Nota: não, eu não sou dona dos personagens. Mas isso não me impede de amá-los...
DISCLAIMER: Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions (perdoem qualquer omissão).
Claudia: demorou mas chegou, com ou sem Carnaval – a coisa aqui é pontual, compromisso absoluto com os leitores (he he he, estou ganhando pontos na FD). A aventura mesmo começa nesse capítulo. Espero que goste!
Di: olá, que bom que você está gostando – e que bom que está parecendo "O Mundo Perdido" he he he, essa é a intenção! Como eu disse pra Clau aí em cima, compromisso com o leitor é importante pra mim (a recíproca é verdadeira, por isso eu aguardo sempre as reviews com comentários do pessoal). Espero que você goste – acho que as coisas vão ficar bem sinistras (by Finn) nessa fic!
TowandaBR: não judia da Si não, que mexer com ela é mexer comigo (grrrrr – essa sou eu grunhindo). He he he, não importa qual das suas personalidades esteja em ação, minha amiga, essa é a SUA FIC, então, aí vai o próximo capítulo, com os pares trocadinhos...
Kakau: esqueço de publicar, não! Aqui está a continuação, e a aventura está apenas começando! Beijão!
Maga: malas mais que prontas – estou amando estar no platô com toda a turma na sua fic... Quanto a esta, a aventura está só começando, e o divisor de água que é ir para a tribo de Otavius também começa aqui... Realmente a ansiedade pelas separações vai estar no ar! Leia e espero que aprecie! Beijão!
Jessy: há há há adorei a observação da Marguerite de bom humor pela manhã, mas na verdade, se você prestar bem atenção, na verdade ela está sendo irônica, como sempre: ela de um lado está agradando o Roxton, mas ao mesmo tempo está "pentelhando" todos os outros... Bem "a la Marguerite" he he he. Que bom que você está gostando da fic, e vai ter um monte de "tribunozinhos" e asseclas nos próximos capítulos! Espero que você continue lendo e apreciando!
Nessa: Puxa, super obrigada pelos elogios, mas dos amigos como você eu vou só aceitar 10 deles – e mesmo assim já é muitão, porque você foi muito generosa. A aventura mesmo começa nesse capítulo, então, espero que você continue lendo e que goste da estória! Beijão!
Capítulo 3 – Caminhos cruzados...
Roxton bufou. O calor era grande e eles estavam em um trecho desbastado de mata, sem nenhuma sombra para protegê-los do sol inclemente. Mesmo com o chapéu protegendo sua cabeça, o calor fazia com que a camisa grudasse em seu corpo molhado do suor pelo trabalho braçal que ele e Verônica estavam fazendo desde cedo.
Ele levantou os olhos e viu a amiga caçadora a uns cinqüenta metros dele. O corpo dela também estava brilhante de suor sob o sol. Era impossível para ele não admirar a força dela. A garota fazia o trabalho de um homem, sem reclamar. E ele não sabia o que estaria fazendo sem ela, pois os homens-lagarto estavam tão enfraquecidos pelo sol e o calor que quase não conseguiam ajudar, e ele e Verônica preferiam deixá-los de guarda, pelo menos para tentar afastar predadores ou intrusos que os obrigassem a desviar a atenção do trabalho em mãos.
Há três dias ele e Verônica estavam cavando um canal de um riacho, para trazer água até um ponto onde pudesse alimentar o aqueduto e chegar à cidade. Faltavam apenas os últimos cem metros, mas era um trabalho exaustivo com aquele calor.
Verônica estava tão compenetrada no esforço de cavar que não percebeu Roxton próximo dela.
'Hora de uma pausa, moça. Água?' ele disse, oferecendo gentilmente um cantil destapado que ele buscara sob a sombra.
Ela sorriu em silêncio, tomando o cantil e saciando sua sede.
'Você parece um pouco preocupada, Verônica.' Roxton observou. Já a vira várias vezes olhando em volta durante aquela manhã.
'E estou, Roxton. Os guardas do Tribuno estão tão fracos e cansados que estão se sentando, e deixando de montar guarda...'
'Já observei isso também, Verônica. Vamos terminar de escavar esse canal logo para voltarmos à segurança da cidade murada.'
