Comentários e Respostas às Reviews do Capítulo Anterior:

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Serim: Que review maravilhosa! Fiquei muito, muito contente por ter uma leitora tão atenta, inteligente e sensível. Muito obrigada. Espero que goste do epílogo também.

DarkAngelAngst: Que bom, eu estava com medo que as pessoas não gostassem de Sev ser hetero. Sempre gosto de incluir uma surpresinha...

Epílogo

Ter resolvido seus problemas com Severus fez com que Harry se tornasse mais seguro e disposto a enfrentar o que precisava ser enfrentado. Afinal, se ele conseguira "domar" Severus... todo o resto parecia fácil diante disso.

Tomara coragem e fora falar com o Ministro. Arthur ficara encantado em rever Harry, e fizera questão de convidá-lo para um almoço na Toca. Todos o haviam recebido muito bem. Harry sempre se sentiria culpado pela morte de Ron, mas era bom saber que não perdera o afeto dos Weasleys. Depois de algumas negociações, Harry conseguira que o Ministério aprovasse o funcionamento da escola, com um mínimo de interferência. Além disso, o Ministério ajudaria a montar uma nova biblioteca, a equipar a escola e a reconstruir o campo de Quadribol. Embora já estivessem em setembro, eles haviam decidido abrir a escola de imediato. Arthur havia sugerido Tonks para o cargo de professora de Transfiguração, e Tonks aceitara. Grubbly-Plank voltaria para lecionar Trato das Criaturas Mágicas. O Ministério os autorizou a repor as aulas de setembro prolongando as aulas até o final de junho e primeira semana de julho. O primeiro semestre seria um tanto caótico, mas era melhor do que deixar as crianças longe de Hogwarts durante mais um ano.

Agora, no Grande Salão de Hogwarts, a discussão rolava, acalorada, há mais de seis horas. Harry começava a temer que fossem levar mais tempo para decidir a respeito das regras da escola do que haviam levado para reconstruir o Castelo. Todos ali reunidos — Harry, Severus, Remus, Sprout, Flitwick, Hooch, Trelawney, Binns, Grubbly-Plank e Tonks já haviam decidido que Sprout seria a chefe de Hufflepuff e Flitwick de Ravenclaw. A primeira discussão era quanto a quem seria o Diretor. Harry dizia que deveria ser Severus, já que Severus fora o responsável pela reconstrução do Castelo. Mas Remus dizia que o Diretor deveria ser Harry. No entanto, se Harry fosse o Diretor, alguém teria de dirigir Gryffindor. E Severus não queria que Remus fosse o chefe de Gryffindor. Nem que Remus lecionasse Defesa Contra as Artes das Trevas.

Não era só na questão dos cargos que eles não concordavam. Como bom discípulo de Salazar Slytherin, Severus defendeu a tese de que os filhos de Muggles não pudessem freqüentar a escola. Diante dos protestos de Harry e Remus, Severus argumentara que eles, ali, estavam exatamente lutando para preservar a cultura mágica contra a dissolução na cultura Muggle que estava ocorrendo no resto do Mundo Mágico. Que Hogwarts deveria ser um bastião de resistência à cultura Muggle.

Harry até parou para pensar. Havia um fundo de razão ali. Mas... eles não haviam lutado contra Voldemort para eliminar esse tipo de preconceito? Como é que agora iriam barrar os filhos de Muggles? Não. O que eles queriam era preservar a cultura do Mundo Mágico, e aceitar os filhos de Muggles em Hogwarts só iria ajudar a disseminar suas idéias. O importante era transmitirem suas tradições.

Decidido, Harry se levantou e fez um acalorado discurso defendendo sua opinião. Todos o aplaudiram, exceto Severus e Trelawney.

A professora de Adivinhação disse que eles estavam desafiando o destino, pois ela havia visto em sua bola de cristal que os Muggles iriam enfrentar o Mundo Mágico em guerra.

