! Vou indo!
– Ei Mu onde você pensa que vai? – Disse Milo com um sorriso malicioso.
– O que é que você quer Milo?
– Você pensa que eu não sei que você passou o dia inteiro com a Avallon? – Questionou Milo com um sorrisinho malicioso nos lábios.
– E daí? - Mu corou.
– Como e daí? Tu passas um dia inteiro a passear com una chica como aquela e ainda fala "e daí?" – Disse Shura.
–Vocês tem noção do que estão falando? A menina é a filha de Shaka! Tem idade para ser minha filha e filha de vocês também..
– Filha minha não porque eu sempre me cuidei – Disse Milo.
– Muito menos minha! Eu sou prevenido! - Disse Shura.
– Vocês são muito é safados isso sim! Da licença que eu vou dormir.
– Mas não são nem dez horas ainda! Já vai dormir? Aí tem coisa! – Disse Shura lançando um sorriso de cumplicidade para Milo!
–Olha Shura, mais respeito comigo e com a Avallon. Aliais se o Shaka souber que vocês estão fazendo esses comentários, vocês estão mortos! - Mu da as costas aos dois e sai.
Eles ficam rindo do amigo. Evidentemente que ali tinha algo. Ah se tinha!
Quando Mu some nas escadarias Milo volta-se para Shura:
– Ei Shura , o que é que você vai fazer agora?
– Jo? Não tenho nada em mente... a Shina tem que dar aula amanhã cedo então me proibiu de me aproximar em uma raio de dez quilômetros da casa dela...
Milo pega seu celular e disca um número.
– Alô! Deba , falaê chifrudo! Onde vocês estão? ...No "Cassios Bar"! OK! Eu e o Shura estamos indo praí!
De madrugada, enquanto todos dormiam, Avallon abandonou o Parthenon e desceu pelas doze casas omitindo seu cosmo através de uma Magia Druida. Atravessou a casa de virgem muito temerosa em encontrar seu pai acordado, mas isso não aconteceu...
Ao deixar a casa de Aries, última das Doze Casas do Santuário de Athena. A filha de Shaka olhou para trás. Sofria enormes conflitos internos. Talvez estivesse sendo dura demais com seu pai. Sua teimosia e orgulho a impeliam para longe dele, mas a carência também tinha espaço no seu coração... Avallon era forte e determinada, mas também era muito jovem ainda, e no fundo, tudo o que ela mais queria era ser protegida e consolada pelo pai, porém não admitia isso para si mesma.
Mas não era apenas Shaka que ocupava a mente da druida naquele momento, outro cavaleiro também invadia seus pensamentos...Mu de Áries..A idéia de não vê-lo mais incomodava a garota e isso a estava inquietando.
Decidida, Avallon eliminou aqueles pensamentos e sentimentos que a incomodavam e seguiu seu caminho. No entanto uma surpresa a esperava... A alguns metros do Santuário a druida começa a sentir presenças que não lhe são exatamente estranhas. Ainda assim ela prossegue e some na escuridão da estrada que a levaria para longe do templo.
Avallon sente que está sendo seguida e continua andando em alerta. Algo a chama atenção e ao olhar para trás ela percebe alguns vultos, mas não se intimida. Joga sua bolsa no chão e prepara-se para enfrentar com a magia Druida que herdara de sua mãe. Ela olha ao seu redor e não vê nada, mas continua sentindo as presenças familiares. Estão cada vez mais perto...
Os vultos passam rapidamente em sua volta, ela olha para os lados, quando ouve alguém pronunciar seu nome.
– Avallon...
–Quem esta ai? Quem são vocês?...
– Já se esqueceu de nós, Avallon? Que falta de consideração, estou magoado...
Dois homens saem das sombras exibindo sorrisos cínicos em suas faces. As desconfianças de Avallon se confirmaram. Tratavam-se de Satiah e Nithy, sobrinhos de Cenyra. Estavam agora em sua frente, olhando para ela com expressões de quem se preparava para atacar.
Avallon e eles sempre foram estudantes na mesma classe de magia, com os mesmos professores, mas ela tinha uma vantagem sobre eles: sua mãe sempre intensificava o seu treinamento, tornando-a ainda mais poderosa nas artes da magia, porém, sempre que os duelos de magia aconteciam, Avallon sentia-se muito fraca após enfrentar um deles, e agora se vê diante dos dois, e ainda não é apenas um duelo na aula, mas uma batalha de verdade! Avallon não espera que eles a ataquem e desfere sua magia contra eles. Ela Junta as mãos sobre a tez e profere algumas palavras, invocando um feitiço de paralisação muscular. Nithy não pode mais se mover, mas Satiah consegue bloquear o feitiço e invoca as forças da natureza contra Avallon. Raios se formam nos céus, a filha de Shaka, mais que rapidamente, Invoca um barreira de defesa contra aquele tipo de feitiço. No entanto é atingida em cheio por um feixe de energia que não vinha do alto, mas sim da sua retaguarda, Nithy havia se libertado e a atacava com fúria. Ela cai no chão já sem forças e com um fio de voz pergunta:– Porque...?
