Eu chego no hospital e felizmente Abby já esta sentada esperando que eu chegasse. Eu buzino e Julie grita desesperadamente pra sua mãe assustando o seu irmão que começa a chorar.

"Oi amor" – ela fala me dando um beijo.

"Oi maaaaaaaaaae!" – Julie grita mais alto ainda.

"Oi linda.. faz um favor.. coloca a chupeta no Brad pra ver se ele se acalma um pouco..."

Eu vejo pelo retrovisor ela colocando a chupeta e passando a mão no cabelo dele falando que tudo ia ficar bem. Até que ele se acalma.

"Como foi o seu dia..?" – ela me pergunta. Mas eu não respondo. Ainda estou em transe observando a minha nova familia.

"John?"

"Ah.. desculpe... foi otimo... eu e Julie..."

"Mãe você não sabe! – ela fala pulando no pescoço de Abby, acho que já esra pra eu estar acostumado tambem com isso. – Eu tomei sorvete duplo!!!!"

"Nossa.. que legal Julie! Da proxima vez vamos todos nós tomarmos sorvete..." Abby fala pra mim sorrindo e passando a mão na minha perna.

Eu não acho que seja uma boa idéia ela continuar passando a mão aí, então eu tento puxar algum assunto que desvie sua atenção do meu corpo.

- Eu...- mas quando eu começo a falar, ela me interrompe.

- Nossa! Não vejo a hora de chegar em casa, jantar, ficar com os meus bebês- nesse momento ela olha para trás e mexe no pezinho de Brad- tomar um banho e dormir- e nesse momento EU sou o alvo dos seus olhares. Não sei porque,mas acho que aquele é um olhar provocador. Ela me encara de um jeito, fixando os olhos nos meus olhos,como se quisesse dizer algo. Deus! Aquilo me enlouquece. Mesmo preocupado com o trânsito, e todos aqueles carros passando em alta velocidade na nossa frente, eu não posso deixar de nota-la. Aquela bata branca, naquela pele bronzeadada que ela estava...aquela calça jeans agarrada...oh, Deus! Eu vou acabar enlouquecendo. Mas, como sempre, Julie interrompe meus pensamentos.

"Mãe.. eu tava pensando que nos iamos jantar fora hoje... – ela fala com uam voz de decepção.

"Não vai dar linda.. eu estou muito cansada.. mas a gente pode pedir qualquer coisa pelo telefone...

"Qualquer coisa??????

"Claro... você escolhe..

"Hum.. então vou pedir... o que você quer pai?

"Pra mim qualquer coisa esta otimo.

"Então.. podiamos tomar sorvete!

- Não, filha...eu estou falando comida de verdade....- Abby rodou os olhos.

- Mas você disse qualquer coisa, e eu quero sorvete!!!- eu escuto a menina dizer num tom mais alto.

- Juliene! Eu já disse que sorvete no jantar, não!- eu vejo Abby ficar séria. E é bom saber que o nome todo dela é Juliene. Bonito nome...será que tem mais algum? Preciso arranjar um modo de descobrir.- E além do mais, você já tomou muito sorteve. Isso faz mal!

- Mas eu queeeeeeeeeeeeeeero, mãe! Paiê! Pede pra ela vai!- eu olho pelo retrovisor e vejo aquele rostinho triste pedindo ajuda.

- Pára com isso, Julie! Já disse que não! E pare de gritar, vai acordar seu irmão...- eu fico numa situação constrangedora, mas por outro lado é linda. É linda a cena de ver Abby agir como mãe, pulso forte. Eu nunca esperaria isso dela.

- Mas mãe... – então ela começa a chorar semtada no canto segurando a bolsa do irmão dela.

- Julie.. ouça o que sua mãe esta lhe falando. É pro seu bem. Você já tomou muito sorvete hoje e faz mal. Você pode ficar doente e quem vai ter trabalho pra cuidar de você somos nós... – eu falo interrompendo o silêncio tentando melhorar o clima – Hum.. que tal se eu pedir sanduiche pra jantar?

- È.. pode ser.. – ela fala enxugando as lagrimas de seus olhos e pulando de novo agarrando meu pescoço – Eu posso comer tambem batata frita?

Eu olho pra Abby esperando alguma confirmação e ela sorri.

- Pode sim.. mas só hoje.. amanhã você vai comer comida decente.

Ela me da um beijo e eu posso ver os pulos de alegria que ela esta dando. É impressionante como criança muda de humor de uma hora pra outra. Abby volta a pegar na minha coxa e fala baixinho: - Obrigada John.. não sei de quem essa menina puxou esse desejo de comer sorvete.

- Eu olho pra ela encucado e lhe falo: - De você querida...

Mais alguns quarteirões e eu penso ter avistado a minha casa. Minha suspeita se confirma quando vejo Abby pedindo a Julie que coloque a blusa e começa a ajeitar as coisas. Quando eu estaciono o carro, Abby desce rapidaente para abrir a porta para Julie ( Eu costuma fazer isso para ela quando nós namorávamos) e vai em direção a cadeirinha para desamarrálo.

Eu fico dividido em ajudá-la e abrir a porta. Mas minha dúvida termina quando pede que abra logo a porta, avista Julie trançando as pernas.

- Ela quer fazer xixi...- ela disse num tom baixo, com metade do corpo dentro do carro.

Então eu abro a porta e ela corre para o andar de cima. Volto para ajudar Abby, mas ela já está atrás de mim, com Brad num braço e a mala dele em outro.

- Deixa que eu fico com ele...vai tomar um banho...- eu digo, sentindo todo o cansaço dela.

- Oh, Deus...obrigada- ela me passa o bebê e eu a vejo subindo as escada, colocando a mão direta sobre a coluna.

- Julie! Fique aí que eu já vou te dar banho...- ela muda o caminho e acaba entrando no quarto de Julie.

E agora? O que eu faço? O Bebê fica me encarando com os olhinhos verdes dele. Deve ter puxado aos do Eric... eu fico olhando pra ele, mas ele começa a fazer cara de quem vai abrir o berreiro. Então eu começo a balança-lo, andar de um lado pro outro, mostrar brinquedo, até que ele se acalma um pouco. Eu subo as escadas pra leva-lo ao seu quarto e coloca-lo no cercado, mas chegando lá eu sinto um cheiro horrivel. Eu o deixo no cercado e saio procurando de onde vem aquele cheiro. Olho embaixo da cadeira, entre os brinquedos e nada. então eu me aproximo do bebê e sinto que o cheiro vem dele. Só me faltava essa. Eu olho pra atras pra ver se Abby estava lá mas ela deve estar dado um banho em Julie. Então o jeito vai seu eu mesmo troca-lo. Eu o pego e coloco em cima do trocador tirando com cuidado aquele macacão verde quase limão. Quem sera que comprou isso? Ele continua me encarando e pra evitar qualquer desespero lhe dou um chocalho pra ele balançar. Eu tiro a fralda e com certeza o cheiro vem dali, eu começo sentir o meu estomago embrulhar e me afasto um pouco evitando sentir aquele odor. Eu tiro a fralda suja com cuidado e o bebê começa a rir alto. Qual a graça? Eu passo a mão na sua barriga na tentativa de lhe fazer cocegas e ele me da um chute quando esta se contorcendo. Então eu decido voltar ao que estava fazendo. Lhe limpo, passo pomada, lenço umedecido tudo que tem em cima da bancada e quando eu estou terminando de lhe trocar sinto alguem agarrando a minha perna.

Continua