Eu tenho várias razões para odiar meu irmão Sean. Uma delas é que ele me dedurou pra Bertha.
"Se eu sei quem colou cartazes enfeitiçados por toda a escola? Aqueles que diziam 'Bertha fede a Bombas de Bosta'? Mas é claro que eu sei!"
E depois ele ainda tem a coragem de me dizer que não sabe o que fez para me deixar tão zangada!
"Mas eu juro que não me lembro de ter feito nada que possa ter te prejudicado, Annie!"
E ele sabe que eu odeio que me chamem de Annie.
O que eu faço é só olhar para ele de soslaio, com o pior olhar que eu possa lhe dirigir. Espero que ele sinta como que estivesse levando dois tiros de bazuca.
Mas pelo menos nenhum professor conseguiu desfazer o feitiço.
Ou quis.
Bom, meu nome é Anne. Eu estou cursando o terceiro ano em Hogwarts. Mas, como já está no fim do ano, todo mundo do terceiro fala que está cursando o quarto, então acho que eu posso dizer isso também, embora me soe um tanto esquisito. Como me descrever? Acho descrições um pouco complicadas, sabe, penso que seria mais fácil fazer uma ficha pessoal e dar para as pessoas lerem. Ou colar um cartaz na cabeça, dizendo algo do tipo "sou gente boa".
Mas ainda acho que o melhor a fazer é conversar, então não tem erro. Ou você é legal ou é chato, e pronto.
Mas vamos voltar ao que interessa. Meu próprio irmão havia me dedado à Bertha, e como ela me odeia e nós nos temos como inimigas desde o segundo ano, não foi muita surpresa quando eu fui chamada à sala do diretor.
Bom, basicamente, a minha inimizade com Bertha começou por uma tremenda bobeira. Mas acho que essa bobagem contribuiu para que nós fossemos extremamente antipáticas uma com a outra, e então vieram outras bobeiras, e depois coisas que não eram tão bobas assim... enfim, eu ainda acho que ela teve uma linha de pensamento muito primitiva. Em outras palavras: BURRA.
O professor Snape estava estregando o teste de poções. Bom, eu geralmente sou boa em poções. Muito boa. Tá, admito, eu sou chamada de cdf sim -.-''
Mas o que aconteceu foi que eu tirei uma nota não tão boa para mim nesse teste. As notas vem em números bem maiores, mas minimizando acho que daria algo como 7,4 de 10. Minimizando bastante, eu digo. Muito. Mesmo.
"Albert Hopkails... Alista Mitt... Bertha Olks..."
"Professor, acho que o senhor me pulou, eu não sou antes dela?"
"Hmmm... -procura- é mesmo, acho que eu te pulei. Venha ver sua nota, então."
Então eu reparei que ele tinha trocado as minhas notas com uma tal de Bertha. Eu tinha tirado notas bem melhores que as dela em tudo, menos no teste. Mas a nota final estava bem mais alta em Bertha Olks, e a nota de Anne Alstaire não estava tão boa assim.
Ela tinha tirado 9,7 no teste.
"Professor, acho que você trocou as minhas notas com as dela..."
"É mesmo, eu irei refazer a soma então."
Hmpf. É claro que ela ficou me odiando. Burra do jeito que é, pulou de alegria quando viu a nota final que tinha tirado. Ela deve ter se matado de estudar pra esse teste. Apesar da ótima nota no teste, a nota final dela ficou um lixo. E a minha ficou ótima.
Mas como eu não conhecia a figura e só conhecia a minha própria capacidade, eu tinha que dar uma esnobadinha, não?
"Mas você tem certeza que fui eu que tirei 7,4 e não ela?"
"E daí?"-Bertha esclamou. Petulante, ela. E saiu irritadinha, ainda por cima, por eu ter duvidado da enorme capacidade de inteligência dela. Tão grande quanto a de um trasgo.
E quem mandou ela se intrometer no meio? Eu estava perguntando pro professor, não para ela. A menos que ela ache que é professora, aí o problema é no cérebro mesmo.
Mas depois eu aprendi a me arrepender por ter duvidado da capacidade dela.
