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Parte 8: Longe

'Estou num avião agora. Olhando pela janela eu vejo que estamos voando acima e, algumas vezes, através das nuvens. Tivemos um atraso de 3 horas por causa de uma tempestade, e a tempestade ainda hesita no ar, suspendida numa linda pintura. A cada minuto o céu se ilumina e parece luz do dia. Mas só reluz por alguns segundos e depois estamos no preto de novo. Os relâmpagos tiram meu fôlego e eu sinto que eu vou chorar. O brilho é tão rápido e ele me lembra do que eu sinto agora. Eu tenho estado tão confortável em Nova York, mas o que eu acredito ser destino me trouxe para o céu para viajar sobre os mares. Meu destino? Londres'.

Eu olhei para cima do caderno na minha frente e li as palavras. Estou escrevendo para a revista que tem mantendo pistas da minha busca por Tai. Eu posso só estar escrevendo para essa certa revista, mas eu descobri que há muitas outras ao redor do mundo que tem contado minha história, invejosos porque a revista deles não me achou primeiro. Que pena para eles.

'Eu já posso sentir minha vida mudando, e eu ainda nem cheguei lá. Mas eu me sinto como uma criancinha, quietamente antecipando algo novo porque você não tem permissão para se comportar mal. Estou feliz, assustada, esperançosa e nervosa tudo ao mesmo tempo. Porque você pergunta? Porque eu finalmente o encontrei.

Ele está em Londres, que você já sabe é meu destino. É meu destino. Ele agora é um autor, foi assim que eu encontrei ele. Seu livro se chama Sua Cor Favorita e é uma estória que ele escreveu sobre sua infância comigo. Eu acho que ele pensava em mim o tanto que eu pensava nele. Estou presentemente lendo ele, mas eu normalmente preciso parar porque suas emoções são tão fortes e eu sempre começo a chorar. Eu lembro de tudo que ele escreve, também.

Eu lembro de tudo sobre ele... E agora que eu finalmente o encontrei, (só para falar, eu não o encontrei ainda na verdade, mas eu posso sentí-lo perto de mim, e isso deve ser um bom sinal) eu tenho começado a imaginar se ele mudou. Talvez ele não queira me ver...

E se ele quiser, o que vou dizer? Vou ter que falar primeiro, ou ele vai fazer o primeiro passo? E se ele nem me reconhecer? Eu não sei porque estou tão nervosa, ele é, depois de tudo, meu melhor amigo, minha confiança e minha força. Talvez ele leia minhas cartas aqui, e ache que sou boba, ou talvez ele ainda queira ser perdido da sua família, seus amigos, e de mim. O que vai acontecer? Mas o mais importante, depois de todos esses anos, ele ainda me ama?

Até a próxima vez! Sora Takenouchi'.

Eu estava tão oprimida quando nós saímos do avião que eu parei de mexer e fiquei parada lá. Eu estava finalmente perto de Tai, eu estava dele do que eu estive nos últimos 5 anos. Eu estava completamente estática, que ambas Alyssa e Mia tiveram que praticamente me carregar do terminal. Oh sim. Mia veio com a gente. Ela disse que ela sempre quis conhecer a Inglaterra, e que se pudéssemos trabalhar aqui, ela também podia. Mia ia procurar a mesma livraria que ela trabalhava em Nova York e arrumar um emprego aqui. Contudo, ambas Alyssa e eu sabíamos que ela não poderia viver sozinha. Nós éramos suas únicas amigas. Eu estava muito feliz por ela vir, porque eu sabia que ia precisar de muito apoio moral, e Alyssa não conseguiria fazer tudo sozinha.

Tudo que aconteceu depois foi uma obscuridade. A próxima coisa que eu sabia, nós estávamos no apartamento que a companhia tinha nos dado, e seria paga pelos próximos seis meses. Tinha mais que espaço bastante para as 3, e parecia maravilhoso de se estar. Eu sabia que a maioria das paredes brancas seriam logo pintadas com cores fortes, e na próxima semana nós estaríamos sentindo como se estivéssemos vivendo aqui por um ano.

Contudo, eu não entrei na conversa do que fazer com os móveis que eles tinham nos dado, ou que cores deviam ser usadas na cozinha, como não nos fazer comer o tempo todo, mas invés disso, achei meu caminho para um quarto com uma cama não-feita e cai em cima dele. Eu olhei para o teto, e parecia mais do que eu estivesse olhando. Eu tentei descobrir o que as pessoas que viveram aqui antes de nós eram, tentando expandir minha mente, então eu não pensaria tanto sobre o porque eu estava realmente aqui em primeiro lugar. A única resposta que veio foi rica, por causa de todos os moldes chiques nos quartos e ao redor do fogo maciço, lugar que eu tinha notado no meu caminho para encontrar uma cama, e entediada, porque tudo era branco. Depois disso, eu senti que eu tinha pensado tanto que eu podia lidar, e decidi tentar ler o livro de Tai de novo.

