Recordações
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Recordações - Fase: Lembranças - Capítulo IV – A segunda Primeira Vez
No capítulo anterior Kamus se lembrou de vários momentos passados ao lado do amigo e se deu conta do tanto que gostava disso. Milo também se lembrou de momentos felizes e outro nem tanto, além de se recordar do dia em que ficou sabendo de Afrodite e Máscara da Morte. O grego finalmente chegou no lugar onde queria.
...Quem procura, acha. – falou para si próprio.
Percebeu que os olhares voltavam-se para Ele. Não ligou. Andou pela rua chamando a atenção dos transeuntes. Ouviu alguns elogios, mas não deu bola. Entrou em uma pequena fila na frente de uma danceteria e ficou esperando sua vez.
Seus pensamentos de vingança continuavam fixos.
Capítulo IV – A segunda Primeira Vez
A movimentação na rua era grande. Havia alguns bares em volta. Uma menina muito bonita passou e sorriu para o grego. Chegou a vez do Escorpiniano. Milo pegou seu cartão de consumação e passou pela catraca.
Logo na porta do lugar, Milo levou um susto. Duas garotas se beijavam ardentemente.
Ainda olhava para as meninas quando tomou um esbarrão. Virou-se. Era um cara bem musculoso e uma garota de longos cabelos negros que estavam entrando.
Deixou as meninas que se beijavam e foi andando pelo corredor. A música foi ficando cada vez mais alta. O ambiente era um tanto diferente. As paredes pintadas de lilás e o jogo de luzes rápidas imputavam uma sensação alucinante do local. Pelo corredor havia dois casais se beijando. Em um deles, o cara passava a mão nos seios da menina em público. O grego colou na outra parede para conseguir passar pelo casal afoito.
"Por que estes dois não vão para um motel ?" pensou.
Andou até o fim do corredor. O mesmo terminava em um local amplo, também com as paredes em lilás. Havia um mezanino e várias pessoas dançavam nele.
O DJ, um cara magrelo, com óculos de aviador não parava de balançar a cabeça ao ritmo da música tecno.
Havia alguns tubos de aço onde algumas garotas seminuas faziam algumas performances.
O grego foi até o bar.
- O que vai ser ? – perguntou o barman.
- Uma margarita... – respondeu sem olhar para o barman, ainda analisando o local - ...frozen.
Quando se virou para ver se o barman tinha ouvido, segurou o riso. O barman era um cara bem musculoso e estava vestindo apenas uma gravata borboleta preta e uma tanguinha branca, fio-dental.
- Prontinho. – disse colocando sua bebida no balcão.
Era evidentemente viado. Milo fez uma cara séria ao pegar a bebida.
- Obrigado.
Deu alguns passos e sentou-se em um dos bancos do bar. Fez uma análise geral do local. Era incrível, apesar de ser uma segunda-feira, parecia uma sexta ou sábado pela quantidade de pessoas presentes na danceteria.
O grego reparou que o casal que antes se amassava no corredor tinha entrado no lugar. Vinham em direção ao bar. O Escorpiniano disfarçou, fingindo não estar olhando para eles. Foi a menina quem pediu a bebida.
- Jack, meu bem, sirva um Martine para mim e uma vodka com limão para o meu amor. – falou com uma voz suave.
Milo olhou disfarçadamente para a garota. Seria uma mulher perfeita, se não tivesse o gogó tão saliente. Era um travesti.
O Escorpiniano começou a ficar com um pouco de calor. Achou que não tinha sido uma boa idéia ir até ali. Pensou no francês.
"... talvez para você significasse outra coisa, mas para mim, era apenas sexo". parecia ouvi-lo falar.
Os olhos do grego brilharam de raiva. Tinha saído de casa decidido. Estava sedento para executar seu plano de vingança. Iria atrás de outro homem e transaria com ele. Na mesma noite iria até a casa do Aquariano e descreveria a ele EXATAMENTE o que fizera, com detalhes da transa. Certamente o amigo ficaria indignado e diria que o grego era um inconseqüente em se relacionar com que mal conhecia, mas Milo responderia que isso não tinha importância nenhuma e era uma coisa à toa, pois tinha sido "apenas sexo". Depois disso deixaria o francês, sem olhar para trás. Tinha certeza que o Aquariano ficaria com ciúme. Na cabeça do Escorpiniano, o francês tinha ciúmes de viados, por isso odiava tanto o Pisciano.
Milo ainda lembrou-se de uma vez em que saíram somente os dois e um viado fizera um elogio ao grego. Kamus ficara aborrecidíssimo e perguntara ao Escorpiniano, mas para o outro ouvir: "- O que este VIADO estava querendo com você ?". O francês nunca não fazia isso quando o Escorpiniano estava com mulheres. O problema do Aquariano era óbvio: "medo da concorrência". – pensou sorrindo.
Na décima primeira casa, o francês também pensava em Milo. Sentado no sofá, Kamus lembrava-se de bons momentos passados ao lado do grego.
Era impossível não se lembrar do dia em que decidiu se entregar ao Escorpiniano.
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Recordações – Lembranças: A segunda Primeira Vez
Já fazia quase três meses que estavam juntos e o Aquariano ainda não tinha sido penetrado nenhuma vez pelo grego. Não que não tivesse vontade, mas tinha um certo zelo por sua masculinidade.
Milo era paciente. Costumava falar no assunto, mas nunca tinha forçado nada. Falava que no dia em que o francês se sentisse à vontade, fariam.
Kamus já tinha pensado muito sobre isso, mas o que realmente o motivou a se oferecer foram os acontecimentos que se seguiram na praia e na feira de automóveis.
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Contrariando a época de inverno em que estavam, fazia um belo dia de sol. O calor era tanto que a praia estava lotada.
Kamus estava sentado debaixo de um guarda-sol lendo um livro, e Shaka estava ao seu lado.
Os cavaleiros de ouro tinham montado uma rede e jogavam vôlei. Milo estava no grupo.
