Recordações

Nota da autora: Pedido de desculpas

Em primeiro lugar, gostaria de me desculpar com as pessoas que se indignaram ao ler o último capítulo postado (fase Lembranças - Capítulo II – A primeira vez), achando que ficou um pouco forte e fora do ritmo da fic. Realmente ficou forte, mas o que posso dizer é que foi proposital e que em alguns capítulos vocês vão descobrir o porquê da primeira vez deles ser assim tão quente.

De qualquer forma, eu continuo a colocar a informação dos capítulos que contém material erótico para que os leitores se preparem psicologicamente um pouquinho antes.

A pessoa que me alertou fez uma crítica bem construtiva e acho que foi muito bem colocada. Alguma fic futura pode conter algum material deste tipo e quando for o caso, já deixei anotado para que eu alerte duplamente avisando que "contém CENAS FORTES, envolvendo material erótico", como será o caso do próximo capítulo (Capítulo IV).

Quero agradecer a esta pessoa em especial e gostaria de pedir a todos que se sentirem ofendidos com qualquer publicação minha que expressem suas indignações via review ou via e-mail, para que eu possa corrigir os defeitos. Acho que é assim que a gente cresce como ficwriter e como pessoa. Muito obrigada.

PS: Os outros comentários da autora continuam no final da fic.

OBS: Este capítulo contém material erótico - verifique a indicação de permissão de idade do site antes de prosseguir.

Recordações - Fase: Lembranças - Capítulo III – Doces lembranças

No capítulo anterior Kamus se martirizou pelo término do relacionamento com Milo. O grego lembrou-se da primeira vez dos dois, enquanto se perguntava o porquê do amigo ter sido tão duro.

... Mas não importava. Ela não era importante o suficiente para se preocupar no momento. Recomeçou a tomar a bebida devagar. Estava dirigindo e não queria ficar bêbado e fazer uma besteira, estragando a moto. Consigo próprio nem se preocupava mais.

"Kamus, por quê ?" era o pensamento que não lhe saia da cabeça.

Capítulo III – Doces Lembranças

Na décima primeira casa, Kamus já tinha recuperado um pouco do autocontrole e estava mais calmo.

Depois de ter ficado um bom tempo sentado na sala, com o CD do pupilo na mão, olhando para o vazio, resolveu colocá-lo para tocar. Mal ouviu os acordes iniciais da primeira música, pois seus pensamentos estavam em outro lugar.

Sorriu. Uma qualidade que sempre admirou no grego era o senso de humor. Milo gostava de brincar com Kamus e deixá-lo bem à vontade para fazer o que quisesse.

Com o Escorpiniano, o francês não precisava ter ressalvas. O amigo compreendia suas atitudes, sem precisar que falassem nada. Apenas um olhar era suficiente.

Muitas vezes chamou Milo de criança, no sentido pejorativo, mas hoje, sabia que apesar de utilizar esta palavra para atacá-lo, esse era uma das características do grego que mais o encantava.

Kamus começou a rir sozinho quando se lembrou da história da aeromoça.

-oOo-

Recordações – Lembranças: Aeromoça e avião.

Na semana do seu aniversário, o francês chamou todos os cavaleiros de ouro para uma confraternização. Milo e o Aquariano já estavam juntos, mas eram muito discretos com relação a isso, comportando-se apenas como amigos.

Tinham ido a um bar e várias histórias estavam rolando. Um dos assuntos, invariavelmente, tinha sido mulheres. Cada um fez algum comentário sobre alguma boazuda, conhecida ou não da turma. Quando chegou a vez de Kamus, Ele citou uma aeromoça que havia visto no primeiro dia de viagem para a França.

- ...era ruiva, peituda e alta. A saia dela era justa e marcava a calcinha. Ficou óbvio que usava uma tanguinha. – disse sorrindo maliciosamente para os amigos.

- Ela tinha a calcinha enfiada no rabo ? – perguntou Shura sem meias palavras.

- Tinha e era uma delícia. Quando ela ficou lá na frente, de costas para pegar as bebidas, a saia subiu e mostrou mais das pernas dela. Eu já estava me imaginando junto com ela no banheiro do avião. Ela chegou e perguntou ao senhor do meu lado o que ele gostaria de beber e abaixou-se. A blusa que era branca e um pouco transparente revelou duas belas montanhas. Ela perguntou o que eu queria e eu respondi "Os dois"

Todos começaram a rir.

- Você não disse isso ! – falou Kanon sem acreditar.

- Falei.

Os amigos riram mais ainda.

- Ela disse que não tinha entendido. Eu pedi desculpas e falei que queria o mesmo que o senhor. Ela nos entregou um copo com whisky e gelo e foi para a próxima fileira.

- Nem precisa falar o resto. Você abriu a calça e enfiou o gelo embaixo do saco, para ver se controlava os neurônios. – arriscou Aioria.

- Não seriam hormônios, Aioria ?

- Não Mu, seriam neurônios mesmo, tenho certeza que o Kamus estava pensando com a cabeça de baixo.

A risada foi geral.

- Ajudaria se você estivesse lá para me dar esta idéia. Eu quase fui ao banheiro para aliviar. Cheguei até a sonhar que estava comendo ela por trás, no banheiro do avião, enquanto ela derramava whisky em nós dois.

- Isso já é tara sexual, meu amigo. Ninguém fique perto deste maníaco depravado, com a ré desprotegida e com um copo de whisky na mão. – falou Aldebaran para todos, se afastando um pouco de Kamus e protegendo a retaguarda, pois estava tomando whisky.

