Cap 20 – O Fim

Aconteceu tanta coisa nos últimos dias que minha menor vontade era a de atualizar meu diário. Mas como é o meu diário e eu não quero me esquecer de nenhum detalhe do que aconteceu (embora eu acredite ser impossível eu esquecer de alguma coisa), vou registrar todos os detalhes. E quando eu digo todos, eu quero dizer, TODOS.

Na noite de sexta-feira, dois dias depois de eu ter escrito sobre a morte de Narcisa, aconteceu o improvável, mas o que eu desejava profundamente que acontecesse.

Já era muito tarde da noite e eu não tinha vontade de dormir, então fiquei olhando pela janela durante um bom tempo. Foi aí que, Hermione, vestindo roupas normais (e não pijamas), bateu na minha porta e disse, baixinho, para não acordar ninguém "Gin, se arruma rápido. A Professora McGonagall mandou nos chamar". Como assim, eu pensei. O que aquilo significava?

"Encontraram o ...?", eu estava perguntando, mas Hermione me fez interromper o que estava dizendo com um "Shhhhh", depois ela completou "Eu ainda não sei. Por isso seria ótimo se você se arrumasse logo". Eu não precisei levar outra bronca pra começar a me apressar. Acho que me vesti completamente em menos de cinco minutos. Um recorde.

Enquanto corríamos para o escritório da professora McGonagall, eu lembro de ter sentido meu coração sair pela boca. Eu queria desesperadamente saber o que tinha acontecido. 'Será que tinham encontrado Harry? E se tivessem-no encontrado, será que também encontraram Draco?', eu me perguntava.

Quando chegamos la, eu vi Ron sentado em uma cadeira,parecendo totalmente acordado, apesar de já ter passado da meia-noite.

"Bem, agora que já estão todos aqui, podemos começar" McGonagall falou, como se estivesse em uma importante reunião "Vocês estão sendo enviados para a Toca, a pedido de Molly", ela falou, calmamente.

"Mas...porque?", eu me vi perguntando "Aconteceu alguma coisa, professora?". E de repente eu me lembrei do dia em que papai foi atacado por uma cobra e senti um arrepio na espinha.

"Sim, senhorita Weasley. O Professor Dumbledore acabou de me avisar que o Senhor Potter foi encontrado e estáencaminhando-o, nesse momento, para o Hospital St. Mungus", ela disse, olhando para cada um de nós.

"Mas, professora", Hermione disse "Isso significa que ele está...que ele está muito mal?", acho que ela estava lutando contra o choro.

"Ainda não tenho notícias a respeito disso, senhorita Granger, mas tudo o que posso fazer é leva-los em segurança para a Toca, onde Molly já os espera".

Rony estava extremamente calado, o que não era o normal dele. Acho que ele também estava se lembrando da noite em que papai havia sido atacado. Fazia sentido nos levar pra casa, naquela situação, mas se estavam nos levando, agora, para casa por causa de Harry...significaria que ele estava muito ruim? Acho que foi o que Hermione pensou, quando perguntou aquilo a McGonagall.

Depois disso, ninguém falou mais nada. Em seguida, a professora McGonagall nos fez usar uma chave de portal que nos levou diretamente para a sala de estar da minha casa. A primeira pessoa que vi foi mamãe, é claro. Isso porque ela veio correndo nos abraçar e depois nos ignorou completamente, enquanto mantinha um diálogo sussurrado com a professora McGonagall.

Eu fui andando até a cozinha, e quando cheguei la encontrei Jorge e Fred que pareciam extremamente entediados. Jorge olhava para o teto e Fred esfarelava uma torrada. Acho que eles não tinham me notado ainda, então eu disse, tentando soar um pouco animada, a despeito de toda aquela situação "Eu não ganho nem um oi?".

"Ei, aí está você", Fred disse, entre um bocejo e outro.

"Alguém sabe o que está acontecendo?", eu perguntei, me sentando junto a eles.

Jorge deu de ombros "Mamãe não nos contou nada até agora. Disse para esperarmos vocês chegarem e então ela contaria a todos de uma vez só". É assim que normalmente ela faz. Quero dizer, nós somos uma família grande e nem sempre todos estão presentes. Então ela procura sempre nos reunir quando tem algo a dizer e não sai contando de um por um. Acho que seria cansativo. Mas eu estou divagando.

