Cap 5 – Grifinória versus Sonserina

Quando eu finalmente tinha decidido ir me deitar, descobri que já era dia e as meninas já estavam acordando. Acabei não conseguindo dormir, com todo aquele alvoroço no quarto. Afinal de contas é sábado e estava fazendo sol lá fora. Isso anima a qualquer um e até eu me rendi. Decidi que não ia mais pensar naquilo e me levantei.

Parece que Liv conseguiu chamar a atenção de Ernesto Macmillan, porque no café da manhã ele veio falar com ela, e ele parecia mais pomposo do que normalmente é. Quer dizer, ele é monitor, então eu não fico surpresa de que o ego dele seja assim tão inchado. É só se lembrar de Percy.

Quando ele saiu, eu perguntei a Liv como isso tinha acontecido e Jenn, segurando uma risada, disse "Ela se jogou em cima dele".

Como eu não entendi o que aquilo significava, Liv olhou pra mim, enquanto enchia o copo com suco e disse "Bem, não foi assim que aconteceu. Nós meio que... tropeçamos um no outro". Jenn, finalmente, explodiu em risadas e então eu entendi.

"Propositalmente?", eu perguntei, sorrindo.

"Bem, você não pode me culpar, não é! Eu estava tentando chamar a atenção dele a semana inteira e ele parecia ser cego, oras! Eu só dei uma ajudinha ao destino", ela respondeu, com a maior cara lavada.

"Certo", eu disse, ainda rindo e depois terminamos de comer.

Depois disso, nos dirigimos para o Lago, onde normalmente todos os alunos gostam de passar a manhã, porque lá é muito agradável. No caminho, eu vi Harry conversando animadamente com Luna; a conversa devia estar muito engraçada porque ele não parava de rir de algo que ela estava falando. Fazia tempo que eu não via Harry gargalhando, e aquilo me fez sorrir. Foi aí que eu avistei Rony e Mione sentados perto de uma árvore e pensei em ir lá dar um alô.

Abandonei as meninas e fui me sentar ao lado de Rony, que parecia muito determinado a amarrar os cadarços umas cem vezes mais forte do que o necessário. Imaginei que ele não deveria estar se sentindo muito confortável por estar ali sozinho com Mione, devido aos últimos acontecimentos. Ao me ver, ele ficou extremamente vermelho (acho que devia estar se lembrando da dura que eu dei nele, outro dia).

"E então? O que exatamente vocês planejam fazer hoje?", perguntei, puxando papo.

"Bem, estudar, imagino. Vou só ficar por um momento aqui, de olho nos alunos...eu sempre achei que um lago e dúzias de crianças não faziam uma combinação muito boa, principalmente quando não se tem professores por perto", Mione disse, parecendo muito adulta.

Dois segundos depois de Hermione ter dito aquilo, um lufa-lufa, aparentemente do 1° ano, começou uma brincadeira na beira do lago que consistia em espirrar a água para todos os lados e isso estava molhando a todos ali por perto. As pessoas que carregavam livros estavam realmente bravas com o garoto e Mione se levantou num pulo, pra resolver a situação.

"E você, Ron? O que vai fazer?", eu perguntei, meio rindo ainda da cara de Hermione que estava brigando com o garoto.

"Não é da sua conta!", ele respondeu, bravo. Eu fiquei surpresa, porque não achei que ele ainda estivesse bravo por causa daquilo. Ele pareceu perceber minha cara surpresa porque disse "Certo, desculpe. Eu só estou um pouco nervoso", e ele ficou púrpura ao dizer isso.

"Nervoso com o quê?", eu perguntei devagar.

Ele pareceu engasgar um pouco, mas conseguiu balbuciar "Anh...você sabe, aquela coisa. Hum..." aqui ele pareceu engolir em seco "Acho que você está certa quanto à...você sabe" ele não estava conseguindo articular as palavras, mas eu entendi o que ele quis dizer. Só havia uma coisa na face da terra, capaz de deixar Rony púrpura. Mione.

