N/A-Mais
um capítulo que eu tinha na cabeça há 2 ou 3
meses, desde que escrevi a minha primeira fanfiction.
Também
é um dos capítulos que imagino com música, no
caso "I Don't Wanna Miss a Thing" (Aerosmith).
AVISO
- Capítulo impróprio para crianças, por
insinuações sexuais. Não lhe chamaria NC-17, mas
é melhor prevenir do que remediar.
CAPÍTULO
V
Em
Plena Comunhão
Mary
voltou para a Casa dos Gritos depois do seu primeiro dia de aulas.
Estava feliz. Chagara atrasada na escola, mas isso não a
impedira de ter um dia maravilhoso.
A
sua felicidade era apenas assombrada pela preocupação
com Lupin. Não conseguia parar de pensar nele, em como ele
estaria depois daquela noite terrível. Foi por isso que, assim
que terminou as aulas, ela voltou para o local onde o havia deixado.
Lupin
dormia, ainda, deitado na cama de dossel, com o ar mais sereno do
mundo. Mary se aproximou e se deixou invadir por um imenso amor,
pensando em como nada se comparava à beleza de ver o ser amado
adormecido. Ficou ali, olhando para ele, durante um tempo que ela
própria não saberia dizer o quando durou. Poderiam ter
sido dois minutos ou duas horas. Realmente, não saberia dizer.
Queria
entrar na mente dele, invadir os seus sonhos e se perder neles para
sempre... Deu por si beijando os lábios quietos do homem que
tanto amava e que acordou com aquele beijo tão doce. Olhou
para ela e sorriu, feliz por vê-la do seu lado.
-
Como é que você está? - Ela perguntou, sorrindo
também, passando a mão pelos cabelos dele.
Lupin
replicou, sem desviar o olhar dos olhos dela nem perder o sorriso:
-
Nada como um bom sono e acordar com um beijo da minha bruxinha
professora para me fortalecer. Como foi o seu primeiro dia de
trabalho?
-
Maravilhoso. - Ela respondeu. - Mas não parei de pensar em
você nem por um minuto. Estava louca para voltar aqui e lhe
ver.
O
coração de Mary batia cada vez mais forte e ela se
deixou cair na cama, pousando a cabeça no peito de Lupin e
escutando o coração dele bater no mesmo ritmo
descompassado que o dela.
Ele
passou um braço por cima dela e suspirou. Mary lhe trazia uma
paz tão grande... ele se sentia impregnado de amor... e de
desejo. O corpo dela junto do seu o levava para sonhos tantas vezes
sonhados, mas que ele jamais tivera coragem de tornar realidade.
Sonhara tanto, até mesmo acordado, em beijar aquele corpo
alvo, em se perder nas suas curvas, em torná-la inteiramente
sua... em ser inteiramente seu... Mas não tinha coragem. Tinha
tanto medo de decepcioná-la, de desagradá-la... Não
era mais uma criança, mas se sentia um verdadeiro adolescente
desajeitado, sem saber o que fazer, como agir... Jamais tivera uma
mulher em seus braços do jeito que desejava ter Mary... tinha
medo de nem saber como fazer as coisas... e, pensando mais ainda, não
seria uma falta de respeito para com ela?
Constrangido
por todos esses pensamentos e pelo desejo que não o deixava em
paz, ele a afastou de si, balbuciando:
-
Mary... por favor... É melhor a gente parar por aqui, senão...
Ela
o olhou nos olhos, com ar confuso:
-
"Senão", o quê? - Inquiriu, franzindo as
sobrancelhas.
Lupin
desviou os olhos e murmurou, em voz sumida:
-
Senão, eu vou acabar fazendo o que não quero.
-
Não quer! - Ela repetiu, sentindo um peso enorme invadindo o
seu coração. Ele não a queria? Mas como? Ele
dizia que a amava, mas não a queria...
-
Não posso. - Ele corrigiu, se sentindo cada vez mais
constrangido e se sentando na cama, voltado de costas para ela.
-
Remo! - Exclamou Mary. - Remo, olhe para mim!
Ele
não obedeceu, mas ela não se deu por achada. Sempre
fora teimosa, sempre gostara de mostrar o seu ponto de vista e,
apesar de começar a entender o que se passava na cabeça
de Lupin, não podia deixá-lo pensar assim. Respirou
fundo, se sentindo um pouco mais calma e confiante e continuou:
-
Remo, nós somos adultos, nos amamos, estamos juntos... é
natural... e eu sonhei tanto com isso... - A sua voz se tornou
trêmula e Mary não conseguiu dizer mais nada.
Lupin
não se voltou para ela. Continuou de costas, pensando no
quanto achava que ela estava certa, no quanto ele também tinha
sonhado com aquilo, mas... Tinha medo... Tinha tanto medo de fazer
alguma coisa errada e acabar estragando tudo...
Finalmente,
se virou para ela, abrindo a boca para lhe pedir um tempo... mas não
saiu qualquer som. A sua boca se abriu mais ainda ao deparar com
Mary... completamente nua. Era tudo aquilo que ele imaginara nos seus
sonhos mais inconfessáveis. Engoliu em seco, sem saber o que
dizer ou o que fazer. Deu um pulo e se levantou da cama, mas sem
desviar o olhar de cima de Mary.
Ela
tremia... não de frio, mas de nervoso e de medo. Tinha reunido
toda a sua coragem para tirar a roupa e agora... agora tremia,
nervosa e amedrontada, temendo que Lupin pensasse mal dela, não
gostasse do seu corpo, a rejeitasse... Ele não avançava...
Certamente, pensava ela, os seus piores receios estavam se
confirmando: ele a achava feia, gorda, desengonçada,
branquela... Ele a achava atirada de mais... Ele ia rejeitá-la!
Era horrível demais!
Cheia
de vergonha e medo de perdê-lo, Mary se deixou cair na cama e
se cobriu com um lençol, murmurando, enquanto tentava a custo
conter uma lágrima teimosa:
-
Desculpe... Por favor, Remo, me perdoe. Não pense mal de mim,
por favor! Você deve estar me achando uma vaca sem-vergonha!
Por favor, me perdoe...
As
suas palavras foram abafadas por um beijo. Lupin não agüentara
mais. Jamais a acharia uma "vaca sem-vergonha" e nem podia
suportar a ideia de que ela pensasse uma coisa dessas. Afinal de
contas, tudo o que ela havia dito antes fazia todo o sentido: eles
eram dois adultos, estavam juntos, se amavam... e tinham sonhado
tanto com aquele momento...
Tomou-a
nos braços e a beijou com todo o ardor; percorreu o pescoço
dela com seus beijos e, naquele final de tarde, todos os seus sonhos
se tornaram realidade. Ah, e a realidade era tão melhor do que
os sonhos... Nem nos sonhos mais íntimos e secretos de ambos
eles haviam imaginado algo tão perfeito.
Naquele
momento, os dois tiveram certeza: eram um só, em plena
comunhão de corpos e almas. Aquele amor era a salvação
para as suas vidas condenadas.
