Capítulo V

O Lorde das Trevas

Snape chegara no Beco Diagonal. Esperaria por Rabicho na travessa do Tranco. Eram nove da manhã, quando Rabicho chegou na forma de Pereba.

- Pare com isso Rabicho! Saia do meu pé e transforme-se em homem, se é que você é um! – rugiu Snape.

Já na forma humana, Rabicho retruca:

-Que mau humor Snape! Faz tempo que não andava por aqui. E quando andava era com o Weasley. Em falar nisso, como ele esta? Sabia que eu gostava de morar com a família Weasley?

-Não sei, nem quero saber como andam os inúteis dos Weasley! (de imediato lembrou-se de Gina) Vamos logo! Me leve ao Lorde! – disse Snape sem paciência.

-Calma. Antes Milorde pediu para que você preparasse uma poção da verdade.

-Pra que? – vociferou Snape

-Não te interessa! Vamos comprar os ingredientes para que você possa preparar.

Assim passaram a manhã no Beco comprando os ingrediente. À tarde, chegaram no local onde estavam o mais temido dos bruxos , Voldmort, estava na antiga casa dos Riddle. Antes de ir falar com Voldmort, Snape teve que preparar a poção para levar. Mas por que será que "ele" quer essa poção? Será que está com algum refém? E se for alguém da Ordem? Pensando nisso, Snape alterou a poção de modo que não fizesse muito efeito. Ficou esperando até a noite para estar na presença do Lord das Trevas. Subiu as escadas vagarosamente atrás de Rabicho. Seu coração batia descompassado. Suava frio. E se fosse descoberto? Nas mãos trêmulas segurava a poção que fizera. Rabicho deu leves batidas na porta.

-Milorde, podemos entrar? – disse Rabicho com voz trêmula.

-Entrem! – rosnara Voldmort lá de dentro.

Ao entrar, Snape viu um amplo quarto com uma bela lareira onde tinha a frente uma confortável cadeira, que tinha aos pés, um tapete, onde descansava Nagine, uma cobra de tamanho descomunal. Ela levantara-se e fora até Snape. Olhando-o desconfiado estava pronto para o bote, quando a cadeira se vira e a pessoa que está sentada nela a repreende:

-Calma Nagine! Snape é um dos nossos! Não é? – falou Voldmort encarando Snape.

Quando Snape olhou na direção que vinha a voz, deparou-se com um figura com mãos grandes e pálidas feito aranha, olhos vermelhos sem pupilas, fendas no lugar de nariz, era um ser aterrorizante.

-Ah, Snape – iniciou Voldmort – Como é formidável ver um traidor...

-Lorde das Trevas, eu nunca lhe traí...

-Não minta para mim! – urrou Voldmort – Eu sinto cheiro de traição de longe!

-Por que diz isso Lorde? Por que não confia em mim?

-Há, há há, não se faça de tonto, Snape! Se quisesse traria Potter à mim!

-Como? Dumbledore o protege!

-Sei que você tem a confiança dele! Do velhaco e de mais alguém próximo à Potter!

Snape gelara. Será que o Lorde sabia sobre ele e Gina?

-O que andou fazendo todo esse tempo, me diga Snape? – disse Voldmort

-Dando aulas, somente isso, e esperando o vosso chamado – disse Snape abaixando os olhos.

-Não minta para mim! – gritou Voldmort.

-Milorde, do que desconfia? Snape sempre foi meio lento...-disse Rabicho.

-Quieto! Quem pediu sua opnião seu rato asqueroso! Seja útil e faça Snape tomar a poção da Verdade! – disse Voldmort com os olhos crispando de ódio.

Então era isso! A poção era para mim! Aliviado por ter alterado a poção, Snape disse com falsa humildade:

-Tomarei com prazer para provar que sou inocente.

-Beba tudo! – disse Rabicho entregando a poção.

Snape pegou a poção e tomou de uma só vez. Sentiu a acidez da poção. Começou a perder os sentidos e acabou desfalecendo próximo à Nagine. Minutos depois, que pareceram horas, Snape acordou. Estava amarrado à parede próximo da lareira.

No canto do quarto, estavam reunidos vários Comensais da Morte (Malfoy, Crable, Goyle, Nott, Lestrange) juntamente com o Lorde das Trevas.

-Até que enfim acordou, Snape!- disse Lúcio Malfoy com sua voz arrastada.

-Por que estou preso? – indagou Snape.

-Por que irá tirar algumas de nossas dúvidas- disse Belatriz Lestrange.

-Comecem e em respostas evasivas, castiguem-no! – vociferou Voldomort.

-Sim, Milorde – disse Lúcio – Snape, o que Dumbledore e sua corja, estão planejando contra nós?

-Eu não sei! – disse Snape secamente.

-Mentira! – urrou Lúcio – Draco me disse que quando não está dando aulas, fica em reunião com os professores e Dumbledore!