– É bom que saibas antes de morrer .- Falou Satiah secamente – Cenyra nos ordenou...tuas idéias, como as da tua mãe não a agradam. Queres destruir a cultura druida! E muitos concordaram contigo. És uma ameaça!...então antes que destrua nosso povo , te destruiremos.
– Não digam bobagens! Cenyra irá destruir o nosso povo com suas idéias conservadoras! Seremos extintos! – Diz Avallon com a voz debilitada.
– Não blasfeme contra Cenyra! – Falou Nithy exaltado– Pessoas como você e como sua mãe é que poderiam acabar conosco!
– Avallon, se está a sua preocupação pode morrer despreocupada...Cenyra está recrutando novos aprendizes entre órfãos... – Disse Satiah.
– Recrutar aprendizes em massa é um risco, vocês sabem disso ... – Ela já não tinha mais forças para falar.
– Cale-se! Você vai morrer agora!
Os dois feiticeiros preparam-se para lançar a Magia Final contra Avallon, mas algo intercepta o curso do raio que atingiria a jovem sem chances de escapar.
Avallon sem forças, está prestes a desmaiar, mas vê que a aura dourada que se aproxima não é de ninguém mais se não seu pai!
– Os únicos que vão morrer aqui são vocês!
Satiah e Nithy olham bem para a figura envolta em uma aura dourada, que parece trazer toda a paz e plenitude do universo!
– ..Quem é você?... – Pergunta Satiah, um pouco nervoso, mas tentando não demonstrar.
– Vocês não têm bons modos para serem Feiticeiros Druidas... Eu sei que os Druidas são principalmente educados e cordiais... Honrem o título, seus covardes!
– Não sei quem você é mas vai morrer junto com a traidora. Terá a honra de morrer atingido por meu mais poderoso feitiço mental.– Nithy desfere contra Shaka um poder que deveria queimar sua mente, mas ele nem se meche...logo o feiticeiro é surpreendido com algo que se parecia com uma ilusão, uma parede que se parecia com um templo Budista agora estava em sua volta.
– Não desejo saber os nomes de tão vis criaturas, que atacam na calada da noite uma jovem indefesa... Mas também não deixarei que morram sem conhecer a Verdade do Universo...
O cavaleiro de Virgem inicia o que ele chama de "Tesouro do Céu", mostrando aos dois feiticeiros as portas para os seis infernos. Eles estão apavorados. Nem lembram mais os dois carrascos que estavam prestes a dar o "castigo" em Avallon. Ele os envia impiedosamente Satiah e Nithy para as portas de um dos seus seis perigosos mundos. Lá, eles encontrarão a eternidade que merecem.
Imediatamente ele abre os olhos e dirige-se até sua filha.
Avallon estava jogada ao chão sem forças para se levantar, com as roupas um pouco rasgadas e ferida nas costas, onde fora atingida por Nithy, mas ainda estava acordada.
Shaka chega até ela rapidamente e a suspende nos braços com cuidado. Ele ajeita os cabelos que encobriam seu rosto com carinho e olha para a menina que permanecia calada e de olhos fechados. Avallon lhe parecia tão pequena e desprotegida em seu colo...era o seu bebe, a criança que não pode ver crescer, mas que agora aparecera para iluminar sua vida!
– Eu amo você minha filha, minha pequena criança...
Ao ouvir suas palvras, Avallon enlaça os braços pelo pescoço de Shaka e encosta o rosto em seu peito. Ela o abraça como uma menina que necessita desesperadamente de proteção, a proteção de um pai.
– Shaka...PAI... me perdoa, eu fui teimosa..orgulhosa..! – Diz com sua voz fraca.
– Shiiii - Shaka a silencia – Não se desculpe minha filha...tudo vai ficar bem agora...
Mú, Milo, Kamus, Aioria, Shura, Saga e Kanon chegaram no momento em que Shaka enviava os dois feiticeiros para o outro mundo. E ao verem a cena também se emocionam, não com lágrimas, mas olhando-se entre si e percebendo
Continua...
