N.A 1 Capítulo novo, capítulo novo... Pensei até em fazer uma animaçãozinha de propaganda dele, mas deixa pra l� não tenho saco pra isso... XD
ESPADA DOS DEUSES
EPISÓDIO III: SAARA
—Capítulo 45—
As Mil e Uma Noites – parte 3
Os dias se passaram. As semanas também. Meses? Não sabem ao certo, mas os estrangeiros ficaram em Theron. Já estavam aprendendo o dialeto, eram reconhecidos nas ruas, tinham aprendido muito com os Templários. Os jovens bruxos já eram ensinados até pelos próprios Templários, num lugar onde, diziam, o tempo também passava de forma diferente, mais rápido, e mais inóspito, e esse era o segredo de Cavaleiros Sagrados tão poderosos. Snape dizia que era besteira, mas Lupin não deixava de lembrá-lo do quanto Sirius progrediu fazendo uso do lugar, e em poucos dias. E era visível a mudança dos garotos. Se nada acontecia durante a aprendizagem, como explicar o cabelo comprido de Gina, Rony e Draco?
Às vezes penso que a carga corresponde a mais de um ano de treino. – comentava Lupin, sentado em uma cadeira, numa varanda, tomando ch� olhando as estrelas. Snape, também na mesma varanda, continuava não acreditando.
São moleques em fase de crescimento. Nada mais.
Tsc, diz isso porque não tem coragem de entrar na caverna e acompanhá-los, Severo. Nós dois ficamos aqui, parados... Hoje não somos páreos para Sirius, que ficou apenas alguns dias lá.
Pf. Sirius é apenas conversa fiada. Muita lábia e pouca capacidade.
Bom, você diz isso. Mas acho que ele estaria no mesmo nível de, quem...? Da Leah?
Sirius, além de nunca ter dado valor à preparação de Auror Supremo, ficou trancafiado em Azkaban 12 anos. Acha realmente que ele, que nunca conseguiu encostar na mulher, consiga-o agora? Ela ficou esses 12 anos evoluindo, e acha que com poucos dias ele atingiria uma evolução conseguida em mais de 30 anos?
Lupin deu de ombros e olhou o céu. Então Giafar entrou, de túnica branca, bastante preocupado, chamando:
Hana! Hana! Onde está você?
Os professores olharam para trás. Snape, de novo, resmungou:
Bah. Um homem que consideram o guerreiro mais poderoso não consegue achar a própria esposa. Que país é esse?
Lupin riu, enquanto Giafar continuava a chamar, preocupado:
Hana! Habiba minha! Onde é que...
Estou aqui, Giafar... – disse uma voz, indo da outra direção do lugar.
O cavaleiro, aflito, foi até a mulher, uma moça jovem, que, era óbvio, estava nos últimos meses de gestação. Parecia achar graça no nervosismo do homem. Giafar foi até ela, lhe deu um beijo na testa e pôs as mãos sobre sua barriga:
Por Al� habiba minha, não saia andando pelo castelo assim!
Giafar, eu só...
E se acontecer algo com você? E com nossa preciosa?
Habib, não irá acontecer nada...
Lupin se aproximou, sorrindo:
Quanta preocupação, Giafar...
Não sei o que faria se algo acontecesse com vocês... – suspirou o cavaleiro, olhando a esposa.
Giafar acha que só porque estou grávida tenho de ficar em casa, quieta, como doente. – protestou Hana, em voz baixa.
É apenas uma forma de mostrar o quanto significa pra ele. - sorriu Lupin.
Vamos pra casa. – pediu Giafar, para em seguida olhar Lupin. – Ah, e Draco e Rony já voltaram. Estão nas termas.
Ah, que ótimo. Vou visitá-los. Você vem, Snape?
Snape apenas acenou, e cada um seguiu seu caminho. O professor cruzou os braços, e respirou fundo:
Até que demorou para acontecer...
Rony ainda estava esticado em uma das grandes banheiras do salão de banho do castelo, mas quando Lupin chegou Draco já estava saindo e indo para um quarto ao lado, acompanhado de três mulheres com algumas navalhas. Lupin sorriu:
Vai cortar as longas madeixas, Sr Malfoy? Achei que gostaria de parecer seu pai.
Draco respondeu com um olhar nojento. Lupin não deixou de reparar que tanto ele quanto Rony realmente pareciam mais velhos a cada vez que treinavam. Ele, por exemplo, lembrava um homem jovem que fica muito tempo perdido, sem fazer a barba ou o cabelo. Já Rony estava com os cabelos vermelhos repicados por todo o canto do rosto, indo até os ombros, e ele, diferente de Malfoy, não parecia se importar com o visual "cavernoso".