Depois disso, conversamos amenidades e uns dez minutos depois, mamãe entrou na cozinha, seguida por Hermione e Rony, que logo se sentaram a mesa, conosco.

"E então?", Ron finalmente se pronunciou e ele parecia muito ansioso, quando perguntou "O que aconteceu?".

"Harry está bem, querido, ou pelo menos vai ficar, segundo Dumbledore. Eu os trouxe aqui porque achei mais prudente que vocês ficassem sabendo sobre Harry através de nós, para que não tomassem nenhuma atitude precipitada" ela falou severa demais para seus padrões, mas eu acho que ela estava se referindo ao fato de que, se descobríssemos que Harry estava no Hospital, faríamos de tudo para sair de Hogwarts e encontra-lo la, mesmo que fosse arriscado. E eu acho que ela tem toda a razão. Quero dizer, eu não tenho dúvidas de que faríamos isso. E eu estou me interrompendo.

"Então podemos vê-lo? Agora?", Hermione perguntou.

"Não, certamente não agora, querida. Maseu me prontifiquei perante Dumbledore a leva-los ao St. Mungus, amanhã de manhã. Ele acha importante que Harry veja rostos conhecidos quando puder receber visitas. E eu, particularmente, concordo com ele", ela disse, enquanto nos servia chá gelado.

Então estava explicado. Harry estava bem, mas estava no hospital. Isso era realmente ótimo, mas ninguém estava falando sobre Draco o que era explicado pelo fato de ninguém ali saber sobre Draco.

Depois daquela conversa, eu subi para o meu quarto e me deitei, tentando não me lembrar da vez em que Draco estivera ali, naquele quarto. Me deixando brava, me fazendo rir e me beijando. Eu estava tentando não me lembrar, mas realmente não estava conseguindo.

Lembro de ter ficado olhando para minha pulseira, no escuro, segurando o choro, me perguntando se Draco estaria bem. Acho que consegui dormir algumas horas, até que de manhã, eu comecei a ouvir passos no corredor e decidi tomar banho e me arrumar logo.

Depois, eu escrevi um curto bilhete para Kelly, que dizia apenas "Não se preocupe. Eu estou em casa e estou bem, depois te explico tudo", porque acho que ela e as meninas iriam ficar preocupadas de acordar e não me encontrar la, no dormitório.

Desci e todos estavam à mesa, inclusive papai, que eu não havia visto ainda. Mandei o bilhete pela coruja dos gêmeos e tomei rapidamente meu café. Em menos de vinte minutos estávamos todos prontos, esperando ansiosos para ver Harry.

Como éramos um grupo grande (eu, Rony, Hermione, os gêmeos, mamãe e papai, que não havia ido para o trabalho, visto que era sábado), novamente nós usamos uma chave de portal, o que eu acho ótimo, porque é bem mais prática do que qualquer outra maneira de se deslocar de um lugar a outro. Quero dizer, aparatar também pode ser bem prático, mas como eu ainda não posso fazer isso, acho que não é muito útil para mim.

Chegando la, nos perdemos duas vezes dentro do hospital, até que mamãe pediu informações em três setores diferentes e finalmente nós achamos o quarto de Harry. Veja bem, mamãe sabia qual era o quarto, nós só não estávamos o achando.

Eu me lembro de quando papai ficou no hospital e ele não tinha um quarto só para ele. Mas acho que para Harry aquilo era realmente necessário. Quero dizer, ele era Harry Potter, o menino que sofre tentativas de assassinato diariamente.

Falando de uma forma sutil...ele estava com uma aparência horrível. O rosto dele tinha vários arranhões e o ombro direito dele estava enfaixado. Harry estava dormindo quando chegamos la. Hermione imediatamente caiu no choro. Acho que Rony não sabia muito bem o que fazer, então ficou la só olhando para Harry, enquanto mamãe tentava consolar Hermione dizendo que agora estava tudo bem, que Harry já estava em segurança e afins.

Acho que toda essa conversa acordou o Harry, porque ele abriu os olhos e ficou olhando para aquele enorme e estranho grupo, acho que tentando entender a situação. Depois ele se arrumou na cama e colocou os óculos. O que se seguiu foi uma conversa paralela entre ele e minha mãe, que perguntou umas quatros vezes como ele estava se sentindo, enquanto ele a assegurava que estava bem.

