Nota: não, eu não sou dona dos personagens. Mas isso não me impede de amá-los...
DISCLAIMER: Todos os personagens da série "Sir Arthur Conan Doyle's The Lost World" são propriedade de John Landis, Telescene, Coote/Hayes, DirecTV, New Line Television, Space, Action Adventure Network, Goodman/Rosen Productions, e Richmel Productions (perdoem qualquer omissão).
Clau: querida, essas lagartixas são do mal, eu não vejo a hora que os nossos exploradores estejam longe deles, pois definitivamente nenhum lugar pode ser totalmente seguro onde esses lagartões estão... Mas, já diz um ditado, "Tudo está bem quando termina bem...", então, vamos ao capítulo final! Beijos!
Kakau: pois é, era impossível que todos saíssem sem qualquer arranhão, mas diante de todo o perigo que todos correram, creio que eles todos possam definitivamente se considerar vitoriosos... Quanto à recuperação das moçoilas e seus respectivos reencontros com os moçoilos, está tudo aí, nesse capítulo... Espero que goste! Beijão!
Rafinha: eu ADOREI seu último review – dava pra imaginar alguém se dirigindo à mim e fazendo as perguntas que você fez... Como eu disse pra Clau, "Tudo está bem quando termina bem..."... Pra saber sobre a recuperação das meninas e o desfecho da estória, é só ler esse último capítulo! Beijos!
Di: é isso aí, a mulherada vai dominar o mundo – afinal, os homens a gente já domina há muito tempo, mesmo quando eles não admitem, he he he. Aliás, você tocou num ponto que eu adoro no seriado: os rapazes são definitivamente capazes de admitir que admiram as garotas, e principalmente que juntos eles formam um time, em que todos têm suas fraquezas e suas forças, e que apenas trabalhando em equipe eles são quase inexpugnáveis... E essa estória está acabando, mas haverão outras – felizmente, sempre haverão outras enquanto existirem fãs como os que habitam a nossa Casa da Árvore brasileira dispostos a escrever e/ou incentivar os que escrevem fics! Beijão!
Aline: he he he, a Marg acaba se impregnando na gente, não é? Várias vezes por dia eu me vejo dizendo coisas, principalmente quando sou mais irônica com alguém ou alguma situação, e parece que estou ouvindo/vendo a Marguerite – então, se você for esquizofrênica, eu também sou, he he he! Como eu disse pra Di, nenhum deles é super herói, mas quando trabalham juntos, são difíceis de vencer, porque se respeitam e se completam... E romance? Claro que vai ter, capítulo final de novela e de fic não é capítulo final se não botar todos os pingos nos "i"s, né? Beijos!
Nessa: puxa (shame total)... Obrigada, obrigada, obrigada, pra variar você está sendo muito generosa nos seus comentários para o capítulo anterior... Eu só tento colocar no papel aquilo que está passando diante dos olhos da minha imaginação, quando escrevo a fic, e talvez por isso os detalhes acabem aparecendo – fico feliz que eles ajudem vocês também a visualizar melhor as cenas que se formaram em minha mente... Se você gostou de ver M&R e N&V reunidos momentaneamente para a luta, espero que goste de ver todos, absolutamente todos eles, reunidos novamente nesse capítulo final... Beijão!
Maga Marguerite: Maguinha querida, he he he, muita gente gostou desse "momento mágico", que na verdade se refere a uma "senha" que eu, Si Ianuck e Rosa temos há muito tempo – que bom que você também se reconheceu nele! Embora todos tenham trabalhado juntos, nessa luta foram as meninas que acabaram pagando um preço mais alto, mas tudo deve se resolver a contento, espero... Pra ter certeza, só mesmo lendo esse último capítulo! Beijos mil!
Fabi: estado de choque? Ai, meu Deus! Olha só, fique em estado de choque não, porque senão vai ser difícil demais você ler esse último capítulo... Vou parodiar o pai do Fernando Sabino aqui: "Tudo está bem quando chega ao final. Se ainda não está bem, é porque ainda não chegou ao final..." E, como esse é o capítulo final, já sabe o que você pode esperar, né? Beijão!