De um lado da rede estavam Milo, Máscara da Morte, Kanon e Saga. Do outro estavam Shura, Aioria, Mu e Aldebaran. Afrodite estava sentado perto do Shaka, embaixo de outro guarda-sol, lendo um livro.
O francês observava disfarçadamente os movimentos do amigo.
Milo estava de sunga e seu corpo perfeito e bronzeado ficava ainda mais perfeito em um dia como aquele.
Aldebaran sacou e Kanon defendeu, mas a bola espirou e foi em direção à água. O grego que estava na posição mais próxima da água correu para pegar a bola. Estava voltando quando encontrou duas garotas, uma ruiva que aparentava de quinze a dezessete anos e uma morena, aparentando uns dezoitos para dezenove anos. Kamus reconheceu a morena. Era Mirella, uma amiga em comum de Milo e Aioria.
O Escorpiniano jogou a bola para os amigos.
- PEDE PARA ALGUÉM ENTRAR UM POUCO. EU JÁ VOLTO PARA O JOGO. – gritou para os companheiros e depois ficou conversando e rindo com as duas garotas.
- Entra aí, Shaka. – sugeriu Shura.
- Ah, não. Hoje quero só aproveitar a praia.
- Então entra aí, Kamus. – sugeriu Kanon.
- Desculpem, mas vocês sabem que eu sou péssimo de vôlei e também estou lendo.
Ninguém perguntou se Afrodite queria jogar. Kamus notou e ficou com um pouco de pena do sueco. O preconceito era de fato MUITO grande. Agora que ele e Milo estavam juntos, tinham que ter bastante cuidado e o jeito era se esconder.
Talvez fosse melhor assim. Seria muito difícil agüentar o que o Pisciano agüentava.
- Posso entrar ? – Afrodite perguntou se levantando e deixando o livro de lado.
- Claro. – disse Aioria um pouco desconcertado e olhando para os demais, para saber se realmente aprovavam.
Ninguém se manifestou contra nem a favor. O Pisciano começou a jogar.
Kamus continuava de olho em Milo. As garotas que passavam não deixavam de reparar no moreno. O grego parecia Apolo, o próprio deus da beleza descido dos céus. Não era por menos que chamasse tanto a atenção.
Milo se despediu das meninas. Na ruiva deu um beijo no rosto e na Mirella, um beijo na boca. Kamus não sentiu ciúme. Sabia que era na SUA cama que o grego estaria no final daquele dia. Na verdade o Aquariano não sentia ciúmes de mulheres, mas ODIAVA quando o amigo falava do Pisciano. Milo comentava do outro como se Afrodite fosse o ser MAIS espetacular do mundo.
- Imbecil ! – sussurrou por entre os dentes, referindo-se ao sueco.
Voltou a prestar atenção no grego e viu que o mesmo acenava para as meninas e andava para trás sem perceber onde estava indo.
Havia duas crianças brincando perto, tentando montar um castelo de areia. Milo não prestou atenção e acabou pisando no castelo, derrubando-o.
Não dava para ter certeza, devido à distância que estava, mas pareceu-lhe que a garotinha mais nova chorou.
Milo abaixou-se e ficou conversando com as duas menininhas. Depois se levantou e foi em direção à água, com um baldinho vermelho na mão. Voltou com o mesmo cheio de água. Sentou-se na areia, perto das meninas e começou a fazer um castelo de areia com a ajuda de outro baldinho.
Passado algum tempo, o grego tinha feito um castelo até razoável para as meninas. A mais nova levantou-se e bateu as mãozinhas de contentamento. O Escorpiniano falou com as garotinhas e passou a mão na cabeça das duas. Abaixou-se e recebeu um beijo no rosto, dado por cada uma das meninas. Um rapaz encaminhou-se para o lugar onde estavam as meninas e começou a conversar com o Milo.
Kamus viu o Escorpiniano apontar para o grupo que jogava vôlei e depois veio com o rapaz para perto dos jogadores.
- E aí ? Posso voltar ? – perguntou.
- Pode. Eu saio. – Afrodite falou virando-se.
- Fica aí, Dido. Eu quero apresentar o Felipe. E ele quer jogar conosco. Se você ficar, dá o número certinho – disse para o Pisciano.
- Ok. Então eu fico.
O tal Felipe se juntou ao grupo e ficou jogando vôlei com os cavaleiros. Cerca de uma hora depois, aproximou-se do grupo um casal e as duas menininhas que Milo derrubara o castelo.
- Vamos filho. – disse o homem.
- Já vou pai. Estamos disputando um ponto.
O garoto esperou acabar o ponto e se despediu de todos. Chegou perto de Milo e não só deu a mão como o abraçou de leve.
- Valeu cara !
- Estamos sempre por aqui, aparece aí, Felipe.
- Ok. Pode deixar. Cara, desculpa ter desconfiado de você.
- Tudo bem. Com duas crianças, ainda mais meninas, não dá para descuidar.
As meninas ficaram fazendo tchau, segurando a mão da mãe.
- Tchau bonequinhas. – disse para as duas meninas que se soltaram da mão da mãe e foram até o Escorpiniano para se despedirem pessoalmente.
A mãe acompanhou-as com o olhar. Milo se abaixou e as garotas beijaram o grego novamente e se viraram para irem embora com os pais.
As crianças voltavam-se a toda hora para dar tchau para o Escorpiniano que ficou acompanhando-as e acenando até sumirem de vista.
- Agora chega de história e vamos jogar, não é Milo ? – perguntou Aioria.
- Tem gente a mais. – comentou Shura.
- Estou saindo. – falou Afrodite, sem olhar para os cavaleiros.
Realmente era MUITO difícil ser homossexual.
Kamus às vezes sentia pena de Afrodite, mas tinha TANTO ciúme do Pisciano que o preferia longe. Milo vivia na casa do sueco e falava muito bem dele. Para piorar, um dia o Pisciano tinha feito um comentário quando estavam apenas o Escorpiniano e o francês, dizendo que agora Kamus sabia o que ele passava, tendo que esconder as coisas dos outros.
