Título: O Castelo

Autor: Ptyx

Classificação: M

Casais: Harry/Snape

Resumo: Hogwarts foi destruída, e o Mundo Mágico mudou. Harry e Snape se unem para preservar as antigas tradições.

Escrito para o Potter Slash Fest, atendendo a três desafios:

1) Sétimo ano em Hogwarts, a guerra contra Voldemort ainda está rolando, e Harry está cada vez mais "quebrado" por dentro. Certa noite, ele procura o Mestre de Poções e lhe propõe: Me tome! Como Snape reage? O que acontece entre os dois? (Amanda Saitou)

2) Snape/Harry, Pós-guerra. Hogwarts está destruída, será que Snape e Harry conseguem superar suas rixas para reconstruir Hogwarts? (Carol/Elnara)

3) Snape fica bêbado - como isso foi acontecer! - e acaba se revelando ao seu grande amor. Como este reagirá? E o que acontecerá no dia seguinte? (Ptyx)

Disclaimer: Os direitos pertencem a J. K. Rowling, Bloomsbury, Scholastic, Warner Brothers, etc. Eu não ganho um centavo - só me divirto com eles.

Olá, pessoal! Vou postar a história aqui em 5 partes, se possível uma por dia. Fiquem ligados!

O Castelo

Prólogo

A guerra ceifava vidas e destruía o Mundo Mágico. Severus dava tudo de si, no último de suas forças. Seus dois "mestres" exigiam o máximo dele, a cada momento. Cumpria, até o fim, a missão e a maldição do espião bem-sucedido.

Como Dumbledore estivesse sempre muito ocupado planejando estratégias gerais e cuidando que cada peça estivesse em seu lugar na hora certa, coubera a Severus assistir Harry Potter, instruí-lo pessoalmente sobre o Lord das Trevas: quais eram os seus pontes fortes e fracos, o que Potter precisava aprender para se defender ou atacá-lo.

Potter também estava esgotado e visivelmente desmoronando. Severus nunca soubera ser amável; seu jeito de incentivar Potter era, sempre, o desafio. Isso tornava a relação entre ambos bastante complicada. Apesar do respeito que Potter lhe devotava agora, as discussões eram freqüentes.

No entanto, naqueles últimos dias Potter parecia não ter energia nem para discutir. Aceitava tudo o que Severus dizia sem questionar, e parecia apegar-se a Severus de uma forma até doentia.

Severus não sabia o que fazer. Como quanto mais ele provocasse, mais Potter se mostrasse abatido, Severus passou a moderar seus ataques. Potter não podia se deixar abater agora, que o fim se aproximava.

Finalmente, o Lord das Trevas decidiu atacar Hogwarts. Julgava-se, agora, suficientemente forte para vencer as defesas do Castelo. Severus informou à Ordem.

Na noite da véspera do ataque, Harry Potter bateu à porta de seus aposentos particulares no Castelo. Quando Severus foi abri-la, ele se atirou em seus braços. Potter era apenas um pouco mais baixo do que ele agora. Severus o segurou contra si, o coração batendo em disparada.

— É minha última noite. Não sabemos se estaremos vivos amanhã a esta hora. Eu quero você. Me tome, por favor.

Dizer que fora uma completa surpresa para Severus não seria bem verdade. Severus atribuía a reação que Potter vinha tendo a ele aos hormônios adolescentes e à situação de extrema tensão em que Potter vivia.

Severus nunca havia sentido atração por alguém daquela forma. Estava acostumado a admirar a força e o poder em outros homens, e a respeitá-los quando eles se faziam impor. Por mais que isso fosse difícil para ele, a vida o obrigara a acostumar-se a essa situação. Severus admirava o poder e — Severus relutava em admitir — coragem de Harry Potter, mas o que tornava tudo diferente em relação a ele era que Harry evocava em Severus seu instinto protetor. Seus sentimentos por Harry estavam se transformando em algo mais complexo e perigoso. Potter era seu aluno, tinha idade para ser seu filho, e não estava em seu juízo perfeito. Se Severus se aproveitasse dele, jamais conseguiria ter paz em sua consciência, já por demais atormentada pelos erros do passado.

Assim, afastou Potter de si com firmeza, segurando-lhe os ombros.

— Potter, volte para o seu dormitório. Nós iremos sobreviver.

— Não, não me faça ir embora! Eu sei que você me quer também.

— Você é meu aluno, e está sob uma forte carga de tensão. Mais tarde verá que tenho razão.

Severus viu Potter baixar a cabeça e retirar-se dali de ombros caídos. Assim que a porta se fechou atrás do garoto, Severus abraçou-se a si mesmo, e fechou os olhos. Ainda sentia o cheiro do garoto em suas roupas.

Harry. O arrependimento o atingiu com toda a força. Quisera proteger o garoto, porque em seu íntimo estava certo de que ele mesmo, Severus, não sobreviveria ao dia seguinte. Talvez tivesse agido certo, mas naquele momento Severus se arrependeu amargamente.

continua...