Morrighan: Hummm, você está dando dicas de quem você é via reviews? ESPIAFO e CURIOSAFO, atenção, Morrighan é R&Maníaca, anotem aí! He he he (isso só seria pista nova se alguém ainda não tivesse lido nenhum capítulo de suas fics!). Obrigada pelos seus comentários tão generosos sobre esse capítulo, e espero que goste do capítulo final! Beijos!
TowandaBR: Nesse capítulo final eu não poderia me dirigir a você como TowandaBR, Si. De verdade. Essa fic é SUA, e fez o sucesso que fez (quem diria que ia ter mais de 150 reviews antes do último capítulo?) porque no fundo acho que o seu pedido de ter aventura, todos os personagens, mix diferentes de personagens, é algo que todo mundo gosta de ver, porque é o que os episódios reais do seriado mostram... Sem o seu apoio a essa idéia, haveria uma grande chance dela ter ficado engavetada, pois eu ficaria em dúvida de ousar fazer tantas "experiências" numa fic só... Obrigada novamente pela paciência em ler todos os capítulos, fazer seus comentários e dar seus palpites, para que o resultado final fosse esse que todo mundo leu... Essa fic não teria saído sem a sua participação mais que especial! Um beijo no seu coração e obrigada!
Rosa: quem é viva sempre aparece, né, D. Rosa? Some por três capítulos e aí devora os três de uma vez... Coisa feia fazer isso! Até porque não vale, você se poupou de pelo menos duas ansiedades entre capítulos, que graça tem isso? Pois é, a Verônica provou que não é à toa que sobreviveu sozinha antes dos exploradores chegarem, Marguerite mostrou que não foi à toa que foi Parcival durante a 2ª guerra, e Roxton mostrou que mais que um caçador lindo-maravilhoso amado pelas Roxtonmaníacas, é também um homem honrado, um lord na acepção completa do termo...
Marie: menina, você definitivamente merece um "QUEM É VIVA SEMPRE APARECE" em letras garrafais! Que saudade de você! Por onde andou, sumida? Puxa, obrigada, "fic fantástica" é uma liberdade poética imeeeensa, muita generosidade da sua parte, mas eu espero que realmente você voltando a reler as fics se inspire para continuar escrevendo as suas, moça, que estão fazendo falta! Foi muito legal ir vendo seus comentários juntos, de quem está acompanhando a estória... Espero que você consiga ler os capítulos finais antes de chegar a esse final, para fechar a estória junto com todo mundo, viu? Beijão para você e mande notícias! Saudades!
Capítulo 15 – Felizmente as aventuras não duram para sempre...
'Ela vai ficar boa?'
'Você já me perguntou isso mais de cem vezes, Ned!' Summerlee respondeu, começando a ficar impaciente.
Estavam na cidade do Tribuno, num quarto limpo e arejado, e Verônica descansava. Tinha acordado diversas vezes durante o trajeto de três dias até ali, e estava bem, mas ficava pouco tempo acordada.
'Ned, já lhe expliquei várias vezes. Ela estava exausta, e além disso os chás que demos a ela são relaxantes. Deixe que ela descanse enquanto pode. Está tudo bem. Principalmente porque essas marcas no pescoço dela não são apenas assustadoras, mas serão muito doloridas por uns dias... Você por um acaso quer vê-la sofrer?' Summerlee perguntou olhando-o por cima dos óculos de aros finos.
'Estou ficando impaciente.'
'Não precisa me dizer isso, meu jovem, é perfeitamente notável.' E Summerlee sorriu bondosamente.
Ned não pôde deixar de sorrir. Sentira tanta falta daquele sorriso generoso de seu velho amigo...
'Que foi, Malone?'
'Senti sua falta, professor.'
O botânico sorriu ainda mais...
'Se importaria de me contar por onde andou todo esse tempo?'
