PT 4 - PINGOS DE CHUVA DO MEU PASSADO
Todos os dias ficaram piores para mim depois daquilo. Eu comecei a me
preocupar com Tai mais e mais a cada dia. Mas eu ainda estava tão esquecida
de tudo ao meu redor que eu não fiz nada a respeito. Meu passado me tortura
mais a cada dia. Toda a preocupação e a incerteza não me deram nada para me
segurar. Então foi um sentimento estranho para mim. Eu me importei muito
com essa pessoa, e queria ajudá-lo muito. Mas eu não ajudei. Eu me falava
todos os dias que eu continuaria a falar com Tai, e eu falava
ocasionalmente, mas ele sempre me deixava com palavras que me confundiam e
me deixavam pensando. Em outras palavras, eu acho que é melhor quando ele
fingia que nunca mostrou sua dor vulnerável, de qualquer maneira. Tai agia
como se tudo estivesse bem, mas ele não pode enganar ninguém, especialmente
eu.
Eu sempre fui capaz de ver seu verdadeiro sentimento através de seus olhos.
Então, mesmo quando ele mantinha sua dor e ferida por dentro, eu sabia que
ela estava lá. Eu imagino se ele conseguia ler meus olhos do mesmo jeito
que eu lia os dele. E se ele conseguia, estava ele tão paralisado quanto eu
estava?
Porque eu não conseguia descobrir o que fez ele se machucar tão
ofensivamente? Todas as minhas perguntas foram cheias dentro da minha
cabeça, respostas para serem encontradas em nenhuma parte. Isso me deixou
com apenas uma solução.
Eu me virei para a primavera chuvosa por conforto. Chovia muitas vezes, às
vezes por até dois dias ou mais. Minha terapia das tempestades funcionou
então, e eu estava agradecida. Portanto, toda noite ou dia que a chuva
caía, você podia ter me achado sentada perto da janela, olhando para fora,
para os céus cinzas acima. Eu trazia meus pensamentos, perguntas e
preocupações para a janela como meus convidados especiais de honra. Depois
eu os soltaria, deixando cada um pular com os pingos de chuva e cair no
movimento das ruas abaixo. Por pouco tempo eu seria uma paz. Mas todos eles
retornaram na próxima manhã, vazando pelos meus sonhos enquanto eu dormia
(quando eu conseguia), para continuar a me importunar por todo o dia, e me
deixar rezando para a próxima chuva vir logo.
*****
Eu lembro de uma noite em particular. Nada de muito ordinário aconteceu
àquela noite, nada a não ser um longo inglês fácil que eu estive tirando.
Eu lembro que foi porque estava chovendo muito naquela noite, mas eu estava
colada na frente do meu computador, tentando encontrar alguma semelhança
entre todos os personagens de todos os livros que lemos naquele ano. Não
conseguia me concentrar, o som da chuva e do vento batendo contra a janela
estava me atraindo muito. Estava só esperando do lado de fora por mim para
ir e me aliviar dessa agonia. Então, sentindo a natural necessidade de
procrastinar, eu peguei o telefone e liguei para o Matt.
"Alô, Matt? É a Sora".
"Ei, Sora! O que está fazendo?".
"Bem, eu devia estar fazendo minha lição de inglês, conta um quarto de
nossa média para o último semestre, mas...". Eu ouvi sua risada e os
acordes da guitarra tocando do outro lado da linha. Isso me fez sentir um
pouco melhor, até porque eu teria odiado estar conversando com a chuva,
então falando com ele. "Gee, eu fui uma ótima namorada, não fui?".
"Fico feliz por não estar em DP de inglês como você, Sora, eu nunca teria
tempo para praticar com a banda!".
"Oh, não! Não conseguíamos ter isso, agora conseguimos?".
"Hei, você acabou de me lembrar! Estaremos num show com umas duas outras
bandas, no sábado antes das férias. Você vai?".
"É, acho que sim. Não vou fazer mais nada".
"Ótimo! Hei, eu preciso ir. Eu acho que meu pai acabou de queimar algo na
cozinha...".
"Tchau". Eu disse, mas ele já tinha desligado.