Depois de rirem bastante do comentário do Taurino, Shura contou outra história também de aeromoça.

Dias depois, Kamus foi até a casa do Escorpiniano. Era noite de ficarem juntos. Entrou e chamou o amigo, como combinaram, para não levantar suspeitas. Milo estava no quarto e o mandou entrar.

Mal o Aquariano pôs o pé dentro do quarto, levou um susto e se jogou para trás, batendo na parede. Se recompôs e ainda de boca aberta deu um passo em direção à cama. Logo depois teve um ataque de riso e caiu no chão, segurando a barriga.

Milo estava deitado sobre a cama, com uma peruca ruiva, um lencinho azul no pescoço, uma blusa branca de botões colada no corpo, mini saia azul escura e quepe de comissário de bordo. Ainda tinha uma garrafa de whisky na mão.

- Desculpe, mas não consegui colocar a maquiagem.

- Que diabos é isso ? – perguntou sem se agüentar de tanto rir.

- Você não queria comer o rabo de uma aeromoça ruiva ? Essa é a sua chance.

- Milo, você está maluco ? Que roupa é essa ? – falou quase sem conseguir respirar de tanto rir.

- De aeromoça, oras. E olha que deu um trabalhão para comprar.

- Você experimentou isso na loja ? - perguntou sério.

- Kamus, eu posso ser louco, mas não sou burro. Claro que não.

- Aliás, bem louco. – comentou rindo.

- Até que foi engraçado. – falou pensando no assunto. - Eu cheguei lá e o atendente perguntou o que eu queria. Eu falei que queria uma fantasia de aeromoça e uma peruca ruiva. Ele perguntou o tamanho, aí eu gelei. QUASE falei para ele que era para mim !

O Aquariano não parava de rir.

- Claro que eu sei o número que eu uso, mas não sabia se de mulher era igual, então eu falei para ele que precisava ver uma garota para mostrar mais ou menos o tamanho. Mentira. O que eu queria mesmo era passar na frente do espelho e dar uma olhadinha para arriscar um número.

- Não acredito ! – falou rindo.

- Aí vinha passando uma senhora com o maior peitão na rua e eu apontei para ela e falei para o cara "Ela é mais ou menos assim. Ela tem a parte de cima um pouco maior, será que você entende ?". Claro que eu NÃO podia falar para ele que a "tal" garota tinha o ombro largo.

O Aquariano acabou se sufocando de tanto rir.

- Aí o cara falou "Ah, sei ! Ela é peituda. Tenho um tamanho G que deve ficar bom."

- Peituda ? - O francês não se agüentou e sentou no chão para rir.

- Por que você está rindo tanto ?

- Porque você está ridículo nesta roupa ! – e riu mais ainda.

- Sabe Kâ, toda fantasia para a mulher traz junto uma fantasia para o homem. Como eu sou a menina hoje, você vai ter que usar a do homem. – falou sorrindo.

O grego levantou da cama e foi até o guarda-roupa e retirou uma caixinha. A fantasia que Milo estava era justa e Kamus não conseguia parar de rir ao ver a cena.

- Que bom que está feliz, Kamus. – falou sarcasticamente – Acho que você vai ter que ter bom humor para usar isto aqui. - retirou uma peça de dentro da caixa e começou a rir sem parar enquanto exibia o traje.

Kamus ficou mudo. Era uma tanga fio dental atrás, com um aviãozinho oco na frente para colocar o sexo dentro.

- EU NÃO VOU USAR ISSO ! – levantou-se indignado.

- Ah ! Vai SIM ! – disse o Escorpiniano agarrando o francês e jogando-o na cama, enquanto tirava-lhe a roupa.

O Aquariano não teve como fugir. Milo acabou conseguindo colocar a tanguinha Nele e ainda ficou tirando sarro.

Neste dia quase nem conseguiram começar as preliminares de tanto que riam da situação. Para piorar, o grego ficava fazendo barulho de avião decolando e gritava "Vai subir", o que fazia com que rissem mais ainda.

-oOo-

- Milo, como eu me diverti com você. – o francês falou sorrindo. – sua alegria é contagiante.

O grego costuma agir assim não apenas com o amigo. O Escorpiniano era o símbolo do bom humor, sempre cumprimentando os outros e com um eterno sorriso no rosto. Milo já costumava chamar a atenção com seu corpo perfeito, mas a simpatia do grego tornava-o mais belo ainda.

Quando saiam juntos ou com os outros cavaleiros, Kamus percebia que Milo era do tipo que parava o trânsito, recebendo vários elogios de mulheres e algumas vezes até de homens, contra a vontade do francês, é claro.

Kamus não suportava quando o grego recebia elogios masculinos. O Aquariano achava que isso era ruim. Podia significar que os outros se sentiam à vontade para elogiar a quem pudesse corresponder, ou seja, o francês achava que os homens que elogiavam Milo achavam que Ele podia gostar de viado ou até ser um e por isso se sentiam livres para elogiá-lo. Isso poderia render muito problema no Santuário.

Claro que o Aquariano não suportava elogios masculinos porque MORRIA de ciúmes, mas isso Ele NUNCA falaria ao grego e esconderia SEMPRE que conseguisse.