-Realmente, mas são reuniões para discutir as matérias dadas na escola! – Snape disse alterado – Não queira me fazer passar por traidor Lúcio! Eu sou tão fiel quanto você!

-Crucius! – lançou Lúcio em Snape que se contorceu de dor – Infame! Você faz parte da Ordem!

-Que Ordem? – disse Snape num fio de voz.

-Eu não sei de nada – rugiu Snape.

Passaram a noite torturando Snape, sem sucesso, e o mesmo estava quase sem vida, até que Rabicho falou:

-Pessoal, será que Snape é um traidor mesmo? Ele está sob efeito da poção da verdade, não poderia mentir...

-Não sei, não confio em Snape- disse Crable.

-Soltem ele! – ordenou Voldmort – Morto ele não prestará para nada! Ficaremos de olhos nele, seguiremos seus passos. Agora joguem ele em qualquer lugar para que possa ser achado!

E assim foi feito. Rabicho e Goyle deixaram o inconsciente Snape em Hogsmead, mais precisamente na Casa dos Gritos.

À tarde do outro dia, Snape foi encontrado por Remo Lupin, que passara a noite lá, devido a Lua Cheia da noite anterior. Snape estava muito machucado, mal conseguia responder à Lupin sobre o que acontecera.Lupin com muito esforço conseguiu leva-lo para o Largo Grimmauld.

Molly assustou-se ao ver Snape. Estava irreconhecível, parecia uma massa sanguinolenta e quase sem vida. Levaram-no para um dos quartos. Prepararam remédios e curativos. Lupin foi à Hogwarts avisar Dumbledore.

Em Hogwarts, Dumbledore estava avisando Harry, Rony, Hermione e Gina que passariam o natal na Ordem, por precaução. Eles estavam questionando o por que quando avistaram Lupin chegando esbaforido do jardim.

-Dumbledore, encontrei Snape! – disse esquecendo-se que não estavam à sós.

-Que notícia boa! – disse aliviado Dumbledore – como ele está?

-Mal, por isso vim aqui. Preciso levar Pomfrey para vê-lo!

-O que houve? – disse Harry.

-Depois conversaremos – disse Lupin.

-Vá, leva Pomfrey, eu explico à eles – disse Dumbledore.

Lupin saiu correndo em direção à enfermaria. Dumbledore explicara tudo à turma de Harry. Gina quase desmaiou ao ouvir que Snape estava mal. Seu estômago doía. E se ele morresse? Lágrimas começaram a cair. Saiu correndo, não conseguiu disfarçar suas emoções e naquele momento não queria explicar porque estava chorando. Todos ficaram surpreso com a reação de Gina. Hermione disse:

-Podem deixar, eu vou atrás dela! – correu e a encontrou no Jardim, embaixo de uma árvore.

-Que está acontecendo Gina?

-Estou com medo de Você-sabe-quem – mentiu

-Mentira! Me diz o que vc tem?

-Quer saber? Mesmo? – Mione fez sinal de afirmativo – EU AMO SNAPE! Escutou? EU AMO ELE! –disse Gina caindo em prantos.

Mione não acreditara no que ouvira. Gina e Snape? Não podia ser! Como? Eram tão diferentes!

-Como? – foi o que Mione conseguiu balbuciar.

-É isso mesmo que ouviu, eu amo ele! Tudo começou quando tive aquela aquela aula extra – e Gina contou tudo o que houve entre ela e Snape.

-Você tem idéia do que vai ser se sua família souber? Principalmente o Rony!

-É o que penso todo dia, mas não tem como voltar atrás! – choramingou Gina.

-É, tem razão, mas não conte nada a ninguém – disse Hermione preocupada.

-Só você sabe...-respondeu Gina – Mas o que quero mesmo, é vê-lo, meu coração está apertado!

-Irá vê-lo em breve...

-Tem razão...

Snape estava mal. Fora castigado duramente. Molly não saíra do seu lado um instante. Lupin e Pomfrey chegaram. Ela preparou algumas poções e dera à ele. Snape queimava em febre. Delirava. E em um de seus delírios, quando quase todos da Ordem (Moody, Minerva, Tonks, Lupin, Mundungo e a família Weasley) estavam no quarto Snape grita:

-Gina, cadê você? Me ajude!

Todos emudeceram. Será que ouviram direito? Ele chamando por Gina? O que estaria acontecendo? Os Weasley ficaram pálidos. Por que será que Snape queria Gina? Será que Você-sabe-quem queria seqüestra-la? Os professore voltaram imediatamente para Hogwarts pensando no pior. Mas o que não sabiam é que Snape no seu delírio, estava querendo aquilo que teimava em negar, em desprezar: o carinho, o amor de Gina!

Mas o que acontecerá quando tudo for descoberto?