Eu dei um gritinho de alegria e me joguei em cima dele. Nós caímos no chão, mas eu não tava nem ligando. Meu irmão tinha tomado coragem, finalmente! Ai, que orgulho!

"Ginny!", ele disse, afobado "Pare com isso, AGORA". Nesse momento, Mione e Harry tinham voltado e estavam olhando intrigados para nós. Eu decidi que já bastava, pelo menos por enquanto.

"Rony, você é meu irmão preferido", eu disse, pra deixa-lo um pouco mais confiante, você sabe. Isso sempre ajuda. E dei um beijo na bochecha dele, absolutamente feliz com a novidade. Quer dizer, ainda não tinha acontecido nada, mas meu irmão é determinado e se ele tinha, FINALMENTE, decidido falar com Mione, acho que seria em breve.

Me levantei e com um aceno para Harry e Mione me dirigi para onde as meninas estavam. Estavam, né, porque não encontrei nenhuma delas por ali. Procurei em toda a parte e não as vi; imaginei que Kelly tinha voltado pro dormitório, pra ler mais um romance e Liv deveria estar com seu futuro possível namorado. Jenn devia estar com ela, não sei.

Eu ainda estava procurando por elas, quando olhei para o outro lado do Lago e vi o Malfoy andando, com as mãos nos bolsos, sozinho. Acho que ele estava indo na direção do campo de Quadribol, apesar de eu saber que ninguém tinha treino de Quadribol hoje.

Quero dizer, o jogo é amanhã, porque eles treinariam um dia antes? Só serviria para cansa-los, eu imagino. O problema foi que ele lançou um olhar exatamente na minha direção, e aquilo me fez corar. Eu fui pega no flagra! Quero dizer, eu não estava fazendo nada demais...só olhando em volta e tal. Isso não podia estar errado, podia?

Depois disso, eu resolvi sair o mais rápido dali e voltei para o dormitório e realmente encontrei Kelly aqui. Ela disse que tinha chegado uma encomenda pra mim, era O Pasquim. Eu estou o lendo, finalmente. Aquela história toda teve seu ponto final, agora. Quero dizer, nas fotos ele é realmente um monstro, mas não se parece em nada com o do meu sonho, nem mesmo com o basilisco.

(suspiro)

Quantos tipos de monstros existem na face da terra? Um pra cada habitante, imagino. E eu (oh, que sorte!) tenho pelo menos três só para mim. ÓTIMO.

Vou ali tomar uma tripla dose de arsênico e já volto.


A primeira coisa que tenho a dizer é que estou na Ala Hospitalar, mas daqui a pouco eu explico porque (só quero deixar claro que não tem nada a ver com a dose de arsênico, mencionada ontem!). As meninas vieram me visitar agora a pouco, e Kel, gentilmente, trouxe o meu diário. Tão atenciosa. Quero dizer, eu vou ter que passar um tempão aqui sem fazer nada, então é melhor ter isso para fazer. Ok, vamos por ordem.

Ainda no sábado, depois de terminar TODAS as lições que tinha que fazer (Kelly me obrigou), eu desci para comer alguma coisa, sentindo muito frio e preguiça, porque estava chovendo MUITO (e, me diz, que tempo maluco é esse? Quero dizer, de manhã estava fazendo sol e à noite caía uma tempestade daquelas!) e normalmente isso me deixa sonolenta, quando encontrei Harry sozinho, olhando para a lareira. Estranhamente, ele estava sorrindo com ele mesmo e não parecia estar aqui na Terra, já que isso ficou muito claro quando eu tive que chamílo umas três vezes, até conseguir sua atenção.

"Ah, desculpe, Ginny", ele disse, ajeitando os óculos "Eu me distrai pensando em uma coisa", eu queria perguntar 'Que coisa?', mas achei que não devia me meter, então perguntei por Rony e Mione.

Ele disse, sorrindo largamente "Ah, eles estão...como eu diria?...conversando. Você deve imaginar".