O Aquariano apertou o grego e ele revelou que Afrodite sabia que estavam juntos. O pior foi não dar nenhum motivo convincente que garantisse que o outro não daria com a língua nos dentes sobre os dois.
Mas o que aborrecia mesmo o francês era o fato de Milo NUNCA querer falar da sua primeira vez. "Foi com um estrangeiro" dissera. Ora, tirando quatro cavaleiros, todos os outros eram estrangeiros e o francês se mordia de ciúme ao pensar que o grego estivesse mentindo e que a primeira vez RUIM fosse na verdade uma primeira vez ÓTIMA, mas que tinha que ser escondida por ter sido com outro cavaleiro, mais propriamente o da décima segunda casa.
Se não fosse isso, por quê o Escorpiniano dissera que GARANTIA que o sueco não ia revelar nada sobre os dois ? E por quê Ele e o Pisciano eram TÃO ligados e o grego se esforçava tanto para deixá-lo à vontade junto dos outros cavaleiros ?
Kamus sabia que Afrodite tinha poucos amigos no Santuário, mas Milo com certeza estava dentre os que tinha.
Em um certo dia de tempestade, o grego tinha até dormido na casa do Pisciano. Falara ao francês que ficara no quarto de hóspedes, mas o Aquariano tinha as suas dúvidas.
Não gostava do sueco e não confiava nele. Esse "Mi" para cá e "Mi" para lá o deixava louco. Às vezes queria socar o defensor da armadura de Peixes e só não fazia isso porque seria o maior vexame e aí é que todos ficariam sabendo mesmo.
A bola de vôlei bateu bem na perna do francês, deixando uma marca vermelha em sua pele branca.
- Foi mal Kamye.– falou Kanon vindo buscar a bola. – Não consegui defender.
- Tudo bem.
Olhou para o Escorpiniano. O grego prestava atenção a um casal que passava, um homem e uma mulher grávida.
O Aquariano sabia o que Milo estava pensando e sentiu uma leve dor no coração.
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"Eu realmente não tinha escolha" falou para si mesmo enquanto lembrava dos acontecimentos da feira de automóveis.
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Kamus gostava muito de carros e Milo ficou sabendo que teria uma feira de automóveis em breve na Grécia.
Era uma quarta-feira quando o Escorpiniano chegou na casa de Kamus com dois ingressos na mão.
- Oi Kâ. Adivinha o que eu tenho aqui ? – perguntou abanando os dois ingressos.
- Acho que são ingressos.
- Engraçadinho. É CLARO que são ingressos, mas você sabe para quê ?
- Não.
- F-e-i-r-a d-e a-u-t-o-m-ó-v-e-i-s. – disse lentamente, voltando a abanar os ingressos.
- Legal ! – disse Kamus empolgado.
Os carros da feira eram maravilhosos. Em todo estande grande tinha o chamado carro conceito, uma versão do que seria o carro perfeito, segundo a montadora.
O Aquariano estava admirando de longe o carro conceito da Citroën, uma montadora francesa, quando algo curioso aconteceu.
Um garotinho, aparentando uns dois anos ou menos, veio correndo pelo corredor e abraçou a perna do grego.
- Papai. Papai.
Milo se abaixou para ficar mais próximo da altura do moleque.
- Oi. Tudo bem ?
- Papai. – falou o menino abraçando o Escorpiniano.
O grego pegou o garoto no colo.
- Eu não sou o seu papai. Cadê a sua mamãe ? – perguntou.
O menino ficou olhando para os lados e depois apontou com o dedo.
- Lá.
- A mamãe está lá ? – questionou o grego.
O garoto assentiu positivamente com a cabeça. Milo foi andando devagar naquela direção, mas olhando para os lados, como se procurasse alguém. Kamus acompanhou o amigo.
Mais à frente, uma jovem olhava desesperada pela multidão. Foi o grego quem encontrou a mãe do menino.
- Aquela ali é a sua mamãe ?
O menino assentiu novamente.
- Ei, mamãe ! – o grego disse, chamando a atenção da moça que olhava para baixo.
- Graças aos céus ! Muito obrigada ! – falou pegando o garoto dos braços do amigo.
O menino começou a chorar.
- Papai, papai.
- Alex, ele NÃO é o seu pai. – disse para o menino – Me desculpe, o pai dele também tem o cabelo comprido. – falou para Milo.
- Tudo bem. Não chora não Alex, o papai não está aqui, mas a mamãe está.
- Mamãe ? - perguntou o menino ainda com cara de choro.
- É. A mamãe. Você não gosta da mamãe ? A mamãe fica feliz quando você dá um abraço bem forte nela.
- Gosta mamãe. – o garotinho disse abraçando a mãe.
A jovem se despediu em um aceno de agradecimento e se misturou aos outros visitantes.
Milo ficou acompanhando os dois indo embora.
- Você não queria ir ao estande da BMW ?
- Hã ? Ah... queria, vamos ? – o grego perguntou.
O estande era grande e tomava duas "ruas" da feira. Milo estava vendo as motos e Kamus estava ao seu lado quando o mesmo garotinho apareceu novamente, mas desta vez batendo nas pernas do francês.
Quando olhou para o Aquariano fez uma cara de choro, mas depois que viu o grego, sorriu e estendeu os bracinhos.
- Pega, papai.
- Alex, cadê a sua mamãe ? – perguntou se abaixando.
O menino abriu os braços, como se dissesse "não sei". Kamus riu com a cena. O grego também sorriu. Pegou novamente o menino no colo e ficou procurando a jovem.
O garoto viu as motos da BMW e chamou a atenção de Milo.
- Papai, vrum, vrum.
- Moto.
- Moto. – repetiu com sua voz infantil. – Papai moto, moto. – e apontava para as motos e jogava o corpo naquela direção.
- Achei você. – disse a garota – Ai, me desculpa de novo. Vocês vão achar que eu sou uma mãe desnaturada, mas este menino é elétrico, um segundo que não olho e ele some. Eu devia ter trazido minha mãe junto. – comentou – Vem com a mamãe. – e deu os braços para o menino.
