Capítulo # 3

N/A: Puxa, eu demorei... Desculpem!!! Falta total de tempo e criatividade, mas de qualquer forma aí está o terceiro cap. Sevie se lembrando do lado mais 'fogoso' da Amy...provavelmente vão ter mais flashbacks ao longo da história. Mas não me matem por isso!! Eu simplesmente preciso mostrar pra vocês como era um pouco do passado deles jah q eu tive q alterar toda a história...certo agora vamos ao que interessa e não se esqueçam de comentar! hehe


Mais Memórias...

A chuva havia parado por completo, o sol brilhava alegremente através das folhas molhadas das árvores, já era de manhã. Amy levantou-se e suspirou resignada, a cabeça erguida diante do desafio, não adiantava mais tentar fugir. Essa sua escolha tornara-se uma responsabilidade agora. Guardou o diário e o resto das coisas na bolsa, pendurou-a em seu ombro e levantou-se. Caminhou para fora e desconjurou a tenda. Virou-se em direção a estrada e recomeçou sua lenta, porém direta caminhada até o castelo.

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Um fogo verde e quase morto ardia na lareira do quarto de Severo Snape. Era pleno dia, mas subitamente um frio sinistro tomara conta dele. A solidão, o medo, a dor e a preocupação se miscigenando no meio daquele mau presságio.

Os restos da carta ainda continuavam em cima de sua mesa. Ele fora incapaz de livrar-se deles, não tinha coragem de jogar fora a consumação de seus últimos atos, das ultimas memórias dela (não ousava mais pronunciar seu nome, nem mesmo em pensamento)...Suspirou mais uma vez, fechou os olhos e pode vê-la, deitada ao seu lado, aquele maldito sorriso, tão perturbador que era, estampado em seu rosto pálido e delicado. Um sorriso de satisfação. Ela ria também, e ele podia escutar aquele som límpido que era a sua risada, tão fresca como uma brisa de verão ecoando por todo o seu interior. Tão cristalina como as ondas do mar quebrando nos penhascos. Pura. Sincera. Tão jovem, não obstante bem menos inocente do que ele poderia imaginar. Não pode evitar lembrar-se daquela noite em que as coisas realmente começaram a esquentar...

(flashback outra vez)

Eram onze horas da noite do terceiro dia de detenção e diferente das outras vezes, Amy não havia aparecido. Severo pensava nisso enquanto olhava para o relógio sobre a lareira, (na verdade, pensava nisso desde as seis horas da tarde, quando ela deveria ter chego) em todo o caso, aquilo era provavelmente mais um dos joguinhos daquela garota inescrupulosa. Severo ponderou em duplicar o castigo por causa dessa falta. Caminhou de volta até a mesa e foi quando estava quase prestes a marcar mais uma semana de detenção que ouviu uma batida suave na porta. Logo em seguida esta se abriu e uma certa senhorita Geller atravessou o portal, o sorriso gatuno brincando mais uma vez em seus lábios.

Snape estranhou que ela estivesse ali àquela hora. Especialmente porque faltara a detenção, o que poderia ser justificável se ela tivesse sofrido algum acidente. (não que ele fosse informá-la disso ou sequer admitir é claro...).

Essa estava sendo uma noite incomum.Primeiro Amy faltava à detenção e depois, muito tarde da noite entrava em seu escritório e o que era ainda mais incomum, para não dizer alarmante...Vestindo nada mais nada menos do que uma camisola branca por debaixo do robe de seda também branco e cintilante.

A principio, Severo sentiu-se ofendidíssimo com aquela ousadia. Mas então, como homem, não pode deixar de reparar nela. Amy estava de uma maneira da qual ele nunca a havia visto antes. Seria...sedutora? Bem, ela possuía sim uma certa beleza.