Depois disso, acho que mamãe e papai se satisfizeram com as respostas de Harry e saíram do quarto, para procurar o médico ou Dumbledore, sei la. Achei estranho eles não terem perguntando sobre o que aconteceu com Harry, mas algo me diz que eles já sabiam.

Os gêmeos também saíram do quarto, porque disseram que tinham que fazer algumas perguntas a um médico. Não que eu ache que eles estivessem doente, é claro. Acho que é para as experiências malucas deles.

Se Harry ia começar a contar o que aconteceu, eu não sabia, mas eu estava lutando internamente, decidindo se ia embora (visto que, na verdade, era o óbvio só Rony e Hermione estarem ali) ou se ficava ali, pra ouvir tudo. E é claro que eu queria ouvir e como ninguém me mandou embora, eu fiquei por ali, sentada em uma cadeira, enquanto Mione e Ron estavam à beira da cama de Harry.

"Então...você está bem?", Hermione perguntou para Harry.

"Porque ninguém acredita em mim, quando eu digo que estou bem?", Harry perguntou, com um sorriso cansado.

"O que aconteceu, cara?", Ron perguntou, indo direto ao ponto. "Como foi que você desapareceu? Porque?". Obrigada, Ron, você perguntou tudo o que eu queria saber!

E agora eu vou tentar resumir o que ele contou, enquanto nós não acreditávamos que tanta coisa ruim havia acontecido. Para o meu alívio ou desespero, Draco realmente estava envolvido com aquilo. Quero dizer, Harry começou dizendo que, como desconfiava da nova atitude do Malfoy, ele passou algum tempo observando-o (e aqui cabe uma pergunta: se ele estava observando Draco...será que alguma vez ele me viu com ele?) e justamente naquela noite, de sábado, ele viu Draco, nos jardins, receber uma coruja e se dirigir aos portões de Hogwarts. Então, Harry o seguiu e incrivelmente eles conseguiram sair de Hogwarts sem maiores problemas (eu sempre achei que fosse impossível sair de Hogwarts, mas parece que eles simplesmente atravessaram os portões ou pularam os muros, sei la).

Então Harry nos contou que Draco entrou em uma loja que parecia abandonada, em Hogsmeade, e la, estava Lucio Malfoy. O problema foi que outros comensais apareceram e descobriram Harry la também. Acho que Lucio ficou ainda mais contente, porque foi até ali atrás do filho e acabou conseguindo pegar Harry Potter.

Quando Harry disse que Draco havia ido se encontrar com o pai dele, Ron falou, bravo "Na primeira oportunidade que teve ele se juntou ao pai e aos comensais. Bastardo!". E aqui eu quis dizer que isso não era verdade, mas foi Harry quem o fez.

"Na verdade eu acho que o Malfoy não estava do lado do pai dele. Pelo menos não parecia, porque da mesma forma que os comensais me trataram, eles trataram Malfoy também", Harry disse, pensando a respeito. "Quero dizer, primeiro eles tomaram nossas varinhas, nos amarraram e depois, os comensais nos levaram para uma espécie de calabouço e nos deixaram la por alguns dias", ele completou, sério.

"E vocês dois não se mataram?", Rony perguntou, surpreso. Uma pergunta muito sensata, na verdade.

"Nós estávamos amarrados, não era nem humanamente possível tentar algo assim", Harry disse, amotinado.

"E depois, Harry? O que aconteceu? Porque eles não...não...?", Hermione estava tentando dizer, mas Harry a interrompeu.

"Porque eles não me mataram? Eu não sei, Hermione. Acho que eles estavam deixando essa função para Voldemort", Harry disse, baixinho, mas eu acho que ele sabia porque nenhum comensal tentou ataca-lo.

"Mas se Vold...Voldemort tentou, ele não teve sucesso. O que foi que aconteceu, Harry?", Hermione perguntou desesperada.

"O que importa? Voldemort foi destruído. Os aurores apareceram e capturaram os Comensais. Isso é o que importa", Harry disse, olhando para o teto. Eu acho que ele não estava realmente confortável com aquela situação. Quem estaria?

Eu sei que tinha muita coisa que Harry não estava contando, afinal de contas, eles passaram quase uma semana desaparecidos. Mas eu acho que ele não ia contar mais do que isso, no momento. Então eu decidi sair de la também. Não era ali o meu lugar. Eu parecia uma intrusa naquele quarto. Acho que ninguém se importou quando eu saí de la, o que foi um alívio para mim. Fora daquele quarto eu podia respirar e pensar a respeito.

