Cap 6 – Sonserino Ardiloso
É terça-feira e ainda não fui liberada por Madame Pomfrey! Ora, nem mesmo quando Harry perdeu todos os ossos de um braço ele ficou tanto tempo na Ala Hospitalar. Estou indignada. Eu me sinto perfeitamente bem, já posso andar e com exceção da tipóia, eu pareço perfeitamente bem. Ela diz que vai me liberar ainda hoje, se eu parar de reclamar, então decidi pagar pra ver. Estou aqui, bem quietinha escrevendo, enquanto ela está em seu consultório, olhando com muita suspeita para mim.
Esses dias, tudo o que eu tenho feito é receber visitar (e chocolates) dos meus amigos. A coisa mais fofa foi ver Mione e Rony vindo aqui ontem à tarde, de mãos dadas, pra me visitar. Ainda não me acostumei e deixei escapar um 'Onnn' quando os vi. Mas, estranhamente eles não soltaram as mãos por causa disso. Viva, acho que meu irmão esta finalmente (e eu estou mais surpresa do que qualquer um no mundo), amadurecendo.
Liv, Jenn e Kel também estiveram aqui de novo. Domingo, elas estavam muito preocupadas comigo, mas Madame Pomfrey só permitiu que elas ficassem quinze minutos. Eu já ouvi umas quatro versões sobre a minha queda e nenhuma delas condiz com a outra. Isso não me preocupa, nem surpreende. Eu estou bem, não estou?
Do nada, agora, eu me lembrei daquele olhar que Malfoy me lançou, enquanto eu estava pendurada na vassoura. Parece absurdo que eu tenha conseguido capturar aquele olhar, no meio daquela confusão, mas (e eu odeio admitir isso) o Malfoy realmente tem presença.
Ele é, decididamente, imponente. Se ele entrar numa sala, eu tenho certeza que TODOS vão parar o que estão fazendo, se virar, e olhar pra ele. Não acho que seja porque ele é (muito) alto, já que meu irmão, Rony, tem provavelmente a mesma altura e não causaria o mesmo efeito ao entrar numa sala. E eu acabo de perceber que não faço a mínima idéia de porque eu estou falando sobre isso. Vou mudar de assunto.
Ah, o Ron recebeu um berrador da mamãe, tadinho. Ela parece sempre culpa-lo pelo que quer que os outros irmãos façam. E no caso, eu quase me matei. Ela me mandou uma carta carinhosa dizendo que Madame Pomfrey já a tranqüilizou, mas que ela espera que eu fique boa logo e etc. Mas teve uma coisa na carta e no berrador do Ron, em comum: ela disse que ainda vai conversar com o papai sobre SE eu vou poder voltar ao time da Grifinória. ISSO NÃO PODE ESTAR ACONTECENDO.
Quero dizer, foram só vinte metros; ninguém morre por cair vinte metros em um semi-lago, afinal de contas. Tentei explicar isso a ela, numa carta que pedi pra Jenn mandar e espero, ansiosamente, que mamãe entenda. Eu adoro jogar Quadribol! Papai sabe que não é tão perigoso quanto parece e ele sabe que mamãe está assustada, então eu realmente espero que ele não se deixe dominar pelo olhar penetrante da mamãe (o que ela usa quando está querendo receber apoio).
(pequena pausa, para pensar)
A coisa de você ficar muito tempo sem fazer nada, é que você começar a ter idéias e, nesse caso específico, desenvolver idéias. Há um tempo, eu comecei a pensar sobre onde ficaria a Câmara Secreta e tudo o mais (antes, eu só quero deixar clara uma coisa: de duas, uma. Ou uma situação, como a que eu passei no meu primeiro ano, fica marcada a ferro namemória, ou simplesmente há um bloqueio e você não consegue se lembrar de NADA. E, no meu caso, eu me lembro claramente do quão assustador aquilo foi e me lembro de Harry lá também, mas não me lembro de como cheguei lá e nem dos momentos seguintes a coisa toda).
Fato é que eu comecei a pensar que talvez se eu descobrisse onde fica a Câmara, fosse lá e finalmente enterrasse essa parte do meu passado, eu conseguiria dormir melhor à noite. É claro que eu não acho que ela vai estar em qualquer esquina, ou que Dumbledore não colocou nenhum feitiço de proteção nela, mas...não custa nada tentar.
