Idril Númenessë

A Verdadeira Razão...

By Soi

Betado por : ninguém, decidi postar sem betagem...só para ir mais rápido XD

Olá, infelizmente eu fiquei sabendo que o está deletando algumas fics por gastar espaço com agradecimentos longos, por isso eu gostaria de agradecer a todos que estão acompanhando as aventuras de minha jovem Idril e que quando deixarem Reviws, por favor deixem também o e-mail para que eu possa responder. Nesse capítulo nós teremos a participação de Nellas Ringëril, ou, em português...Sadie Silva, esse personagem (o.O) foi baseado em uma das conversas por MSN entre algumas autoras daqui que fazem parte do grupo Tolkien Groups. Para saber mais sore esse site entrem no meu abolt,

Obrigada.

Já de morte o pavor me cobre o rosto

Nos lábios meus o alento desfalece.

Surda agonia o coração fenece

E devora meu ser mortal desgosto!

Do leito embalde no macio encosto

Tento o sono reter!...Já esmorece

O corpo exausto que o repouso esquece...

Eis o estado em que a mágoa me tem posto!

Álvares de Azevedo

Febre.' Maldita sina dos Edain. Maldita vida dos Eldar. Eru...Poupe a vida dessa criança ainda tão jovem mesmo entre os de sua raça... 'E mais uma vez naquela noite Elladan colocou uma compressa fria com folhas de menta na testa de sua criança amada. Sua irmã. Os olhos estavam, pela primeira vez em dias, abertos e apesar dos delírios e do sono conturbado Idril Númenessë não estava mais em um sono tão profundo que nem mesmo a música de Elrohir conseguia despertá-la. O som de cascos fez-se ouvir pelas paredes de pedra e o elfo pôde ver seu gêmeo trazendo sua pequena perdição.

Com passinhos rápidos Celebrian Taralon alcançou o leito daquela que, ha pouco tempo atrás, havia roubado um lugar no coração da solitária aprendiz.

' Acalme-se Idril, Alassea me ensinou bem.' Sorriu. 'Não se preocupem.' Olhou para os elfos que ainda fitam incrédulos aquela criança estranha. 'Minha Mestra já suspeitava do nome do mal que faz sua irmã sofrer. É comum em cavernas quando a resistência dos mortais está baixa. Creio que minha Mestra acertou o diagnóstico à distância.' Acrescentou a menina ao observar Idril.

Ilúvatar, Alassea FAlassion...Aquela que havia oferecido algo que o primogênito de Elrond não sabia querer possuir. Seria o fardo do amor assim tão pesado? A jovem Mestra do 'Yellow Flowers' entregou-lhes Idril com a condição de que levassem Taralon antes que o ' Senhor de Mordor possuísse mais poder...Estel saíra de seu posto n´O Condado para buscar a humana que cuidaria da saúde adan da irmã e Elrohir o encontrou no caminho. Elladan sorriu, o irmão não agüentou ver sua Idrilzinha dormir o sono da quase morte edain.

&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&

A pequena abriu os olhos e focalizou-os em Elrohir, meu irmão sorriu e murmurou uma resposta ao chamado silencioso dela:

' Olá minha pequena Idrilzinha...Quer alguma coisa, pen neth?

' Tenho fome, Ro.' Disse numa voz tão baixa que parecia estar apenas movendo os lábios. Taralon estendeu uma tigela com um caldo a Idril.

' Desculpe dama Numenessë, mas, ainda é muito cedo para te oferecer algo mais consistente.

' Concordo com Taralon.' Entrevi a favor da jovem, que sorriu. Elrohir pegou a tigela e ajudou nossa irmã a se sentar oferecendo uma colherada do caldo em seguida. Olhei para Taralon...Ela era mais nova que Idril, os cabelos haviam sido cortados desde nosso último encontro, mas continuavam brilhantes e escuros. Nossos olhares se encontraram e pela primeira vez eu não pude decifrá-los, no entanto uma coloração avermelhada tingiu as bochechas da garota. Estel ficava assim quando via Arwen em Imladris, alguns homens ganhavam essa coloração após beber muito e outros quando se arriscavam em viagens ao Harad. Quais eram os segredos que as bochechas rosadas de minha querida Taralon escondiam? Seria o Kimono de Alassea Falassion tão quente para fazer sua pequena aprendiz corar? Distraidamente, fui observando os gestos discretos da criança que tanto me encantava e sem perceber deixei que meu maxilar se abrisse diante do amor recém descoberto. Sim, só o amor decerto, poderia fazer-me ter os sonhos que me atormentavam àquela noite. O amor, um fardo imaginário que não deve ser carregado. Apenas sentido.

