Cap 8 – Conversa Surreal

Me chamar de zumbi seria até um elogio. Nesse momento, tenho duas manchas preto-acinzentadas, do tamanho de pratos de sobremesa, abaixo dos olhos e isso se deve ao fato de que não durmo há duas noites (um romance particularmente clichê, que Kel me emprestou, está sendo bem útil, durante as madrugadas).

Tenho tirado apenas breves cochilos entre uma aula e outra. Mas tenho quase certeza de que Liv estava só exagerando quando disse que elas três tiveram que me carregar para o Salão Principal, ontem à tarde. Não que eu lembre como eu cheguei lá...

(suspiro)

Ainda bem que o fim de semana está chegando e eu vou, finalmente, colocar meu Plano (sim, evoluiu de 'idéia' para 'plano') em prática. Só pra explicar: precisava chegar o fim de semana porque envolve o passeio a Hogsmeade.

Neste momento estou indo para a Ala Hospitalar, tirar a tipóia (viva! Já se passou quase uma semana, afinal de contas) e, depois, acho que vou tentar me distrair perto do Lago. Talvez eu leve O Pasquim, que ainda não terminei de ler (na verdade só li a matéria sobre o Monstro do Lago Ness, até agora).


Os momentos mais surreais da minha vida acabam de acontecer. Aquela coisa que aconteceu com o Malfoy, nem se compara com isso. Quero dizer, ainda envolve o Malfoy, mas é...completamente diferente. Acho que ainda estou em um total estado de estupefação.

Eu realmente fui tirar a tipóia e fui até muito polida com Madame Pomfrey, visto que sou orgulhosa demais para pedir DE NOVO que ela me dê um pouco daquela poção.

Saí de la me sentindo um pouco mais feliz, uma vez que eu poderei voltar a treinar (ah, a propósito. Recebi uma carta de mamãe há dois dias, que dizia que ela e papai tinham conversado muito e decidiram que se houver mais um acidente no time (com qualquer um! Até mesmo os não-filhos dela) eu, Ron - e se depender dela, Harry também – iríamos sair do time. Absurdo! Quadribol é um esporte perfeitamente seguro, só não combina muito com chuva; é isso, oras).

Me dirigi ao Lago e acabei me dando conta que não era humanamente possível ficar ali e se concentrar ao mesmo tempo, já que parecia que todos os alunos tinham resolvido ir pra lá e conversar – outros até gritavam e corriam...uma verdadeira bagunça. O que uma tarde de sexta-feira (de sol!) não faz com as pessoas, não é?

Fui andando para a parte de trás do Castelo, onde ainda era possível avistar o Lago e me sentei escorada a uma árvore enorme, sentindo os fracos raios de sol no rosto – deveria ser umas 16h. Ali, sim, era um lugar tranqüilo e positivamente deserto o suficiente para eu ler a revista. Não que ela fosse muito complexa e tudo o mais, mas...você entendeu.

Eu abri a revista no Sumário, e percebi que as matérias, pra variar, eram bem esdrúxulas. Na página 52, tinha uma matéria sobre um bruxo que viajara para a Amazônia e voltara falando algo sobre ter encontrado vários 'Archaeopteryx' por lá. Absurdo. Todo mundo sabe que essa ave está extinta há milhões de anos.

Mas eu encontrei uma matéria que prometia ser bem interessante: era sobre uma nova Teoria a respeito da evolução dos homens. Eu estava começando a ler essa matéria (que tinha a foto de um grupo de Gigantes reunidos; daqui a pouco eu explico porque) quando ouvi o som de uns galhinhos se quebrando, como se alguém estivesse se aproximando. E estava.

Eu não sei bem porque, mas não fiquei muito surpresa quando me virei e vi o Malfoy olhando para mim, com as mãos nos bolsos (que diabos de problema ele tem nas mãos? Ele vive com elas nos bolsos, nunca vi uma coisa assim! Chega a ser irritante).