O garotinho negou com a cabeça e abraçou o pescoço do Escorpiniano.
- Moto vrum vrum. – disse jogando o corpo em direção às motos.
- Posso colocar ele em uma moto ?
- Se não for incômodo, pode sim. Desculpa, estou até envergonhada.
- Tudo bem. Eu gosto muito de criança.
Milo foi até uma das motos e perguntou se poderia sentar. A modelo disse que naquela não, mas que no estande do lado tinham várias motos de mais de 1000 cilindradas que podiam ser experimentadas.
Foram os quatro até o estande do lado. Milo sentou-se em uma moto vermelha e colocou o menino na sua frente. Pegou suas mãozinhas e colocou no guidão. Ficou fazendo barulho de moto para o garotinho que ria do som.
- Chegamos. Acabou o passeio. – disse depois de algum tempo de brincadeira.
- Cabô – falou o menino.
O grego puxou o menino de uma vez e levantou-o no ar.
- Upa ! – disse para o garoto.
O menininho riu. Milo entregou-o para a mãe.
- Obrigado.
- Obrigada você. O Alex gostou muito.
- Gostou, Alex ?
- Gostou. – respondeu ao Escorpiniano.
O grego sorriu.
- Você têm filhos ?
- Não.
- Pois deveria, você será um excelente pai, não é Alex ? – perguntou olhando nos olhos do Escorpiniano.
Milo e a menina ficaram se olhando. A garota sorriu. Milo sorriu de volta.
- Eu tenho que ir. – disse para a menina.
A jovem apenas assentiu com a cabeça. O Escorpiniano deu um beijo no rosto do menino e abraçou-o ainda no colo da mãe. Foi dar um beijo no rosto da menina, mas ela virou o rosto. Milo acabou beijando um pouco dos lábios dela. O grego ficou rubro na hora.
- Desculpe. – a menina falou um pouco sem graça.
- Eu só não quero arrumar confusão. Mulher casada tem gosto de pólvora. – falou brincando.
- Tudo bem. Eu não sou casada.
O Escorpiniano ficou olhando para a menina e depois se abaixou para outro beijo, mas desta vez foi direto na boca. Não demoraram muito, pois o garotinho ainda estava no colo da jovem.
Milo deu um beijo na testa do menino.
- Cuida bem da mamãe, tá ?
- Tá. – respondeu o garoto.
O grego se afastou aos poucos e voltou para junto de Kamus, acenaram e que foram embora.
- Ah, Kamye ! Como eu gostaria de ter um filho. – confessou.
Era justamente isso que Kamus tinha medo de ouvir.
Estava começando a gostar do grego. Já tinha passado da fase em que queria apenas ter uma noite de sexo com o amigo. Milo era MUITO bom de cama e o francês gostava muito de sexo para deixar de querer isso, mas sexo já não era a única coisa que o motivava a estar com o Escorpiniano.
Kamus gostava da sua companhia, da sua alegria, da sua espontaneidade, da forma como o tratava e do modo que se comportava com os outros.
O grego era uma pessoa fantástica e o melhor, era SEU.
Mas Kamus já estava com medo de se responder quanto tempo isso duraria. Já tinha percebido que o grego tinha vontade de ter um filho. Milo olhava para toda criança que viam na rua.
Kamus sentiu uma pontinha de inveja. Podia se comportar como companheiro do Escorpiniano em quase tudo. Podia proporcionar-lhe prazer, podia dar-lhe carinho, sair com ele, brincar com ele, brigar com ele, dormir com ele, mas tinha uma coisa que não poderia fazer. Nunca poderia dar um filho ao amigo.
Para ter um filho, o grego precisava de uma mulher. Provavelmente quando decidisse ter uma criança, esqueceria do francês.
O Aquariano se sentiu péssimo. Sentiu-se um zero à esquerda. Não abriu a boca no caminho de volta. O grego não parava de falar sobre os carros, motos e sobre o menininho.
Ainda restava uma chance. Milo sempre quis ter o francês. Seria a sua oportunidade. Tinha que se entregar, tinha que se doar para tê-lo junto de si. Sabia que era egoísmo de sua parte, mas o que poderia fazer ? Era uma competição desleal. As mulheres além de serem aceitas pela sociedade num possível relacionamento com o grego, ainda poderiam dar-lhe o filho que tanto queria.
Ou Kamus fazia alguma coisa, ou desistiria de tudo. Preferiu a primeira opção.
Chegaram na casa de Escorpião e tiraram a roupa para entrar na banheira.
O grego era muito carinhoso. Colocou-se atrás dele e beijava-lhe a nuca e os ombros enquanto o ensaboava. Kamus não deixou que ele finalizasse, tocou-lhe a mão suavemente e o colocou à sua frente. Passou o sabonete devagar pelo corpo do Escorpiniano, beijando-lhe a orelha e o pescoço de leve.
- Kâ, assim eu fico todo mole. – comentou relaxado.
- Mas eu quero que você fique bem à vontade.
Milo sorriu com os olhos fechados.
- Está preparando alguma coisa para mim ?
- Estou. – disse suavemente ao seu ouvido.
O Aquariano passou o sabonete por todo o corpo do outro. Em seguida derramou um pouco shampoo nos cabelos do Escorpiniano e fez uma massagem suave. Depois de enxaguar o amigo completamente, colocou o condicionador na mão e passou por seus cabelos cacheados. Adorava os cabelos do outro. Eram de um cacheado bem definido e de uma coloração muito bonita, deixando o grego ainda mais sensual. Passava os dedos com suavidade pelos cabelos do Escorpiniano para desembaraçar.
- Milo ?
- Oi, Kâ.
- Eu... estava pensando em uma coisa.
- O quê ? – perguntou ainda entregue.
- Decidi. Quero hoje.
- Quer o quê ? – perguntou suavemente, virando-se um pouco para olhar o outro.
- Quero te sentir em mim.
Milo virou-se para ficar de frente para o francês. Ficou olhando como se não acreditasse.
- Quer... me sentir ?