Não é muito legal sonhar e deixar minha imaginação trabalhar junto com meu subconsciente e eles dois, juntos, criarem uma situação absurda, assustadora e totalmente fantasiosa sobre a Câmara. Talvez eu possa parar de...
(interrupção)
Fui liberada, finalmente! Acho que dá tempo de ir almoçar com as meninas. Depois eu penso melhor nessa coisa da Câmara.
O que aconteceu, depois que fui liberada por Madame Pomfrey, eu vou contar agora, mas tenho certeza que ainda estou delirando.
Primeiro, eu realmente fui almoçar com as meninas, que gritaram ao me ver (Fofas!), chamando a atenção de todo mundo no Salão Principal, inclusive do time inteiro de Quadribol, que veio me perguntar como eu me sentia, quando ia tirar a tipóia e mais uma centena de coisas.
Tudo corria perfeitamente normal no almoço, Harry me contava mais uma vez como foi a reação do Rony quando me viu, estatelada no chão (parece que ele teve sérios problemas de se firmar na própria vassoura e, segundo Harry, ele tinha desaprendido como se guia uma vassoura para o chão) até que Ron (que estava tentando ignorar a nossa conversa), encheu o copo de Mione com suco e ela, em agradecimento, deu um discreto beijinho na bochecha nele. Eu não pude resistir. Juro! Isso é algo que eu não consigo controlar mais. Está longe do meu alcance segurar os inúmeros 'Ons' que eu sempre faço, quando eles estão juntos e são carinhosos um com o outro. Dessa vez não foi diferente, afinal de contas.
"Onnnnnn", eu disse, manhosa. E Harry interrompeu o que estava dizendo pra olhar pra eles dois também. Ron ficou vermelho, mas não tanto quanto ficava antes e Mione sorriu, despreocupada.
"É, eles fazem isso o tempo todo, agora", Harry disse, tentando soar aborrecido, mas falhando totalmente, já que ele estava sorrindo. "Eu estou começando a ficar constrangido de andar com eles", completou.
"Nós não fazemos isso o tempo todo!", Rony disse, indignado.
"Ron, não liga. Eles só estão tentando provocar você", Mione disse, sabiamente.
"E não estamos falhando...", eu disse, rindo e de repente me sentindo muito alegre.
Harry se sacudia, rindo silenciosamente para não aborrecer demais meu irmão e o almoço seguiu cheio de deboche da nossa parte, contra Ron e Mione (que gentilmente havia cortado toda minha carne, já que agora eu só tenho um braço funcionando).
Depois disso, eu fui para a aula dupla de Transfiguração, onde fui recebida calorosamente pela Professora McGonagall. Todo mundo sabe que ela é fanática por Quadribol, mas eu achei meio exagero quando ela deu cinco pontos para a Grifinória, quando eu respondi uma pergunta boba (que, inclusive, tinha a resposta escrita no quadro). Bem, mas não sou eu quem vai reclamar, não é?...
A coisa toda começou quando eu, Liv, Jenn e Kelly saímos dessa aula e fomos nos separando, já que, depois desse horário, tínhamos a tarde livre e cada uma já tinha seus próprios planos. Eu pensei seriamente sobre começar a copiar todo o assunto que tinha perdido, mas acabei desistindo quando Kelly disse que era realmente MUITA coisa. Deixei pra depois.
Eu comecei a andar, sem ter realmente um rumo, e aí aquela idéia (sobre a Câmara) que eu escrevi mais cedo, me voltou à mente. 'Certo', eu tomei fôlego, 'não custa nada procurar'.
Olha, eu não tenho a imaginação excessivamente fértil, acho – pelo menos não em circunstâncias normais. Então ninguém poderia me culpar por aquela idéia meio absurda. Certo?
Partindo do principio que a Câmara deveria se localizar perto da Masmorra da Sonserina, eu fiz o caminho que tenho que fazer quando vou assistir aulas de Poções. Até aí tudo bem, mas como eu realmente não queria confusão com o pessoal da Sonserina, fui me esgueirando pelos corredores, me escondendo atrás de estátuas e armaduras sempre que alguém ameaçava passar pelo caminho.