"Isso!" eu gritei, feliz, me jogando no sofá. Depois eu notei como aquela lareira tinha o poder de te fazer voar. Quero dizer, deixar sua mente voar, porque em menos de cinco minutos olhando pra ela eu já estava completamente desligada da realidade. Dessa vez foi Harry quem teve que me chamar várias vezes, até que eu acordasse.

"Eu queria falar sobre o dia em que, você sabe, eu falei aquilo pro Malfoy" ele disse, meio sério. Eu continuei calada, esperando o que ele ia falar. "Acho que não fui muito agradável, não é? ...Mas, quer dizer, ele é o Malfoy e acho que me acostumei a brigar com ele sempre que o vejo", ele disse e bagunçou um pouco o cabelo, antes de continuar "Normalmente é ele quem começa e eu sempre tento me controlar, mas depois de passar o verão inteiro preso naquela casa horrível, tudo o que eu queria era um motivo pra extravasar minha raiva. Um motivo e alguém, é claro" ele acrescentou, com um pequeno sorriso de culpa.

'Eu não posso culpa-lo', pensei. Ficar trancado com os Dursley, depois de tudo o que eu já ouvi sobre eles, deve ser mesmo muito ruim. E isso me fez lembrar de uma coisa que eu estava pensando nas férias: porque ele tinha que ficar lÿ Será que ele sabia o real motivo de Dumbledore?

Eu ia perguntar isso a ele, quando vimos Mione e Rony entrando no Salão Comunal. Mione estava segurando no braço dele (decidida, mas um pouco tímida para os seus padrões, eu diria) e estava levemente cor-de-rosa nas bochechas, enquanto Rony parecia realmente decidido a não olhar pra ela, embora estivesse com o peito estufado, como se tivesse feito algo realmente glorioso.

Não tinha como não rir da cena, mas eu juntei todo o meu autocontrole e tive algum sucesso. Harry, por sua vez, não estava tendo tanto sucesso quanto eu, porque não estava controlando o próprio sorriso, e isso pareceu constranger um pouco mais Ron e Mione.

Ninguém tinha muita certeza do que dizer naquela hora, então, eu tentando soar o mais natural que pude, disse "Ei, Mione. Bem-vinda à família". Isso causou várias reações ao mesmo tempo. Ron engasgou, muito possivelmente, com o vento; Harry perdeu o pouco controle que tinha e desatou a rir de vez e Mione, agora vermelha, sorriu tímida e disse algo que soava como "Obrigada, Ginny".

Harry ainda estava tentando parar de rir, quando eu decidi que bastava de constrangimento pro meu pobre irmão. Levantei e disse "Não está na hora de todo mundo ir se deitar? Quero dizer... Quadribol. Sonserina. Amanhã".

"É, certo", Harry disse, ainda sorrindo um pouco. Depois acrescentou, já mais sério "Todo mundo indo dormir" e aqui ele usou um tom de voz parecido com o que Mione usava quando falava para eles fazerem a lição de casa.

Ele, então, se virou para uma outra mesa que ficava do outro lado da sala e gritou "Kirke! Sloper! Mack! É melhor irem se deitar" e olhando para uma mesa à esquerda, disse "E você também, Bell". Ele olhou pra mim e comentou "Você já viu como está o tempo lá fora? Vai ser uma sorte se não cair uma tempestade igual amanhã". Eu olhei pela janela e comecei a sentir mais sono ainda (fora o fato de que eu não tinha dormido no dia anterior), tenho certeza de que ouvi minha cama, toda charmosa e aconchegante, me chamando naquele momento.

Depois disso, dei um beijo estalado na bochecha de Rony (é estranho o quanto você pode se orgulhar do seu irmão por uma cosia não tão sensacional assim) e subi para o meu quarto. Liv e Jenn haviam passado o dia fora, andando por aí e ainda não tinham voltado e Kel ainda lia tranqüilamente, deitada em sua cama.

Me troquei e fui me deitar. Lembro que antes de dormir pensei no quanto Ron deveria estar feliz e no quanto isso deve ser bom, quero dizer, ficar com alguém que você gosta tanto.

