Capítulo 12. Que venha a revolução... ou não!

Sabendo que poderiam ter notícias de Bellatrix e Rodolfo a qualquer momento, anunciando que estavam prontos para retornar a Londres com o artefato que Voldemort tanto desejava, os comensais baseados em Munique usavam todo o tempo que tinham no início de junho se preparando em todos os sentidos.

Um pequeno serviço de inteligência foi montado e por ele os Comensais mantinham contato com altos funcionários do Ministério da Magia alemão que estavam dispostos a facilitar a fuga do grupo, em troca de uma considerável soma em galeões.

Irregularmente, circulava em vários pontos da cidade uma espécie de boletim secreto revelando a última localização de Bellatrix e Rodolfo, bem como planos de como chegar lá rapidamente e rotas de fuga preferenciais para evitar países que tinham tratados de extradição com o Reino Unido - pois eles queriam voltar à Inglaterra o mais rápido possível, mas não nas mãos dos aurores.

Também tiveram acesso a uma série de documentos do Departamento de Execução das Leis da Magia do Ministério alemão e já tinham conhecimento de que os aurores alemães estavam desconfiados da presença de Rodolfo Lestrange no país. Bellatrix, por outro lado, parecia ter passado completamente despercebida.

Rookwood, espião Comensal infiltrado no Departamento de Mistérios do Ministério inglês, os mantinha informados sobre os passos dos aurores ingleses e dos agentes da assembléia Internacional dos Bruxos e era o único a manter contato direto com Bellatrix por meio de um espelho encantado por Dolohov, enviado por coruja para uma pensão na qual o casal ficou durante a primeira semana de março.

Notícias "plantadas" em jornais de Munique falavam da presença maciça de Comensais nos arredores de Berlim, o que contribuiu ainda mais para que o grupo baseado na cidade não fosse importunado.

Não havia dúvidas de que o fim da missão estava próximo. Nas semanas seguintes, entretanto, não haveria o menor indício de que algo fora do comum estivesse acontecendo. Ninguém poderia prever que tudo terminaria tão cedo e de forma tão imprevisível.

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- Isso é mesmo sério? Eles estão vindo para cá? - perguntou Karkaroff.

Um grupo de sete Comensais estava reunido na lareira da casa de Evan Rosier, todos sem poder se conter de satisfação com o anúncio de que Bellatrix e Rodolfo logo estariam em Munique.

Dolohov havia se retirado logo após receber a notícia, estava ocupado em ativar cada um de seus espelhos para anunciar a novidade aos chefes ingleses do Movimento.

- Não éramos nós que devíamos encontrá-los na Floresta Negra? - perguntou Mcnair, piscando estupidamente.

- Estão desconfiados de espiões - disse Snape, do canto superior esquerdo das chamas. - Acham que há um espião entre nós.

Os outros começaram imediatamente a falar sem parar, cada um defendendo a si próprio e acusando o companheiro mais próximo, até que Evan ameaçou não falar mais nada que ouvira de Rookwood sobre a conclusão da missão.

- Nós - começou Evan, quando finalmente o silêncio voltou - vamos criar uma pequena confusão na cidade para facilitar a partida deles sem terem que passar por uma revista rigorosa.

- Distração? - engasgou-se Travers.

As imagens de fogo esverdeado dos Comensais trocaram olhares, todos concordando silenciosamente que causar confusão com os aurores alemães teria conseqüências piores que mexer num ninho de dragões galeses.

- Bem... Podíamos arquitetar uma insurreição... uma revolta - sugeriu Karkaroff. - Reunimos um grupo de jovens militantes daqui para saírem pelas ruas com as varinhas em punho, fazendo ônibus trouxas perderem o controle e coisas do gênero.

A falação começou novamente, todos tentando falar suas opiniões mais alto para serem ouvidos. Essa era a confusão usual dos Comensais de Munique. Seu líder, Rookwood, quase nunca podia estar presente para tomar as decisões importantes e não havia qualquer hierarquia definida no grupo. Tudo era improvisado, "uma verdadeira vergonha para o Movimento", como Bellatrix diria meses mais tarde.

- Não, não! Não temos condições de mobilizar militantes e muito menos de incitá-los contra os aurores alemães - falou Mulciber, categórico.

Evan e Travers assentiram com as cabeças e Macnair os imitou.

Foi então que Antônio Dolohov voltou às chamas com a notícia que selaria o destino de quase todos aqueles Comensais:

- O Departamento de Mistérios do Ministério alemão acabou de garantir que se compromete conosco caso queiramos iniciar uma revolução. Se fizermos um levante, eles vão agir dentro do Ministério para depor o ministro em exercício e debilitar a repressão.

A decisão estava tomada.

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No dia 13 de julho de 1981, aniversário da revolta liderada no norte da Alemanha por um dos aliados do bruxo das trevas Grindewald, centenas de jovens militantes de Munique foram reunidos de madrugada, num parque da cidade. De lá, partiram em massa para a parte trouxa da cidade, determinados a espalhar o máximo de caos que pudessem.