Ao pensar em elogios, lembrou-se do dia em que ofereceu um jantar com sobremesa no quarto do amigo. Quando Milo tinha tirado a roupa para tomar banho, o francês tinha sentido o coração parar. E na hora da sobremesa então ? O Escorpiniano foi fascinante.

- Milo, naquele dia, você merecia TODOS os elogios do mundo. - falou sorrindo.

-oOo-

Recordações – Lembranças: Jantar e sobremesa

Já estava juntos há pouco mais de três meses e Kamus decidiu fazer uma surpresa ao amigo. Saiu mais cedo do trabalho, levou tudo o que precisava para a oitava casa e ficou esperando o Escorpiniano chegar da aula que dava para as crianças da Fundação.

Quando o grego chegou, foi direto para o quarto e tomou um susto quanto entrou. A pequena mesa que ficava na copa estava no seu quarto. O edredom que cobria sua cama estava dobrado de lado e a cama estava apenas com o lençol. Kamus estava vestido com um roupão branco e um chapéu de cozinheiro na cabeça.

- Bonne nuit, Mounsier (Boa noite, Senhor).

Kamus sabia que o amigo adorava quando falava algumas palavras em francês. O grego sorriu e foi beijá-lo como cumprimento, mas o outro colocou a mão na boca do Escorpiniano.

- Hã,hã, – negou com a cabeça – somente depois do jantar.

- Mas eu tenho que tomar banho primeiro. – suplicou.

- Por favor, tome seu banho que o jantar o está esperando. – sem se deixar levar pelo pedido do amigo.

- Ok. – Milo falou e começou a tirar a roupa lentamente na frente do Aquariano.

Quando o Escorpiniano ficou completamente nu ficou olhando para o amigo. Kamus engoliu seco ao olhá-lo de cima a baixo. Como era perfeito. Se continuasse a olhá-lo estragaria tudo. Virou-se para o outro lado e foi até a cozinha terminar o jantar.

O francês fez tudo o que precisava, voltou para o quarto, aprontou a mesa e trouxe a comida. Mal terminou, o grego saiu do banho.

Kamus tinha deixado um roupão para Milo quando saísse do banho. O Escorpiniano chegou no quarto com o cabelo bem úmido e apresentando um belo sorriso.

- S'il vous plaît. (Por favor) – falou puxando a cadeira para Milo se sentar.

- Merci. (Obrigado) – o grego respondeu sentando-se.

Kamus abriu um vinho e colocou no copo para os dois.

- A nós. – sugeriu Milo.

- A nós. – aceitou o francês.

O Aquariano colocou o espaguete no prato do amigo e depois se serviu. Milo provou a comida e depois lambeu o lábio inferior devagar enquanto olhava para Kamus de cima a baixo, quase comendo-o com os olhos.

- Que delícia. – disse estreitando um pouco os olhos.

O francês sorriu. Jantaram em silencio, mas trocando olhares sedutores por todo o jantar. Quando terminaram, Milo levantou-se e foi em direção ao Aquariano. Este pegou em sua mão e o conduziu novamente à cadeira.

- Calma, Mon Ange, ainda falta a sobremesa.

- Não podemos pular a sobremesa ? – sugeriu o Escorpiniano enfiando a mão dentro do roupão do amigo e deslizando sua mão perna acima.

- Prometo que você pode fazer o que quiser... – disse tirando a mão do grego de dentro do seu roupão – ...DEPOIS que eu servir a sobremesa.

- Ok. - disse suspirando desapontado.

Kamus foi até a cozinha e voltou rapidamente. Colocou na mesa sorvete napolitano, leite condensado e chantilly. Abriu o sorvete e colocou a colher de retirar o sorvete dentro do pote. Depois disso ficou ao lado da mesa, olhando para o amigo. Milo olhou pela mesa.

- Kâ, você esqueceu de pegar os potinhos. Eu vou pegar – falou se levantando.

O francês foi mais rápido e colocando a mão em seu ombro, impediu-o de se levantar. O Aquariano afastou-se um pouco e abriu o roupão. Colocando os braços para trás, deixou a roupa escorregar por seu corpo e cair no chão do quarto. Estava completamente nu por baixo. Milo ficou boquiaberto.

Kamus já estava excitado, mas demonstrando muito autocontrole, enfiou o dedo no sorvete e levou até a boca. Lambeu de leve, sempre olhando para o amigo e depois passou o dedo pelo rosto e pelo peito, espalhando um pouco do sorvete. O grego continuava acompanhando tudo de boca aberta.

- Que tal um Francês com sorvete e chantilly ? – falou passando o dedo sujo de sorvete no seu ombro e depois lambendo sedutoramente – Hummm! Parece gostoso. - o Aquariano deitou-se na cama devagar. - Você não vai vir até aqui e preparar a sua sobremesa ?

Milo fechou a boca e se aproximou da cama, olhando-o por completo. Voltou para a mesa, pegou a latinha de chantilly e espremeu pelo corpo do outro. Voltou novamente para a mesa, trouxe o leite condensado e espalhou generosamente pelo seu peito, barriga e pescoço. Voltou e colocou uma bola de sorvete no umbigo do amigo que estremeceu com o contato do doce gelado. Quando terminou o prato, tornou a ficar de boca aberta, admirando o amigo.

- E aí ? Você vai ficar só olhando...– disse o francês melando os dedos com o leite condensado e depois chupando com volúpia - ...ou vai vir até aqui e COMER a sua sobremesa ? – falou sedutoramente.

