Disclaimer: Tudo pertence à J.K. rowling, e apesar de muitos pedidos e apelos, ela ainda não me deu o Blaise de Natal. Mas eu estou feliz, por que eu tenho o Alex, Mark, Antoine e Liz.
OBS: Releia o capitulo 7, ele foi modificado!!!
Capitulo 8 – E Tudo Retorna aos Seus Devidos Lugares
Whatever you want
Whatever you need
Whatever it takes, I'll do anything
And as you sleep
Eyes to the window
I'm watching you dream
Well are you dreaming of me?
So why can't you see
You're all that matters
You know if this earth should crack
I'll be your solid ground
I will be there to catch you when you fall down
If I have to crawl
Get down on my knees
Whatever it takes, I'll go anything
I'd take the stars right out of the sky for you
I'd end the world give you the sun, the moon
For all of time, forever loving you
(Anything – The Calling)
É impressionante a quantidade de coisas que se ganha em um relacionamento. Eu por exemplo, ganhei vários hematomas, algumas neuroses, um agravamento da minha insônia e uma consciência. Sim, uma consciência, pois antes dela entrar na minha vida eu não me arrependia tão rapidamente dos meus atos. Normalmente o arrependimento só chegava junto com os esporros do meu pai, ou com o desfalque na minha conta no Gringotes.
Juntemos com o fato de que eu não consigo dormir desde que ela foi embora, porque ela não está do meu lado se remexendo na cama. Fico andando por esse apartamento a noite inteira, parecendo um fantasma arrastando corrente. A última vez que me olhei no espelho, parecia um dependente químico em crise de abstinência. Mas talvez, eu esteja mesmo em crise de abstinência, já que acabo de constatar que sou viciado em Virginia Weasley.
Talvez eu tenha passado um pouco dos limites na nossa discussão, mas ela tem o poder de provocar isso em mim.
Mas voltando à consciência, eu acho que quando se ganha uma, vem numa espécie de promoção, que traz uma intuição junto. Porque alguma coisa me diz, além do impertinente Blaise, é claro, que vou enlouquecer se não vir aqueles cabelos vermelhos de novo, ou aquele nariz cheio de pintinhas.
As manhãs ficaram ainda mais frias e silenciosas sem ela para correr de um lado para o outro praguejando que estava atrasada, e mesmo assim ainda arranjando tempo pra implicar com a minha gravata.
O cheiro dos cabelos dela já está saindo do travesseiro, e isso me preocupa.
Essa minha situação é algo inconcebível. Sou um Malfoy, e como tal eu não poderia depender de ninguém, mas mesmo assim eu preciso dela e isso me irrita. Estou com saudades. Odeio esse sentimento.
Sinto falta do sabor dos lábios dela quando me beijava depois de tomar chocolate quente, mesmo eu odiando chocolate. Sinto falta de como ela jurava que não era ciumenta, mas mesmo assim entrelaçava possessivamente seus dedos nos meus quando andávamos juntos pela rua. Sinto falta de ter que carregá-la até a cama quando adormecia no sofá do escritório esperando eu terminar de fazer um trabalho. Sinto falta de quando ela colocava meus óculos só para me perturbar e de como ficava engraçada quando usava minhas camisas enormes. Por Merlin, sinto falta até da maldita gata, que subia na cama ronronando e se aninhava aos nossos pés.
Poderia fazer uma lista imensa de tudo o que sinto falta, mas a verdade é que eu sinto falta DELA.
Por mais idiota que seu melhor amigo possa ser, escute-o; às vezes ele tem razão. Não saia de casa sem casaco; nunca se sabe quanto tempo você ficará esperando no frio. Nunca fique embaixo da varanda dos Weasley em noite de Natal.Draco estremeceu na poltrona do escritório onde estava sentado, e seu coração começou a bater acelerado ao ouvir o "pop" característico de alguém Aparatando. "Será que é ela?", imaginou, mas logo as suas esperanças foram por água abaixo quando escutou a voz de
Blaise, e em seguida o viu entrando no escritório. Desanimado, abaixou a cabeça e voltou a sua atenção novamente à papelada de uma das empresas.