A face ainda rosada de minha jovem Taralon estava voltada para o chão e eu finalmente percebi que o kimono da mestra, tão grande para o corpo de minha pequena, havia ficado molhado, talvez pela viagem à cavalo, que eu suspeitava, não fora muito tranqüila...Talvez por ela ter se ajoelhado perto do córrego...

' Você deve estar cansada, Taralon...Mellon nîn.' Por alguma razão essa expressão não conseguiu demonstrar todo sentimento que meu coração guardava, pela pequena. Pela primeira vez eu acreditei que uma mentira era preferível a verdade. Uma verdade que condenaria a Frágil vida mortal de Celebrian Taralon, ou, a uma longa espera, ou ao perigo. Balancei a cabeça para tentar impedir o pensamento que queria envenenar minhas doces divagações e que me faria passar a noite inteira acordado... "Se, ela também me amar..." Se. Mas essa duvida não pôde perturbar-me mais naquele instante...Pois a resposta a minha pergunta chegou, suave como a brisa de Imladris.

' Um pouco Lord Elladan, eu gostaria de perguntar alguma ao senhor. Sobre...Sobre o que você deu para dama Idril...Parece-me que ela estava começando a se recuperar...' E ela sorriu...

&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&

A garota abriu os olhos e fitou o teto de pedra. Não encontrou mais a tigela que Taralon havia lhe dado. Ouviu murmúrios baixos...Com pouco esforço levantou o tronco da cama improvisada pelo casaco do irmão mais velho. Elrohir a impediu de ficar em pé.

' Calma pequena...Você dormiu por dois dias...Antes de levantar-se seria bom se comesse alguma coisa.' Sorriu o elfo enquanto se inclinava para abraçar a jovem, aproximando a cabeça dela de seu ombro.

' Quem...Quem está falando?' Elrohir sorriu, mas sua voz saiu séria e trágica. ' Alguns dizem que o vento na entrada da caverna faz esses sons se propagarem pelas paredes frias de pedra... Outros diriam para que a jovem numenessë tomar cuidado ou os fantasmas dos horríveis orcs podem vir puxar seus pés à noite...Pois os fantasmas trazem as tristes histórias espalhadas pelo vento até você...Criança corajosa.' Idril não conteve o riso leve, que a história de fantasmas, trouxe aos seus lábios...

' Conte-me então meu bravo capitão.'

' Ah...não são histórias para uma garotinha tão pequena...Se eu contar meu gêmeo mau virá me castigar por assustá-la, dama Idril.' Respondeu Elrohir quase sem conter o riso quando mencionou o 'gêmeo mau'.

' Me leve pra vê-los então...Os fantasmas, quero dizer,me deixe ver os fantasmas.' Pediu com os olhos brilhantes, e o filho de Elrond não pôde dizer que não. Abaixou-se para que a garota subisse em suas costas.

'Levar-te-ei...No entanto esta muito fraca para caminhar nessa exploração perigosa, suba.

&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&

As mãozinhas delicadas deslizavam entre os fios escuros e brilhantes, trançando-os com habilidade. Celebrian Taralon sorriu ao ouvir a narrativa de Elladan de Imaladris sobre sua primeira batalha...Lord Elrond provou-se ainda mais sábio aos olhos da criança, como ele pôde prever essa diferença tão grande entre pessoas tão parecidas mesmo quando estas ainda eram bebês?

' Eu gostaria de poder lutar assim como o senhor, Lord Elladan, mas minha Mestra diz que isso não é coisa para mulheres fazerem.'

' Alassea Falassion é muito sábia.' Concluiu o elfo ao lembrar-se do trato feito entre ela e o pai. ' No entanto, nesse caso eu creio que ela está errada. Não é costume no meu povo, que mulheres lutem, mas ouvi dizer que em alguns reinos edains as mulheres têm esse direito.'

Taralon ruborizou e juntando toda força de vontade pediu: ' O Senhor me ensina a lutar, Mestre Elladan?' O jovem elfo assentiu com a cabeça e em seu coração uma admiração por aquela criança. Tão pequena, começou a crescer. Tão frágil e ao mesmo tempo, com tanto desejo de se provar, tão diferente e tão parecida de sua irmãzinha Idril.

Suas divagações foram interrompidas por um som...Elladan ergueu-se subitamente. A jovem Taralon, que estava em pé numa pedra para poder alcançar a cabeça do elfo moreno, perdeu seu apoio e escorregou, caindo num lago de águas cinzas que dominava quase totalmente aquela gruta.

Elrohir, que carregava Idril nas costas, mudou a expressão, de estranheza para alegria e as gargalhadas da dupla encheram o local. Apesar delas as sobrancelhas de Elladan se juntaram, dessa vez o irmão o havia assustado mas, antes que pudesse repreendê-lo de qualquer maneira um grito saído da boca de Idril o alertou, Taralon não havia nadado até a superfície e no local onde ela caíra somente algumas bolhas de ar sinalizavam a presença da garota. Elladan pulou no lago.