O Escorpiniano abriu seu roupão. Colocou o braço para trás e deixou-o cair no chão. Estava muito excitado. Subiu na cama e engatinhou pelo corpo do amigo.

- Eu vou lamber – disse lambendo o peito do francês – chupar – falou chupando seus mamilos – e COMER a minha sobremesa i-n-t-e-i-r-i-n-h-a. – falou bem devagar.

O grego lambeu e chupou todo o doce que havia no corpo do Aquariano, arrancando suspiros e gemidos do amigo. Depois pegou um pouco de gel de morango, que havia sobrado da última vez e passou nos dedos.

- Você quer que eu te coma ? – perguntou ao francês que arqueava o corpo de prazer ao toque do outro em seu interior – Eu vou te comer e vai ser BEM GOSTOSO. – falou lascivamente, buscando sua boca para um beijo.

-oOo-

Kamus tocou seus lábios de leve e fechou os olhos, na esperança de poder sentir a presença do amigo. Suspirou

- É Milo, aquele dia foi REALMENTE gostoso. – disse sorrindo.

O Escorpiniano continuava no bar. Queria pedir outra bebida, mas como estava criando coragem para executar seu plano, achou que poderia atrapalhar se estivesse bêbado. Para levar seus planejamentos até o fim era necessário autocontrole.

Achou que naquele lugar, era hora de parar.

- Por favor, uma água.

O barman trouxe a água e retirou-se em seguida.

Gelo, água, pessoas se beijando, homens altos e bem brancos, autocontrole. TUDO o fazia lembrar-se do amigo.

Seus pensamentos se voltavam às lembranças de momentos vividos ao lado Dele. Sorriu ao se recordar do dia em que quase foram descobertos.

-oOo-

Recordações – Lembranças: Quase descobertos e a descoberta.

Milo chegou na cedo na casa do francês. Tomaram banho juntos e o grego já estava bem excitado pelos toques do amigo.

- Vamos para a cama, Kâ. Eu estou louco para te mostrar umas coisinhas que eu aprendi com um vídeo. – sussurrou ao ouvido do Aquariano, que mordeu os lábios de vontade.

- Então vamos agora. – disse pegando o grego no colo depois de enrolá-lo em uma toalha.

O Escorpiniano foi colocado na cama por Kamus, mas não esperou. Subiu em cima do amigo, beijou-o com sofreguidão e depois passou a atacar o ombro e a região em volta. O Aquariano estremeceu ao ser beijado no pescoço.

- Mon Ange...

O francês puxou o outro para a sua boca, na ânsia de beijá-lo quando ouviram a voz de Saga chamando. Os dois congelaram.

- Kamus ? Posso entrar ? – Saga perguntava ainda um pouco longe.

- Milo, some daqui ! – falou baixinho para o Escorpiniano enquanto colocava um roupão e dava uma ordem na cama bagunçada e na roupa espalhada pelo chão – SÓ UM MINUTO QUE EU ACABEI DE SAIR DO BANHO. – falou alto para o Geminiano escutar.

- Como eu vou SUMIR daqui ? – o grego perguntou desesperado.

- Sei lá. Sai pela janela. – apontou para a janela aberta.

O Escorpiniano esqueceu da roupa e pulou pela janela, caindo lá fora no chão.

- Droga ! – falou se levantando - Eu sou um inútil mesmo ! Como vou voltar para casa pelado ? Ai, Milo, como você é estúpido ! Agora nem pode gritar para o Kamus jogar sua roupa de volta.

O grego ficou um tempo pensando no que poderia fazer. De repente suas idéias clarearam. Claro ! O tempo de Peixes era bem perto. Bastava ir até lá e pegar uma das roupas do Afrodite emprestada.

- Milo, acorda ! Ele não sabe que você e o Kamus estão juntos. – disse para si mesmo - Se ele descobrir, o francês te mata.

Estava complicado para o Escorpiniano, mas não tinha outra saída. Teria que arriscar ir até o templo de Peixes e torcer para o Pisciano não estar em casa.

O grego chegou na décima segunda casa e andou com cuidado até o quarto de Afrodite. O quarto estava fechado.

- Droga ! E agora ?

O Escorpiniano olhou para o lado e viu que um dos quartos de hóspedes estava aberto. Talvez tivesse alguma roupa que servisse, lá. Entrou e abriu o guarda-roupa com cuidado, mas não pôde evitar que rangesse.

- Cxxxxxx, por que o Afrodite não manda consertar esta pxxxx ?

Milo pegou uma túnica um pouco folgada, já que tinha mais corpo que o Pisciano e fechou a porta que rangeu de novo. Virou-se para a saída e deu de cara com Afrodite que tomou um susto e gritou.

O Escorpiniano tinha se assustado em ver o sueco enrolado no lençol, mas quando viu quem saia do quarto para saber se estava tudo bem, deixou a roupa cair no chão e teve que se segurar para não cair também. Ficou boquiaberto com o que viu.

Não dava para negar, os dois estavam juntos, senão, o que ele estaria fazendo PELADO, atrás do Pisciano ?

- Está tudo bem ? Por que você gritou ? – perguntou Máscara da Morte até que viu o grego.

- Milo ?

- Máscara... – O Escorpiniano nem conseguia falar direito.

- Posso saber o que você está fazendo PELADO na CASA do Afrodite ? – perguntou irritado.

- Eu vim pegar... uma roupa. – disse ainda em transe pela descoberta.