Pensar nisso não me fez mal, pelo contrário, parece que me fez sonhar com uma coisa totalmente improvável de acontecer: Mione estava jogando Quadribol no time da Grifinória, com a gente, e Ron não parecia se concentrar nunca no jogo, porque parecia que Mione estava prestes a cair da vassoura, a qualquer momento.

No entanto, eu não me lembro como acabou esse sonho. Só lembro que acordei muito cedo e ainda pensando em Quadribol, comecei a sentir os primeiros sintomas de quando você ia ter uma partida importante: fortes solavancos na barriga. Enquanto me vestia, eu tentei me convencer que era só uma fome absurda, embora soubesse que eu estava simplesmente nervosa.

Além de ser nosso primeiro jogo aquele ano, era contra a Sonserina. Isso significava que eu iria cruzar, no céu, com o Malfoy. 'Isso não pode acabar bem', lembro de ter pensando enquanto me dirigia ao Salão Principal.

Encontrei metade do time, sentando à mesa, e todos pareciam uns zumbis. Acho que a ordem de Harry de todos irem dormir cedo não foi seguida por alguns. Ele próprio parecia muito cansado e Ron parecia ser o único feliz, a um raio de 15 metros.

Se possível, o tempo ainda estava pior do que o do dia anterior, mas enquanto comíamos (tentávamos, melhor dizendo) a chuva parou. O Salão Principal foi se enchendo e quando todo o time estava completo, decidimos que era melhor irmos nos concentrar no vestiário.

O engraçado é que fomos nos concentrar, mas ninguém parecia disposto a falar sobre o jogo. Aliás, estavam todos determinados a falar sobre qualquer coisa, menos sobre o tamanho dos artilheiros da Sonserina ou sobre o novo Goleiro deles, que muito possivelmente tinha a mesma altura de Hagrid.

Por isso, agradeci silenciosamente quando Cátia Bell começou a perguntar sobre a fivela que eu estava usando e assim iniciamos uma conversa muito fútil, que nessas horas sempre ajuda a acalmar.

Quando chegou a hora, nos organizamos num tipo de fila indiana, Harry na frente seguido por mim e Cátia e depois todos os meninos. Eu olhei imediatamente para o céu, e pensei 'Por Merlin, parece que está de noite!', e parecia mesmo. Não chovia, mas o céu era tão escuro quanto era possível ficar, assim, de dia.

Senti um frio na barriga que não foi muito agradável, principalmente porque depois eu vi o time da Sonserina e vi o temido novo goleiro: ele era MESMO grande. Tal e qual um trasgo! Como eu nunca o tinha visto por Hogwarts? Aí eu vi o Malfoy (que parecia disposto a me ignorar, deliberadamente) e aparentemente ele era o novo capitão da Sonserina (Montague conseguiu terminar a escola? Como isso é possível?). Ele estava muito pomposo em seu uniforme, e segurava muito confiante a sua vassoura (uma Firebolt, último modelo pelo o que eu notei). Na hora eu pensei 'Firebolt por Firebolt, temos Harry montado em uma, no nosso time. Sem chances, Malfoy' e senti-me ficar mais confiante.

Madame Hooch fez Harry apertar a mão do Malfoy por um instante e eu tive a certeza de que elas mal se encostaram, quando Madame Hooch já estava ordenando que todos montassem em suas vassouras (e aqui eu olhei pro Rony como que desejando boa sorte, silenciosamente e ele acenou com a cabeça) e, em seguida apitou.

Parece que foi sincronizado, porque quando Madame Hooch apitou, pareceu ter sido um aviso pra alguém, lá do céu, ligar a torneira (que mais parecia um riacho) e dois segundos depois, já estávamos todos voando ensopados. A sorte é que Mione tinha impermeabilizado nossos uniformes a pedido de Harry e eu não me sentia tão pesada assim (nem corria o risco de pegar uma forte gripe).

Ninguém parecia ter muita certeza de onde o outro estava, o que dificultava e muito o trabalho dos artilheiros porque não tem como você passar a goles para seu companheiro de equipe, se você não o enxerga. Devia ser ainda pior pro Ron, agora que eu penso nisso. Bem, fato é que eu perdi a conta da quantidade de passes errados que teve, dos dois lados, por conta disso.