'Prisioneiro de Thane, meu jovem. Ele me achou quando buscava o corpo do pai. Fez com que cuidassem de mim, e me manteve seu prisioneiro, certo de que eu podia ser a chave para algum poder como o balão ou a pólvora. Eu creio que consegui me comunicar com vocês depois de uma tempestade elétrica – eu fiz uso de uma planta que me deixou em estado cataléptico e tentei praticar a telepatia. Mas não foi suficiente para lhes explicar. Em minha imaginação, para sobreviver às agruras de Thane, criei um mundo à parte. Um recanto protegido por uma redoma, como uma estufa. Era ali que eu me via quando achava que não suportaria mais aquela vida, principalmente longe de vocês.'
'Agora entendo, professor. Na visão que todos tivemos você falava de uma estufa, mas com essa informação não podíamos localizá-lo. Chegamos a pensar que tinha morrido, que estava em outra dimensão, ou mesmo que tinha voltado a Londres.'
'Não, meu jovem, estive o tempo todo bem aqui, perto de vocês, mas tão longe ao mesmo tempo...' Os olhos do velho professor se entristeceram um pouco.
'O que importa é que finalmente estejamos todos reunidos novamente.' Ned sorriu.
'Seus guardas, Tribuno, sãos e salvos.' Roxton mostrou, entre cansado e orgulhoso, os lagartos que levara consigo para a revista do Tribuno no pátio da cidade murada.
'Onde estão os prisioneiros?'
Roxton sorriu. O Tribuno era previsível.
'Não fomos até lá para guerrear ou fazer prisioneiros, Tribuno, mas para resgatar meus amigos e devolver sua água. Apenas isso.'
'Mas e os lagartos que vocês disseram ter rendido?'
'Quando voltamos fomos soltando-os no caminho, para que pudessem voltar às suas casas na cidade de Otavius.'
'Na ex-cidade de Otavius, pelo que soube, já que ele parece não ser mais contado no mundo dos vivos.'
Roxton apenas consentiu, sério.
'Muito bem, Lord Roxton, vejo que me devolve todos os meus lagartos, exceto por um.' Tribuno notou, contando rapidamente os homens nas fileiras. 'Perdeu-o em combate?'
Roxton sabia que aquilo não passaria desapercebido pelo Tribuno. Roxton tinha pensado muito naquilo. Poderia facilmente mentir e dizer que sim, e isso não diminuiria em nada seu feito de devolver os lagartos intactos. Mas ele não poderia mentir. Apenas se preocuparia em "salvar" a situação de Justus.
'Não, Tribuno. Na verdade, um de seus soldados insubordinou-se contra Verônica.'
'E a caçadora o matou implacavelmente?'
Roxton também poderia confirmar, mas sua nobreza não lhe permitiria mentir.
'Não, Tribuno. Ela apenas o ameaçou para impor respeito ao grupo, o que parece ter conseguido. Porém, na batalha final, ele a atacou, do nada, e a teria assassinado a sangue frio se um de seus homens, que intercedera por ele quando ele a ameaçara, não tivesse matado-o primeiro.'
'E quem é esse meu leal soldado?' Tribuno foi irônico.
'Diga-me antes o que pretende fazer com ele...' Roxton impôs.
O Tribuno pensou um pouco antes de responder...
'Deveria matá-lo por ter desperdiçado um bom soldado por uma mulher que sequer é tão apetitosa quanto a minha Marguerite...' ele disse, irônico, mas sob o olhar reprovador de Roxton, tentou emendar '... ou devo dizer nossa Marguerite?' Mas Roxton continuava observando-o com olhos fuzilantes. 'Ok, sua Marguerite e não se fala mais nisso.' Apesar disso ter suavizado um pouco a expressão de Roxton, ele continuava impassível. 'Está bem. Você acha que eu deveria condecorá-lo por bravura ou heroísmo, mas isso só aconteceria num exército humano, provavelmente. Aqui, o máximo que farei é interceder para que ele não receba a pena que mereceria.'
'Tenho sua palavra?'
'Tem minha palavra, Lord Roxton.'
'Justus é o seu nobre lagarto.'
O Tribuno pensou mais um pouco, e então chamou, em tom decidido: 'Justus, aproxime-se.'
