Nota: não, eu não sou dona dos personagens. Mas isso não me impede de amá-los...

DISCLAIMER: Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions (perdoem qualquer omissão).

Si: que lindo, uma review assinada por você e não por nenhum dos seus heterônimos! Caramba, que honra! Fiquei feliz e orgulhosa, he he he! E a fic é SUA FIC, sempre vou me referir a ela assim, viu, moça? Um beijo e espero que você continue deixando review, mesmo já tendo lido em primeira mão! (pidona eu, né?)

Claudia: que bom que a fic nova "já te pegou"! Fico feliz que tenha ficado interessada, afinal, essa é minha primeira fic verdadeiramente de aventura! Espero que esse capítulo te deixe mais curiosa ainda!

Kakau: he he he, cara de aventura é ótimo, era o objetivo... E pra ver o que o Tribuno tem em mente, leia esse capítulo! Beijão!

Maga: "miniiiina", esse capítulo tem mais Tribuno, e mais notícias sobre Ned e Summerlee... É ler e começar a matar sua curiosidade!

Di: segredo da Marg? Humm, digamos que embora os outros achem que ela logo aceitou ir com o Roxton porque ela sabe de algo, na verdade ela foi com o Roxton exatamente pelo motivo que ela disse a ele, e principalmente pelo que ela sente por ele, mas não diz (e ele mesmo assim nota)... De qualquer forma, há outros mistérios para serem desvendados nessa fic, e eu espero que você continue lendo e deixando reviews!

Nessa: você está de volta! Ceninhas entre MR vão existir em algum momento, obviamente. E outras ceninhas também... Porque todos os personagens terão vez, literalmente – he he he! Sobre a cenoura, sabe que não pesquisei, mas espero que essa expressão de acenar com a cenoura para fazer um burro andar já existisse na época deles!

Lord Ed: ave, já é uma honra você aparecendo por aqui para deixar review, amigão! Mas eu publico menos capítulos e dá tempo para a gente trocar mais emails, que tal? Boas férias para você!

Capítulo 2 – Coisas estranhas acontecem

Estavam caminhando há dois dias. Usavam muito pouco os caminhos que levavam aos domínios do Tribuno, e conseqüentemente a trilha estava sempre escondida sob muita folhagem e a vegetação luxuriante que vicejava no platô.

Eles caminhavam em silêncio, poupando suas energias. O tempo estava bastante seco no último mês, e o calor era grande. O suor molhava suas roupas e a poeira do caminho grudava-se em seus corpos. Além disso, o constante desbastar da vegetação já era cansativo por si.

Challenger parou por um instante, levando o dorso da mão à testa para enxugar o suor, mas só conseguindo sujar-se um pouco mais.

'Está particularmente quente para essa época do ano...'

Verônica sorriu para ele, compreensiva, continuando a cortar a folhagem que Marguerite e Roxton estavam segurando para evitar que todos se ferissem.

Sabiam que agora faltava pouco, e contavam chegar ao palácio do Tribuno ainda durante a tarde.

'Eu acho que estamos perdidos. Deveríamos já estar ouvindo o barulho da água dos aquedutos que abastecem o palácio...' Marguerite disse em voz baixa.

'Não estamos perdidos, Marguerite. A trilha está bem aqui, desde o começo, sob a vegetação...' Roxton tentou argumentar.

'Mas ela tem razão em uma coisa, Roxton. Já deveríamos estar ouvindo o barulho de água...' Verônica tinha que concordar que a herdeira sobre isso.

Tendo liberado o caminho, continuaram a caminhar. E realmente avistaram, a menos de um quilômetro, as paredes acinzentadas de pedra que compunham o aqueduto. Mas nenhum som de água se fazia ouvir.

Quando se aproximaram do aqueduto, Verônica, auxiliada por Roxton, escalou a parede de pedras para poder observar o interior do canal, enquanto Marguerite aguardava com os cantis vazios prontos para serem cheios com água fresca e limpa:

'Está seco, exceto por uns fiozinhos de água que correram por aqui. Mas está totalmente seco!' foi o comentário surpreso de Verônica.