O Aquariano apenas balançou a cabeça em afirmativa.
- Dentro ?
O francês voltou a balançar a cabeça em afirmativa.
- Kamus, se você quer fazer isso só para me agradar, eu não acho que é uma... – o amigo colocou o dedo em seus lábios, fazendo-o se calar.
- Mon Ange, já estamos juntos há mais de dois meses. Acho que é a forma natural das coisas eu ter vontade, você não acha ? – perguntou fazendo-lhe um carinho no rosto.
O Escorpiniano ficou quieto. Parecia ainda não acreditar. Kamus ficou esperando uma reação do amigo, que não veio.
- Desculpa. Eu pensei que você gostaria. – falou olhando para baixo e sorrindo, mas visivelmente triste.
- Kamye, é CLARO que eu gostaria. – o grego o abraçou. – Desculpe por agir assim, mas eu não estava preparado para isso agora. Fiquei muito contente. – levantou o rosto do amigo – De verdade. Você não faz idéia da ansiedade que eu tive que domar para esperar para ouvir isso da sua boca.
O francês sorriu.
- Você fica lindo sorrindo. E eu QUERO estar dentro de você. – disse beijando-o com paixão.
Kamus entregou-se ao beijo. Ouvira exatamente o que queria. O grego o desejava e queria penetrá-lo. Milo já era seu. Agora era a SUA vez de ser Dele.
De repente o Escorpiniano levantou da banheira.
- Fique aqui. Acabe de tomar banho, mas NÃO saia daqui até eu falar que pode, ok ?
- Ok. - o Aquariano achou estranho, mas aceitou.
O grego se secou rapidamente e saiu do banheiro fechando a porta. Kamus ouviu alguns pequenos barulhos e depois um silêncio. Terminou o seu banho lentamente. Tirou a água da banheira, foi até o espelho pentear-se. Acabou e ainda ficou esperando. Colocou um roupão.
- MILO ? Posso sair ?
Como o grego não respondeu, concentrou o seu cosmo. Milo não estava no templo de Escorpião.
- Onde Ele foi ? Milo ? – perguntou tocando a maçaneta.
Desistiu. Tinha prometido ao outro e ia esperar mais. Manteve a concentração do cosmo. Cerca de cinco minutos depois, sentiu o outro voltar.
- Pronto. – o grego falou ofegante, entrando no banheiro.
- Onde você estava ?
Milo pegou em sua mão e o conduziu para o quarto que estava iluminado à luz de velas perfumadas. O grego as havia espalhado, criando um clima agradável. No criado mudo havia duas taças e um balde de gelo com um vinho branco dentro. Por isso o Escorpiniano demorara, o vinho estava na casa do francês.
- Gostou ?
- Adorei. – falou sorrindo.
- Desculpe, se você tivesse avisado antes, eu tinha preparado alguma coisa especial.
- Assim está ótimo, estar com você já é especial. – o francês declarou, dando-lhe um beijo demorado.
Milo pegou-o no colo e colocou-o na cama. O francês se sentou sobre suas pernas e ficou olhando para o outro. O grego tirou os sapatos e fez o mesmo.
Kamus tirou lentamente a camiseta que o outro vestia e deixou-a cair no chão. O grego tocou a faixa do roupão e a desamarrou, fazendo com que se abrisse um pouco. O Aquariano pegou a base da bermuda que o outro usava. Milo ficou ajoelhado para facilitar a retirada. Usava uma cueca branca, o que o deixava mais sensual ainda. Pela vontade, seu sexo já despontava pela cueca.
O grego pegou o roupão e deslizou pelas costas do amigo, revelando a brancura de seu corpo. Kamus tirou-lhe a cueca e o Escorpiniano terminou de retirar-lhe o roupão, deixando-o cair no chão.
O grego passou a mão no rosto do amigo e se aproximou para um beijo com paixão. Ficaram se beijando por um bom tempo.
- Tem certeza que você quer ? – perguntou suavemente para o francês
- É o que eu mais quero. – falou aprofundando o beijo.
Depois que se beijaram, o Escorpiniano deitou-o francês cuidadosamente na cama. Começou a beijar-lhe vagarosamente a orelha, passando lentamente a língua em seu ouvido, arrancando alguns tremores do amigo. Beijou-lhe o pescoço apenas roçando seus lábios na região, deixando Kamus excitado.
O grego sabia que o pescoço do amigo era um dos seus pontos fracos, por isso se demorou mais nesta região.
Foi descendo aos poucos, beijando o ombro repleto de sardinhas do amigo e depois passando para o peito do Aquariano, que subia e descia em ritmo um pouco mais rápido devido à respiração.
Deu-lhe uma leve mordida nos mamilos e continuou a descer. Deslizou seus lábios na lateral da cintura de Kamus, causando-lhe leves cócegas.
Passou a mão de leve pelo sexo do amigo. Beijou-lhe toda a região e chupou seu sexo uma vez, de leve. Depois mordeu devagar a parte interna de sua coxa, a qual Milo sabia que era outro ponto fraco.
- Vem cá, fica de quatro para mim. – o grego pediu.
Kamus se levantou e ficou de quatro. Se sentia um pouco estranho nesta posição, mas como era o que queria, iria até o fim. O Escorpiniano se posicionou atrás do amigo e o puxou para si, fazendo com que ficasse de joelhos. O Aquariano ficou com as costas completamente encostada no peito do grego. Milo explorava a frente do seu corpo com as mãos.
Depois de ter corrido os dedos pelo corpo do amigo, abaixou-o um pouco deixando-o de quatro. Instantes depois, o francês sentiu cheiro de morango no ar.
- Milo que cheiro é esse ? Não tinha acabado o gel de morango da sua casa ?
- Tinha, mas eu peguei na sua casa.
- Eu pensei que você tivesse ido lá pegar o vinho.
- Não, na verdade eu fui pegar o gel, e só então me lembrei do vinho.
Kamus sorriu. O grego havia saído do banheiro naquela pressa apenas para preparar uma atmosfera para a primeira vez. Além disso, tivera o trabalho de ir até a sua casa buscar um gel para não machucá-lo.
