Dedessa e Patrixa: Muito obrigado por acompanharem a fic. Pena que estou postando em intervalos muito grandes.

Espero que gostem. Se houver erros, por favor me avisem.

abraços.

PS: Nao sei o que está acontecendo, mas a FF nao está saindo os travessões...

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Capitulo XIII – Oclumência

(PdV de Ron – Bulgária)

Três dias após o recebimento da carta de Hermione, Ron ainda não conseguia tirar o sorriso de seu rosto o que não contribuía para melhorar o mau-humor de Krum. Na verdade, os treinos nesses dias se tornaram um pouquinho violentos já que estavam treinando o Feitiço de Impedimento e de Estuporamento. Talvez violento demais para o gosto de Ron, afinal não era tão ruim quando treinava com Harry e Hermione nas aulas da AD.

Mais uma vez Wee-zey – resmungou Krum, cerrando os dentes – Levanta-se!

Ron levantara do chão coberto de uma fina camada de gelo fazendo uma careta de dor, pois acabara de ser estuporado pela sétima vez seguida.

Mal se levantou e escutou o búlgaro gritar em plenos pulmões:

Estupefaça!

Novamente o garoto caiu em um baque surdo no chão, sob as risadas abafadas de Draco. Sentia cada músculo do seu corpo reclamar de dor, mas tinha que continuar, afinal era seu tutor lhe ensinando e não estava fazendo isso de propósito... ou estava? "Vitor é uma boa pessoa. Vitor é legal. Vitor é um cavalheiro. Vitor é isso. Vitor é aquilo... Hermione é maluca em defende-lo. Ele é um sádico" pensava enquanto estava estirado no chão, mas logo veio a voz de Harry em tom de consolo "Lembre-se, você recebeu uma bela carta de Mione e ele não. Agora levante-se daí e lute!"

Antes que Krum pudesse reagir ou se defender, Ron levantou-se em um pulo desajeitado – devido a dor cruciante e os músculos teimando em não obedece-lo - gritou o mais alto que podia, apontando a varinha para as pernas do oponente:

Tarantallegra!

As pernas de Vitor começaram a sapatear freneticamente fazendo-o perder o equilíbrio e cair de cara no chão. A principio foi uma boa idéia azarar o búlgaro com o feitiço de dança, mas a reação dele não foi muito receptiva, pois começou a lançar feitiços de estuporamentos, sem levantar o rosto do chão, para todos os lados na esperança de acertar qualquer um.

Estupefaça! Estupefaça! Estupefaça! Estupefaça!

Draco havia se atirado no chão com as mãos sobre a cabeça e Ron se jogou para trás de uma árvore ali perto. Por alguns segundos somente se viam riscos vermelhos rasgando o ar em todas as direções e em grandes velocidades. Provavelmente alguém estava bravo.

No meio dos berros de Krum puderam ouvir outra voz distinta:

Expelliarmus! Finite Incantatem!

Ron se atreveu a dar uma olhadela para ver o que estava acontecendo. Viu um furioso prof. Dimitris levantar Krum pelas golas da vestimenta. A varinha do búlgaro estava a três metros de distância.

O que pensa que está fazendo? – gritou no ouvido de Vitor. – Quase fui estuporado quando estava passando lá atrás.

Perdon professor, eu non queria...

Não me interessa! – urrou Dimitris, ficando vermelho e contraindo o rosto de forma horrível lembrando Snape nos piores dias – Eu devia te...

Não chegou a completar a frase; nesse momento ouviu Malfoy choramingar alto, ainda deitado chão frio.

Já chega. Quero voltar para casa! Agora!

Dimitris caminhou vigorosamente em sua direção o levantou pela capa.

Onde está o outro garoto?

Quero voltar para casa – choramingou novamente.

O que diria Lucio se pudesse ver seu filho chorar como um bebê? – desdenhou secamente. – Responda, onde está o outro garoto?

O senhor conhece meu pai? – ignorando a pergunta

O professor demonstrando certa impaciência por ter sido ignorado por duas vezes soltou a capa de Draco fazendo-o cair de joelhos.

Começou a olhar ao seu redor e logo avistou a ponta de uma cabeleira muito vermelha atrás de uma árvore. Do jeito que foi até Draco, foi até Ron.

Muito bem, deixe-me ver. – disse, puxando rudemente o garoto pelo braço – Hum.. Aparentemente está tudo bem.

Ron ficou envergonhado, pois foi arrancado de seu esconderijo. Uma atitude que não condizia com Grifinória; se esconder dos problemas.