- Feliz Natal! – falou o moreno, sentando-se em frente a grande mesa repleta de papéis.
- Só se for pra você – retrucou aborrecido.
- Iiih, já vi que está de mau humor. Nossa, você está com olheiras horríveis. Trabalhando em pleno dia de Natal... Cadê a Gina?
- Está na casa dos pais. Foi embora.
- Logo vi, aposto que se ela estivesse aqui vocês estariam fazendo coisas melh... O que? Ela foi embora? Você quer dizer, ela foi passar o dia na casa dos pais não é? – Blaise perguntou, olhos arregalados.
- Não, Zabini. Foi embora. Pra sempre. Nós terminamos! – ele falou com raiva, levantando a cabeça dos papéis e encarando o outro homem.
- Por Merlin! Não pode ser! Por que?
- Não tem um porquê Blaise. O "conto de fadas" simplesmente acabou. Sempre acaba. O problema é que nós dois estávamos cegos demais para ver isso.
- Tudo bem que vocês não eram o casal mais comum do mundo, mas quando eu me acostumei a vê-los juntos, fica difícil visualizar você sem ela.
- Não quero mais falar sobre isso. Esse assunto me dá dor de cabeça. - Draco afundou a cabeça nas mãos, massageando as têmporas.
Ele reconhecia que aquilo estava acabando com ele. Dores de cabeças, insônia (não que ele já não tivesse antes, mas agora ele não conseguia dormir um minuto sequer) e mau humor. E ainda por cima, era quase ridículo ele ficar apreensivo e esperançoso cada vez que ouviu um barulho na casa, pensando ser ela.
- Merda. – resmungou Blaise.
- O que foi, Zabini? - perguntou rispidamente.
- Eu estou apaixonado.
Levantando a cabeça que estava apoiada nas mãos, Draco olhou sem emoção para o amigo:
- Francamente, Blaise. Será que você não vê que hoje eu não estou com paciência para as suas piadinhas ridículas?
- Não estou de brincadeira, Draco. Eu estou apaixonado por Nadia Hatzemberguer. E você acaba de destruir toda e qualquer esperança minha. – agora era Blaise quem estava com a cabeça apoiada nas mãos.
- Deixa eu entender: você, Blaise Zabini, se diz apaixonado por Nadia Hatzemberguer. Nadia Hatzemberguer, advogada, sua rival nos tribunais? E complementando com o pequeno detalhe de que ela te odeia?
- Pois é, alguma semelhança com um casal que eu conheço? – perguntou irônico.
- Conhecia, meu caro amigo. No passado.
A cozinha d'A Toca estava quente, contrastando com o clima frio de fora da casa. A paisagem era linda, com árvores, bancos e telhados cobertos de neve. Molly caminhava apressada de um lado pra o outro na cozinha, dando os últimos retoques na ceia de Natal, quando Rony e Hermione entraram.
- Feliz Natal! – Rony falou bastante animado indo abraçar a mãe.
- Feliz Natal, meus queridos! – ela abraçou Rony para logo depois abraçar a nora – E onde está o meu netinho? – indagou para Mione.
- Está lá na sala, sendo paparicado pela Gina – explicou Hermione.
- E por falar em Gina, onde está aquela Doninha Albina que ela chama de noivo? Será que estava lá fora e eu nem percebi? Talvez ele esteja camuflado na neve. – Rony completou, olhando para o jardim pela janela.
- Não está aqui, eles terminaram.
Ao ouvir as palavras de Molly, Rony e Hermione a olharam, boquiabertos.
- Quê? Como assim? Por quê? – ele perguntou, ainda abobalhado.
- Não sei, meu filho. Parece que eles discutiram e ela veio embora. Está aqui há uns três dias.
- Meu Deus! Eu tenho que ir lá cumprimentar a minha irmãzinha, ela finalmente fez uma coisa magnífica! – e com isso ia se dirigindo para a sala, quando Mione o segurou pelo braço.
- Ronald Weasley, não se atreva a falar nada com a sua irmã – Molly o repreendeu.
- Calma! Vocês não acham que eu faria isso com ela, acham?
- Achamos! – as duas responderam em uníssono.
- Você está falando sério quando diz que vocês brigaram por que você não queria passar o Natal lá com ela, com os Weasley?