John estremeceu. Se o Tribuno não cumprisse com sua palavra e matasse o lagarto Roxton sabia que seria o fim da estranha amizade que tinha para com ele.
'Conte-me o que aconteceu.' O Tribuno ordenou.
Justus, impassível, contou em rápidas palavras a insubordinação do lagarto, depois sua atitude traidora, e como o matara.
'Você sabe o castigo para isso, não?'
'Sim, senhor.' Justus não se abalou.
Roxton assistia à cena mesmerizado. Quando ele ia interferir, o Tribuno o interrompeu com um gesto imperioso de mão.
'Porém, preciso de alguém para comandar minhas tropas. Gostaria que esse humano aqui...' disse, referindo-se a Roxton – 'pudesse aceitar o posto, mas tenho certeza que ele não trocaria a vida naquela Casa da Árvore por uma vida aqui. Mas ele mereceria o posto, pois nunca nenhum dos meus comandantes trouxe toda a tropa com que saiu completamente ilesa.' Fez uma nobre mesura para Roxton, numa congratulação muda, e voltou a dirigir-se a Justus.
'Portanto, creio que com sua atitude hoje você mostrou ter pelo menos uma das características desse humano, e por isso eu estaria disposto a conceder-lhe um castigo menor, que é o de assumir o comando das tropas.'
Justus o olhava, incrédulo.
'Mas eu pensei...'
'Soldados – e comandantes – não são pagos para pensar... Agora volte e reorganize as fileiras...' o Tribuno ordenou, retomando sua pose costumeira. Antes de se afastar, porém, Justus bateu continência para Roxton e voltou ao pátio.
Roxton sorriu para Tribuno e apertou sua mão, cumprimentando-o como a um velho amigo.
'Acho que agora estamos quites, Lord Roxton.'
'Creio que sim, Tribuno.'
'E então acredito que agora você queira imediatamente ir aos aposentos de uma certa deliciosa humana...'
Roxton tentou fazer cara de bravo novamente, mas não conseguiu, pois já tinha aprendido que o Tribuno fazia aquilo apenas para impressioná-lo.
'Pedi que a conduzissem ao melhor aposento, onde Challenger poderia cuidar dela a contento. No grande corredor, última porta, à direita.'
Roxton apenas agradeceu com um sorriso e um aceno de cabeça e disparou em passos rápidos na direção fornecida pelo Tribuno.
'Desculpe, eu pensei que esse fosse o quarto de... Como está Verônica?' Roxton tinha entrado na porta errada, e encontrou Ned e Summerlee sentados junto à Verônica.
'Está bem e vai se recuperar logo.' Summerlee respondeu, sorrindo.
Roxton se aproximou: 'Depois precisamos saber de suas aventuras, professor. E das suas também, meu amigo.' Ele completou, dirigindo-se a Ned.
'Na verdade foram poucas aventuras, Roxton. Mais caminhadas, muito tempo sozinho para pensar, e alguns encontros fortuitos com tribos do platô...'
'Mas você encontrou o que procurava?'
Ned se ruborizou, baixou a cabeça, mas depois de um instante ergueu-a de novo e encarou o amigo.
'Encontrei sim, Roxton.' E então virou-se para onde Verônica estava deitada. 'Descobri que o que eu procurava estivera sempre perto de mim...'
Roxton sorriu para ele, depois virou-se para Summerlee e brincou:
'Ah, a juventude, professor!'
'E Marguerite?' Summerlee indagou.
Dessa vez foi Roxton quem se ruborizou.
'Estava indo procurá-la, na verdade, quando entrei aqui por engano...'
'Então vá vê-la, John. É no próximo corredor, no último quarto. Challenger deve estar com ela...'
'Ai... Será que alguém pode apagar essa luz?' Marguerite falou, com voz fraca.
Challenger não pôde deixar de sorrir. Mesmo ferida ela conseguia acordar reclamando de alguma coisa...
'Só se você conseguir encontrar uma maneira de apagar o sol, Marguerite.'