Não vai cortar o cabelo não, Rony? – perguntou, se aproximando.
Ah, não. – respondeu, quase cochilando na banheira. – Assim está bom. Estava mais preocupado com as cicatrizes, mas elas já sumiram. – sorriu, mostrando o rosto e a mão direita.
Sumiu? – murmurou Lupin, notando que no braço de Rony ainda persistia uma marca alaranjada.
Ah, isso... – sorriu, tirando o cabelo molhado do rosto e olhando a cicatriz. – Sabe que é mágico?
Mágico?
É. Há um tempo estava amarelado, agora está laranja. Quando estiver vermelho... – sorriu, fazendo um movimento com a mão e rosnando. – é hora de outro Dragão de Fogo.
Lupin passou a mão no queixo:
Interessante... Vai usá-lo contra Voldemort?
Quem sabe? Ia ser legal. – riu.
Gina estava sozinha numa das salas do palácio ao lado de Kione, aprendendo a dança do ventre. Muito sem jeito a garota perguntou se poderia aprender, porque achava bonito. Kione prontamente atendeu o pedido. E agora elas, todas as tardes, encontravam-se numa sala aberta, em um dos jardins do palácio. Gina ainda tinha uma certa resistência à dança, apesar de Kione insistir que ela estava se saindo muito bem.
Pra uma estrangeira... está. – riu Atai, o jovem Templário cheio de piercings, chegando no lugar e se sentando na pequena escadaria que circulava o salão.
As duas o olharam, e na mesma hora os gêmeos Ten e Kaminari apareceram grudados no teto, para saltarem pro chão.
Estava brincando. – sorriu o jovem, olhando a cara de brava da rainha. – A senhorita está se saindo muitíssimo bem, Senhorita Virgínia Weasley.
Não sei o que é pior: – resmungou. – eu fazendo esse papel de boba ou eles me chamando de Senhorita Virginia Weasley.
Gina. – disse Kione para os Templários. – Ela gosta que a chamem de Gina.
Tudo bem, senhorita Gina.
Kione balançou a cabeça, vendo que o 'senhorita' permaneceria. Olhou Gina e teve uma idéia:
Já sei! – e retirou o conjunto de jóias que usava na cintura, e o colocou em Gina. – Pronto, agora você vai usar meus trajes.
Não mesmo! – exclamou, mas foi impedida de retirar o cinturão.
Gina, use, você vai ver que o seu movimento não é tão diferente do meu... são as moedinhas que enganam. – sorriu, consolando.
A aula prosseguiu, durante tanto tempo, que até os irmãos decidiram ir para o canteiro ao lado, brincar. Até um rapaz de cabelo batido, muito loiro, se aproximar e rir alto da aula, fazendo Kione e Gina pararem imediatamente. Era Malfoy, que passava por ali e resolveu "espiar".
Há há há há – riu Malfoy. – Olha só isso... A pequena Weasley aprendendo a dança do ventre...
Suma daqui, Malfoy. – rosnou Gina, brava, mas sem deixar de corar. Queria aprender a dançar, mas não queria que ninguém 'de fora' a visse.
Ora, não se pode ver, Virgínia? Por que aprende?
Não é da sua conta.
Ela está começando, – disse Kione. – mas já dança bem pra uma estrangeira. Aprende rápido.
Pf... Por favor. – riu, debochado. – Ela não está achando que vai dançar como alguma egípcia, acha?
Dançando igual ou não, não lhe diz respeito, mesmo porque não é pra você que ela irá dançar.
Malfoy fechou a cara, Gina sorriu da resposta de Kione.
É verdade, Malfoy, você não devia encher meu saco, nem é pra você que vou dançar.
...Aposto como é praquele moleque mané de cabelo azul. – comentou, maldoso.
Mané ou não, com cabelo azul ou não... Sim, é para ele que vou dançar. Só pra ele.
Atai se ergueu. Sério, de braços cruzados:
Quer que eu tire esse pé no saco daqui, majestade?
Não, não precisa. – comentou. Gina também acenou com a cabeça, indicando que não precisava disso.
Atai olhou Draco de cima em baixo, depois olhou Gina e sorriu:
Não se preocupe com as palavras dele, senhorita Virginia. Ele só está morrendo de inveja do sortudo pra quem irá dançar. – e piscou, sem vergonha.
Não ajudou muito, porque Gina corou mais ainda, pela discreta "cantada" do Templário. Kione riu:
Atai, se continuar assim, eu pedirei que retirem VOCÊ daqui...
Perdoe-me, minha rainha... Prometo ficar em silêncio... – sorriu, voltando a se sentar.