'E também levar água para o resto da população.'
Dizendo isso, como num acordo tácito, os dois voltaram ao trabalho. Mal haviam se passado alguns minutos que o barulho das pás tinha recomeçado quando um grito de dor os alertou.
Roxton em dois movimentos estava junto ao seu rifle, e quando se voltou já viu Verônica com sua faca na mão. Se entreolharam mas não conseguiram descobrir o que tinha provocado aquele grito angustiante.
Os homens-lagarto que tinham sido alocados para protegê-los não estavam visíveis, protegidos pela sombra das árvores. Mas finalmente viram o que os tinha assustado: um bando de raptors atacara dois guardas que tinham cochilado sob a sombra de uma árvore, e os outros guardas tinham se aproximado, mas estavam tão tontos e fracos que não conseguiam oferecer resistência aos animais, e logo estavam cercados de raptors.
'Quantos?'
'Contei seis, Roxton.'
'Podemos então considerar sete, ou talvez oito, se houver outros à espreita.'
'Eu pego os dois que estão com os guardas.'
'E eu vou tentar derrubar os outros antes que eles peguem mais homens-lagarto.'
Roxton aproximou-se gritando: 'Não se movam' e já começou a atirar. Com três tiros de seu rifle ele derrubou três raptors, enquanto um quarto fugia.
Viu Verônica acertar facilmente os dois raptors que tinham atacado os guardas, mas infelizmente os dois homens-lagarto já estavam mortos.
Então viu-a virar-se para ele e viu a faca dela passar voando rente ao seu rosto, num piscar de olhos. Não precisava se virar para saber que um outro raptor tombava atrás dele, morto por ela.
'Obrigado. Fico lhe devendo mais uma, Verônica.' Ele disse, sorrindo, entre grato e constrangido.
'Eles estão aprendendo, Roxton. Esse deu a volta para atacá-lo.' Foi o comentário preocupado dela.
Os guardas estavam muito assustados, e Roxton e Verônica acharam melhor mandá-los de volta à cidade murada enquanto terminavam o serviço.
'Eu continuo cavando, Verônica, e você monta guarda.'
'Nada disso, Roxton. Nos revezamos. Como na guarda noturna. Mas por causa do calor, faremos turnos mais curtos: meia hora cada um. Não mais que isso. Senão nenhum de nós agüenta.'
'Mas você é uma...' Roxton tentou.
'Mulher? Ora, Roxton, isso não faz nenhuma diferença. Você não pode cavar o dique sozinho. Estamos juntos nisso, não estamos?'
Sorrindo um para o outro, continuaram a trabalhar.
E seis horas de trabalho depois, sob sol e calor intensos, finalmente o dique que tinham escavado estava interligado ao canal do aqueduto que alimentava a cidade murada e a água voltou a correr livremente.
Os dois sorriram orgulhosos e se arrastaram cansadamente de volta à proteção dos muros para se refrescarem e descansar.
'Odeio essa idéia de ser sua intérprete, Challenger.' Marguerite reclamou pela vigésima vez naquele dia.
Faltava pouco para chegarem à cidade de Otavius. Challenger se apresentaria como um grande mago – sabia que magia era algo respeitado nos meios em que estavam, mesmo quando vindo de um humano. Uma mulher humana, por outro lado, só serviria para escrava, e portanto tinham discutido, ainda com o Tribuno, que o disfarce mais eficiente era dar à Marguerite uma atividade imprescindível relacionada ao grande mago. Para isso, ela seria a intérprete dele.
'Silêncio, mulher, você prefere ser vendida como escrava?' Challenger não podia negar que estava se divertindo um bocado com aquela situação, eventualmente vendo a orgulhosa Marguerite tendo que, pelo menos aparentemente, desempenhar um papel de sua serva... Uma serva útil, inteligente e de valor inestimável, mas ainda assim uma serva.
'Ó, grande mago, e que língua é essa que você vai falar? Que eu saiba você não fala nada além do inglês...' ela tinha que encontrar uma forma de alfinetá-lo, afinal, ela era quem podia falar várias línguas, e não ele.
Ele teve que parar para pensar – ela tinha razão.
