Resumo: Rei é atormentada por pesadelos que envolvem seu passado e podem significar sua própria morte. Será que alguém pode ajudá-la?
Considerações: Sailor Moon não pertence a mim, assim como seus personagens é tudo da Naoko... Mas eu aproveitei que ela não estava olhando e peguei emprestado... Se bem que se fosse meu eu já tinha liberado o mangá para ser lançado aqui e deixava de lenga! Eu não ganho dinheiro com isso, mas até que não seria má idéia já que to precisando de algum!
Parte 2 de 5
#Templo Hikawa Jinja:
As noites mal dormidas tinham uma causa: os freqüentes pesadelos; algumas vezes encontrava Nickolas ao seu lado quando acordava.
Com o tempo, por algum motivo, Rei parou de encarar seu avô, ele estava sempre sério e só os dois sabiam porque. Mas Nickolas não, o que o torturava freqüentemente. Ele queria ajudar, mas não podia, não sabia como...
Uma manhã Rei estava varrendo o lado de fora do templo, uma rotina familiar. Ela parecia feliz, tinha o rosto mais corado, não havia tido pesadelos à noite passada, pelo menos não se lembrava. Isso de certa forma aliviava Nickolas, vê-la bem o fez sentir bem.
"Minha nossa 'mestre Rei', você está linda hoje" ele disse para provocá-la, recebendo como resposta várias vassouradas na cabeça.
"Não me chame de mestre Rei!" Disse ela reclamando e ao mesmo tempo rindo, dando pra ele a liberdade de rir também.
Nickolas olha então para o céu e solta "O dia está maravilhoso hoje".
"Você também..." sussurra Rei.
"O que?" Ele pergunta virando para vê-la e a cena faz seu coração parar um instante.
Como em câmera lenta ela perde o equilíbrio, dá dois passos para trás e cai de costas na entrada do templo. O braço bateu forte em algo, mas ela não sente, ela não sente mais nada.
#Sala de espera do hospital:
Nickolas está sentado numa cadeira com o rosto entre as mãos esperando impaciente que algum médico venha falar o que houve com a amiga... 'Amiga' ele pensa, ele a considera bem mais que uma amiga, ela era a única pessoa que podia tirá-lo da sua vida livre, a única para quem ele devia a vida, e o pensamento deixou-o tentado a dizer isso a ela...
Ao lado dele, no sofá estava seu velho mestre, avô de Rei, um homem muito sábio mas que não demonstrava isso graças a um inabalável senso de humor... Inabalável até agora. No momento ele estava sério, pensativo. O que passava na sua mente era dor de uma perda passada que estava voltando à tona.
O pensamento dos dois foi interrompido pela chegada de Amy e Serena. "O que aconteceu?" Perguntou Amy aflita.
"Eu não sei!" Disse Nickolas confuso. "Ela estava bem pela manhã, bem mesmo, mas depois de uma conversa e uma brincadeira ela... ela desmaiou!" Ele disse nervoso pela impaciência.
"Fique calmo Nick... sabemos que a Rei não vai ser derrubada por um desmaio qualquer... vamos ver com o médico o que houve ta?" Amy falou calmamente tentado tirar a impressão de aflição que tinha deixado.
Logo depois o médico chegou, o doutor Kouta Hirano era quem cuidava da família de Rei há muito tempo, ele esteve lá desde seu nascimento. Rei o chamava de Doc. de uma forma carinhosa. "Quem está com a srtª. Hino?" Ele perguntou por não notar o homem baixinho sentado. Mas logo teve a atenção dos quatro e começou a falar "Devem ser amigos de Rei, não é mesmo?" Recebeu uma resposta positiva e continuou "Ela teve um acesso bastante incomum de pressão baixa, uma arritmia cardíaca moderada, eu não saberia o que dizer se não conhecesse os antecedentes familiares dela..."
"Antecedentes familiares?" Retrucou Nickolas movendo o olhar incrédulo do médico para o mestre que fitava o doutor com ar sério.
"Eu sinto mas os sintomas me levam a crer que Rei tem a mesma doença que sua mãe tinha... e que a levou a óbito." O médico falava com cautela mas sem esconder a verdade de seus ouvintes.