Draco resmungou e saiu andando, até encontrar Rony, que olhava o horizonte. O ruivo olhou Draco e perguntou, natural:
Você tem sentido isso, Malfoy?
...Isso o quê, Weasley? – murmurou.
Não sei...
Se você lavasse suas cuecas, talvez parasse de dar comichões.
Rony o olhou bravo, mas Draco desfez o risinho:
Tudo bem, tudo bem, não quero arranjar confusão. Sim, tem alguma coisa errada...
...Eu sinto como se houvesse alguma coisa acontecendo em Theron... Alguma coisa... ruim...
Eu estou indo me "arrumar". - sintetizou Malfoy.
Faça o mesmo. – disse Snape, aparecendo no lado oposto do lugar, olhando Rony – E rápido, antes que seja tarde.
Rony o olhou bastante assustado, mas obedeceu.
Ten e Kaminari empolgaram com a brincadeira de 'pique' no palácio e resolveram correr pela cidade toda, em cada viela, em cada esquina, em cada corredor fechado.
Você não me pega! – ria Kaminari, do irmão que o seguia pouco atrás. Eles subiam a colina gramada de Theron e desceram velozes entre as grandes ruínas, agora marcando o limite da cidade.
Espere mais um segundo, Ten! E eu vou...
Os dois brecaram violentamente. Uma gigantesca barreira violeta, brilhante, estava rasgando a barreira transparente de Theron.
Que é isso...? – perguntou Ten.
Parados! – sibilou uma voz. Os meninos olharam e deram de cara com um homem lhes apontando uma carabina. O susto foi tão grande que eles não se moveram. – Um movimento e vocês já eram, pirralhos.
Os irmãos se olharam. Vários bandidos saíram detrás das ruínas, armados, encapuzados. Bandidos do mais alto grau de periculosidade do deserto.
Eles são do palácio. – rosnou um outro. – São uns daqueles Templários, estão sem os uniformes, mas reconheço os rostos!
Vamos, acabem com eles. Ninguém pode saber disso.
Os irmãos olharam pra trás e viram vários cavaleiros entrando em Theron, pelo portal violeta. Theron estava sendo invadida.
Somos mais rápidos que suas balas, seu bobão! – gritou Ten.
É! Blé! – Kaminari mostrou a língua.
Com um barulho de bombinha, os dois desapareceram como rastro de pó, e onde estava foi fuzilado. Mas no instante seguinte os dois apareciam na colina, correndo como dois ágeis gatos selvagens.
Vocês! Peguem-nos! – berrou um deles. Quatro cavaleiros se adiantaram, e sumiram.
Vamos avisar o palácio! – berrou Kaminari.
Vamos nos transformar! Vão nos achar! – e ao dizer isso os dois saltaram e explodiram numa nuvem de fumaça, para voltarem ao chão com os uniformes de Templários e aumentarem a velocidade e a agilidade consideravelmente, em direção à cidade.
A tarde caminhava para o fim, e Kione passeava tranqüila pelas ruas de Theron, olhando as barracas. Adorava fazer isso quando estava em Morada do Sol com suas amigas, mas agora não tinha tanta graça. Sempre que se interessava por alguma coisa, ninguém nunca queria cobrar da rainha, o que, claro, desanimava-a bastante, justo ela que achava super divertido pechinchar. Mas o fato é que, desde alguns dias, estava cada vez mais desanimada. Sabia porquê, mas não contaria, tinha medo. E sabia que, um dia, seria tarde demais para isso. E esse assunto a remoia de dor, acabava com suas entranhas, mas contar significaria perder seu estrangeiro, e ela havia decidido que iria ficar com ele até quando fosse o fim.
As tochas das ruas começavam a ser acesas, quando um vento entrou pela cidade e ela sentiu um súbito arrepio, que a fez olhar para trás apavorada.
Os mascates resmungaram do vento gelado, e começaram a juntar as mercadoria para irem para casa mais cedo. O céu estrelado se cobria de nuvens pesadas, que tomavam o céu muito rápido, na direção da entrada da cidade para o castelo. Kione engoliu em seco:
...Não pode se...
Dois homens apareceram, um de cavalo, pela rua principal, outro por debaixo das roupas de uma viela. Pareciam bandidos do deserto, encapuzados e armados, mas Kione travou ao dar de cara com eles. Eles também pararam.
Segundos infinitos se passaram. Kione sentiu o corpo gelar e o coração bater forte. Os homens a olharam de cima embaixo, espantados:
...Kione!
...É a escrava Kione!
Kione deu um passo pra trás. Eram os homens de Moredin.