'Ótimo! Agora além de não termos uma trilha decente, também não temos água...' Marguerite comentou, irritada. O cansaço e a tensão da viagem tinha deixado todos apreensivos.

'Vamos, falta pouco para chegarmos ao palácio agora. Podemos simplesmente seguir ao longo do aqueduto e em no máximo duas horas chegaremos lá.' Roxton incentivou, olhando para Challenger como se a espera de uma explicação para o mistério.

Mas o cientista apenas balançou a cabeça, concordando, seu olhar distante mostrando que ele estava tentando entender o que estava acontecendo.

Quando chegaram ao palácio, finalmente, depois de mais duas horas de caminhada exaustiva sob o sol e o calor, ficaram surpresos ao não encontrar nenhum guarda nas muralhas da cidade. Os portões estavam escancarados, e apesar de suspeitar daquela falta de vigilância, eles entraram mesmo assim, afinal, a cidade ao menos oferecia a sombra refrescante das largas muralhas de pedra.

As ruas, normalmente um burburinho de homens e mulheres lagarto, estavam vazias. Continuaram caminhando até atingir o palácio do Tribuno, e foi só então que finalmente avistaram os mesmos dois homens-lagarto que tinham estado antes na Casa da Árvore para entregar a mensagem a John. Só que agora eles pareciam ainda mais cansados e sujos que antes.

Antes que qualquer um dos exploradores pudesse dizer alguma coisa, um dos soldados falou:

'O Tribuno os aguarda. Podem entrar.' Franqueando-lhes a passagem.

Os amigos se surpreenderam. Normalmente haveria uma escolta de segurança para evitar que qualquer pessoa se aproximasse do Tribuno desacompanhado. Mas não parecia mais ser o caso.

Dentro do palácio, a penumbra reinava, aliviando os olhos cansados pela luz do sol, e pelo menos o frescor das pedras ajudava a amenizar o calor do dia que brilhava lá fora.

Finalmente, encontraram o Tribuno sentado em seu trono, na sala principal do palácio. Sentado não é bem a palavra apropriada. Derreado seria o mais adequado para definir como eles encontraram o Tribuno. Ele estava sentado comodamente no trono, sem nada da sua pose habitual. Uma perna estava jogada sobre um dos apoios de braço, ele tinha uma taça meio vazia em uma das mãos, enquanto com a outra se abanava molemente com um leque de penas de alguma ave bizarra do platô.

Todos se surpreenderam por encontrá-lo assim tão negligentemente postado. Marguerite e Roxton trocaram um olhar cúmplice e se aproximaram do trono.

'Ora, ora, ora, vejo que vocês não tardaram...' o Tribuno disse, desencostando-se do trono e ficando de pé. A voz dele tinha o mesmo tom brincalhão de sempre, mas faltava-lhe aquela qualidade tonitruante que lhe era peculiar. Vendo-o de pé, era possível notar que estava mais magro que antes, e quando ele apertou a mão de Roxton, ele notou um leve estremecimento.

'E vejo que vieram todos...' ele prosseguiu, pegando a mão de Marguerite, beijando-a, e dirigindo um aceno de cabeça para Challenger e Verônica.

'Se não se importarem, vou voltar a me sentar.' E foi então que Marguerite e Roxton tiveram a certeza que algo estava definitivamente muito errado ali. Tribuno normalmente mantinha-se em pé para expor-lhes as situações, e agora ele demonstrava estar certamente alquebrado, necessitado mesmo de permanecer sentado para conseguir falar-lhes.

'Mas sentem-se, sentem-se também.' ele ordenou, apontando para as almofadas de brocados que amontoavam-se nos cantos do ambiente.

Os exploradores puxaram algumas das almofadas para sentarem e ouvirem o que o Tribuno tinha a lhes dizer.

'Então, Tribuno, você pode agora nos contar por que precisa de nossa ajuda?' Roxton inquiriu.

'Pensei que já estivesse óbvio porque precisamos de ajuda, meu velho amigo.'

Os exploradores trocaram olhares questionadores entre si, mas foi Marguerite quem falou:

'Talvez se você for direto ao ponto, sem rodeios, facilite nossa compreensão, Tribuno. Estamos há dois dias caminhando no calor e no sol quente e...'

