A/N: Mil perdões, desculpem lá a demora! A culpa é do trabalho, o raio do curso de História é mais espinhoso do que parece à primeira vista :'(
Amanda e Luana: Oi! Muito obrigada pela review. Quanto ao resto... lê este capítulo com atenção ;P
Natalie: De nada, sempre às ordens:) A luta entre o Kenshin e o Enishi fica assim adiada até um momento mais propício e... significativo ;P Até à próxima!
lere: Por acaso nunca tinha pensado no Aoshi como Mulder mas... suponho que talvez se assemelhe um pouco ;P Com uma excepção: o Mulder era um pouco mais divertido e sorridente... e tinha uma queda para o sobrenatural. O nosso Aoshi é mais terra-a-terra ;D
Carine-san: Sorry! ;D É que eu gosto muito de cliffhangers, não resisto a usar um de vez em quando. Espero que gostes deste capítulo :)
Lady Etrusca: Obrigada! Nós sabemos como são as mulheres, porque também pertencemos a essa categoria, não é? ;) O Saitou 'rosna' porque é mauzinho, e também porque é sempre comparado a um lobo, tanto pelo aspecto físico como psicológico. O Enishi esteve a fazer negócios na Alemanha porque esse lindo país é sempre (justa ou injustamente) conotado com forças maléficas (LOL). –kun que dizer o mesmo que –san, mas é usado quando se tem mais familiaridade com a pessoa em questão e, sobretudo, se esta for mais jovem que nós. Mudando de assunto... que horrível, o novo corte de cabelo do Sancho Pança...
Lady Ocean: Ah, como eu gosto de reviews longas ;) Antes de mais, muito obrigada pela tua review. Sim, estou a pensar desenvolver bem essa complexidade da relação entre o Kenshin e a Kaoru tendo em conta o facto de o nosso querido ruivo ter já tido uma mulher que amou incondicionalmente e que teve um fim tão violento. Por essa mesma razão, pelos meus cálculos, esta fic vai ficar enorme: uma relação tão complicada não se descreve em duas palavras ;) Mas enquanto tiver gente a apoiar-me, como tu, tenho a certeza que concluirei esta história da melhor forma possível :D
Disclaimer: Hum... eu devia parar de escrever isto. Qualquer dia já vomito as palavras: RK não me pertence.
Sentadas em redor de uma mesa, três silhuetas escuras recortavam-se na forte luz alaranjada do sol poente que entrava pela janela semi-aberta. A tensão no ar era quase palpável, até que Yumi decidiu falar.
"Não disse toda a verdade quando me perguntaste se tinha visto alguém estranho no Salon Kitty." começou ela, dirigindo-se unicamente a Soujiro, conseguindo a proeza de ignorar completamente Sanosuke. "A verdade é que, há uns dias... se bem me lembro, precisamente na noite em que aquela rapariga foi morta... apareceu por lá um homem. Ele era... bem..."
"Adiante! Deixe-se de rodeios, senhora!" apressou Sanosuke, recebendo um olhar furioso de Yumi.
"Como eu estava a dizer antes de ser tão rudemente interrompida, ele era um homem invulgar. Quero com isto dizer que... vinha envolto em ligaduras."
"Shishio!" exclamou Sanosuke, batendo na mesa com um punho cerrado. "Eu sabia que ele tinha alguma coisa a ver com isto! Nunca foi muito bom da cabeça..."
"Ficámos algum tempo a conversar mas, quando lhe propus irmos para um quarto, ele levantou-se de rompante e disse, se bem me recordo, que ainda tinha «uns assuntos inacabados para resolver» naquela noite."
"Assuntos para resolver?" murmurou Soujiro, mais para si mesmo do que para qualquer um dos outros. "Sanosuke-kun, podes dizer-me onde mora Shishio-san? Gostava de falar com ele."
"Estás maluco? Sabe-se lá o que ele pode fazer se fores a casa dele sozinho!" Sanosuke gesticulava enquanto Yumi afastava a sua cadeira da dele, com receio de ser inadvertidamente atingida por um braço ondulante.
"Confia em mim, Sano-kun." declarou Soujiro, exibindo um sorriso enigmático.
XxXxXxXxX"O que é que vocês querem de mim?" perguntou Enishi, ao ver toda aquela gente em redor dele e de Kenshin. "Tirem-me este assassino daqui, já não o posso ver à minha frente!"
Saitou puxou-o para fora da igreja sem cerimónia, empurrando-o rudemente para cima de um banco de jardim. Cruzou os braços e esperou. Quando Enishi nada disse, escolhendo, em vez disso, olhá-lo com um ar agressivo e desafiador, impacientou-se:
"Que assassino?"
"Quem havia de ser?" O jovem de cabelos brancos riu sem emoção. "O Battousai. Há outro assassino por aqui?"
"Eu diria que sim." afirmou o polícia, acendendo um cigarro. "Tu, por exemplo. Mataste Tomoe Yukishiro?"
"Mas porque é que vocês... continuam a dizer que a minha irmã está morta?" O olhar de incompreensão de Enishi acentuara-se.
"Vamos parar com as brincadeiras, sim? Ou me respondes, ou prendo-te sob a acusação de obstrução à justiça."
Kenshin aproximava-se deles vagarosamente, seguido de Kaoru e Misao. Megumi ficara à porta da igreja, fixada em qualquer coisa no interior do edifício.