Nickolas se sentou sem conseguir entender direito o que o médico dizia, Serena sustentou uma lágrima enquanto apertava a mão de Amy, ela podia apostar que a amiga estava sentindo a mesma coisa. O avô de Rei pensou que estava preparado para ouvir a má notícia mas não estava, ele sentiu a dor de perder de novo uma pessoa amada...
"Os medicamentos poderão ajudar Rei a viver melhor mas não podem curá-la" diz o doutor Hirano mais uma vez.
"Nós podemos vê-la?" Perguntou Serena, ela estava lutando bravamente pra não chorar.
"Podem, mas ela ainda está dormindo. Se acordar, procurem não cansá-la!" Permitiu o médico.
#Quarto 216:
Os olhos de Nickolas correram o quarto em busca de Rei e a acharam na cama, olhos fechados evidenciando seu sono. 'Ela está tão pequena' ele pensou se aproximando.
A respiração era lenta e a pele pálida, mais que de costume. Nickolas pegou sua mão direita e pode senti-la fria. Atrás dele entraram Serena e Amy, o avô de Rei queria entrar pra ficar com ela sozinho então resolveu esperar até que os demais saíssem.
Os olhos da garota deitada responderam ao toque e se abriram lentos, sem brilho e distantes.
"Ei" ele diz para recebê-la com um sorriso.
"Ei..." ela responde "... onde eu..." ela tenta falar.
"Shhh... não fale agora, você desmaiou, está num hospital." Ele informa baixinho.
As garotas chegam perto de Rei para serem recebidas com um sorriso. "O que vocês estão... fazendo aqui..?" Indaga Rei.
"Viemos te ver" respondeu Serena falando baixo como se fosse acordar alguém se falasse mais alto.
"Você nos deu um susto, ficamos preocupadas." Completou Amy.
"Me sinto como se tivesse corrido uns 300 km sem parar" disse Rei com a voz rouca.
"Nós vamos deixá-la descansar" Amy falou se preparando pra sair. Serena a seguiu e quando Nickolas foi fazer o mesmo Rei apertou sua mão.
"Fique... eu preciso falar... falar com você uma coisa" ela fala em pausas e respira fundo pra continuar.
"Você deve tentar dormir, são ordens do médico..." ele falou mas foi interrompido pela voz rouca e seca de Rei que soava melancolicamente.
"Nós sabemos que dormir não adianta... eu sei o que está havendo comigo Nick, nada pode me ajudar agora." Ela disse já com os olhos fechados, mais uma vez respirou fundo e acabou "tem razão, talvez seja melhor eu dormir". E fugiu dali depressa se refugiando no sono que chegou imediato. Deixando Nickolas olhando pra ela com lágrimas descendo pelo rosto.
A noite passou tranqüila, Rei acordou algumas vezes , mas nunca se encontrava sozinha, na maioria das vezes tinha Nickolas ao seu lado, em outras mais raras via o avô... Mas sabia que mesmo não o vendo podai sentir que ele estava por perto de alguma forma. Mina resolveu passar a noite lá também e não houve ninguém que pudesse tirar isso da cabeça dela.
'Estou dando muito trabalho' pensou Rei meio que se divertindo com a situação. A grande surpresa da noite foi também a mais agradável, num momento em que Rei estava um pouco mais desperta Darien veio vê-la. Trouxe consigo seu símbolo, algo que sempre a fazia lembrar dele, uma rosa. Só que dessa vez não era vermelha, mas amarela, simbolizando sua amizade depois de um relacionamento um tanto quanto desastroso. Ela pensou nos motivos de não estarem mais juntos e não se lembrou, mas tinha a íntima certeza que não reviveriam aquilo mesmo que fossem imortais.
Pela manhã ela acordou cedo, parecendo mais disposta, percebeu logo que Níckolas não estava lá. Amy disse que tinha sido preciso muita argumentação para mandá-lo pra casa. 'Se Amy está aqui comigo no horário de aula deve, não pode significar pouca coisa, devo estar mal mesmo' Rei pensou ironizando.
Depois de brigar com duas enfermeiras e discutir com o médico, Rei convenceu que deveria ter alta na mesma tarde, usando os argumentos que ficar ali não ia adiantar nada. Na mesma noite já estava confortavelmente reinstalada em casa, com ela foi também uma bagagem indesejada, uma caixa de medicamentos.
Fim da 2ª parte