Severus se retirou da reunião com cara de ofendido, resmungando:

— Vocês verão. Vai acontecer tudo de novo. Não me digam que não avisei.

Mais tarde, na cama de Severus, Harry o abraçou, fazendo com que seus corpos nus se tocassem em toda a sua extensão.

— Está zangado? — perguntou Harry.

— Estou.

— Mas você não vai desistir, vai?

— Não se preocupe, eu vou aceitar a decisão da maioria. Mas não me peça para me calar. Eu disse que vocês são uns tolos, e é o que eu penso.

— Nós somos tolos, mas nós somos os seus tolos, não é?

Severus fez uma careta.

— Os únicos com quem eu me disponho a fazer o esforço de conviver.

Harry sorriu.

— Então, mesmo sabendo que não vai dar certo, você está disposto a começar tudo de novo?

— Já ouviu falar de Sísifo, um pobre rei condenado a levar uma pedra até o alto de uma montanha no Hades só para vê-la despencar lá de cima, todos os dias? Entendo muito bem a tragédia dele, agora. O que mais posso fazer? Aceito o meu destino. Estou disposto, Harry. Sim.

"Sim" não era uma palavra que Severus costumasse dizer com muita freqüência. Harry afastou-lhe os cabelos do rosto e fitou-o olhos nos olhos, sem dizer nada, tomado de emoção.

Severus fitou seu jovem amante. Era estranho, querer aquilo. Ainda mais naquele momento tão delicado. Tudo era mesmo muito estranho. Primeiro, que Severus tivesse se apaixonado por um homem. E vinte anos mais novo do que ele. Depois, que Severus o houvesse aceitado em sua cama, e sem se arrepender disso por um instante sequer. E agora, justo agora que ele deveria se sentir humilhado porque suas posições políticas haviam sido derrotadas, ele queria dar um passo além. Queria muito.

— Vai ou não fazer o que prometeu? Seja macho e me coma, sim? Quero conhecer os prazeres de ficar por baixo. Na cama, como na vida...

Harry estreitou os olhos para ele.

— Que linguagem, Severus. Não é assim que se fala.

— Não? Então como é que é? "Tire a minha virgindade. Faça de mim um homem"?

Harry caiu na gargalhada.

— Errado de novo. Não admira que você não tenha tido sucesso com as mulheres.

— Como é que é , pirralho? — Severus não havia sido ofendido daquela forma desde o tempo dos Marotos. — Para a sua informação, eu era o Deus Slytherin do Sexo.

— Bom, isso deve ter sido um século atrás. Eu vou lhe mostrar como é.

Severus o comprimiu contra o colchão.

— Pirralho arrogante. Diga que não sou um bom amante.

O modo como Harry olhou para ele, seus olhos turvos de desejo, já era uma resposta, mas Harry cobriu-lhe o traseiro com as mãos carinhosamente e disse:

— Não sei nada dessa história de Slytherin. Só sei que você é o meu Deus do Sexo. Agora vire de costas que eu vou cuidar de você.

Então Severus não conseguiu dizer mais nada, porque Harry estava separando-lhe as pernas e introduzindo a língua em sua fenda, e Severus nunca havia se sentido assim em toda a sua vida, tão vulnerável e tão amado ao mesmo tempo. Era uma carícia tão íntima, tão afetuosa. Seu pênis endureceu de pronto. Um gemido suave escapou da garganta de Severus quando aquela língua perversa começou a pressionar-lhe as paredes, distendendo-o.

Quando Harry retirou a língua, Severus se sentiu subitamente vazio e desesperado por mais. Logo, no entanto, Harry estava introduzindo um dedo lubrificado e fazendo movimentos para dentro e para fora que Severus acompanhava com tensão, expectativa e fascínio. Dois dedos, então, e cada vez mais fundo. De repente, Harry flexionou os dedos e uma descarga súbita de prazer o fez ver estrelas, cometas, galáxias. Ah... Era isso, então. Era assim.