'Latim, Marguerite... Ou você não entende latim?' ele brincou, mais aliviado por ter encontrado uma língua em que era fluente além do inglês.
'Quippe' Marguerite respondeu, com um sorriso malicioso, em latim. Essa ia ser fácil.
Voltaram a caminhar, Challenger balançando a cabeça, intrigado com a rapidez das reações da mulher que caminhava a seu lado.
Tinham há pouco passado pelo ponto em que o aqueduto havia sido interceptado. Havia guardas-lagarto vigiando para impedir que o bloqueio fosse desfeito, e Challenger não quis chamar a atenção se aproximando demais, mas pôde observar que o duto não havia sido rompido ou destruído, apenas bloqueado, e que portanto desfazer o bloqueio não seria tarefa difícil, desde que não houvesse vinte guardas fortes e bem armados vigiando o local como agora...
Passaram sem fazer alarde, pois não tinham a menor intenção de chamar a atenção sobre si. E em menos de uma hora avistavam as muralhas da cidade de Otaviusà distância, os portões enormes, fechados, tão ou mais bem guardados que o aqueduto interrompido.
A sorte estava para ser lançada. Ao se aproximarem dos portões, os guardas cruzaram as lanças, barrando-lhes o caminho.
Challenger disse algo em latim, com um tom solene, e Marguerite teve que se controlar para não rir da seriedade pomposa e fingida do grande homem da ciência. Assim que ele se calou e olhou para ela, como que autorizando-a a traduzir, ela apressou-se em falar com os guardas, que olhavam intrigados para o estranho casal de humanos que ousava se aproximar da cidade sem medo, aparentemente ignorando que os homens-lagarto usavam humanos como escravos.
'Senhores, meu mestre é um sábio mágico conhecido por essas terras. Viemos caminhando por muitos dias sem descanso, e buscamos abrigo. Em troca, oferecemos a sabedoria do meu mestre e seus préstimos em benefício da cidade enquanto aqui permanecermos.'
O lagarto a olhou, surpreso com sua beleza, altivez e eloquência, mas ao mesmo tempo intrigado com a arrogância de uma reles mulher humana.
'Por que ele mesmo não nos diz isso?'
'Porque ele não fala nenhuma língua bárbara, senhores. Ele teve a generosidade de me acolher, reles órfã, para acompanhá-lo desde criança como sua intérprete e auxiliar.'
'Como podemos saber que não mentem? Trazem algum salvo-conduto?'
Marguerite traduziu a pergunta do guarda, olhando maliciosamente para Challenger, que respondeu a ela em latim. E ela traduziu.
'Não viemos aqui recomendados por ninguém. Meu mestre não necessita de mecenas ou outros protetores, nem se submete a este ou aquele poder, apenas à ciência e à magia. Ele está acima de tais permissões mundanas. Entretanto, ele pode fazer algumas demonstrações dos tipos de benefício que sua cidade pode obter caso nos permitam ficar abrigados dentro de suas muralhas nos dias em que necessitamos de descanso da longa caminhada.'
Os guardas se entreolharam, e o mais alto deles apenas fez um sinal de cabeça como que autorizando-os a proceder com a demonstração.
Challenger sabia que os conhecimentos dos homens-lagarto em termos científicos era ainda muito rudimentar, e portanto sabia que qualquer mistura mais simples que pudesse fazer os impressionaria. Escolheu três provas simples, primeiro preparando fenilalanina – que ele, claro, usou como se estivesse transformando água em vinho. Depois usando um pouco de ácido para corroer um pedaço de metal. E por fim a isca final: usou um pouco de pó de fósforo para criar uma pequena explosão e certa luminescência. Isso foi suficiente para chamar a atenção dos guardas sobre o assunto que se tornara domínio da cidade: a pólvora! Talvez o tal sábio pudesse ajudar a descobrir a fórmula da pólvora, já que podia produzir aquele tipo de luz! Talvez ele pudesse ajudar a criar as explosões que tantas vezes tinham feito o Tribuno vitorioso.
Um dos guardas ficou com eles, enquanto o outro se apressou para o palácio. Dentro de alguns minutos, ele voltou, e os autorizou a adentrar a cidade, enquanto um outro par de guardas os acompanhava.
