O LOBO E O FALCÃO
Capítulo 12
Com o corpo dolorido, o jovem príncipe levantou-se aos poucos. Piscou os olhos, tentando se lembrar das coisas que tinham acontecido e porquê estava ali, naquela estranha sala. As tochas iluminavam o ambiente, mas não acalmavam o espírito belicoso de Touya. Era um guerreiro e podia sentir com antecipação a batalha. Estava no seu sangue.
Estava totalmente de pé quando pressentiu que havia outra pessoa no recinto. Virou-se e deparou com o rei Kinomoto.
"Pai...", murmurou espantado. O que seu pai fazia ali?
Ao ouvir o chamado, Fujitaka levantou a cabeça. O espanto de Touya aumentou. Os olhos castanhos tão cheios de vida do pai estavam opacos, apagados, frios. Nunca em sua vida, mesmo nos momentos mais dolorosos, tinha visto o pai com aquela expressão estranha. Viu-o também desembainhar uma espada, numa velocidade estupidamente lenta.
"Pai, o quê...?", foi tudo que pode falar antes de ser atacado com ferocidade pelo outro. Desviou do golpe, jogando-se para o lado. Viu o pai preparar-se outra vez. "Pai! Que diabos está acontecendo?", gritou, afastando-se do golpe seguinte. Fujitaka nada falava. Apenas o olhava com olhos gélidos e uma expressão vazia.
Aquele não podia ser seu pai, pensou ao sentir a espada ferir-lhe o rosto. O calor do sangue o alertou que, se não se defendesse, poderia morrer ali, sem encontrar a irmã, sem rever a esposa. Seu pai de verdade não ia querer que isto acontecesse.
"Não és meu pai", sussurrou, puxando sua própria espada. "Tu não és meu PAI!". E num movimento rápido, golpeou o outro, traçando um grande arco com a lâmina que atingiu em cheio o pescoço do soberano. Mas ao invés de sangue, foi banhando por uma intensa luz branca. Caiu pra trás, protegendo os olhos.
"Alteza!".
Gemeu, sentindo o chão frio debaixo do corpo outra vez. "Hum...".
"É um feitiço, Alteza... Levanta, vamos!", a voz parecia angustiada e apressada. "Precisas lutar contra ele, Alteza". Conhecia aquela voz... Era Eriol! Abriu os olhos. Estava no corredor novamente, com o mago debruçado em cima de seu corpo. Sentou-se com dificuldade, sentindo o rosto latejar. Era o ferimento feito pela espada de seu 'pai'.
"O que aconteceu?", perguntou, passando os dedos levemente no machucado.
"Caímos em uma armadilha de Susano, um feitiço de ilusão... Deixai-me cuidar disso", pediu Eriol, estendendo a mão.
"Se foi uma ilusão, então por que...?", perguntou, sentindo a magia do outro em sua pele, cicatrizando a ferida.
"Não faço idéia, Alteza...". Depois de uma pausa, perguntou. "Quem encontraste?".
Touya respirou fundo, passando a mão pelo rosto curado. Certamente não ficaria nenhuma cicatriz, mas ele não esqueceria. "Meu pai... E tu?".
"Mestre Clow", foi a resposta do outro. "Vós lutastes?". Diante do assentimento do príncipe, o mago ponderou: "Tanto meu mestre como o Rei são pessoas importantes para nós... Então é esse o feitiço do duque! Fazer com que sejamos mortos pela mão daqueles que amamos, a menos que...".
"A menos que o quê?", Touya já estava ficando impaciente.
"Que descubramos que é uma ilusão".
"Claro que tudo é mentira, ilusão! Meu pai nunca me atacaria, bem como teu mestre a ti!".
Eriol virou o rosto e olhou os outros dois corpos caídos no chão. "Espero que eles também percebam que é tudo um engodo".
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Em uma sala escura, um tigre alado despertava lentamente, também sentindo dores pelo corpo. Graças à sua poderosa visão, Kerberus logo se acostumou à escuridão, embora ainda estivesse zonzo graças à descida espetacular naquele estranho corredor. Deu alguns passos à frente, fungando e procurando por Touya e os outros quando avistou um brilho à sua frente.
O pequeno ponto brilhante foi aumentando aos poucos, tomando forma humana. Dentro da luz, Kerberus percebeu que havia uma pessoa, uma mulher. Os contornos foram ficando mais firmes até que ele foi capaz de reconhecer a figura. Rainha Nadeshiko.
"Minha senhora", o felino disse, estranhando o porquê da presença da mulher ali. Afinal ela estava morta.
Nadeshiko ergueu a cabeça e olhos sem brilho encararam Kerberus. Com um movimento de mão, ela fez surgir correntes do chão, que prenderam o guardião no lugar.
"Mas o quê...? Minha senhora!".