Draco apenas confirmou com a cabeça.
- E por que você não queria ir?
- Porque, por algum motivo, sempre que eu vou para aquela maldita casa, sofro algum tipo de atentado. Eles ficam me avaliando, e eu sei exatamente o que eles ficam pensando. "Ele é um babaca... Não merece a Gina... Temos que bolar um jeito de tirar ele de circulação..." – Draco falou, modificando a voz para imitar alguns irmãos de Gina. – Garanto que esse vai ser um Natal muito feliz para todos eles.
- Nossa, não sabia que você tinha essas tendências altruísticas. – de repente, Blaise fez um gesto brusco e deu um tapinha na própria testa.- Ah, como eu ia me esquecer, altruísta nunca, já que a Gina não deve estar muito feliz.
- Ela supera. Logo vai achar um cara bobinho que trabalha em algum departamento insignificante no Ministério, vai casar com ele, e ter uma dúzia de cabecinhas vermelhas sardentas correndo em volta de um semi-cortiço que eles chamarão de casa.
Blaise arregalou os olhos.
- Das duas uma: ou você está tendo um caso com a Trelawney fazendo essas previsões ridículas, ou você realmente quer Gina de volta. É, é isso. Talvez você esteja querendo transformar a dúzia de cabecinhas vermelhas em cabecinhas loiras.
- Eu tive uma ótima idéia: por que você não me deixa em paz e vai atrás da tal de Nadia qualquer coisa? – Draco falou, ignorando o comentário anterior de Blaise.
- Se ela olhasse para a minha cara duas vezes seria um bom começo. Todas as conversas que eu tentei iniciar com ela terminaram com ela falando que não está interessada em nada que venha de mim. Ela me repudia.- Blaise abaixou a cabeça, apoiando a testa nas mãos, curiosamente ficando na mesma posição em que Draco se encontrava.
- É meu amigo, parece que a sua fama de galinha chegou ate ela. Provavelmente já deve ter atravessado o continente. – comentou Draco.
- Você não entende, com ela é diferente, eu sei que é diferente.
- Ei, não é para mim que você tem que provar isso.
- É, eu sei. Mas você e a Gina...
- Não começa Zabini, não quero nem escutar. – Draco cortou Blaise.
- Eu estou falando sério, Draco. Olha só para você, está ficando destruído. Por que você não volta atrás e vai falar com ela? É noite de Natal, duvido que ela vá ter coragem de te dar um fora.
- Eu não duvido nada. Você não sabe do que a Gina é capaz quando ela está nervosa.
- Bom, você ainda pode se vestir de vermelho, colocar um saco nos ombros e entupir os sobrinhos dela de presentes. Se isso não amolecer o coração da Gina, com certeza você vai cair nas graças dos Weasley, ou pelo menos parte deles. – Blaise continuou a falar, gesticulando.
- Você não tem outro imbecil para encher o saco na noite de Natal? – falou Draco, trincando os dentes.
- Não, não tenho! Você tem, mas prefere ficar longe dela. Mas que saber? Não vou ficar aqui tentando enfiar isso nessa sua cabeça oca – se levantou num rompante e saiu.
- ...
Draco ainda ficou parado por uns instantes, abobalhado com a atitude de Blaise. Estava certo que nem ele nem Blaise tinham família alguma, mas isso não havia sido um problema nos últimos anos. Vai ver era por que Zabini estava apaixonado. O amor faz com que um homem haja estranhamente. Ficou estático, olhando para o nada, quando seus olhos focalizaram dois objetos em cima da mesa. O primeiro, era o delicado anel de platina que Gina havia deixado em cima da cama, e que por alguma razão, Draco ficava andando pela casa com ele na mão. A outra coisa eram as chaves do carro.
Definitivamente ele precisava dormir, tudo estava parecendo surreal demais. Blaise apaixonado, ele, quase arrependido. "Ah, Malfoy, você vai acabar enlouquecendo se não dormir" ordenou a si mesmo. Seu cérebro precisava descansar. Parecia que a falta de sono tinha emperrado-o em uma única linha de pensamento: ir atrás dela.