Eu já tinha subido uns três lances de escada, quando cheguei a uma bifurcação e, eu tenho que dizer isso, ela era bem sinistra. Digo isso porque, em plena luz do dia, um dos caminhos era como o breu, completamente escuro e o outro, aparentava ter algumas janelas (abertas, obviamente), porque, pelo o que eu podia ver, tinha umas partes iluminadas.
Eu fiquei pensando 'É óbvio qual dos caminhos eu terei que seguir...mas será que é seguro?'. Suspirei e segui em direção do caminho mais escuro, tentando não dar muita atenção ao fato de que podia ouvir o barulho que meu próprio coração fazia, tamanho era o silêncio daquele corredor. Eu acendi minha varinha e simplesmente fui andando pelo corredor sinistro.
Tudo o que eu pude observar foi que havia, pelo menos, uma centena de portas enormes ali. E, ah, eu notei também que todos os quadros estavam abandonados. Normalmente os quadros ficavam temporariamente vazios, mas olhando para aqueles, eu tive a certeza que ninguém passava por ali há muito tempo.
Ainda pensando nisso eu me distraí e quando eu me dei conta, estava próxima do que parecia ser o final do corredor e comecei a observar uma coisa que batia totalmente contra o que eu tinha visto até ali. Quero dizer, eu estava olhando para uma porta que deixava passar, por suas frestas, uma quantidade enorme de luz e considerando que todas as outras salas pareciam mortas, essa parecia bastante viva.
Olhando, ainda pelas frestas, eu pude notar que essa sala era extremamente iluminada, como se tivessem esquecido todas as suas janelas abertas. Mais por curiosidade do que por qualquer outra coisa, eu abri lentamente a porta (que rangia furiosamente e só aquele barulho fez todos os pêlos da minha nunca se arrepiarem, pra se ter uma idéia da minha tensão).
Quando minhas pernas acordaram e tomaram coragem de entrar na sala, eu percebi, tarde demais, que não devia ter feito isso. Primeiro porque, assim que eu entrei a porta se fechou sozinha, num baque surdo, atrás de mim, e segundo porque tinha alguém lá dentro, olhando pra mim como se eu estivesse usando um daqueles chapéus espalhafatosos e esquisitos da Luna. Era o Malfoy, claro.
Mas agora que eu paro pra pensar, eu fico imaginando o que ele estaria fazendo ali. Lembro de depois ter notado um livro aberto e alguns pergaminhos colocados sobre uma mesa, que ficava ao canto da sala. Mas...ele estava estudando? Ali? Não existia a biblioteca pra isso? Porque será que ele estava instalado num lugar tão isolado de tudo, e principalmente, num lugar tão sinistro quanto as Masmorras, quando podia simplesmente estudar na acolhedora biblioteca?
Tudo bem, ele era um sonserino e conhecia as Masmorras como ninguém, mas eu não entendo como alguém poderia gostar de ficar num local tão isolado. Muito estranho. Aliás, era isso que ele devia estar pensando, só que de mim. O que diabos EU estava fazendo ali? Por um instante, nem eu consegui responder aquela pergunta.
Eu sei, eu estou desviando do assunto. Bem, eu estava lá provavelmente com cara de boba, olhando para ele e quase levei um susto quando, depois de meus ouvidos terem se acostumado ao silêncio, ele perguntou:
"Perdida, Weasley?". Inexplicavelmente não havia deboche, nem sarcasmo em sua voz, eu pude notar, parecia mais que ele estava enormemente surpreso e claro, curioso. Não necessariamente nessa ordem.
Eu considerei a pergunta dele por um minuto. É, levando em conta que eu não achei o que estava procurando e que se eu tentasse voltar, eu provavelmente erraria o caminho...é, eu estava perdida, sim.
"Totalmente", eu murmurei em resposta à pergunta dele.
Eu sei que já comentei isso antes, mas eu tenho que deixar registrada uma coisa que observei naquele momento: ele parecia muito imponente, ali, com as mãos nos bolsos e sem a capa preta do colégio. A camiseta branca que fazia parte das vestes, só conseguia realçar ainda mais sua palidez e os olhos já claros dele, pareciam extremamente cinzas com toda aquela claridade. Quando eu pensei em claridade, disse 'Nox' à minha varinha que se apagou e eu a guardei no bolso das vestes.
