b Capítulo 4 /B

– Senti sua falta.

As palavras de Harry estavam acompanhadas de uma luz tão intensa nos olhos verdes que Severus enrubesceu, sentindo-se exposto mesmo que estivesse usando uma casaca por cima da camisa.

– Também senti a sua – confessou.

Harry o abraçou, suspirando:

– Pensei que ia ter um troço de tantas saudades. Não sabia que estava tão fisgado assim. Você me conquistou por completo, Severus. Agora que nada pode nos deter, eu o quero sempre perto de mim.

Severus olhou em seus olhos, o seu rosto próximo e sentiu um arrepio de intensidade diante de tudo que sentia.

– Harry...

– Severus...

Os lábios se encontraram e uma sensação de eletricidade percorreu o corpo de Severus como um rastro de pólvora. Como regra geral, ele não gostava de ser tocado, mas Harry parecia ter algo mágico na pele, algo que fazia Severus se derreter. O simples beijo começou a aquecê-lo todo, nos lugares mais recônditos, o desejo despertando-lhe pelos poros.

O beijo se prolongou, e os dois se entrelaçaram ainda mais, os pequenos seios de Severus pressionados contra Harry – bem como uma ereção incipiente. Harry apertou-se mais ainda contra ele, mostrando ereção idêntica, enquanto explorava sua boca com sofreguidão. Era uma sensação nova e inebriante.

Sem fôlego, Harry interrompeu o beijo:

– Quarto?

Severus concordou e de mãos dadas eles entraram no aposento contíguo. Harry voltou a beijá-lo, agora com mais ternura.

– Eu repito: não farei nada que não queira, Severus. Se você prefere esperar, eu posso entender.

– Não, eu quero fazer isso – nervoso – Só estou um pouco apreensivo.

Harry acariciou-lhe os cabelos, deleitando-se em sua maciez:

– Quero que tenha certeza de que é isso mesmo que quer. Se mudar de idéia, é só dizer, e paramos com tudo, sem problemas.

– Você também – ofereceu Severus, cabisbaixo – Se quiser desistir... vou entender.

– Não, eu não vou mudar de idéia – ele começou a desabotoar suas roupas. – Deixe-me tirar suas roupas. Posso?

Severus estremeceu, assentido. Harry retirou a casaca, depois a camisa branca e viu o corpo trêmulo de Severus enfaixado na altura dos seios para disfarçar o volume. Suavemente, ele retirou as faixas, seus olhos fixos nos de Severus, transmitindo-lhe confiança, aceitação e desejo. O Mestre de Poções estava nervoso, mas Harry sorriu e delicadamente beijou o espaço entre os seios. Severus estremeceu de prazer e jogou a cabeça para trás. Os seios eram pequenos e firmes, os bicos de pé, apontando para cima. Harry pôs um deles na mão, verificando que ele cabia direitinho dentro dela. Encorajado, ele procurou o bico do outro seio com a ponta da língua. Severus suspirou, sentindo a reação atingi-lo no meio das pernas, sua vagina despertando a cada carícia.

Devagar, Harry retirou-lhe as calças, sapatos e meias, distribuindo beijos nas partes expostas de pele alva, marcada por cicatrizes. Finalmente, buscando com os olhos a silenciosa aprovação de seu amado, ele retirou a roupa de baixo branca de algodão. Severus tremia, a respiração entrecortada, os olhos fechados.

Harry viu que ele estava ereto, e o pênis farto era levemente curvado para cima. Logo abaixo estava a racha característica do monte pubiano feminino, uma visão exótica e única. Embevecido, o rapaz ajoelhou-se diante dele, beijou-lhe o ventre com meiguice e sussurrou:

– Tão especial... Tão lindo e único... Merlin, você é ainda mais lindo do que imaginei...

– Harry...

Severus trazia os olhos cheios de lágrimas, e não sabia dizer se eram de alívio ou gratidão pelas palavras de Harry, ou de vergonha por seu corpo ser daquele jeito estranho e esquisito. Com desejo, Harry o beijou, sem desgrudar os lábios enquanto retirava suas próprias roupas apressadamente. Depois Severus subiu na cama, e Harry o olhou de cima a baixo deitado, o corpo esticado sobre os lençóis, exposto e convidativo. Os olhos verdes brilharam de cobiça misturada a luxúria:

– Quero fazê-lo meu, Severus. Quero ser só seu. Você me dá sua permissão?

– Por favor... Harry...

– Diga-me o que você quer que eu faça. O que você quer de mim?

– Seu toque... Seu corpo...

– Oh, Merlin, Severus – ele se deitou ao lado dele, seus corpos se entrelaçando – Eu o quero tanto...

Mordiscou o pescoço longo de Severus, que estremeceu de prazer. Depois Harry foi beijando todo o seu corpo, brincando com seus seios sensíveis, lambendo-lhe a barriga até abrigar o pênis ereto e pulsante dentro de sua boca. Severus grunhiu, o prazer espalhando-se por seu ventre. Harry lambeu toda a extensão da veia saltada e púrpura de sua ereção, e depois passou a chupar, fazendo Severus alcançar novos níveis de excitação. O estímulo no seu pênis fazia sua parte feminina redobrar a excitação, e ele estava tão molhado que começava a pingar nos lençóis.