...Vamos avisar Moredin?
Não... Vamos levá-la!
...Não! Melhor... Vamos matá-la, aqui, agora.
Kione fechou a boca, que estava aberta, e piscou. No instante seguinte os homens avançaram, e uma grande barreira de areia jogou os homens para longe, que se ergueram zonzos.
Eram os irmãos Ten e Kaminari, na frente de Kione.
Tirem as patas sujas de Aïsha!
Bléh! Ninguém mexe com nossa rainha, feios!
Kione estava chocada:
Eles... Como eles entraram!
Os irmãos apenas se viraram, aflitos:
Vamos pro castelo! AGORA!
Kione os obedeceu, e o trio desapareceu nas ruas da cidade.
Lupin entrou apressado do salão, e viu a maior parte dos Templários reunidos, com Snape e os alunos.
Muito bem... Afinal, o que está acontecendo?
Viemos saber também, Lupin. – murmurou Snape. – Sentimos que algo está errado, o que é, afinal?
Giafar pedia calma, apesar de estar preocupado.
É apenas uma falha na barreira que protege Theron. Vocês aumentaram e adquiriram poder e sensibilidade suficiente pra isso... Mas não é nada grave...
Nada grave? – murmurou Draco. – Com falha na barreira qualquer um pode entrar aqui. Não passou pela cabeça de vocês que isso pode ser um ataque?
Os Templários se olharam. Pelo visto, os estrangeiros eram 'bons na coisa'.
Cadê a Kione? – perguntou Rony, estranhando. – Ela não deveria estar no palácio?
Ela foi dar uma volta, Rony... – comentou Giafar, sem preocupação. – Ela se machucou agora há pouco, e saiu para passear e se curar.
Como?
Ah, como dizer... Vocês sabem, ela é como nós, Templários. Não 'morremos'. Teoricamente, não, porque temos aqueles bichinhos no corpo...
Bichinhos? – resmungou Draco. – Aqueles vermes amarelos e nojentos?
Giafar riu, concordando:
Sim, esses... Eles não nos deixam morrer, mas aqui, no palácio, temos uma 'ligação direta' com sua estrutura. Enquanto estivermos com os pés no seu solo, digo, no seu piso mesmo, dentro da sua construção, somos "mortais", porque há essa ligação mágica: quando estamos aqui, nossos 'bichinhos' descansam, por assim dizer... Nossos ferimentos não cicatrizam, somos mortais. Ela cortou a mão quando foi dar uma de cozinheira, e ficou com preguiça de esperar cicatrizar. Saiu para a cidade, só que resolveu passear...
Os estrangeiros se olharam, pensativos.
Foi sozinha? – perguntou Snape. – Como deixam sua rainha sozinha?
Oras, ela sabe se defender... – sorriu Giafar. – E, de mais, se sentirmos o mínimo de risco, em um segundo estaremos ao seu lado. Os 13.
Nessa hora um som rouco e longo ecoou por toda a cidade. Os Templários se assustaram. Todos saíram, e os bruxos olharam as guaritas altas – com mais de 50 metros de altura – dos soldados, tocando as trombetas, com o pôr do sol ao longe.
O que...?
As trombetas continuaram tocando. Os templários se agitaram:
O alarme! – exclamou Yume.
Theron está sendo invadida! – berrou Giafar, saindo em disparada. Os Templários os seguiram, sem sequer darem atenção aos estrangeiros.
I... Invadida? – gaguejou Rony. – Mas eu achei que...
Isso deve ser coisa daquele porco do Moredin. – resmungou Draco, apenas cruzando os braços. – Que vale que teremos um pouco de ação.
Não demorou tanto assim... – comentou Snape. Lupin o olhou.
Eu achei que demorasse menos, Severo... mas pelo jeito a Kione "segurou bem".
Rony estranhou:
Que tem?
Nada... Não é importante, Rony... Bom, minha gente, se Theron está com problemas, é nossa obrigação protegê-la também. Vamos nessa?
É pra já – exclamou Gina.
Vamos nos separar. – ordenou Lupin.
Kione corria pelas ruas de Theron, sem olhar pra trás. Ten e Kaminari a seguiam, saltando como guepardos, grudando nas paredes, levantando poeira, olhando para trás. O número de invasores havia aumentado consideravelmente. Quantos bandidos estavam na cidade?
Vamos pro castelo! – berrou Kaminari. – Lá estará segura, Aïsha!
