Nota: não, eu não sou dona dos personagens. Mas isso não me impede de amá-los...
DISCLAIMER: Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions (perdoem qualquer omissão).
TowandaBR: pois é, sonhar vale qualquer coisa há há há – pena que fosse só sonho dele... E a Vê, com uma, duas ou cem facas é muuuito hábil!
Clau: curtinho, bom, é que vocês estão querendo mais ação, mas agora que as coisas começaram a se desenrolar, qualquer tamanho de capítulo até chegar ao fim é um parto, né? Beijos!
Kakau: para saber o que vai acontecer, só continuando lendo, afinal, eu não posso contar o segredo dos próximos capítulos, né? Beijão!
Rafinha: Que bom que você está de volta às fics – e principalmente publicando a sua! Estou acompanhando! Beijo!
Fabi: o próximo capítulo chegou! Espero que goste desse também! Beijos!
Maga: nossa, o Herdeiro do Caçador? Eu preciso assistir esse, depois você me passa os detalhes he he he... E o próximo capítulo está aqui, semanalmente, como prometido! Beijão!
Aline: menina, você sumiu mas voltou a toda, e deixando review em todos os capítulos, nossa, adorei, super obrigada pela consideração! Fico feliz que esteja gostando da fic – tem muita água pra rolar envolvendo todos os aventureiros, então, aperte os cintos e continue lendo! Beijão!
Di: um lagarto com a cara do Roberto Justus ia ser TUDO DE BOM lol Mas não é não, embora ele vá voltar a aparecer – aguarde e confie! Beijos!
Capítulo 11 – Parte do plano se concretiza
'Funcionou.' Marguerite disse, mas sua voz carecia de todo entusiasmo.
Challenger levantou os olhos da bancada para encará-la.
'O que foi?'
'Nada, George.' Ela percebeu que se traíra na sentença anterior e fez o possível para se recompor, mas Challenger tinha notado.
'Está terminado. Está feito. Temos a pólvora. E agora?' ele diria o que ela não tinha coragem de admitir.
'Teremos que contar nosso progresso a Otavius dentro em pouco.'
'Podemos adiar até a hora do jantar.'
'Sim. Mas não mais que isso, George.'
'Parece que você está contrariada.'
Ela desviou o rosto do olhar dele e se afastou para um canto do laboratório, dando as costas para ele.
Ele abandonou a bancada e seguiu-a.
'Marguerite, o que está acontecendo?'
Como ela não respondesse, ele a segurou pelos ombros e a forçou a virar-se para ele, com delicadeza.
'O que foi, Marguerite?'
Ela finalmente encarou-o, seus olhos cinza azulados flamejando.
'Quer saber mesmo, George? Estou preocupada. A essa altura a Verônica e o Roxton já deviam estar aqui, e não estão!'
'Nós vamos nos sair bem, Marguerite.'
'Nós podemos até nos sair bem, George. Mas se eles não estão aqui, será que aconteceu alguma coisa com eles? Será que eles estão bem?'
Pronto. Dissera o que a estava sufocando desde a manhã daquele dia. Seus amigos estavam demorando. E ela temia que algo tivesse acontecido com eles. Com Verônica. Com Roxton. Não, não queria pensar nisso, mas a impressão a incomodara o dia todo, torturando-a. Tentara distrair-se ajudando Challenger, certa de que não precisariam terminar de preparar a pólvora, que seus amigos apareceriam. Mas nada deles. Tinham pedido uma leva totalmente falsa de elementos para Otavius logo cedo, para ganharem tempo. Mas já tinha se passado o horário do almoço sem nenhum sinal de alvoroço na cidade que pudesse denunciar a chegada deles.
Challenger estava surpreso. Ele esperava que ela fosse dizer que eles os tinham abandonado. Mas sabia que podia esperar mais que isso de Marguerite, ao longo de todos aqueles anos de convivência. Debaixo da aparente máscara de auto-proteção vivia a mulher que os tinha adotado como a família que ela não tinha, mesmo que não admitisse isso. E ela acabara de provar isso.
'Eles estão bem, Marguerite, estou certo disso. Só devem ter tido algum contratempo, pois encontrar água para abastecer a cidade era a primeira coisa que fariam.'
'Como você pode estar tão certo?' ela queria ter aquela mesma certeza. Sabia que se havia alguém safo no mundo eram Verônica e Roxton, mas nem isso era suficiente para tranqüilizar seu coração.
'Não tenho como, Marguerite. Prefiro simplesmente acreditar.' Ele disse, segurando as mãos dela.
'Talvez seja isso que chamam fé...' ela falou, num sussurro, o olhar perdido apesar de estar encarando-o. 'E talvez seja fé que eu precise ter, agora.'
O grupo de soldados se aproximou do portão. Eles cercavam um prisioneiro humano, que vinha amarrado e de cabeça baixa.
Um dos lagartos se adiantou para a sentinela:
'Encontramos esse homem e o prendemos. Acreditamos ser um espião a serviço do Tribuno.'