Quero que prestem atenção. Só irei dizer uma vez. – bradou prof. Dimitris, levantando uma das mãos e apontando com o dedo indicador o céu nublado – Ordeno e exijo que vão descansar agora e aproveitem para esfriar os ânimos... – olhando diretamente de Ron para Krum e vice-versa. – ...antes que se matem de verdade ou pior... Que me estuporem para valer.

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Naquela noite os ânimos ainda estavam demasiadamente "quentes" para alguém dormir; até mesmo Draco estava com receio de fechar os olhos, pois ficara no meio de uma guerra particular.

Enquanto Ron dava petiscos para Pichi e Abel ouviu batidas na entrada de lona. Pelo barulho só podia ser outra coruja e desse modo foi abrir a passagem.

Sim, estava certo; era outra coruja que pousou suavemente em seu ombro. Ao retirar a carta viu que era de Hermione e a principio ficou contente, mas não entendia o porque da amiga mandar outra carta em um curto espaço de tempo. "Saudades?" pensou, emboçando um sorriso. "Não, não Hermione" respondeu, ainda sorrindo.

Virou, trêmulo, a carta. E para seu total desgosto estava endereçada a Vitor Krum. Por um instante considerou a possibilidade em tacar fogo no pergaminho, assim ninguém ficaria aborrecido, especialmente Ron Weasley.

"Qual seria sua reação se Krum tivesse tacado fogo em sua correspondência?" a famosa consciência assolando a mente de Ron "Ah, Harry, você é mesmo um chato, sabia?" rosnou mentalmente.

Krum... – disse, fazendo uma careta azeda - ... carta para você. – atirando o envelope por cima da cabeça de Draco.

Vitor com uma das mãos pegou o pergaminho ainda no ar e desenrolou, afobado, ao ver que era de Hermione.

Com grandes gestos e acenos de mão começou, teatralmente, a ler em voz alta:

Querido Vitorr.. – olhando de esguelha para Ron, enquanto este na cor roxo-ameixa arremessava furiosamente petiscos nas gaiolas de Pichi, Abel e da coruja visitante... Somente Pichi piava alegremente considerando aquela atitude como uma brincadeira de seu dono.

Krum continuou:

... Esperro que esteja tudo bem com você. Meu amig...

Por algum motivo escrito na carta, Vitor parou de ler em voz alta e a cada segundo sua cara ficava mais carrancuda, franzindo a testa de tempo em tempo.

Ao final da leitura voltou a olhar diretamente para Ron. Seus olhos estavam vidrados e frios, suas grossas sobrancelhas estavam comprimidas e suas narinas tremiam furiosamente. A carta estava tão segura em suas mãos que os nós dos dedos estavam até esbranquiçados.

Vamos jogarr quadribol... ou quase isso... amanhã, Wee-zey – sibilou, espumando veneno - Somente você e eu. – terminando de dizer isso, se jogou para seu saco de dormir e virou-se para a parede de lona.

O q-quê? – perguntou confuso, mas não houve resposta.

Ei... e eu? – protestou Malfoy.

Ron encarou as costas do búlgaro sem entender nada e olhou para Draco, este ainda resmungava baixinho por ter sido esquecido de ser convidado.

Não havia mais nada a fazer senão tentar dormir. Caminhou para seu saco de dormir e se aconchegou.

"Quadribol? O que deu nele agora? O que a Hermione escreveu naquela... naquela... carta?" pensava. Muitas coisas passaram por sua cabeça, desde uma simples teoria de jogo amistoso até uma conspiração de Júpiter com Urano e Saturno para faze-lo passar vergonha, não apenas em Hogwarts, mas também em Durmstrang; assim poderia ser classificado como uma vergonha de cunho internacional.

(PdV de Harry – Hogwarts)

Há três dias recomeçaram as aulas de Oclumência com o prof. Snape para total alegria de Harry e para piorar tinha aulas quase todos os dias; os únicos dias livres eram Sexta, Sábado e Domingo.

Devido à saída de quatro monitores, sendo que dois deles eram jogadores de quadribol de suas respectivas casas – Grifinória e Sonserina – os treinos e o campeonato foram suspensos por ordem do próprio diretor, Alvo Dumbledore. Obviamente, tal noticia não agradou muito aos alunos, em especial Harry Potter e Gina Weasley. Hermione, pelo contrário, parecia excitadíssima com a suspensão deste esporte, pois poderia persuadir seus amigos a darem maior valor aos estudos.

