Título: Meus Sentimentos

Autora: Serennity Winner LeFay

Casais: 1x2

Avisos: Angst, Heero POV, um pouco OOC e one-short com possibilidade de continuação. A fic é yaoi, ou seja, romance entre homossexuais. Se você não gosta disso, ou se sente ofendido, não leia. E, sim, eu faço a Relena parecer uma malvada sem coração que só se importa consigo mesma. Se isso também te incomoda, não leia.

Disclaimer: eu já pedi, chorei e implorei, mas infelizmente, não possuo os direitos de GW. Esse é simplesmente um trabalho de ficção sem fins lucrativos.

Sinopse: Heero se apaixona por Relena, mas sofre muito nas mãos dela. Apesar de achar que não será capaz de amar novamente, descobre que gosta de seu amigo trançado de um jeito muito especial.

Capítulo 1

Desde o começo eu soube que não seria fácil. Não está sendo fácil esconder tudo o que eu sinto, não está sendo fácil conviver com ele desde então, e muito menos magoar-lhe o coração, ignorando-o depois que ele confessou me amar. Aliás, não foi nem ao menos fácil admitir para mim mesmo que eu era capaz de voltar a amar depois de tudo o que tinha acontecido.

Duo... ele sempre fora como uma estrela na minha vida, seu sorriso era como a luz no fim do túnel de minha existência infeliz (1). Sempre que eu mais precisei, ele estava ao meu lado, me aconselhando, ou mesmo me dando umas boas sacudidelas quando fosse necessário.

Mas isso foi antes. Antes de eu me apaixonar cegamente por Relena Peacecraft e me deixar enganar por ela. Antes de eu ter sido logrado, manipulado e ter meus sentimentos pisados pela primeira pessoa que eu realmente amei. E antes de eu abandonar meus amigos por ela.

Me perdoem se eu estou me fazendo de vítima. Não era essa a minha intenção. Ou era? Já não sei. Só sei que fui burro o bastante para acreditar em tudo o que aquela... bom, deixa pra lá.

No começo, Relena era sempre muito gentil com todos, mas um dia, confessou-me ter uma certa antipatia por meus amigos. Pediu que eu me afastasse deles, disse que eles pareciam reprovar o nosso relacionamento e eu, cego pela paixão, deixei a casa em que vivia com eles, não sem antes dizer o quanto era injusto fazerem isso comigo, agora que eu encontrara minha felicidade. Vocês não imaginam o quanto me arrependi de ter feito isso.

Demorou até eu perceber o que realmente estava acontecendo à minha volta. Passaram-se meses até que eu me desse conta da real intenção da minha "namorada". É humilhante para mim, considerado como um Soldado Perfeito na época das guerras, uma máquina humana desprovida de sentimentos, perceber a que ponto eu fui feito de bobo. Pena que já era tarde demais quanto eu percebi.

Sucintamente, a Rainha do Mundo não amava a mim, e sim a um rebelde que tinha escapado da prisão. Ela só precisava de mim para adentrar os computadores do governo e limpar o nome do sujeito. Eu, burro, fiz, e na manhã seguinte Relena fugiu com o cara, levando consigo todos os meus pertences. Fiquei com as roupas do corpo e nada mais. Fui estúpido o suficiente para não suspeitar nem quando ela insistiu em passar a noite num hotel, que ela teve ao menos a decência de pagar antes de desaparecer.

Eu fiquei sozinho, e me sentia mais desamparado do que jamais pensei em me sentir. Minha vontade era voltar correndo para a casa dos meus amigos e me deixar ser consolado por eles. Mas a vergonha me impedia. A vergonha de tê-los acusado injustamente. Só naquele momento eu me dei conta do porquê Relena afastou-me de meus amigos: eles eram os únicos que podiam abrir-me os olhos para a mentira dela. E sem eles, eu nunca perceberia. Saí do hotel resoluto a não voltar para eles, e assim o fiz.

Levou meses para eu me restabelecer. Durante o dia, fazia pequenos bicos, e a noite, cuidava de crianças por um prato de comida e uma cama para passar a noite. Foi assim até que achei um albergue, onde comecei a viver. Com o pouco que eu ganhava, comprei roupas novas, e arrumei um emprego fixo. Foi difícil voltar a ter uma vida normal, mas aos poucos eu consegui. Até comecei a dividir um apartamento com um colega de trabalho (2).

Tudo ia bem, se não fosse a falta que eu sentia de Quatre, Trowa, Wufei, e principalmente de Duo. Desde que Relena me deixou eu tinha pensado muito no meu amigo americano.

Num fim de semana, eu resolvi sair para almoçar fora. Já no restaurante, o maitrê me informou que eles estavam lotados, se eu me importava em dividir uma mesa. Respondi que não, e qual não foi a minha surpresa ao reconhecer o outro ocupante da mesa: Quatre. Conversamos durante toda a refeição sobre o que aconteceu com ambos nesse tempo todo em que não nos vimos e, ao final da sobremesa, o loiro me perguntou por que eu nunca voltei para eles. Percebi instantaneamente que aquela era uma pergunta que ele queria fazer desde que me encontrou.

Expressei meus temores e, pela cara de incredulidade que ele fez, percebi o quanto, mais uma vez, eu havia sido estúpido.

"Se fizéssemos isso, Heero, não seríamos mesmo seus amigos." disse-me ele.

Voltar a morar aqui foi uma das melhores coisas que me aconteceu. Ou melhor, eu achei que era, até que, quando eu estava em meu quarto, Duo apareceu.

Depois de alguma enrolação, ele confessou me amar. E eu acabei percebendo que ainda não havia superado o que sentia por Relena, apesar de guardar um sentimento muito especial por ele. Não tinha certeza se amava-o, mas a ferida em meu coração me fez dizer a ele que não sentia nada. Duo ficou visivelmente abalado, mas saiu do meu aposento sem derramar uma única lágrima.

Aos poucos eu fui me dando conta do quanto eu realmente gostava de Duo. Não era algo doentio como foi com Relena, mas um sentimento bom, que me fazia querer ser melhor a cada dia.

Mais uma vez, a vergonha pelos meus atos me impede de falar-lhe a verdade. No entanto... aquilo que eu sinto ao vezes se torna grande demais para eu suportar sozinho. Ver meu bem-amado todos os dias, e não poder encher-lhe de beijos e dizer-lhe o quanto eu o amo é angustiante.

Quem sabe um dia eu tome coragem e pare de ter medo de ser feliz...

(1) Infeliz foi essa analogia, isso sim.

(2) Não tenham idéias erradas, onegai! -U

N/A: Ê! Terminei! Já fazia uma semana que a fic tava escrita, mas eu nunca tinha tempo de digitá-la. Ela foi resultado de um momento de inspiração repentino que eu tive sábado passado, e acabei escrevendo-a em poucas horas. E, mesmo com ambos os braços doloridos por causa das duas vacinas que eu tomei hoje, eu consegui digitá-la! Espero que gostem e... deixem reviews, okay?

Enquete: eu continuo a fic, ou deixo como está?