'Levem-no já para as masmorras, e depois avisem Otavius sobre isso.'
E lá entraram os sete guardas do Tribuno usando os uniformes dos soldados de Otavius, ameaçadoramente vigiando aquele que falara, que era um dos guardas de Otavius que tinha sido rendido. E o suposto prisioneiro, claro, era Roxton.
Ele foi rapidamente conduzido para a masmorra e ali atirado. O soldado o prendeu na cela ao lado da de Malone, que foi acordado pelo barulho. E, é claro, os soldados saíram tranqüilamente, sem dar qualquer satisfação a Otavius.
Malone não sabia se ria ou se chorava vendo o amigo ali. Era ótimo sabê-lo vivo e bem, mas era péssimo vê-lo preso nas mesmas condições que ele e não entrando como um libertador ali.
Mas ficou calado a um sinal expressivo de Roxton, que só se dirigiu a ele em voz baixa quando finalmente se certificou que o guarda que vigiava a porta da masmorra não os observava.
'Roxton!'
Malone apertou firmemente a mão que o amigo passara pela grade.
'Finalmente reunidos de novo, Ned, meu rapaz!'
Ned admirou-se. Sabia que Roxton raramente perdia o bom humor e a esperança, mas ele definitivamente parecia animado demais para quem acabava de ser preso numa masmorra!
'O que houve? E onde está Verônica?'
'Calma, Ned, Verônica está bem, é tudo parte de um plano para sairmos todos daqui. Mas antes preciso confirmar: você viu Challenger e Marguerite?'
'Sim, eles estiveram aqui duas vezes já, cuidando de mim e de Summerlee...'
'Summerlee? Então é verdade mesmo que o nosso velho amigo está aqui, vivo?' a voz de Roxton se embargou pela emoção. Nunca se esqueceria que fora Summerlee que lhe salvara a vida naquela caverna com fungos alucinógenos.
'Sim, e parece estar se recuperando de malária, de acordo com o diagnóstico de Challenger.' E então Malone aproveitou para narrar-lhe sucintamente o que havia ocorrido.
'Perfeito. Então os dois estão bem, e vocês dois também estão bem.'
'E Verônica?'
'Está fora da cidade, com cinqüenta lagartos do Tribuno, bem armados, para nos resgatar.'
'Mas Roxton, Verônica, sozinha, com cinqüenta lagartos?' Malone definitivamente achava aquilo temerário.
'Digamos, Ned, que a Verônica sabe deixar muito claro quem é que manda...' e Roxton ergueu uma sobrancelha significativamente.
Ned riu, como não ria há muito tempo. 'Você tem razão... Mas o que faremos agora?'
'Agora temos que esperar uma oportunidade de falar com Marguerite e Challenger... Hoje, amanhã, quando for possível.'
'Magnífico! Seu mestre é um gênio!' Otavius estava exultante vendo finalmente a explosão real causada pela pólvora.
'Quando poderemos produzir mais, em quantidade? E quando podemos ensinar a técnica a um de meus homens de confiança?'
Marguerite traduziu a pergunta a Challenger, e depois de ouvir sua resposta traduziu de volta para Otavius:
'Para produzir em escala precisaremos ainda de um pouco mais de fios de barba brancos e sangue do rapaz louro. Mas meu mestre disse que está sintetizando tais elementos de forma a que vocês não precisem deles no futuro. Como esse foi um período de experiências, ele pretende fazer a fórmula "limpa", eliminando as impurezas decorrentes das inúmeras tentativas e insucessos dos últimos dias, e portanto amanhã ou depois um de seus homens poderá acompanhá-lo num processo contínuo e rápido para produzir isso.'
'Agora, façam o ritual agora, então, para começarem o quanto antes.'
'Acalme-se, senhor. Acabamos de jantar, e a hora apropriada para o ritual é à meia-noite. Aguardaremos o horário para que a qualidade dos espólios não prejudique o experimento.' Marguerite apressou-se a explicar.
'Sim, claro, como queira.' Otavius mais uma vez saudou Challenger e retirou-se do laboratório, fechando a porta atrás de si.
'E agora?'
'Agora, para a masmorra!'
'Mas Marguerite...'
'Coloque um saquinho com pólvora no seu kit de primeiros socorros, George. Poderá ser útil para Malone e Summerlee.' Marguerite sorriu enigmaticamente. Tinha recuperado toda a sua astúcia desde aquela tarde. Parecia que a fé realmente tinha se incutido nela.
Challenger sorriu, compreendendo, e obedeceu-a. Passaram a próxima hora e meia finalizando os preparativos quando finalmente o guarda os acompanhou para o ritual.
Como nas duas outras vezes, o guarda interno da masmorra foi para fora, eles fecharam a porta e cobriram a abertura com a capa.
Mas qual não foi a surpresa dele quando ao virarem-se deram de cara com Ned, Summerlee sentado – ele finalmente tinha acordado no meio da tarde e estava molemente sentado apoiado contra as grades da cela -, e Roxton!