&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&

Os cabelos negros e curtos estavam molhados e pingavam, o Kimono de Alassea Falassion estava destruído pela correnteza que a havia tragado para o fundo do lago...Taralon teve medo. Pela primeira vez desde que era uma garotinha ela teve medo. O carpo tremia...e apesar do frio era o pavor estampado nos olhos dela que preocupava o jovem curador. E foi por puro instinto que Elladan abraçou a pequena que apoiou a cabeça no final do quadril, agora exposto, do elfo, e assim ficou, pelo tempo que foi necessário para que as lagrimas parassem de correr pelo rosto branco e redondo da menina.

Elladan sorriu pesaroso para ela quando a menina arriscou um olhar vago para cima, e com um suspiro da duvida pegou-a no colo.

' Não se preocupe pequena, não importa o que for, eu prometo protegê-la de seus medos. Eu tentarei guiá-lá para fora da escuridão, assim como você fez com minha irmãzinha Idril.' E dizendo isso abraçou a menina que pôde finalmente descansar.

Elladan sorriu, agora ele só precisava que Idril trocasse as roupas de Taralon enquanto ele preparava algum lugar quente para q a jovem edainpudesse dormir... Afinal ele não desejava que sua menina ficasse doente.

Suspirou pesadamente, Sua menina...Ele sabia que teria que aprender a chamá-la de criança, de Mellon nîn...Ele seria seu Mestre agora, iria ensinar o que sabia sobre combate e sobre a arte de ser um curador. Iria curar a alma dela e de sua irmã, mas quem curaria a dele?

&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&

Bônus

Idril sorriu ao ver o rosto do irmão mais novo corar...esse era, afinal, o efeito de ArwenUndomielsobre Estel. Era a terceira vez que os olhos da bela elfa se iluminavam ao ouvir as palavras elficas balbuciadas em Quenya que o jovem Adan proclamava. Ela não havia entendido o que elas queriam dizer mas, ao olhar para Elrohir e ver o sorriso maroto nos lábios dele, imaginou que eram palavras que deixavam o pobre Estel constrangido. A jovem Idril teve que admitir, o sorriso da Estrela vespertina realmente iluminaria a noite mais escura.

Ela sorriu agora para Elrohir, e o elfo se lembrando de uma promessa feita há poucas horas sinalizou para que ambos continuassem a caminhar. Idril procurava um presente...E aonde mais procurar senão com a vendedora ambulante Nellas Ringëril. Nellas era uma Adan que viajava por toda terra-média, por isso possuía inúmeros objetos que poderiam ser interessantes para presentear alguém. Elrohir sorriu ao perceber a inocência da criança que caminhava a seu lado cantarolando uma musica das colinas, Idril queria justamente comprar um presente para Estel...Para que ele não a esquecesse. Como se fosse possível que alguém esquecesse uma criança tão especial. Elrohir se castigou mentalmente, Idril já não era uma criança para os Edains...Ela já não era uma criança pra ele também.

Os cabelos loiros da humana brilhavam com o sol já poente que iluminava com um brilho avermelhado toda Imladris, Nellas sorriu.

' Olá Mestre Elrohir, em que posso ajudá-lo?' Perguntou, seus olhos azuis cintilaram na direção de Idril.

' Eu e minha pequena irmã procuramos por um presente especial...Há algo ai que você acha se pareça com essa criança?' Perguntou, censurando-se mentalmente por ainda chamá-la assim.

Novamente a moça sorriu e dessa vez Idril pôde perceber a empolgação crescente da vendedora, ela tinha exatamente o que eles procuravam...E pareceu adivinhar o que os trouxera até lá. No entanto nenhuma palavra saiu de seus lábios, não houve tempo, em poucos segundos Nellas já havia estendido a mão e uma pequena adaga com cabo branco de madre-pérola...Uma adaga já conhecida de Idril.

' Essa adaga era do meu avô! Ele tinha dado pra mim ha alguns anos atrás...Onde você comprou?'

' Numa estância...De um homem não muito sábio chamado... Calaglin...É, creio q era Calaglin Númenessë. Estava com muita pressa de se livrar da faca...Mas se ela lhe pertence, leve-a então, de graça e com meus cumprimentos.' Acrescentou sorrindo.

E a jovem Idril abraçou-a, Elrohir sorriu, mas não se moveu. Nem quando a irmã corria até Estel para lhe entregar o presente. Nem quando a Moça tornou a perguntar se ele queria alguma coisa. O Jovem Elrohir só voltou a se mexer quando Nellas lhe estendeu um colar... E murmurou baixinho algo que nem mesmo Elrond teria escutado. Uma verdade ainda muito nova para se dita.

&&&&&&&&&&&&&&&&&&&