Quarta feira, em algum lugar desse imenso castelo

Já sei que sou uma princesa, não precisa ficar falando isso toda hora, em todos os momentos.

Todos por aqui me chamam de "a senhorita"... A senhorita gostaria de algo, a senhorita irá fazer isso. Qual é o problema de vocês me chamarem de Mia. Eu já pedi a todos, mas ninguém segue as minhas ordens. Poxa, sou uma princesa... Chamem-me de Mia, estou mandando! E quem disse que isso funciona.

Como sempre, vovó me trouxe para Genóvia para passar as férias, porém dessa vez é totalmente diferente. Eu sou uma princesa! Não, não adianta, eu ainda não me conformei com esse pequeno fato. Tão PEQUENO que virou a minha vida de pernas para o ar. Ainda não me acostumei a olhar no espelho e ver isso. Isso eu. Eu Mia Thermopolis, princesa de Genóvia. Estou em crise, acho que deu para perceber.
Lili está mais empolgada do que eu com tudo isso. Ela também não se acostumou mas vive falando que eu vou poder dar ordens, mandar e desmandar. Isso para ela é tudo, já para mim. Eu sou apenas... Eu. Uma menina comum. Tudo bem não tão comum, mas na minha. A gente voltou a se falar, logo após aquele acontecimendo do meu primeiro beijo com aquela criatura que eu antes admirava e que agora tenho um nojo tremendo. Sim estou falando de Josh Ritcher, uma pessoa que, infelizmente, vai ficar na minha mente para o resto da minha vida. Nem tudo é perfeito, não é mesmo?
Segundo o que Lili disse, uma das pessoas mais por dentro de todas as fofocas do colégio, ele já voltou com Lana Weinbenger, o que me deixa imensamente aliviada pois ver aquela coisa fútil loira chorando aos cantos por ter perdido Josh Ritcher é deprimente, aliás, só de se chorar por JOSH RITCHER já é deprimente.

Mamãe ainda está namorando com o Sr. G, o meu professor de álgebra. Aliás, falando nessa incrível matéria que eu tanto amo, eu consegui passar. Passei raspando, mas passei. Aquelas aulas de reforço que eu tinha à tarde me ajudaram e concerteza a ajuda de Michel foi fundamental para o entendimento de uma coisa tão cabulosa e assustadora.
Michel é uma pessoa que eu ando pensando muito. Ele foi uma das poucas pessoas que se importaram comigo naquele colégio. Quando pergunto dele para Lili, ela me fala que ele vive perguntando a ela de mim. Será que ela responde que eu pergunto dele pra ela?
Antes de eu vir para cá, nós, eu, Lili e Michel fomos ao cinema. Sabe, aquela sensação de você estar sendo vigiada por todos não deixou de me rondar. Mas tudo bem, fiz o possível e o impossível para ficar natural e eu até que consegui. No meio do filme, eu olhei para Michel e me deparei com o seu olhar fatal. Tentei disfarçar ao máximo mas não pude evitar o clima rolando pelo ar. Nossa! Foi só eu dar o meu primeiro beijo (sim, aquele terrível beijo com Josh Ritcher) que as coisas começam a acontecer mais facilmente. Não, nada aconteceu. Isso é, nada que deveria ter acontecido aconteceu... Ops, deveria? Por que deveria? Eu quero. O QUE EU ESTOU SENTINDO POR ELE? Socorro...
Se eu falar isso para Lili ela vai querer me matar, vai falar um monte e não vai parar de me perguntar coisas do tipo: "Ohh como ISSO foi acontecer?", como se o mundo estivesse acabando. Não, obviamente não é o fim do mundo, é assustador, isso eu não posso deixar de admitir mas não é o fim do mundo. É apenas o Michel, um menino que eu conheço desde os 5 anos de idade, apenas isso.

Vovó veio me falar que terei que me arrumar para um encontro com a princesa da Inglaterra, podendo assim conhecer melhor esse mundo. Estou assustada, quero minha mãe...