Harry e Gina sempre que viam Hermione aproximar estremeciam e se olhavam apavorados. E justamente neste momento, enquanto ambos aproveitavam os últimos raios de Sol, sentados e juntos, na beira do lago escutaram uma voz esganiçada exclamar:

Ah, vocês estão ai. Faz meia hora que estou procurando vocês para...

Mione, deixa de ser paranóica – retrucou Harry, interrompendo-a. Hermione aproximava-se muito rápido – Está quase na hora da janta e você quer nos fazer estudar?

Por favor, não agüento mais ficar trancada naquela biblioteca em todos os intervalos de aula – choramingou Gina, levantando-se e encarando a amiga.

Gina! – exclamou horrorizada Hermione – Neste ano você terá os N.O.M.´s. Eles são importantes...

Blá blá blá – resmungou Harry, desgostoso – Se me dão licença não quero ouvir mais essa ladainha. – levantou e limpou suas vestes. Saiu caminhando com passos duros ao castelo. Mione e Gina ficaram assustadas com a atitude do amigo.

"Que droga de vida" pensava com raiva ao caminhar para o castelo "Não agüento mais isso. Dumbledore fazendo mistério, meu amigo Ron longe, Hermione tagarelando sobre a importância do estudo, sem quadribol, Snape está particularmente mais insuportável em suas aulas de poções e para completar quase todos os dias tenho aulas extras de Oclumência... com ele... a Profecia que me tornará um assassino ou vítima, Voldemort planejando ás escuras e... essa nova profecia... não sei o que era, mas devia ser importante, pois se até o diretor teve aquelas atitudes estranhas, boa coisa não é".

Harry parou na entrada do castelo e mirou a porta do Salão Principal... não, não estava com fome, seu estômago estava demasiadamente embrulhado para comer. Subiu os degraus das escadas de dois em dois e caminhou-se para a Sala Comunal da Grifinória.

Enquanto caminhava pelos corredores retomou seus pensamentos.

"O menino-que-sobreviveu... titulo besta. Nem ao menos sei direito porque sobrevivi naquela noite... meus pais... Sirius... há tanta dor, talvez o melhor caminho seja me tornar a vítima – é mais rápido." – contorceu o rosto amargurado, mas a lembrança de uma face risonha, com pequenas sardas no nariz e cabelos ruivos inundou sua mente – "Gina?" – suspirou passando os dedos nos cabelos negros fazendo-os ficarem ainda mais rebeldes – "Se eu desistir de lutar Voldemort irá dominar o mundo dos bruxos e dos trouxas para sempre. Sim, só eu posso derrota-lo" – riu nervosamente como se tivesse escutado uma piada muito boa – "Ainda não estou pronto para lutar... tive sorte das outras vezes que fiquei cara a cara com Voldemort, mas não terei a mesma sorte para sempre."

Doces caseiros – disse ao chegar ao retrato da Mulher-Gorda, ao qual deixou entrar sem maiores problemas.

A sala estava vazia, todos deviam estar no Salão Principal jantando. Sentou-se pesadamente em uma poltrona afastada em um canto escuro, não queria ser visto caso aparecesse alguém.

Fechou os olhos e bufou. Toda aquela situação estava ficando ridícula. O que um garoto de dezesseis anos, sozinho, poderia fazer contra o Lorde das Trevas, sendo que o mundo tremia de medo apenas por ouvir o nome dele?

Adormeceu sentado na poltrona.

Harry? Acorda, Harry! – sacudia, quase beliscando também.

Quê foi, Gina? – respondeu mal humorado, abrindo um dos olhos.

Você tem aula com prof. Snape agora, não tem? – perguntou Hermione, logo atrás de Gina.

O garoto endireitou-se na poltrona aparentando desespero.

Ah, que maravilha! Vou chegar tarde na aula do Ranhoso – desdenhou Harry, enquanto esfregava os olhos. – Aposto que vai me azarar assim que eu entrar na sala.

Desatou a correr pelos corredores que levavam as masmorras. Chegando na porta do escritório de Snape, bateu três vezes.

Entre – ouviu a voz arrastada de dentro da sala. Ao entrar, viu Snape lançar um olhar malicioso e ao mesmo tempo maldoso – Atrasado, Potter, é um irresponsável. Ao contrário de você não tenho tempo para ficar perdendo. Tenho coisas mais importantes para fazer.

Harry cerrou os dentes, mas não respondeu. Queria mata-lo ali mesmo com o máximo de dor que pudesse causar.

Apresse-se, já sabe o que fazer... pronto? Legilimens!