Era muito provável que Draco também estivesse no Hospital. Quero dizer, Harry não tinha falado nada sobre mortes...fora o que aconteceu com Você-Sabe-Quem, é claro. E era engraçado como eu não estava realmente entendendo o que aquilo significava. Você-Sabe-Quem ter sido destruído, eu quero dizer. Não era minha maior preocupação naquele momento.

Seguindo o exemplo de mamãe, eu pensei em pedir informações, mas depois me dei conta de que eles não iam simplesmente me dizer qual era o quarto de Draco. Quero dizer, pensa só no que havia acabado de acontecer. Acho que Dumbledore deveria estar tentando manter em sigilo onde Harry estava.

Eu ainda estava pensando nisso, quando decidi sair espiando pelo corredor, procurando em todos os quartos. Não foi uma nem duas vezes que ouvi gritos estridentes de 'Feche essa porta' ou 'Saia já daqui'. Mas eu não ia desistir, é claro.

Quando eu cheguei ao final do corredor, comecei a imaginar se teria acontecido algo diferente a Draco, do que o que aconteceu com Harry. Quero dizer, estávamos no quarto andar (Danos Por Magia), mas ele poderia estar em qualquer outro lugar, visto que eu nem sabia o que tinha acontecido com ele.

Eu já estava perdendo as esperanças, quando, no último quarto eu o encontrei. Nesse quarto havia duas outras camas, mas elas estavam desocupadas. Eu me aproximei lentamente da cama e fiquei olhando para ele. Ele parecia tão ruim quanto Harry. Eu notei que ele não tinha o ombro enfaixado como o de Harry, mas os punhos dele estavam todos cortados, realmente machucados.

Vendo-o finalmente, eu não consegui segurar o choro. Era um alívio vê-lo ali, embora fosse angustiante olhar para ele, assim, todo machucado. Só Deus sabe o que eles tiveram que passar durante todos aqueles dias.

Enquanto ainda sentia as lágrimas rolando pelo meu rosto, eu segurei sua mão direita, tomando o cuidado de não tocar nos ferimentos do seu pulso. Foi então que ele abriu os olhos, e olhou diretamente para mim, meio confuso.

"Virginia", ele disse, simplesmente.

"Oi", eu disse, enquanto secava as lágrimas "Você está bem?". Eu sei, era uma pergunta idiota já que ele estava num hospital, mas não é como se eu pudesse me impedir de agir assim.

"Estou ótimo", ele disse "O que você está fazendo aqui?", ele perguntou, franzindo a testa. Eu não entendi muito bem o que ele quis dizer com aquilo.

"Mamãe nos trouxe para ver Harry", eu disse, baixinho, mas acho que não foi a coisa certa a se dizer, não sei muito bem porque. "E eu estava preocupada com você, então saí a sua procura", eu completei, chegando mais perto dele.

"Não precisava ter se incomodado", ele disse, friamente. 'Espera aí', eu pensei, naquele instante. 'O que está acontecendo aqui? Nós não brigamos! E faz uma semana que não nos vemos e depois dele ter passado por tudo isso, ele deveria ao menos...', mas minha linha de raciocínio mudou, naquele momento, porque eu me dei conta de tudo o que aconteceu nos últimos dias pra ele. Quero dizer, a mãe dele morta. O pai horrível dele...enfim.

"Draco, eu sinto muito sobre tudo o que aconteceu. Eu realmente lamento", eu disse, ainda segurando a mão dele.

"Não é necessário", ele disse, tirando a mão dele da minha. Como assim não era necessário? Não era necessário eu sentir muito por tudo aquilo?

"O que você quer dizer?", eu perguntei, completamente confusa.

"Eu quero dizer...", ele começou e então suspirou, antes de continuar "Eu quero dizer que você não deveria ter vindo". Sim, muito esclarecedor, eu pensei.

"Porque não?", eu perguntei, tentando entender. Ele deu um suspiro resignado.

"Porque isso nem deveria ter começado. Não vai dar certo", ele disse, ainda sem olhar pra mim.

"Isso o quê?", eu perguntei, entrando em desespero. Ele não estava querendo dizer o que eu achava que ele estava querendo dizer, estava?

"Isso, Virgínia. Nós. Não deveria sequer existir um 'nós' aqui", ele disse, e dessa vez ele olhou pra mim. Ele parecia falar sério, mas eu não queria acreditar.