Eu abri no marcador que eu tinha feito de recortes de revistas no meu tempo de sobra. Cores explodiam nos meus olhos e isso me fez pensar do título do livro, o que me fez pensar na música que Tai escreveu sobre mim. Eu fechei meus olhos por um simples segundo e vi ele no palco de novo, olhando para mim com seus olhos que eu não conseguia desviar.

"Estarei lá, e tentarei identificar, tentar olhar através dos céus cinzas nos seus olhos...".

Eu pensei nas tempestades que tinham me confortado antes, e eu ouvi chuva caindo em algum lugar na minha mente. Eu queria ver a chuva, queria senti-la contra meu rosto, e eu queria saber que ela estava lá, quando eu senti que eu não era eu mesma em lugar nenhum. Eu fui empurrada para fora do meu subconsciente quando eu percebi que a chuva que eu ouvi estava caindo fora da minha janela. Eu sai da cama e andei até a janela. Eu alcancei para tocar uma gota que estava lentamente caindo, não dançando na vidraça. Mas estava lá fora, estava livre, e eu estava dentro, e preso profundamente dentro do meu coração estava um amor que está me atormentando dia sim e dia não pelos últimos 5 anos. E agora que eu estava tão perto de vê-lo, doía mais do que já doeu. Eu sabia que precisava dele, e toda a dor de não ser capaz de vê-lo, abraça-lo, ou só meramente falar com ele estava finalmente mostrando seu poder verdadeiro. Eu sentei na borda larga e abri o livro. Se eu não pudesse estar com Tai no momento, isso ia ter que estar.

'Estava chovendo, e eu estava do lado de dentro. Meu jogo de futebol foi cancelado, e depois de reclamar por uma meia hora, eu decidi que ficar em casa e ver TV seriam o bastante para manter minha atenção. Eu podia quase sentir minha ADD chutando enquanto eu terminava de pular por 10 canais. Eu já estava entediada. (AN/ Eu sempre pensei que Tai podia ter ADD. Talvez seja só eu...). Eu olhei para o telefone na mesa do café'.

'Talvez ele toque, e seja para mim', eu pensei. Mas eu sabia que ninguém ia me ligar. Todos meus amigos odiavam quando chovia, e sempre queriam ser deixados sozinhos. Todos meus amigos, exceto pela minha melhor amiga. Ela amava chuva, e eu amava estar em qualquer lugar que não fosse minha casa, então eu peguei o telefone, e...

Eu olhei para ele...

Era uma daquelas vezes quando você tem sua mente decidida a fazer algo, e você sabe que vai, mas você pode dizer que seu corpo não quer. Eu podia me sentir mexer meu dedo através dos números para me conectar a ela, mas eu não podia ver. Eu só parei lá, convencida que já tinha tomado a ação e que eu já tinha ligado.

O telefone me olhava.

"Tai!".

"AAAHH! O que você quer comigo! Não me mate!".

"Você está estranho. Eu não devia sair com você. Vou terminar louca da cabeça e vou provavelmente nunca ser capaz de ter minha licença se isso continuar. Mas eu acho que vou te fazer companhia quando você for mandada para um asilo de loucos".

Minha melhor amiga tinha acabado de sentar no fim do sofá e eu podia dizer que ela estava dando duro para não rir. Eu devo ter parecido muito boba.

"Como você fez isso?", eu perguntei.

"Fazer o quê?".

"Entrar aqui!".

"Eu passei e sua mãe me deixou entrar... Você está se sentindo bem, Tai?".

Eu olhei estupidamente para ela. Ela era tão linda. Ela parecia que tinha andado pela chuva. Eu acho que eu devia esperar por isso. Ela faria algo assim.

Como eu disse antes, ela amava chuva. Isso nunca a incomodou e fazia ela ficar deprimida como isso tem a tendência a fazer para outras pessoas. Ela sempre me surpreendia pelo seu simples amor a vida e tudo que ela tinha a nos oferecer. Era uma das várias razões que eu amava ela.

"Sim, acho que estou... Estou tão entediado!".

"E se nós fôssemos ao parque ou algo?".

"Está chovendo...", eu lhe disse.

"E?".

E, eu me achei andando na chuva em direção ao parque. Ela estava girando em círculos e deixando a chuva pingar na sua pele macia. Ela tinha tirado seu chapéu, e seu cabelo estava espalhando a água em diferentes direções, mandando elas em direção a terra para nutrir o chão que nós agora andávamos.

Eu lembrava daquele dia melhor do que algumas das minhas memórias. Eu me maravilhei com ela aquele dia. Enquanto ela olhava para mim com seus olhos vermelhos, gritando para me juntar a ela na sua dança, eu estava dominado com amor por ela. Eu a vi aquele dia muito diferente do que eu normalmente veria. Ela era um anjo nos meus olhos. Ela é um anjo nos meus olhos.

Esses dias, quando chove, eu simplesmente olho dentro da minha mente e onde eu agora guardo essa encantadora memória. A chuva me lembra dos meus dias com ela e como eu nunca vou ter o mesmo. Não fico mais deprimido quando chove. Invés disso, eu me sinto livre'.