Um manifesto redigido por Bellatrix (ainda nos tempo que trabalhava no aliciamento de militantes no Reino Unido) foi distribuído em toda a cidade. Edições especiais dos principais jornais bruxos do país foram feitas às pressas e anunciavam um pesado contra-ataque por parte dos aurores alemães.

O plano era o grupo de Comensais ingleses, se aproveitando da confusão, sair da cidade em trens trouxas para se encontrarem em Amsterdã, onde um contato os esperava com uma Chave de Portal especialmente preparada para transportá-los em completo sigilo à Inglaterra.

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O auror alemão Hermes Sullivan estava contando os minutos para o fim do seu turno de vigilância quando se deparou com aquela moça de aparência estrangeira, caminhando pela estação St. Patrics, muito concentrada em procurar uma determinada plataforma. A um primeiro olhar, ela lhe pareceu trouxa, então realmente não mereceria sua atenção. Ainda assim, ele manteve os olhos nela por alguns instantes, meio que enfeitiçado pelo brilho duro de seus olhos sombrios.

Ele se surpreendeu quando a jovem parou entre as plataformas treze e quatorze, olhando fixamente para a barreira mágica que transportava, por um lado, à plataforma treze e um quarto, e, pelo outro, à plataforma treze e três quartos. Apenas ficou lá, como que atingida por uma petrificação. Mas o realmente intrigante ainda estava por vir.

A jovem tocou o lado da barreira que leva à plataforma treze e um quarto e puxou a mão para junto do corpo como se tivesse levado um choque. Em seguida, deu meia volta e saiu correndo em direção à saída da estação, parecendo fugir desesperadamente de alguém.

O auror, então, atravessou a barreira para a plataforma, curioso sobre o que poderia ter afugentado a jovem. E se deparou com um grupo de aurores alemães efetuando a prisão de um rapaz de cabelos compridos, finos bigodes e uma rala barbicha. Agentes do Ministério da Magia alemão brandiam as varinhas ameaçadoramente na tentativa de afastar os curiosos que se aglomeravam na plataforma.

A moça era Bellatrix Black e ela acabara de presenciar (ou pressentir, pelo simples contato com a barreira) a prisão de Igor Karkaroff.

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Bellatrix correu a toda velocidade para o lugar onde deixara Rodolfo esperando enquanto ela verificava a segurança na plataforma na qual embarcariam para a Suíça. No caminho, ainda teve tempo de ver vários grupos de aurores se posicionando estrategicamente com elaborados aparelhos de rastreamento de emissões mágicas.

Não podia desaparatar - eles descobririam facilmente seu destino com toda aquela aparelhagem. Também não havia tempo para enviar corujas aos outros Comensais. Bellatrix só tinha alguns segundos para decidir o que fazer. Um instante de hesitação poderia ser fatal para a missão. Voldemort confiara a ela não somente a missão de proteger de Rodolfo, mas também a segurança do caduceu. E ela nunca o decepcionara.

Ofegante, a bruxa chegou à mesa do lado de fora de uma casa de chá, onde Rodolfo estava calmamente apreciando um antigo hábito inglês. Misturando inglês, alemão e francês, ela o agarrou pela mão e falou:

- Vamos! Karkaroff acaba de ser preso e é uma questão de tempo até que descubram que ele estava nos esperando lá e venham nos procurar!

Sem tempo nem para pagar a conta ou mesmo para pegar as malas de roupas com que viajavam, Bellatrix e Rodolfo fugiram, tentando ao máximo aparentar naturalidade enquanto olhavam freneticamente ao redor atentamente para identificar possíveis aurores misturados à multidão de trouxas que ocupava as ruas de Munique naquela manhã de segunda-feira.

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N/A:

Obrigada pelas reviews:

Lily Dragon: Nha, violino é tão lindo n.n pena que eu num tenho coordenação nem pra tocar flautinha direito u.u Melhoras pro seu dedo i.i
Eu já ouvi a opinião da minha beta, a Ameria, e da minha irmã, que não tá nem um pouco interessada nisso e não entende como eu posso escrever sobre a Bella u.u, mas que tbm acha que eu devo tentar. E resolvi que vou fazer isso n.n

Ju Black: É verdade, são poucas as fics Rodolfo/Bellatrix em português... Não sei como é em inglês o.o
Eu comecei a escrever essa fic meio que por brincadeira, tipo apostando comigo mesma até onde eu poderia lidar com a Bella... qd vi já tava adorando escrever sobre ela e me pareceu injusta essa coisa dela ser "obrigada" a casar com o Rodolfo... Fala sério, quem é que obriga uma bruxa que aprendeu magia com o próprio Voldemort a fazer alguma coisa?!
Eu fiquei rindo sozinha com essa cena, fazer o pobre Rodolfo perder a compostura XD
Ameria, minha beta e minha tradutora favorita, agora ta propagandeando a minha fic n.n" Obrigada!
Nha, eu tbm penso em mapas com pontinhos (na verdade eu tenho um gigantesco mapa mundi no meu quarto e foi olhando pra ele que eu tive a ideia dessas viagens).

Próximo capítulo na semana que vem. Deixem reviews pra uma autora desesperada que se proibiu de escrever por uma semana inteira pra se concentrar nas provas o/

Bjos,

BelWeasley.