"O que diabos eles deram para você tomar? Você está drogado?", eu perguntei, estupidamente. Ele suspirou, parecendo cansado demais para ter aquela conversa, naquele momento.

"Eu me sinto perfeitamente bem", ele disse, sem expressão alguma no rosto. "Se é o que você veio saber, parece que já sabe", Draco completou. Ele estava me expulsando?, eu pensei.

"Eu não entendo...", eu estava falando, quando ele me interrompeu.

"Acabou, Virgínia. É isso o que eu estou tentando dizer", ele falou, firmemente, olhando nos meus olhos.

Acho que demorei vários segundos para realmente entender o que ele estava me dizendo. Porque fiquei la, parada, olhando para ele. Depois, quando eu me dei conta de que estava chorando (e chorando na frente dele, depois de ouvir aquilo tudo) eu me senti tão estúpida que tratei de me recuperar, secando minhas lágrimas.

Enquanto eu fazia isso, escutei Draco suspirando profundamente antes de me dizer "Lamento se não fui gentil ao dizer...", mas aqui eu o interrompi.

"Não, você não foi. Mas foi bastante claro", eu disse, fazendo a única coisa que me parecia certa a se fazer. Eu tirei minha pulseira do meu pulso e coloquei sobre a mão direita dele "Se é assim que você quer, Draco... assim será", eu completei, antes de me dirigir para fora daquele quarto o mais rápido possível.

O único obstáculo que eu tive foi o Professor Dumbledore que estava entrando no quarto, no mesmo instante em que eu estava tentando sair. Ótimo, eu pensei, era tudo o que me faltava.

"Senhorita Weasley, creio que seus pais estão a sua procura", ele disse, calmamente. Hum, o que aquilo significava? Ele não ia me dar uma bronca? Não ia me dedurar? (suspiro) Ao menos isso...

Mas eu não precisei ser avisada duas vezes, então, assim que ele disse isso, eu saí do quarto encostando a porta lentamente. Mas alguma coisa me fez ficar ali por mais algum tempo.

Encostada na porta, eu pude ouvir quando o professor Dumbledore disse "Eu imagino que o que acaba de acontecer aqui não seja da minha conta, senhor Malfoy, mas é importante informa-lo de que foi a senhorita Weasley quem me avisou sobre o seu desaparecimento. Eu penso que o senhor deveria ao menos se mostrar agradecido", ele disse, tranqüilamente.

Depois disso, eu não quis saber qual seria a resposta de Draco, então saí correndo de la, pensando 'Ótimo. Gratidão. É realmente tudo o que eu preciso no momento'. Eu tentei enxugar meu rosto da melhor maneira possível, para que ninguém percebesse que eu havia chorado.

Quando eu cheguei no quarto de Harry, estavam todos la e depois de um tempo, mamãe achou que era hora de irmos para casa. Mamãe disse que íamos voltar no dia seguinte para Hogwarts e que Harry iria direto para la, provavelmente na segunda-feira.

E realmente eu já estou em Hogwarts e ainda é domingo. Depois de contar tudo o que aconteceu para Kelly, e chorar por causa disso pela milésima vez, eu resolvi parar de me lamentar e vim atualizar o diário.

Depois de tudo o que eu ouvi, eu jurei para mim mesma nunca mais permitir que Draco veja minhas lágrimas. O que não vai ser difícil, porque eu pretendo viver até o último de meus dias sem chorar novamente.

(suspiro)

Eu só estava aqui pensando sobre como, na verdade, eu saí daquele hospital sem perder nada. Nada. (...) A não ser TUDO, é claro. Droga.

"Assim que quer, assim será

Eu vou pra não voltar

Toma esse anel que é pra anular o céu, o sol e o mar...

Eu não queria ir assim

Tão triste, triste...

Vem dizer adeus ao que restou de quem um dia foi feliz!

(...) E você vai ser mais feliz longe de mim

Por isso eu vou, mas não me peça pra amar outra mulher que não você...

Vou, mas não me peça pra amar outra mulher que não...

(...) Como vai ser ruim demais

Olhar o tempo e sem ver os seus abraços, seus sorrisos ou suas rimas de amor

Ver os seus abraços, seus sorrisos ou suas rimas de amor

Ver os seus abraços, seus sorrisos ou suas rimas de amor"

Los Hermanos – Assim será