- Agora eu vou tocar em você bem devagar...
O Aquariano sentiu o gel gelado em seu corpo e se retesou um pouco.
- Kamye... – falou suavemente beijando sua orelha e pescoço - ...fique tranqüilo, eu não vou te machucar, nem forçar nada. Agora eu já sei que você quer, é só questão de tempo conseguirmos o que queremos. – disse sussurrando ao seu ouvido.
Enquanto falava, o Escorpiniano passeava a mão pelo corpo do outro, arrepiando-o.
- Kâ... você é uma delícia... bem apertadinho para mim...
Milo soprava as palavras ao seu ouvido, deixando-o mais excitado. Kamus ofegou e gemeu ao mesmo tempo. Podia sentir o dedo do grego dentro de si, massageando-o.
- Estou te machucando... meu gostosinho ? – perguntava com volúpia.
- Não. – disse com a respiração entrecortada pelo prazer que estava sentindo.
- Eu vou colocar mais um dedinho em você para te preparar bem... – disse baixinho sem parar de beijá-lo suavemente - ...meu francesinho delicioso.
O Escorpiniano gemia de leve, enquanto falava, deixando Kamus com mais vontade ainda.
- Estou ficando LOUCO com este seu corpinho saboroso... – falou no mesmo tom - ...não estou agüentando de vontade de estar dentro de você e te dar prazer...
Kamus gemeu com as palavras do outro. Seu corpo começou a ficar mais quente. O francês abriu mais as pernas.
Milo estava deitado em suas costas, mas não fazia peso. Puxou-lhe suavemente o rosto para o lado e beijou ao francês. Depois lambeu de leve seus lábios.
- Isso, Kâ... fica BEM gostosinho para mim... – falou beijando as suas costas e trazendo-o um pouco para cima, deixando-o quase completamente ajoelhado - ... que eu vou colocar dentro de você... e vou te dar todo o prazer que você quer...
O grego falava e se movia em direção à cabeceira da cama, levando o Aquariano junto. Milo abaixou-se sobre o amigo, fazendo-o se inclinar. Pegou uma de suas mãos e colocou na cabeceira. Kamus colocou a outra.
- Milo... Mon Ange... estou LOUCO de vontade... me toma inteirinho para você. – pediu.
- Eu vou te tomar... – disse retirando os dedos de dentro do outro - ...todinho para mim... você será COMPLETAMENTE meu... vou te penetrar BEM devagarzinho, para que você sinta CADA centímetro entrando... você está sentindo ? – falou começando a penetrá-lo e tocando de leve em seu sexo.
O francês gemeu e ofegou. Começou a suar.
- Mon Ange... isso é gostoso...
- Vai ficar ainda melhor, francesinho saboroso... sente só eu mexendo dentro de você... – o grego mexeu o seu sexo já um pouco dentro do amigo, enquanto começava a masturbá-lo devagar, deixando-o louco.
- Mon Ange...
- Está machucando, Kamye ? – falou deitando-se em suas costas e soprando as palavras em seu ouvido.
- Não... pode vir... vem mais... eu quero mais...
- Você quer mais ? – falou ainda entrando em ritmo lento – Assim está bom ? – falou e começou a rebolar vagarosamente. Já estava completamente dentro do Aquariano.
Kamus gemeu alto.
- Você não sabe o quanto desejei estar dentro de você Kâ... você é MUITO gostoso... – falou aumentando o ritmo aos poucos. – Você gosta assim ? – perguntou gemendo
- Gosto... – respondeu bem entregue. – pode vir mais rápido, disse se abaixando mais, ficando mais de quatro e abrindo mais as pernas.
Milo aumentou a velocidade gradativamente.
- Assim... ? – perguntou ofegante.
- É... não para não... goza dentro de mim... eu quero sentir... – falava entre gemidos.
- Me avisa quando você... – o grego não conseguiu terminar a frase. Puxava o ar entre os dentes e gemia.
Kamus já estava quase gozando.
- Eu vou...
O Escorpiniano aumentou um pouquinho o ritmo e o Aquariano o sentiu pulsar dentro de si, logo em seguida, gozou nas mãos hábeis do amigo.
Os dois estavam completamente suados.
Milo saiu de dentro do outro e ainda respirando com dificuldade, se deitaram e se abraçaram.
- Você á MUITO gostoso, meu francesinho sardentinho. – falou dando-lhe um selinho.
- Hummm... – falou dengosamente - ...você é quem é MUITO gostoso – disse beijando-o com paixão - ...sabe meter como ninguém. – falou para brincar com o amigo, que gostava de ouvir palavras mais picantes durante o sexo.
- Seu sem-classe. - o grego falou rindo do comentário.
- Se eu tivesse classe, não conseguiria me igualar ao seu nível baixo. – falou rindo e desafiando o outro
- Ah ! Tá falando que eu gosto de uma baixaria, é ? Francês metido. – disse fazendo cócegas no outro.
Ficaram fazendo cócegas um no outro e rindo. Depois que pararam, Milo retirou os cabelos que grudaram no rosto do amigo e ficou olhando nos seus olhos.
- Foi maravilhoso, Kâ. Exatamente como eu te imaginava. – disse passando a mão no rosto do Aquariano, que sorriu – Foi como você queria ? – perguntou.
- Não. Foi MUITO melhor. – falou buscando sua boca para um beijo. Olhou-o novamente nos olhos para completar – acho que foi uma das melhores noites da minha vida. – roubou-lhe um selinho – muito bom... – disse olhando novamente para sua boca – ...muito bom e GOSTOSO... – e ofereceu a boca para um beijo, que o Escorpiniano soube retribuir.
Depois ficaram algum tempo apenas abraçados. Milo ficava deslizando os dedos pelo braço do Aquariano. Deu um bocejo.
- Hummm... que soninho... – o grego falou espreguiçando.
- Você está dormindo muito pouco. Está com o sono atrasado.
- Mas eu não consigo ficar uma noite sem pensar em você.
