Julie...vamos comer...depois nós falamos sobre isso...- eu vejo Abby mudar de assunto, confirmando meu pensamentos de que não falaríamos nada.
Mas por que??? Eu quero saber!!!!- ela começa a dizer naquele tom mais alto, que faz Abby ficar furiosa e faz com que ela a chame pelo nome completo.
- Juliene! eu já disse que agora não! Vamos comer em paz!
Eu olho para Abby em dúvida. Será que ela não havia sido um pouco bruta? Crianças são assim....querem desocbrir o mundo, e o únco jeito, é perguntarem.
- Querida...vamos fazer o seguinte-eu tento amenizar a situação- depois do jantar nós vamos conversar e eu vou te explicar tudinho...
Eu? Eu disse isso??? Eu realmente disse que vou explicar o que é sexo para uma meninha indefesa, que não sabe nem amarrar os sapatos direito??? deve ser por isso que Abby me lançou um olhar tão surpreso. Eu penso que Abby vai me salvar dessa, mas, como uma espécie de puniçao, ela agrava ainda mais a situação.
- Isso, Julie...o PAPAI vai te explicar tudinhu.... – pronto, agora fiquei num beco sem saida, mas se nós não explicarmos agora, qualquer coisa ela pode ir saindo perguntando por ai e piora a situação.
- Vai mesmo pai!? – ela abre aquele sorriso que faz quando esta tomando sorvete, pelo menos isso me deixa um pouco mais tranquilo.
- Sim... – nos terminamos a janta em silêncio. Julie se levanta assim que termina falando que vai ao banheiro mas que volta já. Eu levo os copos ate Abby que esta lavando as coisas.
- Abby... eu sei que talvez esse não seja o mometno apropriado pra contar a uma menina com a idade de Julie coisas a esse respeito, mas eu tenho medo que ela saiba dessas coisas por outros meios... e ela fique com raiva, ou não sei o que, que ela pense errado de nós.. eu só estava tentando ajudar...
- John... desculpa... acho que acabei sendo grosseira demais com você. Tem razão.. você esta certo. Tudo bem... eu lhe ajudo, nós vamos explicar da forma mais sutil a nossa filha como ela foi feita...
- Obrigado Abby.. – eu falo lhe dando um beijo.
- Papai? – Julie fala da porta da cozinha.
- Estamos indo querida – Abby lhe fala e eu esboço um sorriso enorme.
Eu peguei nas mãos de Abby e nós fomos em direção ao sofá maior, com Julie a nossa frente. Nos sentamos um do lado do outro, e Julie ajoelhou-se a nossa frente.
- Diga, pai....Já estou escutando...- ela me olhava como se fosse descobrir o mundo.
- Bom.. – eu falo enquanto Abby fica passando a sua mão por cima da minha pra mostrar que estava ali pra me ajudar – Você quer saber de onde os bebêm vêem né?
- Isso! – eu podia ver os seus olhinhos brilharem só pela possibilidade de descobrir aquele "misterio".
- Antes de tudo, eu gostaria que você soubesse que um bebê é fruto do amor que há entre um casal. Quando o homem e a mulher começam a namorar, depois de um tempo, eles começam a planejar casar, ter filhos... e pra ter um filho, é preciso que haja muito amor entre os dois.
- Então.. só quem namora pode ter um bebê.
- Sim...
- Que legal... mas como eles são feitos?! – ela fala ficando em pé e escalando pra ficar no colo da Abby.
- Então.. quando o papai e a mamãe já namoram há algum bom tempo, começaram a pensar em ter bebês, e pra tê-los é preciso que exista muito amor. Então há uma troca de carinhos que só quem já namora a muito tempo pode fazer. A mamãe durante uma epoca fica mais propicia a ter bebês, ai ela e o papai fazem essa troca intensa de carinhos e daí a mamãe fica gravida. E depois de alguns meses nasce um bebê...
- Poxa.. que engraçado – ela fala rindo.