- Quem você acha que é para entrar assim pelado na casa dos outros ?

- ...

- Seu filho da pxxx, você veio atrás do Afrodite, não foi ? – disse empurrando o sueco e aproximando-se do grego com fúria.

Afrodite segurou o italiano que queria matar o Escorpiniano. Milo conseguiu abaixar e pegar a roupa para colocar na frente de sua nudez, mas não conseguia fechar a boca de tanto espanto. Podia imaginar QUALQUER homem junto do amigo, EXCETO o Canceriano.

- Por favor, não faça isso. – o Pisciano suplicava enquanto segurava o italiano que o arrastava.

- Não se preocupe Amore, eu vou matá-lo, mas não vou deixar a cabeça Dele na sua casa.

- Amore ? - Milo começou a rir – Essa é demais ! E o cara ainda se diz hetero ! – o Escorpiniano teve um acesso de riso e não conseguia parar.

Máscara da Morte conseguiu alcançar o pescoço do grego e foram os dois, pelados, para o chão.

- Calma ! Eu posso explicar tudo ! – falou o grego conseguindo sair debaixo de um italiano enlouquecido, segurado pelo Pisciano.

- Milo, o que você está fazendo aqui ? – perguntou Afrodite ainda segurando o Canceriano.

- Eu já disse. Vim pegar uma roupa.

- E por quê você estaria sem roupa ? – perguntou Máscara da Morte.

- Bem... – "Agora eu me fxxx" pensou. "Vou ter que contar sobre o Kamus"

- Espere aí, seu Escorpiniano safado ! É CLARO que você estava com alguém, senão o que você estaria fazendo PELADO aqui ? – comentou o sueco. – Você não seria TÃO pilantra a ponto de estar vindo do templo de Atena, não é ? Ou seria ?.

- TÁ MALUCO ? CLARO QUE NÃO. Ela é uma CRIANÇA. Eu JAMAIS faria uma coisa dessas. – reclamou para o Pisciano.

- Ok, desculpe.

Milo pareceu ficar bem irritado.

- Bom, apesar de não acreditar nisso, até me parece que você ficou pelado sem querer ficar, ou não teria vindo até aqui buscar uma roupa. – comentou o Canceriano.

- Querem parar com essas deduções malucas ?

- As próximas duas casas são Aquário e Capricórnio, mas se você estivesse em Capricórnio, teria sido melhor descer as escadas até a sua casa e não subir, então... – Afrodite arregalou os olhos e abriu a boca - ...NÃÃÃÃÃÃÃÃO !

Milo ficou mudo.

- Bem que eu desconfiei. Uns olhares de cá, umas risadinhas de lá, uns barulhinhos à noite durante a semana... – falou o sueco.

- Amore, você está querendo dizer que o peladão aí está fxxxxxx com o Geladinho ?

- Ei ! Olha o palavreado! Respeito é bom e conserva os dentes. – falou, finalmente se vestindo.

Máscara da Morte caiu na risada.

- Quem é que está dando o cx para quem ? Aposto que é você quem está comendo, com aquele jeito todo certinho, o Kamus deve ficar louco para dar o rabo ! – falou rindo bastante.

Milo pulou em cima do italiano e tentou socá-lo. Afrodite que estava segurando o Canceriano, passou a segurar o amigo.

- REPETE o que falou se for homem. – desafiou o outro

- Oh ! Desculpe ! – falou debochando – Eu não percebi que é a SUA rosca que fica queimando !

- Viado filho da pxxx. – disse chegando mais perto do italiano e arrastando Afrodite junto.

- PXXX QXX PXXXX ! PAREM OS DOIS !

O Pisciano deu um grito tão autoritário que os dois ficaram quietos.

– CXXXXXX ! Parecem duas bichas mexeriqueiras ! "Você tá dando o rabo" "E você tá queimando a rosca" – falou fazendo voz de falsete. QUE PXXXX ! Será que dá para as DUAS MOÇAS se comportarem ?

- Será que eu posso me comportar sem dar ? – perguntou Máscara da Morte.

Milo torceu a boca em desaprovação ao comentário.

- Para mim chega, eu vou embora.

- Ôô aracnídeo, onde você pensa que vai ? – questionou o italiano.

- Penso, NÃO, eu VOU !. Vou para a MINHA casa.

- Milo, você sabe as conseqüências de comentar qualquer coisa que você viu aqui. – disse Afrodite, temeroso.

- Claro que sei, Dido, não se preocupe. Não vou contar para ninguém, prometo.

- Duvido que a bichinha aí tenha palavra. Vai sair daqui e vai correndo contar ao Geladinho que eu e você estamos juntos, Amore.

- Você está achando que eu sou como você ? É CLARO que eu não vou contar.

- Não, eu... – Afrodite colocou um dedo na boca do italiano interrompendo-o.

- Por favor, Amore, não arrume confusão com o Milucho. Ele é um cara muito legal. É uma pessoa de palavra. Eu SEI que Ele não vai falar nada sobre eu e você.

Máscara da Morte ficou olhando para o grego desconfiado. Milo estava com um ar arrogante. Depois de um tempo de tensão, o Canceriano cedeu.

- Tudo bem. Não se preocupe Milo. Também não vamos falar nada de vocês dois. Fica elas por elas. – falou dando a mão para o grego.

- Ok. Elas por elas. – disse pegando na mão do italiano.

"Italiano desgraçado, filho da uma pxxx. Odeio que duvidem da minha palavra." pensou.