- Hoje eu estou aqui, não precisa ficar pensando, pode aproveitar.
Levantou-se e soprou as velas. Voltou para a cama e abraçou o Escorpiniano.
Kamus ficou pensando na primeira vez que tinham transado, quando Milo se entregou para ele. Também tinha sido gostoso, mas tivera um ritmo mais alucinante, de loucura, muito diferente do que acabaram de fazer. Desta vez, foi como se estivessem namorando e decidissem passar a noite juntos. Foi uma entrega mais apaixonada, mais calma, melhor aproveitada.
Na opinião do Aquariano, esta vez foi BEM MELHOR que a primeira. Talvez porque a primeira tivesse muito desejo incontido, o que levou os dois a aproveitarem o sexo ao máximo. Talvez o fato de estarem em um motel também tenha influenciado, levando-os a pensar em sexo cem por cento do tempo.
Olhou o grego respirando ao seu lado, adormecido. Como era lindo. Parecia um anjo. Seu Anjo.
"Estou começando a gostar de você, Mon Ange. Não sei aonde isso vai me levar, mas agora não quero me preocupar com isso, quero apenas me preocupar em te aproveitar a cada instante" pensou, beijando a testa do amigo de leve.
Dormiram nos braços um do outro.
-oOo-
Repensando a sua primeira vez, Kamus sorriu. Eram homens e não mulheres. Homens sempre prezavam o sexo em primeiro lugar. O sentimento vinha com o tempo, por isso a primeira vez de entrega do grego tinha sido tão ardorosa e a primeira vez de entrega do Aquariano tinha sido tão apaixonada. Neste período, já tinha sentimento envolvido.
- Seu imbecil. – disse para si mesmo. – Você pode mentir para TODO mundo, Kamus, mas não pode mentir para mim. Você o ama. Pode até se culpar por ele desenvolver também um sentimento por você, mas é recíproco. Você não deveria ter feito aquilo. Você que sempre reclamou das infantilidades deles, se mostrou mais infantil do que ele jamais foi.
Relembrar a conversa em que mentira ao amigo, dizendo que estavam juntos por sexo, deixou-o inseguro. Será que Milo ainda o aceitaria de volta ?
Estava absorto em seus pensamentos quando seu ouvido se abriu. A música que estava tocando... já tinha ouvido!
Olhou para o aparelho de som. O CD estava na música cinco. Obviamente já tinha tocado inteiro e estava repetindo. Levantou-se e pegou a caixinha do CD. A que estava tocando era do Metallica. A próxima música era do Scorpions. Deu uma risadinha.
- Que coincidência.
Passou para a sexta música e prestou atenção na letra. Cada acorde de guitarra o faziam lembrar dele. Sorria nos solos de guitarra, se lembrando o quanto ele gostava de fazer isso. Parecia que podia vê-lo à sua frente, tocando...
www radio terra com br ou www kboing com br
Scorpions - Still Loving You
Kamus estava petrificado.
Seus olhos viram passar diante de si várias cenas rápidas de todos os momentos com o Escorpiniano. A música entrou em sua alma.
Tinha acontecido EXATAMENTE o que a música descrevia. Era como se o Aquariano a tivesse escrito para o momento. Gostaria de voltar tudo e mudar o que fizera, sabia que tinha ferido o orgulho do outro e ajudara-o a construir uma barreira em volta do seu coração, precisava do amor do outro e queria ter uma nova chance com Milo.
NÃO. Este NÃO podia ser o fim.
Lembrou-se ainda de pegar o CD do pupilo, pois tinha uma promessa a cumprir. Foi rapidamente até o quarto e retirou do guarda-roupa o perfume que costumava utilizar para sair. Foi até um dos quartos de hóspede, se olhou no espelho e deu uma ajeitada no cabelo. Conferiu alguns últimos detalhes, apagou a luz e saiu correndo escadaria abaixo.
Já tinha perdido muito tempo. Não ia perder mais.
Milo parou de pensar no francês e saiu do transe. A música voltou aos seus ouvidos. A bebida tinha acabado. Pediu outra.
Sentado no banco observava as pessoas que dançavam. Havia uns tipos bem estranhos. Três garotas dançavam juntas e uma delas, vestida de roupas mais masculinas, passava a mão nas outras duas. Um travesti de micro saia e top transparente dançava com a bunda colada em um cara musculoso, que lhe passava as mãos nas pernas.
Do outro lado, havia um cara grisalho beijando um cara mais novo. Outras duas garotas dançavam no canto, de mãos dadas. Cinco caras musculosos dançavam juntos, com as camisetas bem coladas ao corpo. Do lado deles, dois garotos bem novos apontavam para os cinco e riam muito.
Em baixo do mezanino alguns casais se beijavam ardorosamente. Um loiro alto e sozinho, ao ser observado pelo grego, lhe mandou um beijo. Milo sentiu a face queimar pelo rubor. Fingiu que não o viu.
Uma bela garota dançava com um garoto e uma garota e os três se beijavam na boca, alternadamente.
Mas também havia muitos outros casais, fossem dois homens ou duas garotas, mais discretos.
Um casalzinho de garotos, que não aparentavam mais que dezoito anos estavam de mãos dadas. Um outro casal também jovem estava sentado em um sofá e conversava com outro casal um pouco mais velho. Em outro sofá duas meninas estavam sentadas, uma no colo da outra, com as mãos enlaçadas. Encostados numa pilastra estavam dois jovens, o que estava atrás o abraçava e lhe falava coisas ao ouvido, fazendo o garoto que estava na frente sorrir. Em um outro canto, dois homens se falavam sorrindo e com os narizes colados um no outro.
O grego virou-se para o outro lado e deu de cara com o loiro que lhe mandara um beijo.
- Olá. – disse andando à sua volta e olhando-o de cima a baixo – Está esperando alguém ?
Milo ficou mudo. Abriu a boca para falar, mas nenhum som saiu.
- O que foi meu bem ? - perguntou tocando o seu rosto e se aproximando para um beijo – O gato comeu a sua língua ?