Ele olhou novamente para as chaves e o anel. O mundo estava fora de esquadro e a culpa definitivamente não era da falta de sono. Afinal de contas, se o amor podia fazer um mulherengo como Blaise virar um pseudo-romântico, por que não faria Draco Malfoy passar por cima do orgulho?
Tanto ele como Gina eram orgulhosos, mas um dos dois teria que dar o braço a torcer. Só que Gina estava magoada demais para isso. Draco levantou-se da poltrona decidido, e agarrou o anel e a chaves. O mundo iria se endireitar, e as coisas iriam voltar para os seus devidos lugares. "E esse bendito anel vai voltar para o dedo da Gina, onde é o seu devido lugar" pensou antes de sair pela porta.
Ele parou o carro no mesmo lugar onde sempre parava, a uma distância considerável d'A Toca, e ficou de dentro dele, observando. Dava para ouvir o falatório de dentro da casa torta, toda iluminada por fadinhas, de todas as cores, voando a toda volta. Saindo do carro, Draco sentiu o frio severo do inverno. Continuou caminhando sobre a neve até a varanda da casa. Parou em frente à porta e bateu, esperando que alguém lá dentro no meio de toda aquela algazarra escutasse. Cerca de meio minuto depois a porta se abriu, revelando Fred (ou seria George?) Weasley.
- Ora, ora, ora... Olha só o que o Papai Noel deixou na nossa porta! Entra ai, Doninha, você vai congelar.
Draco trincou os dentes de raiva ao ser chamado de "doninha" pelo irmão de Gina. Mas antes de tentar fazer algo estúpido e precipitado, respirou fundo e falou:
- Não, obrigado. Você pode chamar a Gina?
O gêmeo franziu o cenho, como que pensando no que fazer, e então fechou a porta na cara de Draco.
Gina estava sentada no chão, perto da árvore de Natal, conversando animada com os sobrinhos. Este ano a casa estava cheia de crianças, para a alegria de Gina. A família estava toda reunida, já que Gui havia resolvido passar o Natal lá, e ainda tinham os Potter.
- Gina, Malfoy está lá fora, quer falar com você. Eu falei para ele entrar, mas por algum motivo ele preferiu ficar esperando no frio...
Ela parou de falar com Alex no instante em que ouviu o nome de Draco, mas logo depois retomou a conversa. Fred, ainda parado em frente à irmã, olhou para os lados, confuso.
- Gina, eu falei que o Malfoy está lá fora na varanda, ele quer falar com você! - falou um tanto alto demais.
Levantando a cabeça, Gina olhou para o irmão e então falou entre os dentes:
- Eu ouvi, Fred. Ainda não estou surda. - e com isso voltou sua atenção para as crianças.
Fred sacudiu os ombros, sem entender nada, e virou as costas, caminhando em direção a cozinha.
35 minutos depois...
Rony puxou a cortina de uma das janelas da sala que dava para a varanda.
- Mas que diabos o Malfoy está fazendo aqui? - murmurou, só que um pouco alto demais, fazendo com que Fred escutasse.
- O que o babaca do Malfoy ainda está fazendo aqui? - indagou, mas logo depois caiu na gargalhada. Tentava parar em vão, para explicar o motivo de tanta graça ao resto da família que o olhava curiosa.
- A Gina... deixou... o Malfoy... esperando... lá fora... há mais de meia hora! - falava, ora rindo, ora tentando recobrar o fôlego.
Gargalhadas explodiram por toda a casa, e ainda podia se escutar Rony berrar "Essa é a minha irmã!" antes que Molly desse um basta.
- Virginia Weasley! Você vai lá fora falar com ele, mesmo que seja para mandá-lo sair.
- Poxa mãe, vamos esperar mais umas duas horas, talvez ele congele! Não daria um enfeite de jardim exótico, Fred? - George fazia piada, enquanto Gina devolvia Scott ao colo da mãe e caminhava bufando até a porta. Antes de fecha-la, ainda pode escutar George reclamar "Ai mãe! Era uma idéia muito boa viu!"