Dias depois deste fato, Afrodite tinha deixado escapar uma e o Escorpiniano teve que contar ao Aquariano que tinha ido até a casa do sueco, omitindo apenas que Máscara da Morte estava lá. Se o Canceriano não tivesse EXIGIDO o cumprimento da palavra, o grego não tinha TANTA certeza assim se não contaria ao amigo. O francês ficou preocupado.

- Milo, o que garante que ele não vai contar a ninguém.

- Não se preocupe, eu garanto.

- Você garante com o quê ?

- Eu e o Dido fizemos um acordo e eu GARANTO que ele não vai contar.

Kamus estreitou os olhos e cerrou os punhos, ficou evidente o ciúme do francês pelo Pisciano.

- Não se preocupe com o Afrodite. – falou enquanto levava-o para o quarto e tirava-lhe a roupa. – Tem coisas MUITO MAIS interessantes para você se preocupar. – falou maliciosamente.

Milo ficou com receio do amigo insistir, mas ao contrário, Kamus não insistiu. A resposta veio enquanto estavam namorando na cama. O amigo começou a penetrá-lo depois de pouca preparação e com força.

- Ai, Kâ. Assim dói.

Com a reclamação, o francês pareceu sair de um transe. Abraçou o grego, pediu-lhe desculpas e beijou-lhe os ombros e o rosto. O Escorpiniano ficou mais solto e a penetração recomeçou vagarosamente. Aquela noite foi maravilhosa.

-oOo-

Milo olhou em volta. O lugar já estava mais cheio. Percebeu que a garota que antes se oferecera para Ele fazia o mesmo com outro cara. Estava bêbada. O grego torceu a boca em desaprovação e depois ignorou a menina.

Para fazer o que estava pensando, não seria ali que conseguiria, mas sabia onde procurar. Pagou a conta, pegou a moto e saiu.

Ficou meditando sobre os últimos acontecimentos. Precisava se lembrar de situações que poderiam ter desencadeado a reação de Kamus em querer terminar.

Depois de pensar por algum tempo, lembrou-se de uma situação. Tinha sido no dia em que tinha tido vários pesadelos. Culpou-se por ter contado ao outro, mas o que poderia fazer ? Tinha sido REALMENTE assustador...

-oOo-

Recordações – Lembranças: O Pesadelo

Estavam na cama, no templo de Escorpião. A noite tinha sido boa, mas Milo estava muito cansado. Mal encostou a cabeça no travesseiro, adormeceu e começou a sonhar.

-o-

Os dois moravam juntos, mas no sonho, parecia que fazia pouco tempo que isto tinha acontecido.

Estavam em um quarto, se trocando para sair e de repente estavam em um supermercado.

Kamus estava vendo alguma coisa escrita em um pacote de chá, enquanto Milo pegava uma ou outra coisa e colocava no carrinho. As pessoas que passavam pelo corredor olhavam feio para os dois.

O grego foi pegar uma lata de leite em pó e na mesma hora, uma senhora teve a mesma idéia. Sem querer, o Escorpiniano tocou a mão da mulher de leve e logo pediu desculpas. Ela fez uma cara de nojo e começou a limpar a mão com um lenço.

- Você não devia estar aqui com ELE. Você não é bem vindo aqui. Você deveria morrer. – falou ainda limpando a mão cada vez mais forte, até que começou a arrancar a pele da mão e sangrar – Só assim para eu me limpar de ter tocado você.

As pessoas que estavam em volta viram uma poça de sangue se formar, fizeram cara de nojo e começaram a se afastar dos dois. Depois ficaram de longe gritando:

- QUEIMEM OS VIADOS, QUEIMEM, QUEIMEM.

O sangue que estava no chão começou a pegar fogo.

Milo se aproximou de Kamus, que continuava a ler a caixa de chá.

- Kâ, acho melhor não virmos mais juntos ao mercado, acho que as pessoas se incomodam com isso.

- Bobagem, Milo. – retrucou o francês sem dar a menor atenção.

Logo em seguida estavam em uma loja de sapatos. Estavam procurando emprego.

- Acho melhor vocês nem entrarem. Acabei de limpar o chão e não quero sujeira.

- Mas viemos por causa do emprego. – Kamus falou para o homem.

O homem fechou a porta da loja e disse de lá de dentro:

- Vão até o cabeleireiro. É só para isso que bicha serve, para ser cabeleireiro. – e deu uma risada sarcástica.

As pessoas que passavam na rua cercaram os dois e ficavam repetindo o tempo todo: "Cabeleireiro, cabeleireiro"

No próximo instante Milo estava sozinho na rua. A rua estava deserta e era final da tarde, o sol começava a se por.

Olhou para a sua mão. Havia vários endereços de empregos, todos riscados. Não o tinham aceitado em nenhum deles por ser viado.

Começou a andar pela rua. Um carro parou e buzinou. Dois homens jovens estavam dentro do carro. Abriram a porta do carro e o grego entrou. Pararam em um lugar e entraram em um motel. Milo transou com os dois ao mesmo tempo.

Instantes depois, o Escorpiniano chegou em casa e colocou o dinheiro em cima da mesa.

- Mon Ange ? É você ? – Kamus saia do quarto.

- Sou. Trouxe dinheiro.

- Finalmente arrumou um trabalho ? – o francês perguntou contente.

- Arrumei. – falou sem olhar para o amigo. – Vou tomar um banho.