Eu suspirei, meio conformada. Estranhamente eu não sentia mais raiva dele. Eu já senti – e muita – há alguns dias. Mas naquele momento, não.

Eu estava conformada porque sabia que uma hora a gente ia acabar se vendo e possivelmente o assunto ia surgir, mesmo que em forma de piada. Eu fiquei esperando algo assim, mas não veio. A piada, quero dizer.

Ele parou, um instante, ao meu lado e depois se sentou elegantemente, na grama, em frente a mim. Com esse movimento ele tirou as mãos dos bolsos, mas o que eu quero mesmo comentar é o fato de...bem, como é que ele consegue ser tão elegante desse jeito? Quero dizer, estávamos no meio do nada, sentados na GRAMA e ele fazia aquilo parecer terrivelmente refinado. Elegante. Argh. Eu me senti uma pata choca.

"Você não pretende aprender História da Magia lendo esse lixo, não é, Weasley?", ele perguntou, com aquela voz arrastada que só ele tem, e como se fosse a coisa mais natural do mundo estarmos ali, conversando, um de frente para o outro.

"Na verdade eu estou achando até bastante interessante. Eu nunca fiquei muito satisfeita com toda aquela explicação confusa sobre primatas e tudo o mais", eu disse, mais para irritá-lo do que por realmente concordar com o que eu estava dizendo. Ele parece ser o tipo de pessoa que vai de encontro a tudo o que você diz, então tentei lhe dar um pouco do seu próprio veneno. E estava sendo, inexplicavelmente, muito divertido.

"E o que essa Teoria...", ele apontou com a cabeça para a minha revista "...Diz? Que somos originados de girinos?", ele perguntou, cético. Ele estava sendo sarcástico, é claro, mas eu decidi que queria saber até onde aquela conversa poderia chegar. Aí eu comecei a ler a Teoria d'O Pasquim:

"Horgiber, um bruxo-cientista visionário, diz que a lua, a que apreciamos hoje, é a quarta de uma série. O nosso globo já teria captado três outras. Teriam começado a girar em espiral em volta da Terra, aproximando-se, depois ter-se-iam abatidos sobre nós. Mas desta vez o problema poderá ser grave, pois a Lua é muito maior", nesse ponto eu parei pra olhar pra ele, que me olhava com uma sobrancelha arqueada, deixando claro que estava achando aquilo uma grande piada. Eu continuei:

"Durante o período em que o satélite (a lua) se aproxima, há um momento de algumas centenas de milhares de anos em que ele gira em torno da Terra a uma distância de quatro a seis raios terrestres. Como a gravitação determina o tamanho dos seres, teremos Gigantes neste período. Temos também uma elevação do nível das águas", aqui eu parei de ler novamente, mas foi porque quando eu falei 'Gigantes', Malfoy deu uma arfada tão alta, que parecia que ele tinha levado um soco no estômago. Sem me importar, e, na verdade achando muita graça, continuei:

"Da Grécia à Polinésia, do Egito ao México e à Escandinávia, todas as tradições dizem que os homens foram iniciados por Gigantes. Tiahuanaco teria sido a primeira destas civilizações. Ela foi construída antes que as estrelas existissem no céu", eu acabei de ler e comentei "Soa bem poético". Eu disse aquilo para provoca-lo, é óbvio. Depois olhei pra ele, esperando pra ver o que ele tinha a dizer sobre aquilo tudo.

"Isso é um monte de lixo, é tudo o que eu tenho a dizer. Essa teoria só pode realmente ser comparada à teoria de que a reprodução humana e cegonhas têm alguma relação funcional", ele disse, arrogantemente.

"Porque você acha isso?", eu perguntei, me referindo, obviamente, ao porque de ele ser tão cético a respeito de toda aquela história sobre Gigantes e tudo o mais.

"Eu me recuso a acreditar que descendo de Gigantes", ele disse com o canto da boca curvado num sorriso de deboche.

"Bem...", eu disse, bem humorada, mas tentando soar séria "Você é bastante alto".