Ela abriu os olhos de vez, para encará-lo, e ele fez o favor de levantar-se e puxar as cortinas para trazer o máximo de penumbra possível naquele dia completamente ensolarado.
'Onde estamos agora?'
'Na cidade do Tribuno.'
Ela arregalou os olhos e fez um esforço para sentar-se, mas Challenger a impediu.
'Ei ei, calminha aí. Você tem um senhor galo morando na cabeça e precisa descansar.'
'Mas, Challenger, isso foi há mais de dois dias. Eu já acordei várias vezes no caminho, estou praticamente boa!'
'Três dias, para ser preciso!' Roxton disse, entrando no quarto.
O rosto dela se iluminou num sorriso.
Challenger pigarreou e percebendo o silêncio do caçador decidiu deixá-los a sós.
'Eu... er... eu vou ver como Verônica está.'
Roxton pensou em impedi-lo, mas achou melhor não... Tinham passado tanto tempo longe que ele não pretendia abrir mão de ficar algum tempo a sós com ela.
Depois que George saiu e fechou a porta, ele finalmente se aproximou da cama, sentando-se ao lado dela com cuidado.
'Oi!'
Ela riu antes de responder.
'Oi, você vem sempre aqui?'
'Não, na verdade, só quando alguma donzela em perigo tropeça num lagarto e bate com a cabeça contra o muro, resolvendo começar uma granja com os galos de sua cabeça...' ele disse, brincando, tomando-lhe a mão.
O rosto dela se fechou em nova careta.
'Maldito Otavius...'
'Meu pai dizia que não devíamos maldizer os mortos...'
Ela olhou para ele, demorando a entender.
'Você não achou que eu permitiria que ele visse o sol de outro dia depois do que ele fez para você, não?'
'O estrago foi tão grande assim?' ela se preocupou. Sempre usara a beleza como uma arma, e imaginar essa beleza de alguma forma prejudicada ainda a deixava insegura.
Ele sorriu largamente, pela primeira vez desde que entrara no quarto.
'Não, querida, felizmente não. Seus galos estão bem escondidinhos... Está linda, como sempre... Aliás, eu ainda não tinha te dito isso hoje, tinha?' ele disse, se aproximando.
Ela riu largo, apesar da dor...
'Não... Nem hoje, nem nos últimos três dias, pelo que Challenger me contou...' ele estava cada vez mais próximo, o rosto a centímetros do seu.
'Boba... Eu disse sim, muitas vezes... Você é que não estava acordada todas as vezes para escutar!' e então beijou-a suavemente, ao que ela correspondeu.
Quando se afastou para deixá-la respirar momentos mais tarde, podia ver de novo aquele sorriso do qual ele tanto sentira falta naqueles dias, e seu peito se encheu de felicidade muda. Delicadamente acariciou-lhe a face e os cachos de cabelos negros que emolduravam seu rosto.
Ele puxou alguns travesseiros, ajudando-a a sentar-se, mas ainda mantendo-a reclinada – não pretendia interferir no tratamento que Challenger estava dando a ela, mas sabia o quanto ela detestava sentir-se vulnerável... E estar ali deitada, mantida em repouso por ordem de Challenger, significava vulnerabilidade no parco vocabulário de fraquezas de sua amada. Além disso, sabia que ela estava bem, que Verônica estava bem, e que em um ou dois dias poderiam partir de volta à Casa da Árvore.
'Como você está?' ele perguntou, inspecionando-a, e parando com os olhos sobre as marcas agora quase imperceptíveis das garras de Otavius no braço dela.
Ela seguiu o olhar dele, mas apenas respondeu: 'Estou ótima, pronta para voltar à Casa da Árvore. Sabe que estou sentindo falta de ver um t-rex ou um raptor?' ela tentou desviar a atenção dele, mas falhou redondamente.
'Você não vai me enganar. Challenger me contou tudo o que houve, Marguerite.'
'Ótimo, então não há o que perguntar. Você já devolveu o exército?' ela perguntou, com a voz pouco à vontade, tentando outro estratagema. Ele notou que havia algo errado ali.