A mesma cena se repetiu mais duas vezes. A mesma rua, o mesmo carro, as mesmas perguntas...

Na última vez o Aquariano não estava no quarto. Esperava-o na sala, mas perguntou a mesma coisa.

- Mon Ange ? É você ? – perguntou olhando para o grego sem sorrir.

- Sou. Trouxe dinheiro.

- Arrumou um trabalho ? – questionou friamente

- Arrumei. Vou tomar um banho.

Mal deu um passo e o amigo estava à sua frente. Kamus empurrou-o e Ele caiu no chão.

- Quando eu aceitei morar com VOCÊ, não me importava o que iríamos vestir ou comer, desde que estivéssemos JUNTOS. Parece que para você só importava o que iríamos vestir, NÃO É, Escorpião ? – falou olhando-o com desprezo.

- Kâ, do que você está falando ? – perguntou temeroso.

- ESTOU FALANDO DISSO, SUA BICHA VADIA. – gritou jogando o dinheiro no rosto do grego com fúria. Abaixou-se, pegou seu pescoço e começou a apertar. – Eu vou te matar agora e você sabe por quê ?

Milo começou a chorar. Só conseguia balançar a cabeça em negativa.

- Vou te matar porque eu NÃÕ te amo.

A mão do amigo em seu pescoço o estava sufocando. O grego continuou a balançar a cabeça em negativa e chorava mais ainda pela revelação do Aquariano.

- Não acredita ? – falou soltando-o. - Para mim você não passa de um VERME. Está TUDO acabado entre nós.

- Kâ...

Kamus deu-lhe um soco violento. O Escorpiniano se encolheu e continuou chorando baixinho.

- Eu NÃO POSSO amar alguém que DÁ O RABO por um prato de comida.

O francês recolheu o dinheiro e foi em direção à porta. Milo jogou-se a seus pés, segurando suas pernas.

- Kâ, por favor, não vá. – suplicava chorando.

O Aquariano se soltou e começou a limpar a mão e as pernas com nojo. Limpava com tanta força que acabou arrancando a pele e o sangue começou a escorrer. Quando olhou para o amigo, seus olhos eram vidrados, como os de uma pessoa morta. O rosto transformou-se no rosto da senhora do supermercado. O francês disse-lhe com uma voz gutural: "Só assim para eu me limpar de ter tocado você."

-o-

Milo acordou em um sobressalto. Tremia e chorava muito. A luz se acendeu. Kamus estava ao seu lado e sentou-se para abraçá-lo.

- Mon Ange, o que aconteceu ? – perguntou preocupado.

O grego só conseguia chorar.

- Mi, fique calmo. Me conta o que houve.

O Escorpiniano abraçou Kamus mais forte e começou a falar com a voz embargada pelos soluços e choro.

- As pessoas... sabiam que estávamos juntos... e nos odiavam por causa disso. – conseguiu falar, mas sem parar de chorar. – Nos tratavam como... vermes.

- Mon Ange. – falou para o amigo com ternura. - Foi apenas um pesadelo, não precisa ficar assim. Com exceção do Afrodite, ninguém sabe que estamos juntos.

Kamus começou a acariciar seus cabelos, depois beijou-lhe a testa e puxou-o para mais perto de si.

- O que exatamente você sonhou, Mon Ange?

As lágrimas recomeçaram a cair e os soluços vieram com força.

- Não. Não fique assim, Mon Ange. Não quero ver você triste. Me conta o que você sonhou. – pediu.

- Eu e você... morávamos juntos... e eu fiz... uma coisa... ruim... e você disse... disse... - sua voz quase não saía entre as lágrimas e os soluços.

- O que eu disse ?

- ... você disse que... não me amava mais e que estava tudo... acabado entre... – parou de falar e o choro aumentou.

Milo agarrou-se ao francês, com desespero. Kamus a princípio não o abraçou, mas depois o abraçou forte e recomeçou a acariciar-lhe os cabelos.

- Mon Ange, foi apenas um pesadelo. Eu estou aqui com você e não tem ninguém te tratando mal.

Depois de um bom tempo, parou de chorar, mas continuou nos braços do amigo.

-oOo-

Enquanto guiava a moto, uma lágrima descia por seu rosto.

No templo de Aquário, Kamus ainda pensava no grego.

Lembrava-se de vários momentos felizes que passaram e outros momentos nem tão especiais assim, mas que se tornaram especiais por estarem juntos.

Lembrou-se de pequenas situações ocorridas não somente quando estavam apenas os dois, mas quando estavam outros amigos juntos também.

De repente Kamus ficou um pouco triste. Milo e Aioria sempre foram seus melhores amigos. Será que perderia a amizade do grego ? Se isso ocorresse, o Aquariano se culparia eternamente, pois apreciava muito o amigo, mesmo quando era infantil.

"Infantil" pensou

Um dia em especial lhe veio à mente. Podia mentir falando que não gostava das infantilidades do grego, mas a verdade era que adorava o lado infantil do amigo...

-oOo-

Recordações – Lembranças: A guerra

O Escorpiniano tinha pedido para que o francês fosse em sua casa à noite. Kamus chegou na oitava casa, mas estava tudo escuro.

- Milo ? Você está aí ? – perguntou entrando devagar. - Se você estiver escondido para me dar um susto, eu te mato.

O grego adorava pregar peças no Aquariano.