Draco estava com as costas apoiadas em uma das pilastras da varanda, com as mãos nos bolsos da calça. Ao vê-lo, a primeira coisa que Gina notou foi que ele estava sem casaco. "Vai acabar ficando doente" pensou, mas logo em seguida se repreendeu. Como ela conseguia se preocupar com ele depois de tudo? Quando já ia abrir a boca para perguntar o que ele queria, Draco começou a falar:
- Sabe, quando eu tento me lembrar de você em Hogwarts, a primeira coisa que vem à mente é uma imagem sua e dos seus irmãos, brincando na neve. Me lembro de estar dentro do castelo e observar vocês três fazendo uma guerrinha de bolas de neve. Na época eu até pensei "Nossa, que coisa mais idiota! Tinha que ser Weasleys" - terminou, ainda encostado na pilastra, sem olhar para Gina.
- Escuta aqui, Malfoy, é noite de Natal, está muito frio aqui fora e eu não estou a fim de ficar aqui escutando o seu revival dos tempos de escola - o comentário de Draco havia servido para deixar Gina ainda mais brava. - O que você quer? - perguntou com raiva, com os braços apertados em volta de si por causa do frio.
Ele desencostou da pilastra e olhou para Gina. Ela estava com um daqueles suéteres horrendos com um "G" no meio, um cachecol vermelho e dourado, provavelmente dos tempos de Hogwarts. O nariz e a ponta das orelhas vermelhas de frio.
- Você está linda - falou baixinho, caminhando até ela.
- E você está com olheiras terríveis. O que foi, tem ido a muitas noitadas com Blaise? - percebendo aonde ele queria chegar, deu alguns passos para trás.
- Não, Blaise está apaixonado. Ou assim ele se diz.
Gina riu alto.
- Blaise? Apaixonado? Agora só falta me dizer que Voldemort virou uma fada...
Ele parou de andar, e nos seus lábios se formou um pequeno sorriso, que não chegava aos olhos.
- Como você está? - perguntou novamente, tentando chegar até ela.
- Estou bem. Era só isso que você queria? - Gina respondeu ríspida, se esquivando da aproximação dele. Ela sabia, e tinha certeza disso, que se houvesse o mínimo de contato entre os dois, logo ela se esqueceria de tudo. Ela se esqueceria do mundo, até do próprio nome nos braços dele.
- Mas que droga, Gina! Eu estou tentando fazer a coisa certa, mas você dificulta tudo! - Draco se exaltou, levando as mãos à cabeça e bagunçando o cabelo.
Aquilo foi o estopim para Gina. As orelhas dela ficaram escarlate, mas não foi por causa do frio. O chamado "Fogo Weasley" tinha sido atiçado.
- Eu dificulto as coisas, Draco? Você tem certeza disso? Por que eu acho que foi você quem disse que eu era uma idiota! - ela berrou, apontando o dedo indicador para Draco.
- Por Merlin, Virginia! Será que você não percebe que eu preciso de você?
Gina fechou os olhos e deixou-se apoiar na parede. Quando os abriu novamente, Draco percebeu que estavam vermelhos, mas ainda não havia nenhuma lágrima.
- Draco, eu tentei, nós tentamos. Mas você viu, somos diferentes demais... Eu não queria um conto de fadas, eu só queria você - a última frase de Gina saiu quase como um sussurro.
Draco se aproximou dela, que desta vez não recuava. Ele pegou a mão esquerda de Gina, sentindo-a gelada, então, tirou o anel do bolso e o colocou em seu dedo.
- Aqui é o lugar dele, nessa mão. Pequena, eu quero que você seja a minha mulher - falando isso, Draco levantou o queixo dela com uma das mãos. Dava para ver que Gina tentava bravamente segurar as lágrimas, mas parecia ser em vão.
- Isso é um pedido de desculpas? - ela indagou esboçando um sorriso.
- Não, eu estou pedindo, novamente, que você passe o resto da vida comigo - e chegou mais perto dela, acabando completamente com a distância entre eles e a pressionou contra a pilastra onde estava encostada. - Isso, é o pedido de desculpas - e a beijou, um beijou passional, tentando expressar com atos, o que não conseguia com palavras.
Ele descolou seus lábios dos de Gina delicadamente, mas ela continuou de olhos fechados, sorrindo, com os braços firmemente em volta do pescoço de Draco. Murmurou um "eu te amo", antes de se inclinar para beija-lo novamente.