'Sim, está tudo certo. Justus assumirá o controle da tropa.'
Ela pareceu finalmente respirar aliviada diante da última frase.
'O que foi?'
Ela se ruborizou, mas apressou-se em dizer: 'Nada!'
Ele a encarou seriamente, e repetiu: 'Eu a conheço, Marguerite, sei que há algo nessa história e não vou sair daqui enquanto você não me explicar o que houve.'
Ela suspirou e disse, à queima-roupa: 'O Tribuno esteve aqui.'
John ergueu as sobrancelhas, num gesto nítido de espanto. 'O que ele queria?' havia um tom suspeito em sua pergunta.
'O de sempre. Saber se eu estava bem, e...'
'E?'
'E me avisar que convidaria você para ser comandante das tropas dele.' Ela disse, baixando os olhos.
Roxton sorriu, pensando no Tribuno. 'E então?'
'Eu...' ela bufou, mas sabia que ele não sairia dali antes dela terminar. 'Eu pedi para que ele não o convidasse, John.' Ela finalmente levantou os olhos para ele, mas desviou-os quando viu o olhar surpreso de John.
'Como assim?' ele perguntou. Não estava entendendo nada agora.
'Eu... Achei que você poderia aceitar.'
'E qual o problema? Vai me dizer que você não gostaria de ter uma ligação direta com a corte do Tribuno?' ele perguntou, malicioso.
'Não, John, é claro que eu não gostaria!' ela apressou-se em responder, mas então viu que tinha caído na armadilha dele, e bufou mais uma vez, irritada. 'Não que isso faça diferença alguma para mim, mas quem é que caçaria para nós na Casa da Árvore, e...'
Ele a interrompeu, rindo. Já tinha ouvido o que queria – e precisava – ouvir. Sabia que tinha ativado o modo de auto-defesa, e isso não o interessava nem um pouco naquele momento.
'Está tudo bem. O seu amigo Tribuno parece ter suas opiniões – e seus pedidos – em grande consideração, milady. Ele deve ter pensado melhor e, embora tenha me elogiado publicamente, não me convidou para ser seu comandante.' (ele não mencionaria a ela a clara insinuação do Tribuno).
'Está bravo comigo? Desculpe, eu não pretendia tirar essa chance de você.' Ela disse, tentando ser irônica.
'Bravo? Não. Porque mesmo que ele tivesse me oferecido o posto, eu jamais o aceitaria, Marguerite. Meu lugar é junto à expedição que eu vim acompanhar...' Ele pensou se devia ou não dizer que o lugar dele era junto dela, mesmo que ela não quisesse aceitar isso, mas decidiu não forçar a situação. Ele sabia que já a fizera ultrapassar os limites com a admissão de que ela tinha interferido no convite, e não convinha pressioná-la ainda mais. Ele já aprendera que pressioná-la era perdê-la, e que ela era uma mulher que definitivamente tinha que – e merecia – ser conquistada a cada dia. Mas fez o possível para que seu olhar intenso para ela, ao final da frase reticente, transmitisse a mensagem final.
'Além disso, Marguerite, com quem eu ia discutir se eu ficasse aqui na corte?' ele disse, piscando marotamente para ela.
Ela riu para ele, reconhecendo a frase que ela mesma lhe dissera tantas vezes, e deu-lhe um tapinha amigável no peito largo. Ele segurou a mão dela ali, e sem desviar os olhos dos dela, que repentinamente estavam mergulhados nos seus, tomou-lhe a mão, beijando suavemente as pontas de seus dedos, a palma da mão, e sem desviar os olhos dos dela, aproximou-se novamente, enlaçando-a em seu abraço forte, e beijando-a com paixão e delicadeza (como apenas ele era capaz de fazer, equilibrando sensações tão antagônicas). Sentiu-se um felizardo quando as mãos dela se moveram lentamente para enlaçar seu pescoço, e seus dedos longos e esguios se enroscaram no cabelo de sua nuca, mantendo-o bem junto dela...
'Mas eu quero ficar sentada.' A voz dela ainda era rouca e baixa por causa do pescoço ferido.