Marguerite ficou muda de espanto e quase quebrou o disfarce ao tentar falar com ele, mas nesse momento o sangue frio de Challenger salvou-os, pois ele começou a entoar a infernal cantilena em latim.
'Marguerite!' foi só o que Roxton conseguiu dizer, mesmerizado ao vê-la.
As mãos dela, tão precisas nos outros dias para localizar a chave e destrancar as portas de Ned e Summerlee, agora tremiam perceptivelmente, e ela não conseguia abrir a porta da cela de Roxton.
Ele passou a mão entre as grades e segurou a mão dela, o que a fez finalmente olhar para ele.
'Está tudo bem.' Ele sorriu, tranqüilizando-a. E ela sentiu uma onda de alívio invadir-lhe a alma. Respirando fundo, ela finalmente destrancou a porta, e não se esquivou do abraço com que ele a envolveu. Pelo contrário, entregou-se a ele, por um instante arvorando-se o direito de se afogar no cheiro almiscarado do homem que amava. Mas isso não durou mais que um instante. Afastando-se, ela o observou de alto a baixo e começou a inquirir:
'Está ferido? Está tudo bem? Onde está Verônica?'
'Calma, temos um plano.'
'Então vamos abrir as celas e conversaremos todos juntos.' Ela disse, dando-lhe as costas e indo libertar Malone primeiramente, e por fim Summerlee.
O velho botânico não cabia em si de alegria. Olhava cada um de seus amigos e não conseguia dizer nada, balbuciando apenas seus nomes, rindo de leve, e deixando que as lágrimas de emoção finalmente se libertassem de seu peito.
Marguerite abrira a porta da cela e imediatamente ajoelhara-se junto dele, acariciando-lhe suavemente a barba branca, e finalmente abraçando-o. Nenhum dos dois era capaz de conter a emoção que os invadia, naquele momento, e mesmo ela se permitiu chorar um pouco na certeza que o velho amigo estava vivo e sobreviveria.
'É bom você deixá-lo respirar, Marguerite.' Roxton disse, num tom leve e brincalhão, tocando-a no ombro.
Ela se afastou um pouco, e Ned e Roxton seguiram-se num abraço apertado ao velho botânico.
Marguerite afastara-se e substituíra Challenger na cantilena, para que este pudesse abraçar o velho amigo, e também examiná-lo finalmente consciente para confirmar seu diagnóstico anterior.
Passados os "exames" clínicos, eles estavam prontos para discutir os planos de ataque.
'Verônica está apenas esperando um sinal...'
Challenger e Marguerite se entreolharam, sorrindo.
'Então ela terá um sinal, Roxton!'
'Mas como escaparemos das masmorras?' Ned estava aflito.
Marguerite então retirou o saco de pólvora de entre os remédios de Challenger e entregou a eles.
'Usem isto para estourar as portas e se libertarem, quando ouvirem o nosso sinal...'
'Quando será isso?'
'Amanhã, no fim da tarde – se nada acontecer antes!'
'Agora, comam e descansem, porque amanhã vocês precisarão lutar.' Marguerite instou, fornecendo pão e frutas para eles.
Enquanto eles comiam em silêncio, exceto pela cantilena ininterrupta de Challenger, Marguerite sentou-se perto de John, enquanto Challenger estava ombro a ombro com Summerlee. Roxton passou um braço ao redor dos ombros dela e todos ficaram ali, aproveitando a reunião quase completa dos membros da família. Breve, muito breve, se tudo desse certo, estariam todos reunidos novamente...
Mas tudo que é bom dura pouco, já diz o ditado. E eles precisavam ir para não levantar suspeitas. Roxton e Malone ajudaram Summerlee, que ganhou um beijo de Marguerite antes que ela o trancasse novamente. Depois, foi a vez de Ned, não sem antes que ele gritasse um pouco, fingidamente, para comprovar o ritual de retirada do seu sangue. E também ele foi trancado na cela. Por fim, Roxton. Ela hesitou para fechar a cela. Ele a puxou para si, beijando-a de leve nos lábios e sorrindo para ela, depois a empurrou delicadamente para fora da cela, e ele mesmo fechou a porta, girando a chave e entregando-a de volta.
Ela sorriu em silêncio, o coração apertado por mais uma vez deixar todos eles ali, mas seria por pouco tempo.
Challenger nesse meio tempo discretamente checara todo o local por provas eventuais de sua passagem ali, guardaram tudo e levando uma vez mais os supostos espólios de maneira reverente, ele encerrou os cânticos, e Marguerite o cobriu com a capa que ficara cobrindo a grade do visor da masmorra.
Quando os guardas abriram a porta para eles, ambos saíram sem lançar sequer um olhar para trás, como cabia a dois iniciados que tinham acabado de cumprir um ritual. E que ritual...
CONTINUA...
Estão vendo esse botãozinho GO aí embaixo? Isso, bem no canto inferior esquerdo... Taí! ;-)