Draco quebrou o beijo mais uma vez, e deu alguns passos para trás, saindo da varanda e deixando Gina meio confusa.
- Bom, eu não sou um príncipe encantado propriamente dito. Quer dizer, a parte do "príncipe" é verdade. Meu carro não é exatamente um cavalo branco - ele abriu os braços e apontou para a Ferrari grafite - Mas eu vim aqui resgatar a princesa, não é?
- Você não está se esquecendo de nada? - Gina falou, rindo, ainda debaixo da varanda. Ela apontou para a porta de casa, e depois voltou a falar com Draco - Ainda falta você enfrentar os dragões!
- Er, hummm, de qualquer jeito, você falou que não queria um conto de fadas mesmo... - desconversou e começou a caminhar de volta para a varanda, mas um alto "crack" o fez parar no meio do caminho. O barulho vinha de cima da varanda, e fez com que tanto Draco como Gina olhassem para cima.
- Cuidado, papai! - ouviram a voz alta de Rony.
- Não me solta Ron... Ahhhh! - Arthur gritou.
- Mas que merda é essa...? - Draco começou a exclamar, mas nem chegou a terminar a frase, pois foi atingido por um enorme saco vermelho na cabeça, caindo sentado na neve. Quando enfim conseguira livrar-se do embrulho, um homem vestido de vermelho, seguido por Rony, caiu em cima dele.
Gina olhava pasma da varanda, não sabendo se ria ou se ia socorrê-los. O barulho parecia ter chamado atenção de todos dentro de casa, pois em seguida a porta se abriu, liberando uma avalanche de cabeças vermelhas, de todas as idades, no exato instante em que Rony e Arthur (ou Papai Noel) saíam de cima de um Draco soterrado, amassado e com o nariz sangrando.
- Papa Noel! - exclamou o caçula de Gui, Mark, de cerca de três anos.
- Eu sempre achei que ele descesse pela chaminé - Alex falou desconfiado.
- Olha, o moço da Tia Gina é ajudante do Papai Noel! - dessa vez foi Antoine quem berrou, o filho mais velho de Gui, com forte sotaque francês.
Todos caíram na gargalhada, enquanto as crianças corriam pela neve em direção ao Papai Noel (ou Arthur) para o desespero de Fleur. Ainda rindo, Gina caminhou até Draco, que continuava sentado na neve, com uma mão no nariz, tentando estancar o sangramento.
- Você está bem? - perguntou Gina, ajoelhando-se ao lado dele, e mexendo no cabelo de Draco para sacudir a neve.
- Vou sobreviver - ele tirou a mão do nariz e a observou, repleta de sangue. - Acho que quebrei o nariz. E que negócio é esse de "moço da Tia Gina"?
Gina sacudiu os ombros e procurou com os olhos por Antoine, quando viu Mark correr cambaleante com Liz (um tanto quanto esperneante) no colo. O menino se desequilibrou quando já estava ao lado de Draco, que por reflexo o segurou antes que a sua cabeça pudesse bater no chão. Liz fugiu o mais rápido que pôde.
- Merci - Mark falou baixinho em francês.
Ela sorriu com gesto de Draco. Ele vivia falando que crianças eram umas pestes, que só atrapalhavam, mas no fundo, bem no fundo, ela sabia que ele tinha jeito com elas. Draco a olhou surpreso ao ouvir o que o garotinho havia dito.
- Ele fala francês? – perguntou.
- É filho da Fleur... Você sabe...
Porém, antes que Draco pudesse falar qualquer outra coisa, sentiu algo gelado tocar seu nariz. Confuso, olhou para o lado e avistou o menino fazendo uma segunda bolinha de neve com suas mãos pequeninas e logo em seguida levar ao nariz de Draco.
- É pra melhorar - explicou, com ar de entendido, antes de Gina agarrá-lo e o cobrir de beijos.
- Esse é ou não é o sobrinho mais fofo do mundo?
- Pára, tia! Eu já sou um rapazinho! - o garoto se desvencilhou dos braços de Gina e saiu correndo pela neve, ainda desajeitado.