Com passos lentos, ela aproximou-se até ficar a poucos centímetros de distância. Estendeu a mão e arrancou a tiara que cobria a cabeça do felino, tiara com a gema que representava a família que protegia, tiara que recebera no dia em que fora criado.
"NÃO!", gritou Kerberus, debatendo-se, tentando se livrar das correntes. Por que ela fazia aquilo? Ao ser criado por Clow, jurara proteger a família real. Os Kinomoto o acolheram e aceitaram como membro da família. Amava todos. Poderia reconhecê-los em qualquer lugar, de qualquer modo: pela voz, pelo cheiro...
Foi então que percebeu que aquela mulher, que lhe tomava tudo que tinha de mais importante, não era a soberana de Tomoeda. Ela não exalava nenhum odor. Não havia cheiro nela. Nem a agradável essência de jasmim que ela costumava usar, nem o pútrido cheiro de morte que ela deveria ter. Rosnou irado. Quem, ou melhor, o que era aquela coisa?
Nadeshiko brincava com a tiara prateada de Kerberus, aparentemente sem notar o comportamento do guardião. Jogou a bela peça no chão e, num rápido movimento, pisou em cima, partindo a gema vermelha em vários pedacinhos.
"NÃÃÃO!", rugiu o tigre. Concentrando todo seu poder, abriu a boca e disparou uma grande esfera de energia, que engolfou a Rainha. Viu, com sórdido prazer, a figura dissolver-se em meio a luz. Não estava arrependido, pois aquela não era sua senhora. O impacto o lançou para trás, arrebentando as correntes. Bateu contra uma parede e perdeu a consciência.
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Do outro lado da passagem secreta, Tomoyo e Yamazaki ainda procuravam pistas de Lady Sakura. O elfo estava cansado. Aquele corredor parecia não ter fim. Era como se andassem em círculos ou em um labirinto gigante. Expressou o que sentia para a fada, mas ao invés da gargalhada que esperava, recebeu um olhar sério. Ela concordava com ele!
"O que faremos agora, Tomoyo?".
"Não sei... Deve haver uma saída por aqui... TEM que haver uma saída!".
Continuaram andando em frente, pois era a única coisa que podiam fazer. Não tinham como retornar. O corredor enfeitiçado certamente tinha mudado o caminho de volta. O que os impulsionava era a esperança de salvar Sakura. Estavam tão concentrados que não perceberam que aos poucos a passagem foi se estreitando.
"Yamazaki...", chamou Tomoyo, à certa altura.
"Hum?", o elfo estava cansado demais pra falar.
"Reparaste nas paredes?".
"O que tem elas?".
Tomoyo sentiu novamente aquele estranho pressentimento. Havia magia ali. "Acredito que elas estão nos apertando...".
Yamazaki parou. O corredor que antes permitia passar três pessoas lado a lado tranqüilamente, agora estava estreito, com metade de sua largura original.
"Yamazaki...", a fada chamou novamente.
"O quê?".
"CORRE!".
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As pálpebras pesadas foram lentamente se abrindo, mas o escuro ao redor não permitia que visse alguma coisa. Apurou os ouvidos para encontrar algum sinal dos companheiros, o som de suas respirações.
Nada.
Eriol. Touya. Kerberus.
Para onde teriam ido?
Relaxou o corpo, numa tentativa de acalmar o próprio espírito. Sentia-se à beira do pânico, imerso naquela escuridão, sozinho, sem saber onde sua princesa estava.
Sakura...
Até mesmo o nome dela alentava seu coração. O que nutria por ela era assustadoramente forte, que não encontrava palavras para descrever. Rebelara-se contra tudo que considerava correto para estar ao lado dela, culminando em trair seu duque.
Susano nunca fora um homem bom ou decente. Desde criança, Syaoran escutava histórias sobre o nobre. Seu finado pai servia à família do ilustre senhor e narrava situações vividas no castelo para o caçula de seus cinco filhos. O menino cresceu entre cavalos e espadas, aprendendo a arte da guerra com o pai e os amigos.
Quando se tornou grande suficiente para servir, alistou-se no exército de Nimah. Nesta altura, o fato de ser filho do valoroso capitão Shang acabou-se tornando um motivo de chateação do que de orgulho. Galgou seu espaço a duras penas. Era perseguido, rejeitado, maltratado. Lutou muito para mostrar o valor de sua espada, o valor de um Li.
Era capitão há alguns anos quando a notícia do noivado se espalhou. Sentiu pena da mulher escolhida para ser a duquesa de Nimah. O norte era uma região fria e difícil com as mulheres, sem mencionar que Susano era um déspota. Não o abandonava para honrar a promessa feita por seus antepassados aos senhores de Nimah. Entretanto, quando conheceu a princesa, a pena deu lugar à admiração.