Harry não diminuiu o ritmo e logo ele explodiu em gozo, despejando sua semente na garganta do parceiro. Ofegante, ele encarou Harry, que o limpava com a língua e logo em seguida, desviou essa mesma língua para desvendar os tesouros de sua feminilidade.

Nada poderia ter sido mais fora do comum.

Estranhamente, mesmo tendo acabado de sentir um orgasmo poderoso e satisfatório, Severus notou que o estímulo de sua parte feminina era completamente diferente do da sua parte masculina. Antes havia um desejo na pele, intenso e imperioso, que exigia ser satisfeito e que procurava um lugar para se abrigar. Mas quando Harry passou a lamber e chupar-lhe os lábios vaginais, o desejo passou a ser profundo, vindo de suas entranhas, um que crescia lentamente, avassalador, inexorável, procurando atingir a completitude, o preenchimento, a união. Ele não sabia dizer se um era maior do que o outro, ou se era melhor, só que eles eram diferentes e igualmente poderosos.

Um ruído gutural saiu quando Harry escorregou um dedo para dentro de sua vagina bem-lubrificada. Severus sentiu os músculos se fecharem em torno do invasor, envolvendo-o. Era totalmente diferente do sexo anal, mais gentil e aconchegante. Ele corcoveou de prazer.

Harry preparou sua entrada com mais dois dedos, paciente e amoroso. Numa dessas vezes, ele roçou no seu clitóris. O nível de desejo em Severus atingiu novos níveis e ele gemeu, contorcendo-se:

– Oh... Por Merlin!

– Você está bem, meu amor?

– Harry... Preciso de você!... Agora...!

Severus, sempre controlado e reservado, agora estava implorando sem o menor constrangimento, e isso fez Harry quase perder o rebolado. Posicionou-se entre suas pernas, avisando:

– Amor, isso pode doer e... Oh!

Severus não hesitou em enlaçar as duas pernas em volta da cintura de Harry e puxá-lo para si, suspirando:

– Por favor...! Vem, vem!...

Harry usou a mão para guiar seu pênis e penetrou-o devagar, sentindo os músculos a seu redor, e logo encontrou uma barreira. Ele tentou vencê-la, e Severus sibilou de dor. Foram necessárias várias tentativas, uso da força e palavras doces até que Severus soltasse um grito, indicando o rompimento do hímen. Mas Harry finalmente estava todo dentro de sua vagina recém-deflorada, e Severus sentiu a dor e a ardência serem substituídas por um prazer crescente. Harry usou os dedos para lhe estimular o clitóris e seu parceiro passou a gritar de prazer. Ele aumentou as estocadas, e Severus o agarrou com mais força, arranhando-lhe as costas e movimentando a pélvis com vontade, dobrando as sensações.

Os dois se deixaram levar ao pico do prazer e continuaram na sensual dança do desejo um do outro sem parar. Severus sentia o tesão dentro de si crescer, crescer, e chegar a um nível que ele achava que não iria agüentar: ele iria morrer ao explodir de tanto prazer. E foi exatamente isso que aconteceu.

Nada do que ele tinha experimentado antes o preparara para seu primeiro orgasmo feminino: ele acreditava piamente que iria morrer de tesão. Gritando por Harry, ele viu seu corpo praticamente explodir e depois derreter, os músculos todos virando borracha, uma luz branca cegante estourando diante de seus olhos. Seu prazer foi tão intenso que ele arrastou Harry consigo, e ele também gozou intensamente, na onda do orgasmo de Severus.

Os dois ficaram parados, exauridos demais para fazer qualquer coisa além de esperar a respiração retornar ao normal e os músculos voltarem a funcionar corretamente. Severus jamais se sentiu tão satisfeito antes, tanto emocionalmente quanto sexualmente. Naquela noite, eles não fizeram amor outras vezes, embora mais tarde Severus tenta insistido em fazer sexo oral com Harry – que naturalmente retribuiu o gesto.

Harry ajudou Severus a tratar da ferida causada por seu defloramento – uma pomada cuidou do assunto, mas eles ficaram sem poder ter atividades vaginais por outros sete dias. Durante este tempo, Harry e Severus se revezaram no sexo anal. Era interessante, pensou o Mestre de Poções, que nenhum dos dois procurava ser dominante na relação.

Dali para frente, o relacionamento entre os dois floresceu rapidamente, e Harry aparecia praticamente todas as noites nos aposentos de Severus, exceto naquelas em que o time de Quidditch tinha treino. Algumas noites eles passavam tanto tempo a desfrutarem um do outro que ele só voltava para o dormitório de Gryffindor de manhã, e tinha que agüentar Ron tentando descobrir sobre sua vida sexual. Mas mesmo quando estavam longe, Severus ocupava a cabeça de Harry a maior parte do tempo.

Não que algo diferente se passasse com Severus. Nas reuniões de professores, mas aulas, até no horário de atendimento de alunos, ele constantemente voltava sua atenção para o menino de ouro de Gryffindor. Sentia muito a sua falta nas noites de treinos de Quidditch.

Uma dessas noites, porém, Severus não iria passar completamente sozinho. Logo depois do jantar, ouviu uma batida na sua porta.