Snape nem mesmo deixou Harry levantar a varinha e já lhe lançou o feitiço. Pego de surpresa o garoto não resistiu, começou a ver várias imagens passando em sua cabeça em um turbilhão de cores, mas cessaram de repente e viu-se caído de joelhos no chão. O professor havia suspendido a varinha terminando com a leitura.

Ai, ai, ai, Potter – sibilou, triunfante – A incompetência passou e parou em você, não é mesmo? – levantando uma das sobrancelhas e olhando com frieza – Até mesmo um trasgo teria mais capacidade e força de vontade.

Harry bufava de raiva enquanto, ainda, estava de joelhos no chão duro da masmorra.

Controle-se. É necessário que aprenda fechar a mente ou quer que mais alguém morra por sua culpa? – continuou Snape em tom zombeteiro.

Aquilo foi como um tapa no rosto do garoto. "Sirius morreu por minha culpa..." pensou, enquanto olhava fixamente para o chão.

Mais uma vez, Potter... Legilimens!

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"Minha cabeça está girando... preciso chegar, preciso..." cambaleava Harry pelos corredores escuros de Hogwarts. A cada aula de Oclumência parecia que sua cabeça iria girar até estourar; "Snape está me matando aos poucos".

Nunca havia reparado o quão longe eram as masmorras da torre da Grifinória.

D-Doces... doces caseiros – gaguejou, finalmente chegando na entrada da sala comunal.

A única coisa que o garoto viu ao entrar cambaleando pela sala foi o brilho enfraquecido da lareira, após sentiu sua visão ficar turva e escurecida gradualmente. Seu corpo caiu em um baque abafado no tapete; perdera todos os sentidos.

HARRY! O quê houve?

Seus olhos doíam ao ver os primeiros raios de sol entraram pela janela, ainda estava estirado no chão completamente enregelado. Sua cabeça embora não girasse mais parecia demasiadamente pesada.

Quando seus olhos acostumaram com a luminosidade do dia pode distinguir a pessoa que o acordara no meio da sala.

Gina? Que horas são? – tentando se levantar, mas sem sucesso – Ai, minha cabeça...

Ainda é cedo, Harry – respondeu aflita, colocando a mão na testa do garoto – Você deve estar com febre. Venha... – puxando pelo pulso e escorando-o para que ele não caísse novamente no chão - ... no sofá. Deite-se enquanto busco ajuda. – deixando cair gentilmente o corpo do menino naquele lugar macio – Madame Pomfrey não vai gostar de ser acordada tão cedo, mas é urgente...

Bruscamente Harry segurou a mão de Gina enquanto esta ainda murmurava em pedir ajuda a enfermeira.

A garota olhava-o atentamente - ficou em dúvida se desvencilhava de Harry para pedir socorro ou ficava parada enquanto ele sofria.

N-Não se vá. Eu logo estarei bom. – disse um pouco sonolento, ainda com a cabeça deitada no sofá – Só quero um pouco de companhia.

Gina ainda hesitou, o garoto estava queimando em febre... não era algo a toa.

Por favor, Gina. – suplicou, tentando levantar a cabeça, mas novamente sem sucesso.

Hum... ok, mas ainda acho que a Madam...

Obrigado – interrompeu, apertando ainda mais a mão da garota de forma gentil.

Desconcertada, sentou-se do lado da cabeça do amigo. Não sabia o que fazer... Harry parecia não querer mais soltar sua mão, pelo menos tentaria ser gentil em pedir que a soltasse porque poderiam aparecer outros alunos naquele momento e ficaria um tanto embaraçoso os dois de mãos dadas.

Ahh... Harry – sussurrou no ouvido – Seria melhor...

Claro, Gina. – interrompendo-a novamente e com grande esforço colocou a cabeça no colo da menina, mas soltando sua mão. – Obrigado. – acrescentou rapidamente.

A garota corou loucamente com aquela situação. Se Harry estava com febre não era nada comparado com o calor que ela sentia agora. O que pensariam agora? O famoso menino-que-sobreviveu deitado no colo de Gina Weasley?

Gina...? – murmurou Harry

S-Sim? – olhando assustada para a cabeleira do garoto com medo que tivesse lido sua mente.

Obrigado por estar ao meu lado... – sua voz estava sumindo; ficando etérea, sonhadora - ... você é ...

Mas acabou dormindo antes de qualquer coisa. Sim, ele estava exausto seja física ou psicologicamente.

Gina com um pouco de receio e vergonha começou, lentamente, a afagar os cabelos rebeldes e escuros de Harry e disse em um tom de voz rouco, mas delicadamente sussurrado:

Sim... sempre estarei do seu lado.