Sakura era bela, doce, inocente... Totalmente diferente da realidade vivida naquela corte, cheia de luxuria e intrigas. Ela era como uma rosa no deserto, sobressaía-se mesmo quando não desejava. Seu sorriso iluminava um ambiente, quebrava tensões, derretia o mais duro dos corações.
Syaoran foi designado para fazer a guarda da preciosa filha do rei, na ausência do duque. E no tempo em que conviveu com ela, a admiração transformou-se em paixão. Não foi difícil apaixonar-se por Sakura. Difícil foi esconder de todos um sentimento que crescia, por mais que evitasse. Acabou se envolvendo, como nunca pensou que se envolveria com alguém.
A princesa tinha saudades de casa, dos amigos, da família. Para distraí-la então, levou-a por longos passeios. Ensinou-a a montar. Incentivou-a para que conhecesse as pessoas do castelo, para que se integrasse na vida de Nimah. Sakura passou a freqüentar a cozinha, os estábulos, o jardim, cativou os empregados e os moradores da vila de Nimah. Visitava doentes e levava agrados às crianças.
E a paixão de Syaoran tornou-se algo mais forte. Tornou-se amor.
Um amor tão intenso que o capitão passava noites em claro tentando buscar uma saída para o dilema em que se encontrava. Não queria abrir mão de sua amada, não podia permitir que se casasse com Susano, mas ao mesmo tempo sabia que não podia intervir. Não era um nobre, não sabia como Sakura se sentia em relação a ele, não podia trair seu senhor.
Sua prudência foi lançada ao espaço quando descobriu que seu sentimento era correspondido. Ela também o amava. E depois de revelado, esse amor parecia querer explodir. Não conseguiam mais disfarçar os olhares, os toques sutis. Não agüentavam a vontade louca de se beijarem e se amarem. A cabana na floresta foi uma saída para o desejo que os consumia.
E foi lá que foram pegos por Susano.
Naquela tarde, Syaoran sentiu se coração se partir. E a cada anoitecer, ele se partia mais um pouco por saber que nunca mais poderia estar com ela, com sua flor, com sua amada. Tão perto e tão longe. Juntos, porém separados. Um terrível sortilégio criado num momento de ódio.
Um barulho suave alcançou-lhe os ouvidos. Um farfalhar de um tecido. Passos delicados. Abriu novamente os olhos e desta vez foi brindado com a visão da mulher que possuía seu coração.
"Sakura...".
A princesa se aproximava devagar, envolta numa luz diáfana. Era uma visão etérea, angelical. Esticou o braço para alcançá-la, mas estranhamente não conseguiu. Sakura o fitava com grandes olhos verdes melancólicos. Tentou mais uma vez chegar a ela. Tudo em vão.
"Ela não é linda?". A voz familiar ressoou na escuridão. "Tão bela... Quem imaginaria que seria uma traidora sem escrúpulos?".
"Susano...". A raiva de Li finalmente o venceu. "Onde ela está?", bradou, a mão direita voando direto para o cabo da espada.
"Ah, meu caro Syaoran... Achas mesmo que eu iria contar onde guardo meu mais sublime tesouro?". A risada maquiavélica encheu o ambiente. "Vais ter que fazer muito mais que isso para descobrir!".
"Susano!".
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Eriol sentia o corpo do capitão estremecer, vítima do feitiço do duque. Ao seu lado, Touya e Kerberus acompanhavam apreensivos. O jovem mago começou a entoar um mantra, na linguagem dos magos, muito antiga quanto à terra em que viviam. Posicionou as mãos nas têmporas de Li e deixou-se embalar pelas palavras que repetiam.
"Mestre Li! Mestre Li! Escute-me!", gritou mentalmente para Li, esperando que seu apelo ultrapassasse as barreiras da magia de Susano.
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Yamazaki e Tomoyo corriam desesperados. O corredor afunilava-se conforme avançavam. Podiam sentir o calor das chamas das tochas que se aproximavam ligeiramente. Se não encontrassem uma saída, seriam esmagados se, piedade. Preocupados em escapar das paredes, esqueceram de manter a atenção no chão e foi assim que caíram dentro de um fosso.
A descida foi rápida, mais do que eles imaginavam. Bateram com força numa grade e caíram no piso de uma câmara belamente ornada. Tinham saído de uma espécie de passagem de ar.
Tomoyo, que percorrera todo declive agarrada às roupas de Yamazaki, soltou-se para segurar a cabeça que girava. E quando a tontura passou, correu os olhos violetas pelo ambiente. O que viu a fez exclamar de surpresa.
O ex-ladrão também estava tonto. Na verdade, estava suado, com sede e com fome. Estava cansado daquilo tudo. Retomava o fôlego quando ouviu o soluço da amiga.
"O que foi?", perguntou preocupado.
Tomoyo nada falou. Apenas apontou para frente.