Por um instante pareceu que ele não tinha entendido a minha (medíocre, confesso) piada, mas depois ele sorriu (relutantemente, mas sorriu).

Se a conversa não fazia sentido; se estar ali, conversando com o Malfoy, estava fora de qualquer expectativa realista, vê-lo sorrindo foi completamente surreal. Isso porque ele parecia estar sorrindo de verdade. Quero dizer, não era um sorriso de escárnio, nem nada do tipo. Era um sorriso muito bonito, na verdade. Eu diria que o rosto dele ficava...ALÔ? (pigarro) Estou perdendo a concentração. Bem, na hora eu também fiquei meio perdida, mas me dei conta a tempo e perguntei:

"Então você ainda prefere acreditar que nossa espécie surgiu, a partir de um animal que também deu origem aos macacos?".

"Bem, macacos são simpáticos", ele disse, parecendo que estava pensando a respeito pela primeira vez.

"Você não é simpático", eu me apressei em observar. Não podia perder a chance, né?

"Ah, Weasley, assim você vai inflar meu ego", ele disse, colocando uma mão no peito, teatralmente, mas não parecia afetado com o meu comentário. Como ele conseguia? Quer dizer, se eu o ofendi de alguma forma em toda aquela conversa, ele soube disfarçar muito bem. Eu, pelo contrário, tenho sérios problemas em dissimular meus sentimentos.

Naquele momento, por exemplo, eu me lembrei do tal beijo que ele me deu e eu senti que precisava falar a respeito. Perguntar a respeito. Ou então eu iria explodir.

"Mas você não é. Você briga, você ofende e você beija garotas-inocentes-perdidas- em-lugares-sombrios. Você definitivamente não é simpático", eu disse, aproveitando a oportunidade para ver a reação dele.

"Certo. Porque pisar no pé das pessoas é algo realmente simpático. Algo como 'Olá Como vai? Eu me chamo Draco Malfoy. TOMA ISSO' e crash, você simplesmente esmaga o pé dela. Ela vai ficar extremamente feliz em te conhecer", ele disse, me olhando de lado com as sobrancelhas arqueadas (pra mostrar sua falsa indignação, acho), mas com um sorriso curvando sua boca.

Confesso que eu não esperava esse tipo de resposta. Eu fiquei tão surpresa que não consegui segurar a risada. Foi algo espontâneo. Eu já disse que era tudo completamente surreal?

"Certo. Isso significa que você não ficou brava?", ele perguntou calmamente, um tempo depois, quando eu terminei de rir. Quero dizer, eu tenho plena consciência de que não retribuí completamente o beijo, então ele não poderia ter cogitado a possibilidade de eu ter..hum... gostado.

"Isso significa que você não vai morrer, por causa daquilo. Mas que há sérias possibilidades, caso você tente de novo", eu disse e estranhamente era verdade – me refiro a parte que ficou implícita, sobre eu tê-lo perdoado.

"Que ótimo. Porque eu vim aqui disposto a pedir desculpas, mas estou muito feliz por não ter sido necessário. Seria muito doloroso", ele disse, fingindo estar sério.

"Você está brincando", eu balbuciei. Eu nunca imaginei que ele poderia pedir desculpas por aquilo. Eu nunca sequer imaginei que ele sabia pedir desculpas!

"Estou", ele confessou "Mas bem que você gostaria de me ver tentando", ele disse.

"Seria algo para fotografar e mostrar aos meus netos", eu disse, enquanto me recuperava daquele 'choque'. "'Olhe, querido, esse é o momento em que Draco Malfoy pediu desculpas a mim. Na verdade, eu tenho quase certeza de que foi o único pedido de desculpas que ele fez na vida. Por favor, quero que me enterrem com essa fotografia'", eu disse, irônica.

Ele abriu um largo sorriso (e eu me recuso a comentar sobre esse sorriso mais uma vez, visto que eu simplesmente sinto meu rosto arder toda vez que tento fazer isso) e disse "Eu sempre soube o quanto era importante para você", um comentário cheio de escárnio, se me permitem dizer. "Você não terá essa fotografia, mas eu te concedo um desejo".