Eu sempre fui aos seus shows. Ás vezes eu sinto como se estivesse fazendo
isso só porque eu era sua namorada. Eu nunca pensei que aquela era uma
razão boa o bastante. Todas aquelas garotas ficavam gritando coisas
estranhas e obscenas que elas queriam fazer com ele. Essa era à parte que,
eu acho, você poderia dizer que me incomodava. Não porque ele era meu
namorado e 'Meu Deus, quem essas garotas pensam que são?'. Mas porque me
sentia tão deselegante ficando lá. Todas elas o adoravam e o veneravam. Mas
eu nunca fazia, e eu era sua namorada. Sentia-me como se estivesse iludindo
ele, ou até pior, que ele estava me iludindo. Eu nunca empurrei essa
possibilidade para fora da minha mente, porque parecia tão provável.
Começou quando Izzy, Tai, Matt e eu começamos o colegial quatro anos atrás.
Parecia como se nós mudássemos para caminhos diferentes. Izzy se tornou um
doa adolescentes mais espertos na escola. Ele estava um ano adiantado e era
admirado por suas habilidades acadêmicas por ser de classes superiores. Se
você me perguntar, eu acho que ele se formou quando éramos iniciantes.
Tai se tornou... bem, tenho mesmo que dizer? Ele nasceu para ser popular.
Tai sempre foi o melhor jogador de futebol da idade dele nesse lado do
Japão, talvez de todos os lados. Ele fez um ano de calouro e sempre foi o
melhor jogador, em todos os aspectos. Ele tinha olhares, uma recém-
encontrada fascinação sexual, e o estilo bom o bastante para encantar
qualquer garota, causando ciúme em muitos garotos, e era um evidente garoto
perfeito. Mas o que mais me chocou sobre Tai era que isso nunca subiu à sua
cabeça, ainda que tivesse certeza que havia espaço suficiente para isso.
Era como se ele fingisse que não era popular. Seus melhores amigos eram,
principalmente, pessoas que ninguém que era como ele se importava em falar,
por exemplo, com todos os Digiescolhidos, exceto por Matt e Mimi, mas bem,
você os conhece. Ele ousava a fazer coisas que nenhuma pessoa popular
faria, como ajudar um calouro ou um novo estudante achar sua sala, ou
apenas ajudar eles em geral. Tai sempre foi justo com todos os garotos no
time de futebol, não importava o seu talento ou seu físico. Eu acho que, ao
invés de sua popularidade arruinar sua vida, como fazia a maioria das
pessoas que são infelizes por serem superadas por suas influências, fez ele
perceber as coisas importantes na sua vida e que fez ele uma pessoa mais
madura, melhor.
Matt foi rapidamente chamado de 'O Deus Sexy', como Tai às vezes era
referido também, mas por uma razão completamente diferente. Levou menos de
poucas semanas do colegial antes de ele começar as 'Aventuras no quarto'
para sua nova banda de amigos. Você deve estar imaginando a razão dos
trocadilhos. É, principalmente, por causa de quem Matt se tornou. Os
Digiescolhidos nunca pensariam que Matt mudaria desse jeito, ele sempre foi
o 'solitário', não alguns desses garotos que saem com todas as garotas que
ele vê. Diferente de seus amigos, porém, eu sei que Matt nunca se drogou,
porque algumas carreiras de seus ídolos foram arruinadas para sempre por
causa delas.
Matt estava sério com sua música no começo, a principal razão por a maioria
dos nossos encontros serem curtos ou adiados. 'Ou era isso?', eu sempre me
achava perguntando. E se ele tivesse cancelado eles porque ele tinha alguma
garota esperando por ele no estúdio? Eu nunca soube, e eu não acho que ele
sabia, mas o pensamento sempre esteve lá, rastejando ao redor e para dentro
da minha mente, me lembrando disso quando garotas gritavam por ele nos seus
shows. Nas histórias dele e de garotas mortas podiam causar sussurros ou
notas passadas pelas salas. Então nenhuma notícia se havia alguma, me
atingia. Os velhos apenas se tornaram memórias do colegial para mim. Então
eu fiz minha mudança. Parecia tão certo naquela hora, embora muita força
afundando. Mas se você me perguntar depois ou até agora porque eu estava
tão atraída por ele, levaria muito tempo para responder, ou eu poderia
nunca encontrar uma. Então, porque eu fui para ele em primeiro lugar? Eu
acho... que estava com muito medo de ficar sozinha. Mas eu nunca fiquei
sozinha. É tão óbvio para mim agora. Eu queria ter descoberto antes.