— Deuses, Harry, isso não devia ser permitido.

O riso orgulhoso de Harry se misturou às estrelas.

— Acho que você está pronto.

Os dedos mágicos se foram, mas Severus sabia o que viria a seguir.

— Harry... eu quero ver seu rosto enquanto você me come.

Severus se virou para Harry, e viu o pênis do mago mais jovem apontado para si, completamente ereto e com uma gotinha de sêmen já brilhando na ponta. Severus adorava ver o que o desejo estava fazendo com Harry. Era por sua causa. Harry o queria tanto assim.

— Severus, o seu vocabulário continua péssimo — disse Harry, mas Severus não conseguiu replicar nada à altura, porque a carne rígida e aveludada de seu jovem amante estava lhe pedindo passagem, e Severus precisava se concentrar em relaxar ao máximo.

O primeiro impulso pareceu sugar todo o ar de seus pulmões. Parecia uma algo insustentável, desconfortável demais, mas ele queria muito que aquilo desse certo, e foi ao encontro de Harry com tudo.

— Severus!

Severus ancorou-se à voz de Harry, rouca e arfante, e à sua expressão de total concentração enquanto Harry recuava e penetrava-o de novo, e relaxou. Tudo ia ficar melhor, ele sentia que sim.

Harry agora deslizava para dentro e para fora com facilidade, e murmurava frases incompletas, como "Deus, você é..." e "Eu quero" ou então "Severus, por favor" cada vez que Severus ia ao seu encontro, arqueando os quadris. Severus se sentia poderoso, lá embaixo. Era uma tolice pensar que ficar em baixo era humilhante.

Não que Severus conseguisse pensar muito, porque Harry mudou o ângulo e atingiu-lhe a próstata, fazendo com que Severus reencontrasse aquelas mesmas estrelas que vira antes, agora com um novo brilho, e ouvisse sua própria voz emitir gemidos e murmúrios desconexos.

Puxou Harry ao seu encontro, fazendo com que seus estômagos se tocassem, e Harry revidou cerrando os dedos ao redor de seu pênis. Quando Harry mergulhou outra vez, a soma das duas sensações, a de Harry bombeando-lhe o pênis e roçando-lhe a próstata, foi demais para Severus: as ondas de prazer o invadiram, e ele se deixou levar, agarrando-se a Harry enquanto este lançava seu sêmen dentro dele.

Ficaram abraçados por um longo tempo, Harry deitado sobre o tórax de Severus, logo abaixo de seu queixo. Severus mergulhou uma das mãos naqueles cabelos; a outra repousava sobre as costas do jovem amante. Severus sentiu a decisão formar-se dentro de si. Respirou fundo.

— Está bem, Harry. Lupin tem razão. Nós precisamos de um Diretor que atraia alunos para cá. O meu perfil não é o ideal para isso. Eu me contento em ser o seu Vice, e Chefe de Slytherin. E Lupin fica com os seus insuportáveis Gryffindors.

Harry ergueu a cabeça para fitá-lo.

— Eu queria que fosse você o Diretor. Eu preferia ficar aqui só como professor substituto de Defesa Contra as Artes das Trevas, ou como Instrutor Assistente de Quadribol. Não acha que eu sou muito jovem e inexperiente para ser Diretor?

— Não. Você tem mais experiência do que muitos magos com cinco vezes a sua idade. E depois... você queira ou não... eu estarei com você.

— Por que mudou de idéia de repente?

— Eu sou Slytherin, e acabo de perceber que nem sempre é vantagem ficar por cima — declarou Severus.

Harry abriu um sorriso radiante, orgulhoso e embaraçado a um só tempo, e de repente a vida, em seu eterno retorno, em toda a sua inutilidade, não pareceu tão insuportável a Severus. Talvez algo restasse, de todo aquele esforço insano.

Fim