"Um desejo?...Como um gênio?", eu perguntei, com o queixo batendo no chão, e os olhos arregalados, tamanho o choque.

"Não, gênios normalmente concedem três. Eu estou falando de um único desejo. Ou um favor. Chame como quiser", ele explicou, enquanto eu reparava no vento que assanhava o cabelo dele.

"Eu não...", nesse momento eu ia dizer que não acreditava nele, não fazia idéia do que pedir a ele e ia dizer que provavelmente aquilo tudo era uma piada. Mas aí eu me lembrei do meu 'Plano'...e fiquei pensando se...bem, talvez...Hum..."Acho que tem uma coisa que você pode fazer por mim, Malfoy, já que mencionou. Um pequeno favor", eu disse, ainda pensando a respeito.

"E o que seria? Se não se importa em me dizer, é claro", ele soou muito calmo, mas algo me fez perceber que talvez ele não achasse que eu fosse realmente entrar no jogo dele. Um jogo muito surreal, como tudo ali, eu preciso dizer.

"Você vai a Hogsmeade amanhã, não vai?", perguntei.

"Sim; é óbvio, dado o feliz fato de que eu sou Monitor", ele disse, irônico. ', eu pensei, ele não gosta de ser Monitor?'.

"Ótimo. Amanhã eu digo o que preciso que você faça", eu disse, pra minha própria surpresa. Porque exatamente eu estava incluindo ele no meu Plano? Categoricamente, ele não era confiável em parte alguma! Eu pirei, tenho certeza.

Mas agora, na tranqüilidade do meu quarto, fico pensando que talvez ele realmente seja de alguma valia. Amanhã descobrirei. É só um pequeno favor, afinal de contas. Ele não pode realmente causar nenhum mal a mim ou ao meu pequeno Plano. Na verdade, sem a ajuda do Malfoy, eu tenho quase certeza que meu plano se resumiria ao fracasso.

"Emocionante. Teremos uma aventura", ele disse, sarcástico.

"Isso se parece mais com você", eu disse, me referindo ao fato d'ele ter sido irônico. "Insuportável. É isso o que você é".

"Bem, eu até posso ser, mas você ainda precisa da minha ajuda. E ainda teremos uma aventura", ele completou, se divertindo muito com a minha cara.

"Certo", murmurei, pensando se valia à pena ter que aturar todo aquele sarcasmo em troca de um favor. Que na verdade era um favor que ele me concedia - e não que eu estava pedindo! É mais ou menos como se eu estivesse fazendo um favor a ele, simplesmente por aceitar que ele me fizesse um favor. (pausa) Certo, está ficando confuso, tudo isso.

Ficamos alguns minutos em silêncio. Eu estava pensando nessa coisa toda de, de repente, ele ter ido ali e ter falado comigo como se ele fosse...civilizado, ou algo do tipo. A conversa foi banhada num poço de escárnio, não tenho ilusões quanto a isso, mas FOI uma conversa. E não tinha varinhas a mostra; e eu não estava brava com ele. Uma coisa realmente incomum de se vivenciar.

Me pegando de surpresa, ele disse "Tem uma coisa que você ainda não me contou". Eu pensei que ele ia perguntar sobre o que eu tinha que fazer em Hogsmeade, ou melhor, o que ele teria que fazer em Hogsmeade, por mim, mas não. Ele completou "Você ainda não me contou como termina essa Teoria", ele apontava para a revista no meu colo.

Eu a peguei, surpresa. Quer dizer, ele debocha da Teoria a tarde inteira e de repente estava querendo saber o final dela?...Como diabos funciona o cérebro do Malfoy? Bruxos -cientistas passariam anos e anos, até descobrir isso, tenho certeza. Mas, de qualquer forma, eu li:

"Quando a lua cai, a Terra é atingida por um pavoroso bombardeamento. O nível das águas baixa, pois a gravidade aumenta. Os Gigantes se degeneram. É a morte dos deuses. É Davi matando Golias", eu terminei de ler. Ergui uma sobrancelha e disse, irônica: "Isso é decididamente, muito animador", depois completei "Davi e Golias não têm algo a ver com a história dos trouxas? Acho que me lembro de Binns fazendo um breve comentário sobre isso".