O que é a vida sem um melhor amigo? Isso parecia ser algo que Matt poderia
saber a resposta também, mas, em primeiro lugar, não estávamos nos falando,
e em segundo lugar, eu não acho que ele seria capaz de responder num jeito
que significasse algo para mim. Então, aquilo me deixou aqui para descobrir
sozinha, e arrepender-se depois.
Eu sempre tive alguém próximo a mim, me apoiando e cuidando de mim. Talvez
nós nunca tivemos um certo tipo de relacionamento, mas eu o amei realmente
mais do que eu sempre soube, não reconhecendo isso até ele partir. Tai
sempre foi uma pessoa importante para mim, desde que nos encontramos no
playground, sob as barras verdes que sentavam entre a caixa de areia e do
escorregador prata brilhante quando tínhamos quatro anos. Ele me ensinou
muitas coisas sobre vida, desde me ensinar os melhores movimentos no
futebol que garantiriam uma vitória para o nosso time (mesmo que eu fosse
sempre melhor do que ele era), até me fazer entender que minha mãe
realmente me amava, e que ela só estava tentando me proteger. Eu ainda o
considero meu melhor amigo, mesmo que eu não o veja a cinco anos. Tai foi
meu primeiro e melhor amigo, e sempre vai ser. É pena ser tão tarde para eu
dizer a ele. Depois talvez eu pudesse dizer-lhe que ele é muito mais que o
melhor amigo para mim agora. Só num sonho.
Sinto falta das tempestades, dos meus amigos, mas mais que tudo, sinto sua
falta, Taichi. Você me mudou e eu preciso de você. Por favor, nos deixe
encontrá-lo algum dia...
O céu nunca parecerá o mesmo de novo, até você me mostrar como podia ser...
(A última linha pertence à música 'Story So Far', do grupo New Found
Glory).
Todos os dias ficaram piores para mim depois daquilo. Eu comecei a me
preocupar com Tai mais e mais a cada dia. Mas eu ainda estava tão esquecida
de tudo ao meu redor que eu não fiz nada a respeito. Meu passado me tortura
mais a cada dia. Toda a preocupação e a incerteza não me deram nada para me
segurar. Então foi um sentimento estranho para mim. Eu me importei muito
com essa pessoa, e queria ajudá-lo muito. Mas eu não ajudei. Eu me falava
todos os dias que eu continuaria a falar com Tai, e eu falava
ocasionalmente, mas ele sempre me deixava com palavras que me confundiam e
me deixavam pensando. Em outras palavras, eu acho que é melhor quando ele
fingia que nunca mostrou sua dor vulnerável, de qualquer maneira. Tai agia
como se tudo estivesse bem, mas ele não pode enganar ninguém, especialmente
eu.
Eu sempre fui capaz de ver seu verdadeiro sentimento através de seus olhos.
Então, mesmo quando ele mantinha sua dor e ferida por dentro, eu sabia que
ela estava lá. Eu imagino se ele conseguia ler meus olhos do mesmo jeito
que eu lia os dele. E se ele conseguia, estava ele tão paralisado quanto eu
estava?
Porque eu não conseguia descobrir o que fez ele se machucar tão
ofensivamente? Todas as minhas perguntas foram cheias dentro da minha
cabeça, respostas para serem encontradas em nenhuma parte. Isso me deixou
com apenas uma solução.
Eu me virei para a primavera chuvosa por conforto. Chovia muitas vezes, às
vezes por até dois dias ou mais. Minha terapia das tempestades funcionou
então, e eu estava agradecida. Portanto, toda noite ou dia que a chuva
caía, você podia ter me achado sentada perto da janela, olhando para fora,
para os céus cinzas acima. Eu trazia meus pensamentos, perguntas e
preocupações para a janela como meus convidados especiais de honra. Depois
eu os soltaria, deixando cada um pular com os pingos de chuva e cair no
movimento das ruas abaixo. Por pouco tempo eu seria uma paz. Mas todos eles
retornaram na próxima manhã, vazando pelos meus sonhos enquanto eu dormia
(quando eu conseguia), para continuar a me importunar por todo o dia, e me
deixar rezando para a próxima chuva vir logo.