E foi então que os olhos amendoados do elfo se depararame com uma grande cela, uma gaiola cujas grades estendiam-se até o teto. Nela, estirado sobre algumas almofadas, estava um belo falcão.
"Lady Sakura!".
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A imagem de Sakura tornou-se ensombrada, conforme Li lutava para libertar-se da força que o prendia no lugar. Sua cabeça martelava e um estranho zumbido alcançou seus ouvidos. O ruído foi encorpando, tomando a forma de uma voz humana, que o capitão não demorou muito para reconhecer.
Eriol!
"Mestre Li!", o clamor desesperado do mago fez a cabeça de Syaoran latejar ainda mais. A vista obscureceu aos poucos e Li sentiu como se estivesse sendo puxado por mãos invisíveis.
"Maldição!", enquanto era erguido daquelas trevas, ouviu Susano praguejar, antes de desmaiar mais uma vez. Ao abrir os olhos, estava no corredor e ao seu lado estavam Eriol, Touya e Kerberus. Devagar, o mago ajudou Syaoran a sentar. O guerreiro tinha a respiração ofegante e parecia não estar focando bem.
"Capitão Li?", o vozeirão do guardião felino chamou a atenção dos dois homens.
"Preciso encontrar Sakura...", foi tudo que Li falou antes de se levantar, ainda aparado por Eriol. Soltou-se, caminhando devagar retomou o caminho.
Os outros se entreolharam antes de acompanhá-lo silenciosamente.
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Por ser menor, Tomoyo conseguiu passar sem problemas entre as barras de ferro da cela. Pousou ao lado de Ying-Fa e controlou as lágrimas. O falcão estava ferido, com marcas de sangue seco e penas faltando.
"Oh, minha senhora...", soluçou a fada. Tentou reunir um pouco de magia para curar a princesa, mas estava fraca.
"Tomoyo!", o sussurro do elfo a fez erguer a cabeça. "Alguém se aproxima!".
Precisavam se esconder. Acenando com a cabeça em sinal de que entendera, Tomoyo voou até uma das almofadas e pegando uma manta, cobriu-se. Yamazaki disparou para o armário mais próximo, tentando controlar a respiração e as batidas do coração.
Pisando duro, Susano entrou na câmara, resmungando e trazendo nas mãos seu quadro mágico. Maldito Li! Maldito discípulo de Clow! Iria matar a todos, acabar com tudo e no final, ter Sakura só pra si. Encaminhou-se até a jaula. Mesmo ferido, o falcão recuou alguns passos, o que provocou um sorriso sádico no rosto do duque.
"És um animalzinho esperto, não?", retrucou, pendurando o quadro num cavalete.
Passou a mão e procurou pelos intrusos. Li e os companheiros estavam no corredor. Eriol criara uma barreira que ia repelindo as armadilhas. Eles avançam em passo acelerado. Susano estreitou os olhos. Aquele mago estragava seus planos a cada momento. Passou a mão novamente e procurou pela fada e pelo elfo. Nada apareceu. Franziu o cenho. Havia dois motivos para que alguém em seu castelo não aparecesse em sua tela mágica: ou estava fora do alcance da magia, ou estava morto. Não havia como aqueles dois terem saído do castelo tão rápido, então o nobre assumiu que haviam morrido.
Afastando-se do quadro, parou no meio do salão. E olhando para o falcão, ergueu as mãos para cima, os lábios movendo-se rápido, o encantamento formando-se nas palmas.
"A hora chegou, minha senhora... Completa será minha vitória!".
O teto clareou subitamente, uma clarabóia tomando seu lugar. No céu límpido, uma grande sombra começava a cobrir o sol.
"Sim, sim, SIM!", exclamou o duque. "Por anos, esperei pelo melhor momento... Foste prometida a mim, minha querida princesa, e me traíste na primeira oportunidade. Agora... Agora é minha vez de triunfar!".
Em seu esconderijo embaixo das almofadas, o coração da pequena fada disparou, bem como de seu companheiro oculto dentro do armário. Com olhos arregalados, viram o teto de pedra da câmara se transformar numa imensa clarabóia, graças ao feitiço de Susano, e a luz do sol inundar o aposento. Também ouviram o pio angustiado que Ying Fa começou a emitir.
"A noite sem dia! A hora de quebrar o feitiço chegou! Rápido, Mestre Li!".
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Continua...
N/A: Demorou muito, mas aqui está... Quero dedicar este capítulo a todas as pessoas que acompanham este fic e que me dão incentivo pra continuar escrevendo. O começo dele foi reescrito várias vezes, eu tinha perdido o "clima" da história. Quero agradecer especialmente ao Fantomas. Suas palavras foram de grande ajuda, amigo. Obrigada. E também a RavenDemon, que fez um fanart lindo de Sakura e Syaoran, que me deu muita inspiração. Muito obrigada mesmo.