Mas ele a interrompeu:

'Pois é precisamente esse o problema, minha doce e deliciosa Marguerite. O calor e o sol nessa época do ano estão bastante fortes. E, não sei se observaram eu seu caminho para cá, mas nosso aqueduto está completa e absolutamente seco.'

'Mas nós tivemos uma boa estação de chuvas esse ano. As reservas que abastecem seu aqueduto não deveriam estar secas assim, Tribuno.' Challenger observou, cientificamente, já que fazia questão de controlar o índice de precipitação pluviométrica desde que chegara ao platô.

'E elas não estão secas, sábio cientista, muito pelo contrário, nossas represas estão bastante bem abastecidas, obrigado.'

'Mas o aqueduto está seco...' Verônica estava tentando entender.

'Aí é que está o problema, minha jovem. As gotas preciosas das represas estão temporariamente impedidas de chegarem até aqui...'

'Algum deslizamento obstruiu o aqueduto?' Roxton perguntou.

Mas Marguerite completou antes que o Tribuno tivesse tempo de corrigi-lo:

'Creio, John, que o melhor seria perguntar ao Tribuno se alguém obstruiu o aqueduto propositalmente...'

'Brilhante, minha cara' o Tribuno disse, aplaudindo-a fracamente, não por falta de admiração, mas simplesmente por estar de fato enfraquecido. 'Já lhe disse mais de uma vez que você seria de grande valia como uma das minhas conselheiras...' Mas, vendo o olhar furioso que Roxton lhe dirigia, decidiu voltar a assuntos mais seguros 'Um bom inimigo sempre sabe como nos atingir. Um de meus rivais, em uma cidade vizinha, interceptou o aqueduto há duas semanas, e desde então não temos recebido água regularmente. A população não sai de casa, tentando manter-se a salvo do calor e do sol, mas logo as nossas reservas internas vão se esgotar, e sem água todos morreremos.'

'E sendo os lagartos animais pecilotérmicos, precisam de sombra, umidade e água para ajudar a regular a temperatura corporal.' Challenger completou, professoral como sempre.

'Mesmo os homeotérmicos humanos precisam de água, grande cientista. Pelo que vejo, você estão exaustos da viagem e sedentos pelo calor. Em que diferem de nós nesse momento?'

'Estamos com sedeé verdade. Mas a diferença é que nosso metabolismo depende um pouco menos da água que o de homens-lagarto, Tribuno.'

'O que significa que vocês ainda têm forças para sair e nos abandonar aqui e ir cuidar de suas vidas.' O Tribuno completou, amargo.

'Não foi o que quisemos dizer, Tribuno. Se houver alguma maneira de ajudá-los, conte comigo.' Roxton interveio.

'Espere, John, acho que ainda não sabemos tudo... Não é Tribuno? Pode nos contar quem é esse seu inimigo e o que você fez para que ele decidisse tomar uma atitude assim tão mortal não apenas contra você mas contra toda a sua cidade?' Marguerite olhava para ele com os olhos apertados, como sempre fazia quando estava tentando entender os motivos por trás das aparências.

'Tem certeza que não quer mesmo ser minha conselheira ou diplomata? Bom, indo direto ao ponto, Otavius é o nome do lagarto que lidera outra cidade próxima às origens de nosso aqueduto e que está bloqueando nosso acesso à água. Digamos que ele tem interesses escusos em descobrir a fórmula da pólvora, e como eu não pretendia compartilhar esse poder com um rival em potencial, ele decidiu retaliar-me. Com isso, eles bloquearam o aqueduto.'

'E por que você mencionou Malone e Summerlee?' Verônica tinha se mantido em silêncio mas até o momento ainda não tinha conseguido compreender onde Ned e Arthur se encaixavam nessa estória.

'Digamos, minha cara, que Otavius descobriu sobre a pólvora com a tribo de bárbaros com quem vocês lutaram quando o velho botânico foi ferido. O jovem Thane, filho de Drakul, está com Otavius, mas ele também não sabe a fórmula da pólvora. Porém, quando recebemos o ultimato do aqueduto, foi através dessa mensagem – você pode por favor pegá-la naquela bandeja, Lord Roxton?'