*****
Eu lembro de uma noite em particular. Nada de muito ordinário aconteceu
àquela noite, nada a não ser um longo inglês fácil que eu estive tirando.
Eu lembro que foi porque estava chovendo muito naquela noite, mas eu estava
colada na frente do meu computador, tentando encontrar alguma semelhança
entre todos os personagens de todos os livros que lemos naquele ano. Não
conseguia me concentrar, o som da chuva e do vento batendo contra a janela
estava me atraindo muito. Estava só esperando do lado de fora por mim para
ir e me aliviar dessa agonia. Então, sentindo a natural necessidade de
procrastinar, eu peguei o telefone e liguei para o Matt.
"Alô, Matt? É a Sora".
"Ei, Sora! O que está fazendo?".
"Bem, eu devia estar fazendo minha lição de inglês, conta um quarto de
nossa média para o último semestre, mas...". Eu ouvi sua risada e os
acordes da guitarra tocando do outro lado da linha. Isso me fez sentir um
pouco melhor, até porque eu teria odiado estar conversando com a chuva,
então falando com ele. "Gee, eu fui uma ótima namorada, não fui?".
"Fico feliz por não estar em DP de inglês como você, Sora, eu nunca teria
tempo para praticar com a banda!".
"Oh, não! Não conseguíamos ter isso, agora conseguimos?".
"Hei, você acabou de me lembrar! Estaremos num show com umas duas outras
bandas, no sábado antes das férias. Você vai?".
"É, acho que sim. Não vou fazer mais nada".
"Ótimo! Hei, eu preciso ir. Eu acho que meu pai acabou de queimar algo na
cozinha...".
"Tchau". Eu disse, mas ele já tinha desligado.
Eu sempre fui aos seus shows. Ás vezes eu sinto como se estivesse fazendo
isso só porque eu era sua namorada. Eu nunca pensei que aquela era uma
razão boa o bastante. Todas aquelas garotas ficavam gritando coisas
estranhas e obscenas que elas queriam fazer com ele. Essa era à parte que,
eu acho, você poderia dizer que me incomodava. Não porque ele era meu
namorado e 'Meu Deus, quem essas garotas pensam que são?'. Mas porque me
sentia tão deselegante ficando lá. Todas elas o adoravam e o veneravam. Mas
eu nunca fazia, e eu era sua namorada. Sentia-me como se estivesse iludindo
ele, ou até pior, que ele estava me iludindo. Eu nunca empurrei essa
possibilidade para fora da minha mente, porque parecia tão provável.
Começou quando Izzy, Tai, Matt e eu começamos o colegial quatro anos atrás.
Parecia como se nós mudássemos para caminhos diferentes. Izzy se tornou um
doa adolescentes mais espertos na escola. Ele estava um ano adiantado e era
admirado por suas habilidades acadêmicas por ser de classes superiores. Se
você me perguntar, eu acho que ele se formou quando éramos iniciantes.
Tai se tornou... bem, tenho mesmo que dizer? Ele nasceu para ser popular.
Tai sempre foi o melhor jogador de futebol da idade dele nesse lado do
Japão, talvez de todos os lados. Ele fez um ano de calouro e sempre foi o
melhor jogador, em todos os aspectos. Ele tinha olhares, uma recém-
encontrada fascinação sexual, e o estilo bom o bastante para encantar
qualquer garota, causando ciúme em muitos garotos, e era um evidente garoto
perfeito. Mas o que mais me chocou sobre Tai era que isso nunca subiu à sua
cabeça, ainda que tivesse certeza que havia espaço suficiente para isso.