'É melhor não, Verônica.'
'Summerlee, por favor, sim?' o olhar azul dela era suplicante. Ela não podia falar muito, mas seus olhos diziam tudo.
'Está bem, está bem.'
Ned, sob a autorização do professor, levantou-se e ajudou-a, ajeitando os travesseiros em suas costas. As marcas da mão e dos dedos do lagarto desenhavam-se arroxeadas na sua pele de mel.
'Obrigada, Ned.' Ela sorriu embevecida para ele.
Challenger puxou Summerlee pelo braço dizendo: 'Vamos, meu velho, quero saber o que você andou aprontando desde que decidiu nos deixar.' Enfaticamente mostrando que deveriam mais uma vez deixar o casal a sós.
'Ned.'
'Verônica.'
Os dois riram – tinham falado ao mesmo tempo.
'Você primeiro, milady.'
'Onde você andou esse tempo todo, Ned?' a voz dela não era de acusação, mas ainda assim tinha uma suave cobrança e um leve tom de tristeza e saudade.
'Andando. Procurando. Tentando me encontrar. Tentando encontrar as respostas.'
'E conseguiu?' ela perguntou. Temia que ele respondesse que ainda tinha que continuar na busca. E ela não queria ter reencontrado-o para afastar-se dele uma vez mais. Mas precisava ouvir a resposta, mesmo que fosse o que ela não queria ouvir.
'Consegui, sim. Apenas para descobrir que eu não precisava ter ido tão longe, quando a resposta estava tão perto.' Ele disse, aproximando-se e acariciando-lhe suavemente o rosto e afastando os cabelos louros que insistiam em cair-lhe sobre a face ocultando-lhe as feições.
'Senti sua falta.' Ela confessou, baixinho.
'Eu também. Muita falta.' Ele disse, com voz grave.
Ela sorriu, e estendendo a mão tocou o rosto dele, deslizou a mão para sua nuca e puxou-o para bem perto de si...
'Me mostre quanta falta sentiu...' ela disse, entre tímida e atrevida, puxando-o de forma que seus lábios se encontrassem no mais doce beijo...
'Então você esteve esse tempo todo nas mãos de Thane, meu velho?'
'Sim. Tentei falar com vocês, como contei, mas parece que falhei redondamente...' Summerlee lamentou.
'Não falhou não, Arthur.' Challenger pôs a mão amigavelmente em seu ombro e sorriu. 'Naquele dia tivemos nossa esperança reacendida, de que você podia estar vivo ainda, eventualmente em Londres. Só não poderíamos imaginar que ainda estivesse aqui no platô.'
'Mas eu estava, George, eu estava. E, se quer saber, posso lhe confessar uma coisa?'
'Lembre-se que eu sempre posso usar o que você disser contra você quando estivermos diante da Sociedade Zoológica de Londres.' Challenger riu, brincalhão. Não cabia em si de alegria por ter todos reunidos novamente.
Summerlee retribuiu o sorriso.
'Ainda assim vou lhe confessar. Com certeza se eu tivesse voltado para Londres quando caí naquela cachoeira eu não estaria me sentindo tão feliz quanto estou hoje, George.'
'Nem eu, Summerlee, nem eu...'
FIM
(pelo menos por enquanto...)
Nota final: Essa estória chegou ao fim... E o meu agradecimento especial vai para cada um de vocês que acompanharam essa trama, achando tempo para deixar um comentário de incentivo... É muito bom saber que vamos publicar um capítulo e que alguém vai lê-lo e se dar ao trabalho de dizer o que achou – mesmo sabendo que a escritora é totalmente amadora, como é o meu caso. Para mim não há maior nem melhor recompensa desse meu hobby mais que amador: a generosidade das pessoas que ignoram o meu total amadorismo e mesmo assim dedicam alguns minutos do seu tempo para viajar comigo nas estórias que eu ouso escrever. Obrigada, de coração!
Estão vendo esse botãozinho GO aí embaixo? Isso, bem no canto inferior esquerdo... Taí! ;-)