Kione acenou com a cabeça. Ela entrava correndo, derrapava, saltava cestas e muretas Como louca, corria pela cidade. Agora era Aïsha e conhecia Theron na palma da mão. Alguns focos de incêndio surgiam na cidade, indicando que a invasão estava dando certo. Kione atravessou o tecido de algumas barracas e deu de cara com o gigantesco muro do castelo, com mais de 30 metros. Olhou pra cima, ofegante, começando a suar:
...Esse muro não estava aqui da última vez!... – resmungou.
Olhou pra trás e quatro bandidos apareciam, acidentalmente.
...Quem é...? – perguntou um deles.
Hum... Bonita... – sorriu um deles.
Essa é minha. – disse outro.
É de quem pegar primeiro.
Os cavaleiros se aproximaram, e antes que Kione piscassem, dois deles foram literalmente cortados ao meio, e, numa nuvem de poeira, surgiam Giafar e Ooki.
Mais alguém se habilita? – rosnou Giafar, olhando os outros.
Na mesma hora Yoru, Anme e Yume apareciam ao lado de Kione.
Tudo bem, majestade?
Kione respondeu com um aceno de cabeça, apenas cansada.
Vamos para o palácio. – disse Giafar, firme. Kione o olhou profundamente por uns instantes, e sussurrou:
...Me perdoe...
Giafar deu as costas:
Não há nada para se perdoar, minha irmã.
Rony, Draco e Gina subiram na muralha que cercava o castelo, e viram o limite da cidade ardendo em chamas ao cair da noite.
Que diabos está acontecendo...? – murmurou Gina, tentando prender o cabelo na brisa forte do deserto.
Não podemos deixar isso acontecer. – disse Rony, perplexo.
Temos que esperar a ordem dos professores. – resmungou Draco, cruzando os braços.
Talvez a gente entre em ação pra resolver a parada... – sorriu Gina, um pouco esperançosa. – Mas acho que os Templários resolvem isso fácil.
...Tem certeza...?
Rony perguntou isso vagarosamente, com a voz sumindo. O motivo: do horizonte gramado de Theron uma linha se formava: cavaleiros, bandidos, se aprontavam para avançar na cidade sem piedade.
Hum... – comentou Draco, estreitando o olhar. – Agora fodeu...
Rony deu as costas e saltou do alto da muralha para dentro do castelo, gritando pros amigos:
Eu não vou ficar aqui esperando esses caras destruírem Theron!
Rony! Espere! – berrou Gina.
Isso mesmo. – concordou Draco. – Temos que esperar as ordens dos... Ei!
Gina também descia correndo, ignorando Draco:
Rony! Me espere! Eu vou com você!
...Vai? V-Vai? EI! – também exclamou Draco, descruzando os braços e correndo atrás da ruiva. – Não me deixem aqui sozinho! Ah, eu vou com vocês, idiotas!... Mas a gente vai se dar mal, estou avisando!
Kione entrava acompanhada dos pequenos gêmeos quando entrou no palácio. Estava, além de cansada, extremamente assustada. Mashii e Yuki a receberam:
Acalme-se, Aïsha. – sorriu Yuki, sempre calmo, lembrando uma delicada boneca de porcelana. – Está segura no palácio. Os outros Templários já estão lá fora...
Kione, recuperando o fôlego, sentiu os olhos se encherem de água:
...É ele, não é? Ele finalmente conseguiu... E por minha culpa...
Não se culpe, minha rainha. – sorriu Mashii, o Templário de cabelos prateados e olhos azul-céu. – Sabíamos que estávamos desprotegidos... desde que iniciamos a procura por você.
Que bom que a encontramos a tempo. – concluiu Yuki. – Assim, ficamos menos preocupados.
Mas é que... – Kione tentou começar, mas se assustou com o trio de jovens bruxos entrando afobados.
...Kione!... Que bom que já está aqui. – disse Rony, parando ao lado dos outros.
Onde estão os professores? – perguntou Gina.
Estamos aqui.
Os alunos olharam para trás e viram Lupin e Snape se aproximando, as espadas na cintura e vestindo os uniformes de Auror Supremo e Cavaleiro do Apocalipse.
Já estamos vestidos com o traje de gala. – sorriu Lupin.
...Podemos vestir também? – sorriu Rony. Snape fechou a cara e o garoto desanimou, achando que eles não poderiam ajudar. Mas a resposta foi outra:
Se vocês forem se vestir só irão atrasar mais ainda. Vamos logo acabar com essa festa. – rosnou Snape, se apressando para fora do palácio.
Vocês ouviram o professor. – comentou Lupin. – Está na hora de mostrarem pra nós o quanto são bons.
É pra já – vibrou Rony, achando tudo ótimo.
Vamos mostrar pra esses bandidos porque somos Aurores Supremos. – sorriu Malfoy, cínico.