Challenger e Marguerite mal tiveram tempo de trocar um olhar cúmplice: agora estavam sob o domínio de Otavius e dependeriam da própria argúcia para conseguir as informações de que precisavam. Todo cuidado seria pouco nessa farsa que eles tinham escolhido representar.
O palácio para o qual tinham sido levados era em tudo similar ao do Tribuno. E numa sala similar, sentado a um trono similar, encontraram um lagarto que não poderia ser mais similar ao Tribuno em seus momentos áureos – não derreado como da última vez em que o tinham visto, mas em toda a sua pompa e ostentação de poder.
Ele se levantou, e era um pouco mais baixo que o Tribuno, mas com a mesma compleição física do outro. Sua pele tinha um tom mais amarelado e os olhos mostravam uma calma fria que certamente o colocava na categoria de um lagarto experiente, provavelmente alguns anos mais velho que o Tribuno.
Marguerite se ajoelhou como caberia a uma serva, e Challenger fez apenas uma leve mesura, como cabia a um sábio da sua magnitude.
'Ora ora, meus centuriões me disseram que temos aqui um mago de grande poder. Desejo ver uma demonstração de tal poder para certificar com meus próprios olhos a capacidade do mago antes de efetivamente acolhê-lo e oferecer-lhe a hospitalidade de nossa cidade.' – sua voz era grave, e enchia a sala com a autoridade que transmitia.
Challenger olhou para ele, como que indignado por ele não falar sua língua, e em seguida tocou no ombro de Marguerite, que permanecia ajoelhada, dando-lhe um sinal para que começasse a traduzir. Ela falou para Challenger o que Otavius havia dito, e então Challenger respondeu a ela em latim novamente, ao que ela traduziu para Otavius:
'Meu mestre se sentirá honrado em demonstrar-lhe seu poder.', ela disse, de olhos baixos.
Challenger repetiu as mesmas duas primeiras experiências que fizera para os guardas. Marguerite, que observava Otavius durante a demonstração, notou um lampejo de curiosidade faiscar nos olhos esverdeados do lagarto, principalmente frente ao ácido, mas ele mantinha o controle:
'Truques. Nada mais. Esperava alguém de maior poder.' Ele conseguiu disfarçar sua admiração, dando um tom de total frieza e desprezo à sua voz.
Marguerite traduziu para Challenger, que respondeu a ela num tom imperioso e indignado, ao que ela traduziu:
'Meu mestre fica ofendido com suas palavras. Mas mesmo assim será magnânimo de compartilhar ainda seu conhecimento para iluminar sua ignorância.' A escolha das palavras tinha sido proposital.
Vendo, então, a experiência com o fósforo e a fumaça e a luminescência produzida, Otavius decidiu-se. Aquele homem poderia vir a ser útil.
'Vejo que agora estamos falando de algo que me interessa. Serva, pergunte a seu mestre se ele domina a arte das explosões.' Otavius ordenou a Marguerite. Ela obedeceu e prontamente traduziu para Otavius a resposta dada por Challenger.
'Ele diz que nenhuma magia é ignorada por ele, senhor. Mas que cada mágica requer seus próprios ingredientes e seu próprio ambiente, além de requerer seu próprio tempo.' Novamente a escolha das palavras era proposital.
'Pois diga a ele que terá tudo de que precisa: um local para trabalhar e descansar, todos os ingredientes que vier a imaginar, e todo o tempo livre para dedicar-se a me demonstrar uma explosão.'
Marguerite traduziu para Challenger, que apenas inclinou a cabeça levemente num sinal de assentimento e gratidão soberanos de um sábio que concede a um admirador a honra de apresentar-se para ele.
Otavius ordenou que seus servos preparassem três aposentos para eles: um aposento para Challenger, com uma aposento contíguo para Marguerite. E um salão maior que seria um laboratório temporário.
O peixe engolira a isca. E Marguerite e Challenger não puderam deixar de se lembrar de uma situação semelhante que eles tinham vivido quando conheceram o Tribuno a primeira vez...
Nota: Quippe - "Mas é claro!" ou "É óbvio!", em latim.
CONTINUA...
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