Era como se ele fingisse que não era popular. Seus melhores amigos eram,
principalmente, pessoas que ninguém que era como ele se importava em falar,
por exemplo, com todos os Digiescolhidos, exceto por Matt e Mimi, mas bem,
você os conhece. Ele ousava a fazer coisas que nenhuma pessoa popular
faria, como ajudar um calouro ou um novo estudante achar sua sala, ou
apenas ajudar eles em geral. Tai sempre foi justo com todos os garotos no
time de futebol, não importava o seu talento ou seu físico. Eu acho que, ao
invés de sua popularidade arruinar sua vida, como fazia a maioria das
pessoas que são infelizes por serem superadas por suas influências, fez ele
perceber as coisas importantes na sua vida e que fez ele uma pessoa mais
madura, melhor.
Matt foi rapidamente chamado de 'O Deus Sexy', como Tai às vezes era
referido também, mas por uma razão completamente diferente. Levou menos de
poucas semanas do colegial antes de ele começar as 'Aventuras no quarto'
para sua nova banda de amigos. Você deve estar imaginando a razão dos
trocadilhos. É, principalmente, por causa de quem Matt se tornou. Os
Digiescolhidos nunca pensariam que Matt mudaria desse jeito, ele sempre foi
o 'solitário', não alguns desses garotos que saem com todas as garotas que
ele vê. Diferente de seus amigos, porém, eu sei que Matt nunca se drogou,
porque algumas carreiras de seus ídolos foram arruinadas para sempre por
causa delas.
Matt estava sério com sua música no começo, a principal razão por a maioria
dos nossos encontros serem curtos ou adiados. 'Ou era isso?', eu sempre me
achava perguntando. E se ele tivesse cancelado eles porque ele tinha alguma
garota esperando por ele no estúdio? Eu nunca soube, e eu não acho que ele
sabia, mas o pensamento sempre esteve lá, rastejando ao redor e para dentro
da minha mente, me lembrando disso quando garotas gritavam por ele nos seus
shows. Nas histórias dele e de garotas mortas podiam causar sussurros ou
notas passadas pelas salas. Então nenhuma notícia se havia alguma, me
atingia. Os velhos apenas se tornaram memórias do colegial para mim. Então
eu fiz minha mudança. Parecia tão certo naquela hora, embora muita força
afundando. Mas se você me perguntar depois ou até agora porque eu estava
tão atraída por ele, levaria muito tempo para responder, ou eu poderia
nunca encontrar uma. Então, porque eu fui para ele em primeiro lugar? Eu
acho... que estava com muito medo de ficar sozinha. Mas eu nunca fiquei
sozinha. É tão óbvio para mim agora. Eu queria ter descoberto antes.
O que é a vida sem um melhor amigo? Isso parecia ser algo que Matt poderia
saber a resposta também, mas, em primeiro lugar, não estávamos nos falando,
e em segundo lugar, eu não acho que ele seria capaz de responder num jeito
que significasse algo para mim. Então, aquilo me deixou aqui para descobrir
sozinha, e arrepender-se depois.
Eu sempre tive alguém próximo a mim, me apoiando e cuidando de mim. Talvez
nós nunca tivemos um certo tipo de relacionamento, mas eu o amei realmente
mais do que eu sempre soube, não reconhecendo isso até ele partir. Tai
sempre foi uma pessoa importante para mim, desde que nos encontramos no
playground, sob as barras verdes que sentavam entre a caixa de areia e do
escorregador prata brilhante quando tínhamos quatro anos. Ele me ensinou
muitas coisas sobre vida, desde me ensinar os melhores movimentos no
futebol que garantiriam uma vitória para o nosso time (mesmo que eu fosse
sempre melhor do que ele era), até me fazer entender que minha mãe
realmente me amava, e que ela só estava tentando me proteger. Eu ainda o
considero meu melhor amigo, mesmo que eu não o veja a cinco anos. Tai foi
meu primeiro e melhor amigo, e sempre vai ser. É pena ser tão tarde para eu
dizer a ele. Depois talvez eu pudesse dizer-lhe que ele é muito mais que o
melhor amigo para mim agora. Só num sonho.
Sinto falta das tempestades, dos meus amigos, mas mais que tudo, sinto sua
falta, Taichi. Você me mudou e eu preciso de você. Por favor, nos deixe
encontrá-lo algum dia...
O céu nunca parecerá o mesmo de novo, até você me mostrar como podia ser...
(A última linha pertence à música 'Story So Far', do grupo New Found
Glory).