Draco se esforçava para conter o sorriso, mas não conseguia. Gina então passou a mão no rosto dele, para limpá-lo da neve e se inclinou para beija-lo. Foi um beijo estranho, uma vez que os lábios de Draco estavam gelados por causa da neve e com o sabor enferrujado de sangue.
- Ei, vocês dois vão ficar fornicando a noite inteira aí na neve? Malfoy, a mamãe falou para você entrar e fazer um curativo nesse nariz. Não que eu não goste da idéia de te ver sangrar até a morte, mas seria traumatizante demais para as crianças - Fred berrou, antes de entrar n'A Toca e bater a porta.
- Draco, me solta, me deixa levantar da cama, vai.
- Não - Draco grunhiu, meio que inconscientemente. Ele estava quase totalmente em cima de Gina, abraçando-a, como quando fazia em um dos seus ataques de "lula gigante" e tinha a cabeça enterrada entre o pescoço dela e o travesseiro.
Gina bufou. Estava a mais de uma hora tentando sair da cama para tomar café da manhã, mas ele a prendia.
- Eu estou com fome, Draco. Vamos fazer um acordo: você me deixa ir pra cozinha, assim eu como e preparo um café da manhã decente e te deixo aqui dormindo sossegado. Você sempre reclamou que não conseguia dormir comigo do lado, me remexendo.
- Não, não vou deixar você sair. Nesses três dias que você não estava aqui eu tive a constatação que, se com você era difícil dormir, sem você fica impossível. Eu preciso de alguém do meu lado pra conseguir pegar no sono. - ele falou, sua voz abafada pelo travesseiro.
- Por que você não chamou alguém pra dormir com você? Talvez o Blaise...? - Gina brincou.
- Não teve graça, Virginia. - ele intensificou o abraço - E de qualquer jeito, só serve você.
- Por falar em Blaise, o seu fiel escudeiro esteve aqui? - ela perguntou, tentando mais uma vez se soltar dos braços de Draco.
- Ele esteve aqui ontem, mas tivemos uma pequena discussão e ele foi embora. Mas não se preocupe, daqui a pouco ele vai aparecer por aqui, de enxerido, tentando me convencer a ir atrás de você, o que já aconteceu. Por alguma estranha razão ele acha que se nós dois ficarmos juntos, ele terá uma chance com a tal de Nádia Hatzemberguer.
- Hummm, talvez ele tenha uma chance com ela mesmo, por que eu nunca mais vou sair de perto de você. - Gina disse, virando a cabeça para o lado, logo em seguida beijando de leve o nariz vermelho e inchado de Draco.
- Então você se rende e desiste dos waffles por mim? - perguntou Draco esperançoso, abrindo os olhos e encontrando os dela fixos em si. - Fica aqui dormindo comigo?
- E quem foi que disse que você vai dormir? - um sorriso maldoso se formou nos lábios de Gina - Sinto muito querido, mas eu não tenho culpa se você ficou três dias sem dormir.
- Eu não estava com sono mesmo... - comentou o loiro, mordendo a pontinha da orelha de Gina, que estava vermelha.
- Hihihihi – Gina ria baixinho, enquanto olhava para Draco.
Ele parou de comer, ao notar que Gina estava rindo dele. Os dois estavam sentados em cima da cama, um de frente para o outro, com uma bandeja de café da manhã entre eles. Estavam tomando café, mesmo que já fosse hora do jantar.
- O que há de tão engraçado comigo? - perguntou, pousando a torrada em cima da bandeja.
- Desculpa, Draco, mas é o seu nariz, está muito engraçado! - ela explodiu em gargalhadas.
- Engraçado, é? Você tem sorte, Pequena, muita sorte dessa bandeja estar entre nós, por que senão, você já estava perdida!
- Perdida é? - Gina pegou a bandeja e a colocou sobre a mesa de cabeceira - Talvez eu queira estar perdida.- e com isso começou a beijar o pescoço de Draco. Este por sua vez, prontamente a enlaçou pela cintura, fazendo com que ambos caíssem deitados novamente sobre os travesseiros.