Os longos cabelos negros e escorridos cascateando suavemente até a cintura pareciam ser feitos de seda tão brilhosos, macios e delicados eram (Ele poderia apenas supor afinal nunca os tinha tocado).Os olhos âmbar sempre astutos, dessa vez com um brilho a mais, como se tivesse a certeza de algo. Ele desceu dos olhos, passando pelo nariz fino e perfeito, tão diferente do seu próprio. Deteve-se um pouco na altura da boca, esta constituída por lábios naturalmente finos e levemente rosados. Lábios que sempre exibiam aquele sorriso convencido e agora mais do que nunca provocante. Seu estomago deu uma cambalhota e seu coração chegou até a garganta. Incrivelmente conseguiu conter-se e disfarçar aquela reação com uma tosse, para que a garota não percebesse o que se passava diante de sua mente, que naquele momento, ele julgava doentia.

A pele pálida do colo tremeluzia numa dança ritualística com jogos de sombras, conseqüência da lareira acesa. A camisola lhe emprestava um ar etéreo e puro. Extremamente convidativo.

Após percorrer todo o seu corpo com os olhos ele finalmente chegava aos pés. Pálidos, pequenos, mas igualmente perfeitos, ela estava descalça, por isso Severo pôde reparar.

Amy ficou esperando pacientemente que o professor terminasse a sua minuciosa contemplação. O sorriso alargando-se de euforia contida à medida que ele descia os olhos para suas pernas, juntamente com as idéias turbilhando em sua mente...

"Senhorita Geller, o que a traz aqui tão tarde da noite? E ainda mais, vestida dessa maneira inapropriada?!" ele não pôde conter tanto a curiosidade quanto a ansiedade que sentia a respeito de mais uma atitude imprudente daquela garota cheia de idéias malucas de dezesseis anos. "Eu tive um pesadelo..." ela disse, dando de ombros diante da situação "e levando em conta o horário, não haveria maneira mais apropriada de se estar vestida". Concluiu desdenhosa, a voz sempre suave, ostentando uma falsa inocência.

Ignorando o ultimo comentário, Snape continuou com seu típico ar frio e voz sibilante os olhos transformados em fendas. "Tenho certeza de que suas colegas seriam extremamente capazes de consolá-la" disse ele, desinteressando-se e voltando-se para sua escrivaninha na intenção de encontrar e ajeitar alguns papéis, estava agora de costas para Amy crendo tê-la dispensado.

Silencio...

Ela encarou o fogo crepitante por alguns segundos, então se dirigiu a ele que permanecia ainda de costas. "Ah não, creio que elas não vão poder me ajudar..." a voz sugeria uma provocação sutil, quase uma mensagem subliminar e ainda assim, fatalmente direta. Aproximava-se lentamente de Severo, a passos silenciosos devido ao fato de estar descalça. Tudo extremamente planejado. Ele virou-se para encontrá-la mais próxima de si do que esperava, e talvez até mesmo mais próxima do que seu autocontrole gostaria.

"Sabe, foi tão assustador, que somente um homem e uma coisa apenas, seriam capazes de me fazer esquecer esse pesadelo".Enquanto terminava a frase com a mesma voz sugestiva embora perigosa de antes, depositava uma mão magra de dedos longos e finos no ombro do mestre de poções. Aproximando perigosamente o rosto do dele. E embora fosse um homem já formado, Severo não estava conseguindo esconder o desejo que aquela garota lhe estava instigando e nem mesmo de controlar-se corretamente foi capaz.

Ao invés de afastá-la e logo em seguida repreendê-la por isso, contribuiu para com esse ato criminoso, aproximando ainda mais o próprio rosto e correspondendo ao beijo delicado da garota ainda menina. Sua mente se inebriou e tudo o que podia ouvir era o som de seu próprio sangue palpitante, quase partindo as paredes de cada veia por onde passava. O calor subindo, a respiração tornando-se mais densa a cada segundo e o antes 'delicado beijo de menina' transformou-se num apaixonado, fogoso e inebriante beijo de mulher. Fazendo com que Severo quase se esquecesse a quem ele estava agarrando com tanta voracidade. Quase...

