Hi Minna!

Eis minha preciosidade. Essa é a minha primeira fic, a inicial de todas, a primeira pincelada que precedeu todas as outras. Por isso ela é muito especial pra mim.
Espero que gostem.

O poema "Perdido", que consta nesse capítulo, é de minha autoria mesmo - oh milagre!

Mas para por aí também, porque vocês sabem que a carinha linda da Sakura pertence à Clamp, ao Yukito e ao Sayoran, mais ninguém!

Enjoy Minna!
Tsuki Koorime


A Fúria Da Carta

Passa os dias e eu não te vejo
Passa o tempo e eu não te acho...

Sayoran salta da árvore, ainda olhando o céu se misturar em cores azuis e roxas. Sakura gostava do pôr-do-sol.

Por onde você anda tanto
Que não sinto mais seu cheiro
Impregnando o meu itinerário?

Sakura? Você não está me ouvindo, está?
"Hein? Ah, Tomoyo! Você falava sobre a tarefa de matemática?"
"Ah... Estamos no intervalo, Sakura! Por favor, me diga, o que há?"
Sakura hesita, olhando firme nos olhos da prima. Parecia que seus próprios olhos estavam gritando, deixando Tomoyo ainda mais aflita. Não, não queria preocupar ninguém, mas se ficasse calada Tomoyo poderia ter um ataque! Então tira do bolso aquela carta tão estranha, e tão querida. A carta que ela criou. E mostra à amiga.
"Mas... Sakura!"

Onde você anda, onde você manda
Eu quero estar sobre seus pés
Só pra ver o mundo em tuas mãos
Só pra saber que sou
O teu único sonho em vão...

Meiling, eu vou para o Japão amanhã.
"Sayoran! Você enfim decidiu se resolver com a Sakura! Já não era sem tempo."
"Não é nada disso."
"Mas como não?"
"Eu tive um sonho, Meiling. E eu sinto que não é um sonho comum. Eu sei! Estou partindo amanhã... E queria que viesse comigo."
"Claro que vou, Sayoran! Assim, impeço você de fugir da Sakura como da última vez!"
Sayoran tentou sorrir, mas não pode. Sim, ele tinha ido embora. Mas não fora sua culpa, sua família precisava dele em Hong Kong. Era o seu lar, seu clã. Mas logo vieram os sonhos, e mesmo durante o dia Sayoran não era mais o mesmo.
Então foi sua família quem o fez tomar sua decisão: ele voltaria para o Japão, onde ele sabia que vivia sua felicidade.

Passa as horas e se perdem
Passa o tempo de se perder

"Eu não entendo, Sakura" – diz Kero"Eu não sei porque a carta está assim."
"As asinhas dela... estão negras... Sakura!"
Sakura nem olha para Tomoyo. Ela olha o céu pela janela de seu quarto, o pôr-do-sol tão delicado e em degradê, como Sayoran gostava. Kero e Tomoyo a chamam, mas Sakura murmura:
"Eu entendo. E não posso fazer nada."
"O que está dizendo, Sakura? Você é a dona das cartas!"
"Ela vai morrer, Kero. Não há mais sentido."
Sakura se vira, fitando a carta nas mãos de Tomoyo. Ela suspira fundo e sorri, muda. Seus olhos verdes se fecham lentos e lânguidos, pausando sobre o tempo de seus pensamentos.
Pensamentos... Sim. Fechar os olhos a fazia não pensar, e quase não sentir. Alguma coisa gritava, ela ouvia, ouvia forte a carta gritando contra ela. Não queria ouvir... mas ouvia.
Ela só quer não mais pensar. Não mais sentir.
Sakura solta um gemido fundo, um soluço preso. Seus olhos se fecham com força, os lábios mordiscados. Tomoyo e Kero apenas vêem Sakura abaixar o rosto, silenciosa.
Esperaram as lágrimas caírem, mas não caiu nenhuma. Kero tenta se aproximar dela, mas uma energia que sai da carta a envolve, o jogando para longe. A energia de cor púrpura envolve a cardcaptor como se fosse sua própria aura. Sakura se levanta, mórbida, e solta um grito fino e cortante. A energia atravessa a janela, sobe ao céu e cai, em algum lugar de Tomoeda, deixando a noite crescente ainda mais negra.

Eu quero costurar as rosas
De todas as palavras
Que se perderam sem você
Sem o seu cheiro impregnado
De cinzas e saches

"Sakura!"
Sayoran desperta, num susto.
"Sayoran! Estamos no avião! Tenha modos!"
"Aconteceu, Meiling... Eu não sei o que... Mas foi algo."
"Terrível? Uma desgraça?"
"Triste, Meiling... Só triste."
Eles descem no aeroporto, e têm uma grande surpresa ao verem Yukito lá, a espera deles.
"Que bom que não se demoraram."
"Como sabia que viríamos?"
"Ele sabia... Você sabe quem, meu outro eu... Quando acordei esta manhã já estava a par de tudo, dessa vez. Você sentiu, não?"
"Sim... Mas o que é? O que houve com a Sakura?"
"Uma carta se perdeu em fúria, e levou embora tudo o que era para a nossa Sakura."

Passa tudo e vai embora
Passa nada e deixa minha hora
Eu não sou mais que um perdido
Desiludido
Sem seu caminho a me perder...