"Se você consegue se lembrar de algo que Binns comentou na aula dele, você é decididamente" e aqui ele estava debochando de mim, tenho certeza "Muito mais astuta do que eu imaginava".

Não me importei com o comentário, estava muito surpresa por eu ter lembrado de algo que Binns disse. 'Continue assim e você vai obter vários N.I.E.M.'s, ano que vem', eu pensei, me sentindo um pouquinho feliz.

Foi aí que eu olhei pro céu, e vi que o sol já estava indo embora. Nessa época do ano, o céu escurece muito cedo. Eu já não escutava, nem de longe, os alunos histéricos gritando, e concluí que todo mundo já deveria ter entrado no Castelo.

"Eu tenho que ir", eu disse. E por um momento, aquela pontinha de felicidade se apagou dentro do meu peito. 'Porque exatamente?', eu me pergunto agora.

"Eu sei", ele disse, olhando para mim.

Eu me levantei, segurando minha revista e olhei pra ele uma última vez: ele ainda estava sentado lá com toda a sua postura elegante, com o cabelo levemente despenteado pela brisa fraca que fazia naquele começo de noite e parecia terrivelmente charmoso. Eu preciso admitir, ele é muito charmoso. Mas se alguém me perguntar isso eu negarei até a morte!

"Vejo você amanhã, Weasley" ele disse, e não fez movimento nenhum dando a entender que ia entrar no Castelo também.

"Até lá Malfoy" eu disse, enquanto ia embora.

De lá eu vim direto para o dormitório. Agora me diz: foi ou não foi uma situação surreal?

(pausa descrente)

Ai, meu Deus...eu estou conversando com o meu Diário. Primeiro eu tenho uma conversa - que quase pode ser classificada como - civilizada com o Malfoy e agora eu estou conversando com o meu Diário, esperando que ele me responda.

NÃO! Eu não vou comparar esse diário com o diário de Tom Ridlle. Nunca, em momento algum, houve alguma semelhança nisso e eu NÃO me sinto incomodada com o fato. Pelo contrário, acho que estou vencendo um obstáculo, passando uma barreira particularmente difícil e não muito agradável. Estou me saindo muito bem, modéstia a parte.

Merlin, eu preciso urgentemente conversar com alguém de verdade. E jantar, também (eu diria 'dormir', mas não tenho intenção alguma de fazer isso e sei que vou conseguir terminar aquele livro que a Kelly me emprestou, essa noite).


Deus, quatro noites sem dormir! Eu sou, possivelmente, a pessoa que detém o recorde mundial de noites sem dormir. Quer dizer, não é nem humanamente possível uma coisa assim! É por isso que estou começando a desconfiar que eu sou uma espécie de elfo doméstico não-feio e bem mais desenvolvido do que o normal, que foi largado na porta da casa dos meus pais ainda filhote.

Ai. Percebeu? Essa coisa de não dormir está mexendo totalmente com o meu raciocínio lógico! Olha só os absurdos que eu estou proferindo.

Tudo bem, acho melhor descer e tomar café. Jenn está decidindo que roupa eu vou usar – porque ela adora fazer isso. Ela, sempre que tem oportunidade, escolhe a roupa de todas nós. E como eu estava com medo de combinar xadrez com listrado (não que eu tenha essas duas peças em abundância no meu guarda-roupa), deixei que ela escolhesse. O problema é a bagunça que fica depois. Estou vendo 2/3 de toda a minha roupa voando do armário em direção ao chão. Vou parar com aquilo. AGORA.

"All of my life

I've been waiting for someone to love

All of my life

I've been waiting for something to love"

Lenny Kravitz – Calling All Angels