Subitamente a consciência baixou em sua mente, como um balde de água fria. Percebeu que, por mais sedutora e até mesmo adulta que parecesse ainda era Amy Geller a quem ele beijava. Era uma aluna, menor de idade e o que estavam fazendo era terrivelmente errado. Relutantemente interrompeu o beijo, empurrando Amy a uma distância segura. Ainda ofegante, passou as costas da mão pelos lábios. Um momento para recompor-se e então sussurrar "Senhorita Geller, essa espécie de relacionamento é estritamente proibida entre aluno e professor. Sem mencionar o fato desse ato ser um crime, literalmente!".Em resposta, Severo pode ouvir o som de uma risada, doce e leve, mas terrivelmente ameaçadora. Amy aproximava-se novamente, a mão fina recolocada no ombro esquerdo, as palavras sussurradas ao pé do ouvido "Bem, me parece que você nunca teve muita dificuldade de se envolver com o crime no seu passado..."escorregou a mão de seu ombro para seu antebraço e pressionando levemente os dedos no exato lugar onde a marca negra se encontrava completou "...não é, professor?" Imediatamente todo o ar a sua volta desapareceu, o chão lhe faltou aos pés, e seu sangue enregelou-se sinistramente. Severo não conseguia lembrar seus sentidos de voltarem a funcionar. Um zumbido incomodo instalou-se em seus ouvidos. Tudo o que era capaz de fazer era de repetir incessantemente a mesma cosia para si mesmo em sua mente 'ela sabe, ela sabe...' Pensava desesperado, sem reação, fitando-a espantado e ao mesmo tempo temeroso.

"Como descobriu?" conseguiu perguntar, ainda que com um fio de voz. Ela o encarou profundamente em seus olhos negros. Uma expressão de pura inocência, então sussurrou de volta "Descobriu o que?" logo em seguida sorriu debochada. "Está tarde, é melhor eu voltar para o dormitório" disse, distanciando-se do professor e recolocando o robe branco (do qual ele nem se lembrava de ter retirado em momento algum) e deixando que os cabelos negros caíssem por sobre os ombros.

Ela sabia, de alguma forma ela sabia. O brilho em seus olhos incontestavelmente delatava essa verdade. "Amy..." ele sussurrou, na intenção de impedi-la de deixar o cômodo. "Não se preocupe" ela disse andando em direção a saída, então se virou da porta para ele. "Seu segredo está seguro comigo".Atravessou o portal com olhar soturno fechando a porta atrás de si e deixando Snape sozinho com os fantasmas de seu passado agora despertos...

(fim do flashback)

Fantasmas esses que não se incomodavam de voltar agora que ela se fora...Severo olhava fixamente para o fogo, como se de alguma maneira isso fosse salvá-lo do total desespero em que se afogava lentamente. Apoiou o braço no peitoril da lareira, escondendo o rosto do resto do cômodo agora sombrio e escondendo as lágrimas quentes de si mesmo.

"É realmente difícil de acreditar..." comentou uma voz pensativa e suave, a principio parecendo distante, mas logo chamando a atenção de Snape que subitamente ergueu a cabeça, voltando logo em seguida a encarar o fogo, mas no lugar das chamas crepitantes na lareira a sua frente deparava-se com o rosto preocupado, embora sempre gentil de Dumbledore.


N/A2: certo, no(s) próximo(s) cap. Amy finalmente chega ao castelo do Mau (hehe), mais lembranças dessa vez para esclarecer o passado q ela diz estar traindo (como ela menciona logo no começo da fic), um encontro devastador, a marca negra. Dumbledore e Snape a procura de pistas q levem a Amy. E mais alguns problemas de relacionamento.Não percam!! (só espero conseguir por tudo isso no pc) rsrsrs