Eu olhei do seu livro e coloquei no mundo novo que fica do lado de fora da minha janela. O mundo foi coberto na chuva, mas em algum lugar longe daqui, estava meu Tai. Uma vez que eu o encontrasse, nós poderíamos ser livres para sempre.

Alyssa, Mia e eu estávamos andando pelas ruas de Londres tentando encontrar a livraria onde Mia estaria esperançosamente arrumando um trabalho. Era em torno de oito horas, e Alyssa e eu tínhamos acabado nosso primeiro dia de trabalho. Nós encontramos muitas pessoas legais que tinham muitas idéias legais. Eu estava oprimida a maior parte do dia, considerando que essa foi a primeira vez que eu estava fazendo algo assim. Além disso, nós fomos bem vindas e todos foram muito amigáveis com nós, e eu devo dizer, eu poderia me acostumar a isso.

Nós não sabíamos onde estávamos indo mas estávamos nos divertindo muito tentando descobrir. Rindo das conversas que ouvíamos enquanto fazíamos nosso caminho pelas ruas estrangeiras estava fazendo essa situação, normalmente estranha, parecer um erro prazeroso. Demorou um bom monte de tempo antes de finalmente ver o sinal para a loja.

"Esse lugar é massivo...", Mia disse numa voz inconsciente.

E ela estava certa. Essa foi a primeira coisa que eu notei na livraria, era muito maior do que aquela em Nova York. Tinha quatro andares. A próxima coisa que eu notei foi uma enorme multidão, muitas delas adolescentes, parando em volta do que eu achava ser um palco, por causa das luzes que eu vi além dele. Eu não consegui ver se havia alguém no palco, já que haviam tantas cabeças espremidas ao redor da plataforma.

Mia rapidamente nos empurrou até a mesa de informações antes que eu fosse capaz de tentar e pegar um livro melhor. As luzes começaram a escurecer no chão e muitas das garotas começaram a gritar e eu virei minha atenção para o palco substituto.

Com minha atenção ainda no que eu imaginava ser um show, eu ouvi por acaso Mia perguntar ao homem atrás do balcão o que estava acontecendo.

"Nós temos um jovem autor aqui esta noite para uma noite de autógrafos, mas ele faz vários shows por aqui, então ele vai tocar antes disso".

"Qual o nome dele?".

"Tai Kamiya".

Se alguém tivesse me dito que ia ser tão fácil, eu não acho que teria acreditado. Eu podia sentir meu coração parar mais uma vez, e enquanto eu ouvia o cara responder Mia, ele começou a tocar.

Era outra música acústica, mas dessa vez eu notei que havia também outro violão e um violino tocando com ele. Eu tentei chegar o mais perto dele que pude enquanto ele tocava a introdução. E por um segundo em minha vida, eu o ouvi cantar, e outra vez eu fui transformada.

'Costure isso com linhas de razão e arrependimento

Então não vou esquecer, não vou esquecer

Como era cinco anos e seis meses atrás eu sei

Não posso esquecer, não posso esquecer'.

Cinco anos e seis meses atrás...? Essa foi a última vez que Tai e eu nos vimos... Talvez essa fosse outra música sobre mim...

'Estou caindo em memórias suas

Coisas que costumávamos fazer

Me siga lá, algum lugar maravilhoso

Um lugar que eu possa dividir com você

Eu posso dizer que você não me conhece mais

É fácil esquecer, às vezes só esquecemos

Estar nessa estrada é qualquer coisa menos certeza

Talvez nós esquecemos, eu espero que não esqueçamos

Estou caindo em memórias suas

Coisas que costumávamos fazer

Me siga lá, algum lugar maravilhoso

Um lugar que possa dividir com você

Tantas noites

Pernas envolvidas apertadas

Me envolva num sonho com você

Feche esses olhos

Tente não chorar

Tudo que eu tenho para me apoiar

São memórias de você

Memórias de você

Memórias de você

Memórias de você

Estou caindo em memórias suas

Coisas que costumávamos fazer

Me siga lá, algum lugar maravilhoso

Um lugar que possamos dividir

Caindo em memórias suas

Coisas que costumávamos fazer'.

Cantando as últimas palavras, Tai olhou para mim. Eu estava tendo um déja vu e estava imaginando se ele desapareceria de novo depois de me ver. Mas ambos apenas nos olhamos. Havia dor e me machucou saber que eu tinha sido a causa. Mas eu também vi algo mais. Eu senti lágrimas em meus olhos enquanto eu olhava nos seus olhos. Talvez ele estivesse feliz em me ver. Talvez ele estivesse chocado e não me quisesse aqui. Só de olhar para ele, eu soube que ele tinha começado uma nova vida, e eu não estava nela. Mas então porque aquela música era sobre mim? Ela era sobre mim?

Demorou muito e agora que o vi, eu senti uma dor passar através de mim e para o meu coração. Eu não sabia o que fazer, então eu fiz a única coisa que eu conseguia fazer. Eu me virei da intensidade das emoções de Tai através de seus olhos, e eu corri. Eu corri para longe dele. A última coisa que lembro era a voz amplificada de Tai gritando por mim.

"Sora! Volte aqui!".