Roxton levantou-se e pegou a mensagem, entregando-a ao Tribuno, que a leu dramaticamente:

'Tribuno,

já que não pretende compartilhar comigo o conhecimento sobre o pó que causa as explosões, também não viverá muito para aproveitá-lo.

Bloqueamos seu aqueduto, e a próxima estação de chuvas está suficientemente distante para que você e sua cidade sobrevivam até que ela chegue.

E, para sua informação, temos conosco duas pessoas, um jovem louro e um velho de barbas brancas que, segundo Thane, podem nos ajudar com a fórmula. Portanto, seu sacrifício será em vão...

Otavius.'

'Ora, de alguma forma suspeito que o jovem louro seja seu amigo jornalista, e que o velho de barbas brancas possa ser o botânico, mas não tenho mais informações que essas para fornecer a vocês...'

'Pode nos dar alguns minutos, Tribuno?'

'É claro. Apesar da escassez de água, há quartos preparados para vocês, onde encontrarão o suficiente para se lavarem e beberem.'

'Não tardaremos.'

'Demorem quanto precisar. Nada podemos fazer sem vocês. E se vocês decidirem não nos ajudar, já estamos perdidos.'

Os exploradores retiraram-se em silêncio. Em poucos minutos, depois de fazerem suas abluções e saciarem a sede, se reuniram novamente para debater o que fazer.

'Para variar ele está nos colocando no meio de uma das guerrinhas pessoais dele...' Challenger disse.

'E para variar algum dos nossos acaba sendo envolvido... Dessa vez, Ned e Summerlee...' Verônica completou.

'De qualquer forma, não acho que tenhamos muita escolha. Teremos que ajudá-lo.' Marguerite disse, resoluta. Parecia óbvio para todos.

'É verdade. Precisamos atacar esse Otavius e...'

'Calma lá, John. Em quatro apenas não poderemos vencer uma cidade de homens-lagarto bem guarnecidos, e não podemos por enquanto contar com o Tribuno...' Marguerite o interrompeu.

'E o que você sugere?' John já estava ficando irritado. Sabia que era necessário agir, e queria começar a agir logo.

'Primeiro temos que avaliar a situação. Creio que eu e Challenger possamos nos introduzir de alguma forma no reino desse tal Otavius. Enquanto isso, você e Verônica têm que ficar aqui e esperar.'

A inação irritava John. 'E posso saber por que eu e Verônica não podemos ir com vocês?'

Mas Challenger já tinha entendido a estratégia da herdeira:

'Roxton, meu velho, você e Verônica não vão estar aqui de braços cruzados, vocês precisam achar uma maneira de obter água para os lagartos, no rio mais próximo, de forma a poderem contar com um contingente mínimo de soldados que possa ajudá-los a atacar Otavius.'

'Mas, pode ser perigoso para você e Marguerite...'

Challenger sabia o que se passava na cabeça de John. Ele amava Marguerite, e sabia que Challenger não era forte como ele para protegê-la em caso de perigo. E a missão deles certamente era perigosa. Mas Challenger não ia desistir. Colocou a mão amigavelmente sobre o ombro de John e disse:

'Nós nos defenderemos, fique tranqüilo. Você sabe que nem eu nem nossa lady aqui somos muito hábeis com o trabalho braçal ou militar, como você e Verônica. Por outro lado, a experiência de agente tripla da Marguerite com certeza vai manter a mim e a ela fora de perigo, além de nos trazer alguma chance de descobrir se realmente Ned e Summerlee estão em poder de Otavius.'

Marguerite apenas acenou com a cabeça, agradecendo silenciosamente ao cumprimento tácito de Challenger.

'Vamos, precisamos comunicar nossos planos ao Tribuno e descobrir outros detalhes que possam nos ajudar em cada uma das nossas empreitadas em particular.'

CONTINUA...

Estão vendo esse botãozinho GO aí embaixo? Isso, bem no canto inferior esquerdo... Taí! ;-)