Eles estavam ainda deitados sobre a cama, totalmente cobertos pelo edredom. E mesmo no escuro, os dois estavam de olhos abertos, um de frente para o outro. Gina tinha uma das mãos sobre a cabeça de Draco, fazendo cafuné. A única coisa que a fazia saber que ele estava acordado era que, de tempos em tempos, Draco soltava um suspiro e a apertava mais contra si.
- Você não está sentindo falta de nada? - ele quebrou o silêncio.
- Era nisso que eu estava pensando. Tem alguma coisa faltando.
- Uma coisinha peluda que sempre subia nessa cama pra atrapalhar alguma coisa...
- Meu Deus! A Liz! - Gina exclamou, jogando o edredom para o lado, dando um pulo da cama.
- Gina, aonde você pensa que vai? - perguntou Draco, sentando-se na cama - É de madrugada!
Gina parou de amarrar o robe na frente do espelho ao ouvir as palavras de Draco e olhou para a janela. Realmente, estava muito tarde.
- Ahh, Draco, ela deve estar com frio, na neve! Eu não me lembro de ver o Mark agarrado com ela quando fomos embora. Desde que ele a viu não soltou a coitadinha!
- Relaxa, provavelmente ela achou uma cama bem quentinha para se aninhar. Amanhã nós vamos lá busca-la. - ele falou abraçando-a por trás e desfazendo o laço do robe.
Sorrindo, Gina olhou o reflexo dos dois no espelho. Ela observou como a pele de Draco era muito mais clara que a dela e como o cabelo loiro dele caia em seus olhos enquanto ele tentava desatar o nó. Ela continuou sorrindo ate que algo no reflexo lhe chamou a atenção. Levando a mão a uma parte especifica do pescoço, Gina chegou mais perto do espelho, aproximando o rosto.
- Draco Malfoy, você me deixou marcada! - ela sibilou entre os dentes.
Ele levantou a cabeça sorrindo maldosamente e tirou os fios de cabelo que caiam nos olhos.
- É uma pequena vingança por você ter deixado os seus irmãos me chamarem de "Rena Albina do Nariz Vermelho" a noite inteira.
N/A: Ahhhh, ta bom, ta bom, pode bater, eu mereço!
Mil desculpas pela demora, mais uma coisa horrível e assassina chamada VESTIBULAR está acabando com a minha vida. Há muito tempo que eu não sei o que é acordar tarde num domingo, por que simplesmente eu tenho provas em todos.
Além dessa coisa maldita, ainda há o agravante de que eu ganhei "O Código Da Vinci" de amigo oculto, e não consegui fazer mais nada enquanto não terminei de ler o livro. 2 dias e ½, bati o meu recorde do "Ordem da Fênix".
Ahhh, sim, tenho muitos agradecimentos á fazer, primeiro á minha beta querida, maravilhosa MaryMadMalfoy, que incrementou a briga do capitulo anterior(o que vc ainda não viu? Volta la!!) e me fez ter vontade de chorar lendo ela. Marketing: Leiam as fics dela! São muito lindas!!
Pattilda, pima linda, que digitou o inicio desse capitulo. Sem noção de como eu corri com ele pra ele estar no ar antes de eu ir viajar, por que se não fosse hoje (23/12) só iria ano que vem, só Deus sabe quando, já que eu vou ter que fazer provas na roça(e isso não é sacanagem...).
Maluka, amiga,quase não temos nos falado pelo MSN, vc ai atolada de dever de casa. Esses americanos são uns megalomaníacos!
E ainda tenho que pagar Royalts para a Mary pelo "Voldemort virou uma fada" e outros serviços salva-vidas de beta.
Bom pessoal, é isso ai, espero que tenham gostado. Tudo bem que eu maltratei o Draco um pouquinho, mas depois ele teve a recompensa dele não é? Infelizmente, não sei quando o capitulo 9 vai ficar pronto, mas espero que demore menos que esse, afinal as minhas provas já estão acabando e eu vou ficar morgando em casa esperando o resultado, então eu e o meu inseparável caderninho vamos nos divertir muito.
N/A²: A musica no inicio do capitulo é Anything, The Calling. A minha preferida do novo CD, além da letra ser super linda. Aconselho baixa-la, já que eu escrevi a maior parte do capitulo escutando ela, na versão acústica.