Kamus entrou no quarto e acendeu a luz. Mal teve tempo de pensar, pois logo tomou uma travesseirada na cara.

- UhUh ! NA CAAAARA! – falou o grego pulando e socando o ar com satisfação.

O francês abaixou-se para pegar o travesseiro, mas quando levantou, recebeu outra travesseirada, pegando o rosto e o ombro.

- AhaUhu, o Kamus não é de nada ! AhaUhu, o Kamus não é de nada ! – Milo falava enquanto dançava e rebolava, agitando os braços.

- Milo ! Milo ! MILO !

- O que é ? – perguntou e virou-se, tomando uma travesseirada na cara.

- UhUh ! NA CAAAARA! – falou imitando o amigo, mas rebolava para um lado e girava os braços para outro.

- É guerra ?

O grego foi até o guarda roupa e abriu uma gaveta. Tirou uns dez pares de meia. Ficou em um lado do quarto e Kamus do outro.

- BOMBA ! – gritou e começou a jogar as meias no Aquariano.

- Ai !

Kamus atirou o travesseiro no Escorpiniano. Pegou na barriga. O outro devolveu acertando a cabeça do Aquariano. Cada um vibrava de um lado a cada ataque e eram ouvidos "ais" dos dois lados.

Foi uma verdadeira batalha. O francês reparou que Milo tinha planejado a "guerra" e guardara tudo que ficava em cima dos móveis que pudesse quebrar.

Depois de muito tempo brincando, caíram suados e exaustos na cama.

- Criança. – falou para o grego.

- Criança que você gosta. – respondeu.

O Aquariano puxou-o e deu-lhe um longo beijo.

- Gosto, não. A-D-O-R-O.

Levantou-se e recomeçou a atirar as meias em Milo. Fizeram uma gritaria tão grande que Shura, que subia em direção ao seu templo, passou na casa do Escorpiniano para saber se estava tudo bem.

- Milo ? Está tudo bem ? Que barulheira é essa ?

Entrou no quarto e não viu ninguém.

- Milo ? Você está ai ? Que zona. A cama está toda desarrumada. Onde será que está aquele grego maluco que... – abaixou-se para arrumar o edredom da cama e tomou duas travesseirada, perdendo e equilíbrio e caindo no chão.

Mal teve tempo de levantar quando ouviu a voz de Milo e de Kamus, que estavam escondidos na parede que dava para a suíte.

- INFORME A SITUAÇÃO, SOLDADO ! – ordenou Milo.

- INIMIGO ABATIDO, SENHOR ! – respondeu Kamus.

- AO ATAQUE ! – Milo gritou e os dois saíram de trás da parede e começaram a bombardear o Capricorniano com as meias.

Foi uma verdadeira guerra entre os três que depois desabaram na cama. Ficaram rindo muito.

Kamus, que não podia dar bandeira, achou melhor subir com o espanhol. Os três se despediram. Pelo caminho Shura falava, rindo, que não acreditava na atitude dos dois cavaleiros.

- Parecia um campo de batalha ! E o safado do Milo preparou tudo ! Guardou todas as coisas para não quebrar.

- Pior fui eu. Ele me chamou e falou que queria falar comigo hoje à noite sem falta.

- Que viado ! O cara preparou a armadilha para você.

- Cara, eu entrei e chamei e Ele respondeu do quarto. Estava tudo escuro e fui acendendo as luzes, pensei que Ele estivesse passando mal. – falou Kamus disfarçando – Assim que eu acendi a luz do quarto, tomei uma travesseirada na orelha...

Shura e o francês foram rindo escadaria acima.

-oOo-

- Ah, Milo ! – suspirou – Como eu era feliz com você.

Milo parou a moto. Tinha várias pessoas na rua. Olhou para um lugar em especial. O nome não tinha nada de sugestivo, mas as pessoas que estavam entrando nele, tinham.

- Quem procura, acha. – falou para si próprio.

Percebeu que os olhares voltavam-se para Ele. Não ligou. Andou pela rua chamando a atenção dos transeuntes. Ouviu alguns elogios, mas não deu bola. Entrou em uma pequena fila na frente de uma danceteria e ficou esperando sua vez.

Seus pensamentos de vingança continuavam fixos.

OBS: O próximo capítulo contém CENAS FORTES, envolvendo material erótico e deve ser verificada a indicação de permissão de idade do site antes de prosseguir.

Próximo capítulo - No próximo capítulo Milo entra no lugar em que procurava e conhece novas pessoas. Kamus lembra-se da primeira vez que se entregou ao Escorpiniano. O francês ouve uma das músicas do CD do pupilo e toma uma decisão. A fase Lembranças chega ao fim.

Nota da autora: Agradecimentos

Agradeço à Anjo Setsuna por escrever e interceder mais uma vez pelo fofo do Milo. Aproveito para voltar a dizer que talvez o Kamus fique com ciúme, ainda mais porque ele chama o Milo de Mon Ange (Meu Anjo). Pode se considerar homenageada sempre. Brigadinha e beijinho.

Agradeço também a Ia Chan que escreveu para comentar e pediu para colocar o próximo capítulo logo. Aqui está.

Agradecimentos especiais a uma pessoa que prefere não ser citada, mas que me fez a crítica mencionada no início da fic. Obrigada. Às vezes é preciso um puxão de orelha.

Nota da autora: contato.

Podem me contatar via review neste site ou via e-mail no erika(ponto)patty(arroba)gmail(ponto)com (é sem br mesmo)