- O que é engraçado linda? – Abby pergunta intrigada.
- Um amiguinho meu falou que uma cegonha trouxe ele.. ela escolheu ele num repolho e levou ate os papais dele...
- É... mas não conte isso a ninguem não Julie.. isso é um segredo de nós três, ok!? – eu falo pra que ela não cause confusão na sua escola.
- Mas...pai?!?- ela me olhou de canto de olhos, ainda no colo de Abby.- Então, se você passar a mão no rosto da mamãe agora....eu posso ter outro irmãozinho?!?- ela ficou assustada com a possibilidade, nós podíamos ver isso nos olhos dela.
Abby olha para mim, pedindo que eu resolva aquela confusão. Eu podia ver nos olhos dela que ela não tinha como falar nada, ela não sabia como. Mas...se ela não sabia, eu sabia menos! Mas eu tinha de resolver aquilo....agora eu era um homem....Um Homem de Família.
- Não, meu bem...isso só pode acontecer num certo curto período de tempo. Você não tem com o que se preocupar...- é o melhor que eu posso fazer.
- Sim....e agora- eu vejo que Abby quer logo liquidar o assunto- já é tarde...e a mocinha precisa dormir.
- Isso....venha, eu vou te levar pra cama.- eu digo a ela, pegando-a pela mão, subindo pelas escadas, enquanto vejo Abby indo até a cozinha e apagando as luzes do quintal. Antes de eu subir totalmente, eu ainda posso ver quando ela pega uma garrafinha de água na geladeira.
- Boa noite linda – eu falo dando um beijo em Julie quando ela esta na porta do quarto dela.
- Pai.. pega só a minha camisola... por favor.
- Claro.. – eu entro no quarto, olho pra cama e não vejo nenhuma camisola, ,então experimento abrir a gaveta de cima do armario e só vejo calcinha, abro a outra, roupa, onde será que está a camisola?! De repente ela chega ao meu lado, me olhando com aquele olhar desconfiado e fica me encarando.
- Pai... tá na prateleira de cima... – eu olho pra cima e olho varias roupas de dormir, eu lhe dou um sorriso seco e pego a camisola.
Ela veste a camisola e vai ate o banheiro e liga a luz, eu aproveito e puxo o lençol em cima da cama dela e ajeito pra que ela ficasse mais confortavel.
- Me ajuda aqui pai... – de repente eu ouço um grito do banheiro. Eu entro e ela esta segunda a escova e a pasta de dentes.
Eu vou até ela e a ajudo com o que ela precisa.
- Pronto? Pronta pra nanar?- eu pergunto, passando minha mão sobre o rosto dela. Ela é tão fofa! Eu estou apaixonado pela minha filha!
Ela deita na cama e eu a cubro com o edredom. Ela junta as mãoszinhas sobre a cabeça e vira de lado.
- Boa noite, pai.- isso é tão bom de escutar. PAI.
- Boa noite, bebê. Durma com os anjos...Tenha doces sonos.- eu digo antes de fechar completamente a porta.
Agora seria a melhor parte da noite. Melhor e mais complicada. Agora eu não tinha mais como escapar. Crianças dormindo, noite, silêncio. Só eu e ela dividindo a mesma cama.
Eu olho no fundo do corredor e vejo a luz do quarto de Brad acesa. Ela estaria lá? Eu caminho até o quarto. A porta está entreaberta e por isso eu tenho um pouco de cautela antes de entrar. Ela esta dando de amamentar, mais ima vez. Quando ela me vê e acena pra que eu entre. Eu deixo a porta aberta e entro com o maior cuidado possivel pra não fazer barulho.
- Vou tomar um banho antes de me deitar.. – eu falo dando um beijo na sua testa.
- Me espera.. não dorme antes de mim. – eu lhe dou um sorriso, era tudo que eu precisava ouvir.
- Esta certo, eu espero – eu falo lhe dando um outro beijo e saindo do quarto.
Continua.....