"Quer dizer que é verdade!" gritou Enishi, levantando-se de um salto e apontando para o ruivo. "Este cabrão matou a minha irmã!"
"Chega!" Saitou empurrou-o de novo para o banco. "Tu vens connosco."
Kenshin acercou-se.
"Tens a certeza que é uma boa ideia levá-lo para Toba?" inquiriu, observando Enishi pelo canto do olho, de sobreaviso.
"Não é boa, nem má ideia. É apenas a única hipótese que temos de resolver isto tudo."
"Não creio que ele tenha as respostas de que precisamos."
Saitou voltou-se para o encarar, semicerrando os seus faiscantes olhos cor-de-âmbar.
"E quem as tem? Tu?"
O silêncio de Kenshin era comprometedor, e Saitou entendeu-o como tal. Soprando uma nuvem de fumo, baixou a voz:
"Ou me dizes o que sabes, ou eu..."
Não chegou a terminar a ameaça, pois foi interrompido pela voz estridente de Misao:
"Onde está a Megumi?"
XxXxXxXxXMegumi sabia que seguir Aoshi para dentro da igreja não era o mais acertado, mas não pôde evitar fazê-lo. Havia, certamente, coisas sem explicação; o porquê de ela se sentir de tal maneira atraída por aquele homem enquadrava-se nessa categoria. Como médica, a razão dizia-lhe que se afastasse; como mulher, sabia que não descansaria até descobrir a causa da sombra gelada nos olhos azuis de Aoshi Shinomori.
"Preferia ficar sozinho." A voz do sombrio agente ecoou pelas paredes da igreja, sobressaltando Megumi, que se deteve instantaneamente. Aoshi não se voltou, continuando imóvel em frente ao altar.
A médica reiniciou a sua caminhada em direcção a ele:
"Talvez, se me ignorar, eu acabe por desaparecer. Ou não é assim que lida com os seus problemas?"
Apesar de não obter qualquer resposta, Megumi não desistiu, não sabendo ao certo onde tinha ido buscar coragem para agir daquela forma.
"Não é uma solução. Tal como aproximar-se de mim como o fez e depois fingir que nada se passou. Isso não funciona comigo e, diga-se de passagem, também não devia funcionar consigo."
Aoshi fechou os olhos com força. Aquele lugar trazia-lhe demasiadas recordações do que as que podia contar e, apesar de toda a irritação que sentia ao ser repreendido por aquela mulher, estava-lhe grato, ao mesmo tempo, pela distracção que ela lhe proporcionara.
"Pelo menos olhe para mim!"
Ele obedeceu. Ao vê-la assim, longos cabelos revoltos e olhar suplicante, teve de resistir à tentação de empurrá-la contra uma parede e deixar os instintos levarem a melhor sobre ele. Uma parte de si sorriu malevolamente pela natureza deliciosamente profana que os seus pensamentos assumiam, quase numa reminiscência da pessoa que ele havia sido anteriormente. Chegou a erguer uma mão para agarrar com força aqueles espessos cabelos negros, mas era demasiado tarde.
Demasiado tarde para ceder aos seus impusos. Demasiado tarde para permitir a alguém aproximar-se de si. Demasiado tarde para recomeçar a viver.
Deixou cair o braço e Megumi lançou-lhe um olhar fervente.
"A fugir outra vez?" inquiriu, através de dentes cerrados.
"Eu não fujo. Apenas adio."
Megumi atingira o limite da sua paciência e, agarrando o casaco escuro de Aoshi, puxou-o para si e colou os seus lábios aos dele. A violência cega do beijo contrastava dolorosamente com a igreja clara e pacífica, e era quase um grito de rebeldia contra o filho do deus morto, que os observava fixamente, sangrando na cruz.
O coração de uma rapariga sangrava também. Misao, olhando-os incredulamente, vertia lágrimas silenciosas, sem compreender porque se sentia tão traída.
XxXxXxXxX"Sano, quem achas que matou a Tomoe?" perguntou Yahiko ao relutante Sanosuke, que mastigava um caule de flor com um ar ausente.
"Que raio de pergunta, se eu soubesse já o tinha prendido, não achas?"
"Que idiota..." murmurou Yahiko, pegando de novo na sua espada de bambu e recomeçando os seus exercícios diários.
A noite caíra e o isolamento da pequena cidade de Toba fazia com que as estrelas fossem mais visíveis e brilhantes ali do que em qualquer outro lugar. O dojo diluía-se na noite escura tal como se fizesse parte dela e, no jardim, alguns insectos levantavam voo zumbindo, assustados pelos movimentos rápidos de Yahiko com o seu shinai. Sanosuke recostou-se contra um dos postes de madeira que suportavam o telheiro sobre o alpendre do dojo. Se se abstraísse dos sons emitidos por Yahiko, conseguiria ouvir o suave ruído de água da ribeira que corria no bosque. A mesma ribeira onde Tomoe havia sido encontrada, já sem vida.
"Achas que eles ainda vão demorar muito a voltar? Sano?"
Sanosuke já não o ouviu: adormecera embalado pelos doces sons nocturnos.
A/N: Sei que o capítulo foi curto... mereço que me atirem fruta podre. Para a próxima farei melhor!