Se eu me lembro bem da ordem dos gols, Cátia foi a primeira a conseguir marcar. Depois a Sonserina conseguiu passar a frente (foi um verdadeiro milagre, devo acrescentar, porque aqueles dois armários Crabbe e Goyle estavam muito mais dispostos a não permitir que eu, Cátia ou Mack pegássemos a goles, do que determinados a marcar gols).

Eu consegui ainda marcar dois gols, com a ajuda de Kirke, que atrasou Crabbe (ou seria o Goyle? Eu nunca sei dizer. Bem, só sei que ele vinha ameaçadoramente em minha direção). Depois disso, eu tentei achar o Harry e ver o que ele estava fazendo, mas tudo que vi foi água e um céu assustador. Ele devia estar voando ainda mais acima do que onde estávamos.

Nesse momento, vi o Malfoy aparecer, do nada, bem perto de mim. Eu estava tentando bloquear a passagem de um dos armários, porque eu consegui enxergar Cátia com a goles, e eu não tenho muita certeza do que aconteceu, mas um balaço me acertou em cheio na barriga e como minha vassoura estava completamente ensopada e escorregadia, eu deslizei para sua ponta, me segurando com mais firmeza que podia.

Perto de mim, estavam Malfoy (que eu pude ver, me lançou um olhar estranh,sei lá...ele não estava me olhando como se sentisse raiva de mim. Não que ele devesse estar, é claro!) e Goyle. E eu não sei o que aconteceu, mas o mundo pareceu acabar naquele momento. Sabe quando você está tão concentrado numa coisa, que quando pára pra ouvir o barulho em volta, você não entende nada? Eu ouvi um grito, um apito, e uma arfada. Depois não me lembro de nada com absoluta clareza.

O que aconteceu a seguir foi o que me contaram: parece que enquanto eu tentava subir de volta na minha vassoura, o trasgo mor esbarrou (propositalmente!) na minha vassoura quando passou por mim tão rápido quanto um pomo e acabou me fazendo escorregar de vez da vassoura e, bem, eu caí.

Nesse mesmo instante, Harry tinha gritado lá de cima, perto das nuvens, que conseguira capturar o pomo e por isso Madame Hooch apitou. A arfada, acho, foi minha. Ninguém em campo parecia estar me vendo caindo, só mesmo as torcidas que começaram a gritar e apontar pra mim, segundo Mione.

Esse é o motivo de eu me encontrar na Ala Hospitalar. Eu caí de uma altura de uns 20 metros, pelo menos, e segundo Madame Pomfrey foi uma sorte o chão ter quase virado um lago, porque eu caí de costas, e com alguma sorte, eu apenas, parti algumas costelas, mas não quebrei realmente nenhum osso.

Depois daquilo eu desmaiei, é claro. Alguém me trouxe pra cá no mesmo instante e tudo o que me lembro é de ter tomado várias poções, desde que acordei, mas elas parecem me deixar ainda mais acordada do que eu deveria estar e desde que todo o time foi expulso daqui (você sabe, todos molhados e enlameados), eu estou escrevendo nesse diário loucamente. Estou elétrica, juro.

Ah, parece que eu caí por cima do meu braço esquerdo e no momento estou usando uma tipóia nele. Madame Pomfrey diz que é mais seguro usar uma tipóia, por um curto período, do que misturar várias poções ao mesmo tempo. Ela é a enfermeira aqui, afinal de contas, e eu não tenho nada a reclamar. Ainda bem que foi o braço esquerdo, caso contrário esse diário ficaria entregue às moscas.

(grande pausa)

E falando nela...Madame Pomfrey veio me dar uma nova dosagem de Poção da Fratura (aquela coisa horrível e verde que ela diz que vai me fazer bem) e me fez jurar que em cinco minutos eu vou largar esse diário e tentar dormir. Tudo bem, eu vou parar de escrever, mas vai ser necessário mais do que cinco minutos pr'eu conseguir dormir, finalmente.