Tentando não soar nervosa, eu perguntei, num falso tom de tranqüilidade "Que lugar é esse?". Na hora eu não entendi porque, mas os olhos dele faiscaram antes de responder:
"Essa área é o que chamamos de 'Ala Proibida'", ele sorriu com o canto da boca e acrescentou "Proibida Para Menores, é claro. É onde todos os casais se encontram para ter um momento de, você sabe, intimidade maior".
Eu senti meu rosto arder. Eu tenho esse péssimo hábito de ficar vermelha com essas coisas mais ...hum,...ah, você entendeu. Por isso, tentei soar o mais natural possível quando olhei em volta e disse "Bem, eu não vejo você acompanhado".
"Ah...eu vejo", ele respondeu calmamente, olhando maliciosamente para mim.
Não sei se isso é humanamente possível, mas tenho quase a certeza de que meu rosto ficou duplamente mais vermelho. Olha tudo bem, eu fico vermelha com possivelmente quase tudo, mas esse cara tinha a manha.
Decidi que já bastava de humilhação e que estava na hora de dar o fora dali, mas quando eu segurei na maçaneta pra sair da sala eu o ouvi chamar "Weasley", num tom completamente diferente do que ele tinha usado anteriormente. Eu hesitei em me virar, mas depois, ainda segurando a maçaneta, eu disse "Sim?".
"E quanto ao seu braço?", ele disse, inclinando levemente a cabeça em direção ao meu braço esquerdo. "Madame Pomfrey não pôde cura-lo?".
Eu quase deixei o meu queixo cair, mas me segurei a tempo. Que tipo de pergunta era aquela? Malfoy estava...preocupado comigo? Ele não podia estar...Oh. Então eu entendi.
"Não se anime muito, Malfoy", eu disse, soando o mais friamente possível. "Eu estarei perfeitamente recuperada para a próxima partida contra a Sonserina".
Ele sorriu sarcasticamente e, ainda com as mãos nos bolsos, perguntou "Você se acha mesmo tão boa assim?".
A isso, eu tive uma resposta na ponta da língua "Ah, garanto que sou uma Artilheira muito melhor do que aqueles dois armários que você tem no seu time", eu disse, presunçosa. "Um deles até me derrubou, não foi?...Sabe aquele que se parece com um trasgo, acho que é Crabbe...ou seria Goyle? Juro, eu não consigo distinguir", eu disse e me surpreendi; não sabia que podia ter a língua tão afiada assim (mas claro que, se tratando do Malfoy, a gente abre exceção pra tudo).
Ele pareceu se divertir verdadeiramente com o que eu disse, porque ele soltou uma sonora gargalhada, enquanto jogava a cabeça para trás e depois disso, comentou "Ah, eu não ousaria compara-la a eles dois, Weasley", com um tom de voz que insinuava alguma coisa. Alguma coisa que eu não quero pensar a respeito.
Certo. Definitivamente não era possível que nós estivéssemos caminhando para uma conversa civilizada. Quero dizer, aquilo tinha sido um elogio? Não sei. Tudo o que posso dizer é que ainda não sei o que ele quis dizer com aquilo (porque eu não estava tão louca assim para perguntar, é claro).
"Certo. Que bom que você pensa assim", eu disse pausadamente. Sei la todo o cuidado é pouco, nessas horas. Depois disso eu estava, finalmente, considerando de novo a possibilidade de ir embora dali, quando ele perguntou:
"O que exatamente você veio fazer por aqui?". Ele parecia ainda estar muito surpreso com minha presença ali, é claro, mas, sei lá ele me deu a impressão de que estava achando aquilo...interessante.
Eu pisquei por um segundo. É claro que eu não ia contar a verdade a ele! "É como você disse. Eu estou perdida", eu disse, olhando ansiosamente para a porta.
"Tem certeza de que não marcou encontro com algum sonserino ardiloso?", ele disse, se aproximando MUITO de mim e olhando, claramente, para a minha boca e, finalmente, soando mais como 'ele mesmo' pela primeira vez desde que aquela conversa incoerente tinha começado.