- VEJAM SÓ ! Carne nova no pedaço – disse, lascivamente, um outro loiro, gêmeo do primeiro, puxando seu rosto e tirando-o da zona de ataque do irmão.
- O que você está fazendo aqui, Remo ? – perguntou o primeiro loiro aborrecido.
- Nada. Eu apenas VI primeiro. – falou passando a mão na perna do grego.
Milo engoliu seco e levantou-se. Os dois loiros impediram sua passagem.
- Calma, amor... – falou passando a mão no ombro do Escorpiniano e posicionando-se atrás dele - ...aonde você vai ? – falou em seu ouvido.
O outro loiro ficou na sua frente, se aproximou e colocou suas perna entre as do grego, colando nele. Tocou com o dedo na barriga de Milo.
- Eu a-d-o-r-o sanduíche. – falou bem devagar e sorrindo, enquanto deslizava o dedo no corpo do Escorpiniano, peito acima, e se aproximava para um beijo.
Milo afastou um pouco o rosto para trás, mas estava petrificado.
- EI VOCÊS DOIS ! Deixem o garoto em paz. Vão dar o rabo por aí e não atormentem a BV. – falou alguém com sotaque francês.
O Escorpiniano virou o rosto para ver quem era. Tratava-se de um rapaz magro, mais baixo que o grego, aparentando uns vinte e poucos anos, com cabelos negros, olhos claros e vestindo jeans e camiseta.
- Ai, Ian, como você é chato ! Por que a gente NUNCA pode pegar carne nova ? – falou passando os dedos de leve pelo braço do grego.
- Parce que (Porque) vocês são duas bichas MUITO atrevidas. Saiam daqui. – os dois não se mexeram e continuaram olhando para o francês. - Rômulo e Remo, circulando! – disse imperativamente - Ou digo ao Myers que vocês NÃO estão trabalhando.
O loiro que estava na frente do Escorpiniano saiu aborrecido, mas o que estava atrás ainda conseguiu roubar um selinho do grego.
- Remo, você é muito atrevido. – falou o outro gêmeo empurrando-o pelo irmão ter conseguido um beijo do moreno.
- Eu disse que eu vi primeiro.
Saíram e se misturaram aos outros na pista de dança.
- Desculpe. Sempre que aparece uma BV estes dois atacam.
- Uma BV ? – falou baixinho, ainda recuperando a voz.
- É. Uma bicha virgem. Nova na casa.
Milo ficou quieto, surpreso com a revelação.
- Eu e minha grande bouche (grande boca). Pardon (Desculpe), eu não quis te ofender.
- Tudo bem.
- Mas você é bicha, não é ?
Kamus invadiu a oitava casa, seguindo direto para o quarto, que estava com a luz acesa. Seu morador não estava. Concentrou-se. Não estava mesmo. Nem no Santuário.
O francês recolheu a toalha molhada da cama e levou para o banheiro. Seu perfume ainda estava no ar.
"Saiu" pensou.
Voltou para o quarto e viu um pedaço de papel no chão. Abaixou-se para pegar. Era a etiqueta de uma roupa. Kamus reconheceu o nome da loja. Era de uma camiseta que tinha dado para o amigo pouco tempo depois de ter-se entregue ao Escorpiniano pela primeira vez, era um presente de "bons serviços prestados", como brincara com o grego.
Entristeceu-se. Milo tinha acreditado que era APENAS sexo. Na certa estava em outros braços e beijando outras bocas. Se assim estivesse, a culpa seria EXCLUSIVAMENTE sua por jogar o grego nos braços do mundo.
- Milo, cadê você ? – perguntou com o coração apertado - Me perdoa.
Lá fora as estrelas brilhavam e uma leve brisa deixava o clima ameno. Fazia uma noite encantadora.
-oOo- Fim da fase Lembranças -oOo-
OBS: O próximo capítulo contém algumas cenas de violência. Deve ser verificada a indicação de permissão de idade do site antes de prosseguir.
Próximo capítulo – No próximo capítulo inicia-se a última fase, a fase Cartas. O grego continua na danceteria, fazendo amizades e conhecendo um novo mundo. Kamus encontra a caixa de recordações do amigo e começa a ler as cartas, fazendo uma importante descoberta.
Nota da autora – Oiiiie! Vocês não fazem IDÉIA do QUANTO estou (estava) FELIZ ! Quando eu comecei a pensar nesta fic, eu ia fazer uma songfic, pois eu queria colocar esta música do Scorpions. Aí eu fui pensando no metrô, na rua, no banho e acabei montando a fic Recordações para se encaixar na música, pois fiquei com receio de fazer uma songfic e deixar a música ficar "jogada". Bem no comecinho, quando idealizei, quem ia ouvir a música era o Milo, mas eu achei que ele já tinha sofrido demais. Agora FINALMENTE eu publiquei a música ! Ufa ! A íntegra está no Saint Seiya Dreams
Como eu tinha comentado no último capítulo (capítulo III – Doces Lembranças), no qual eu pedi desculpas pela "primeira vez" dos dois, acho que agora já deu para esclarecer um pouquinho que a primeira vez que o Milo se entregou era mais sexo e a primeira vez que o Kamus se entregou foi mais sentimento, mas têm mais informações sobre isso no próximo capítulo, talvez até renda algumas risadas.
Agradeço a todas que escreveram. Anjo Setsuna (Adorei sua fic e ri muito). Cardosinha (que me mandou várias dicas para a fic Hyoga e Shun, que eu já estou pensando) e Lady Cygnus (que elogiou a fic e me deixou toda besta. Li seu blogger e achei muito engraçado)
Obrigada por todos os comentários que vocês têm feito até agora, pois são eles que me motivam a pensar com carinho nesta fic e em fics futuras.
Continuem escrevendo e dando dicas, assim eu faço uma fic mais agradável a todos (e a mim também)
Beijinhos.
Nota da autora – Contato
podem entrar em contato comigo pelo e-mail erika(ponto)patty(arroba)gmail(ponto)com ou via review neste site.