É claro que eu explodi quando ele disse aquilo, afinal de contas eu não tenho sangue de barata! "Ora, SEU...!", eu ia xinga-lo de um nome que deixaria mamãe chocada, mas ele tinha segurado firmemente meu braço direito (o esquerdo não era necessário, visto que ele estava debilitado) e estava me empurrando, suavemente, de encontro à porta.
Eu lembro de ter ficado absolutamente chocada (e ainda estou!) com tal atitude, mas antes que eu conseguisse dizer ou fazer alguma coisa, ele disse:
"Ótimo. Então eu posso ser o sonserino", e me beijou. Sim, pode acreditar. Não que eu já tenha acreditado, é claro. Veja bem, eu só estou relatando os fatos tal e qual aconteceram, mas, como eu disse, eu posso ter delirado e provavelmente estou imaginando coisas até agora.
A ordem dos meus pensamentos, desde que ele deu a entender que eu tinha marcado um encontro com alguém (e um sonserino! Onde já se viu?) foi a seguinte: 'Quem ele pensa que é pra insinuar que eu...', depois 'Como ele OUSA encostar a mão em mim?' e depois, enquanto ele me beijava '!'. Sim, porque eu não consegui articular um único pensamento, naquele momento. Aquele beijo era, definitivamente, o mais diferente que já experimentei. Mas deve ter sido só a circunstância inusitada.
Acho que tudo isso se passou em uns dez segundos, até que minha mente – que parecia ter estado num branco completo – me deu a idéia de fazer a única coisa que estava ao meu alcance, naquele momento: eu dei um pisão no pé dele. Isso foi a única coisa que realmente se enquadrou na sempre - e aqui eu estou sendo sarcástica - amistosa relação Malfoy e Weasley.
Ele arfou, muito mais pela surpresa do que pela dor, imagino, e no mesmo instante me largou. "O que diabos...?", ele estava perguntando, olhando para mim, mas antes que acontecesse mais um absurdo àquela tarde, eu saí correndo de lá.
Sair de lá é que não foi fácil. Quer dizer, depois que se sai daquele corredor escuro e atravessa a bifurcação, você descobre que tem muitas opções a seguir.
Ainda não sei como, mas eu achei a sala do Snape e a partir dali, eu sabia o caminho certo, é claro, e eu continuei correndo o mais rápido que pude.
No momento, não sei qual é o sentimento predominante: se é o choque, a raiva, o susto...Estou realmente confusa. E definitivamente cansada.
Ainda tentando não pensar a respeito. Mas me conhecendo como me conheço, provavelmente vou passar mais uma noite fazendo uma lista complexa, já batizada de "Porque Diabos Isso Teve Que Acontecer Comigo – Parte II". Tudo por culpa daquele Malfoy! Filho da...! ARGH.
São 2h50 da manhã.
"Porque Diabos Isso Teve Que Acontecer Comigo – Parte II"
1- Eu não vejo sentido na coisa toda, quer dizer, eu estava lá simplesmente tentando vencer um medo pessoal, e de repente aparece aquele energúmeno no meu caminho!
2- Eu estava agora me perguntando porque será que ele fez aquilo. Quer dizer, normalmente ele é irônico, sarcástico, nojentinho e tudo o mais, quando estamos discutindo, mas ele estava, deliberadamente, se insinuando para mim desde o começo da conversa! O que isso significa, afinal de contas?
3- Porque será que a mensagem "Você É A Idiota Do Ano" não pára de brilhar em néon na minha testa?
Certo, agora estou tentando não chorar. Cansei dessa lista. Ela está me deixando, definitivamente, deprimida. Será que o mundo poderia ser um pouquinho mais gentil comigo, por favor?
"Well life has a funny way of sneaking up on you
When you think everything's okay and everything's going right
And life has a funny way of helping you out when
You think everything's gone wrong and everthing blows up
In your face"
Aalanis Morissette - Ironic
N/A:
'Não tenho a imaginação excessivamente fértil, acho – pelo menos não em circunstâncias normais'. Stephen King, Inverno no Clube.
