Depois da Manhã Seguinte
Original: After the Morning After
Autor: kyc639
A/N: Aqui está o próximo capítulo. (...) Espero que o resultado do brilhante plano de Harry não seja um completo choque ;)
Os melhores planos propostos…
Ow putz! Cabeça... dói...
Uma vez mais a história se repete, e eu me encontrei na cama com uma baita dor de cabeça (mesmo não sendo tão ruim quanto na primeira vez). Balancei de leve a cabeça e fechei meus olhos com força, tentando me livrar dos touros desembestados que estavam correndo dentro do meu cérebro. O lado direito da cama cedeu um pouco, o que me diz que a história se repetiu de outro jeito também. Virei a cabeça para dar de cara com a agora familiar visão de Hermione, deitada do meu lado na cama.
Ah bom, tinha que acontecer muita coisa pra ser um plano bem sucedido... planejar é muito complicado, se você quer saber a minha opinião. Aliás, uma coisa que aprendi com Quadribol – fora o fato de que cair da vassoura quando você está a vários metros de altura não é tão parecido como uma ida à Dedos de Mel, ou que Rony é um grande idiota quando ele é contrariado – é que planejar é uma coisa, executar é outra. Quero dizer, não é minha culpa o plano ter falhado porque eu não consegui manter minhas mãos longe da Hermione. Er, espera… acho que é minha culpa. Que seja.
"Oi," ela disse, primeiro dessa vez.
"Oi," respondi, como antes. Mas havia uma coisa diferente nessa manhã: Hermione não pegou suas roupas e foi imediatamente embora, e eu não tentei preencher o silêncio com algumas palavras desajeitadas. Ao invés disso, ficamos olhando um para o outro, deixando a situação ser compreendida.
"Bom," eu disse um tempo depois, "não parece que meu plano funcionou muito bem, não é?"
Hermione riu. "É, não muito." Então, como uma conclusão, ela acrescentou, "eu disse."
Era estranho. Tenho certeza que era para ficarmos envergonhados por acordarmos um do lado do outro nus, mas eu sabia que eu não fiquei assim, e depois de conhecer Hermione durante anos, eu poderia dizer que ela não ficou também. Talvez fosse porque já passamos por isso antes, mas mesmo assim estávamos ambos estranhamente calmos. "Com fome?" perguntei.
Ela assentiu. "Faminta."
Eu não pude evitar. Provavelmente não era a melhor hora para brincar, mas acabou escapando: "Bom, tenho certeza que estamos com um apetite enorme depois da noite de ontem."
Para o meu alívio, ela riu. "Eu imagino que sim."
Continuamos a nos olhar, esperando. Finalmente eu perguntei, "E aí?"
"E aí o quê?"
"Você não vai sair da cama?"
"Eu? Você primeiro dessa vez."
"Por que eu?"
"Porque você já deu uma olhadinha na primeira vez."
Eu ri nervoso e senti minhas bochechas esquentarem um pouco, masmesmo assim tentei bancar o inocente. "Do que você está falando?"
Ela deu um sorrisinho maroto. "Não pense que eu não percebi você tentando dar uma olhada em mim na última vez. Agora quemvai primeiro é você!"
Eu vesti meu olhar 'quem, eu?' que aperfeiçoei depois de anos com os Dursleys. Mas não estava colando com Hermione, então eu suspirei e comecei a sair da cama. É claro, eu não poderia sair assim sem uma briga.
"Hey!" Hermione reclamou quando comecei a puxar os lençóis para mim. "Boa tentativa, garanhão!"
"Mas eu tenho que me cobrir! Se eu não posso olhar, você também não pode." Eu protestei.
A resposta dela foi um travesseiro jogado nos meus arredores em geral – Hermione é horrível para atirar as coisas. "Tudo bem," eu murmurei enquantome abaixava para apanhar o travesseiro e minhas roupas.
"Woo hoo!" Hermione aclamou, e eu imediatamente me indireitei, pegando o travesseiro para cobrir minhas partes sensíveis. Eu a olhei em choque, meu rosto sem dúvida vermelho agora. Ela apenas deu um sorriso doce e uma risadinha.
Tudo bem, permita-me repetir isso, caso alguém aí tenha perdido o que acabou de acontecer: ela deu uma risadinha. Hermione Granger deu uma risadinha. Hermione nunca dá uma risadinha. Que raios estava acontecendo aqui? A situação toda estava surreal: nós não só simplesmente dormimos juntos (de novo!) mas Hermione me dá um assovio e uma risadinha. Por um segundo eu me perguntei se alguém estava usando Polissuco, mas eu dispensei a idéia imediatamente; ninguém pode interpretar Hermione bem o bastante para me enganar. Balancei a cabeça surpreso enquanto deixava o quarto.
Com uma facilidade treinada, eu estava preparando o café da manhã quando Hermione emergiu do banheiro. Se tem uma coisa que viver com os Dursleys me ensinou (e sem dúvida eles ficariam bem desapontados ao aprender que qualquer coisa positiva veio da experiência) foi a cozinhar. Na verdade, eu era um cozinheiro bem capaz e versátil, se eu posso dizer isso de mim mesmo. Tio Válter não era nenhum gastrônomo e gostava de qualquer coisa gordurosa. Duda gostava de doces e massas, e tia Petúnia era um tanto natural e gostava de pratos bonitos. Então, eu posso fazer qualquer coisa desde grelhar uma carne até assar um bolo e preparar um salmão bem temperado. E foi legal eu ser bom em cozinhar porque minha mente estava definitivamente distraída no momento.
Porque diferente da última vez, dessa vez eu conseguia lembrar uns pedaços do que aconteceu ontem à noite, e eu estava me lembrando cada vez mais. Lembrei dos primeiros goles desajeitados, e então como a noite progredia e o álcool começava a ter efeito. Como estávamos rindo como primeiranistas de algo bobo, e então como era a sensação dela nos meus braços, seus lábios, de seu cabelo macio em minha mão, suas coxas…
Pisquei algumas vezes enquanto tentava focalizar no que eu tinha a fazer. Virei os omeletes e removi o bacon da frigideira, e então chequei como a torrada francesa estava indo.
"Mmmm," Hermione disse quando entrou na cozinha. "Isso cheira bom."
Sorri para ela mas não pude evitar de pensar na cena estranha. Era quase um café da manhã juntos, exceto que ela estava usando as mesmas roupas da noite passada. Onde estava a estupidez? Onde estava a vergonha? Onde estavam os rubores, a incapacidade de um encontrar os olhos do outro? Apesar do fato de termos passado uma noite íntima juntos, apesar de ter sido induzida pelo álcool, o café da manhã passou como se nada de diferente tivesse acontecido. Ninguém falou sobre o meu plano falho e ao invés disso conversamos sobre tópicos normais do dia-a-dia. Eu estava começando a ficar agitado – quando ela traria isso à tona? Nós tínhamos que conversar sobre isso, para ter certeza de que não arruinaria nossa amizade. Eu estava praticamente como um idiota nervoso, mas Hermione parecia calma e contente, como se ela tivesse acabado de receber a notícia de que teríamos exame semana que vem. Eu sabia que a coisa certa a fazer era eu mesmo trazer o assunto à tona, mas francamente, as chances disso acontecer são Flitwick (ou, em outras palavras, bem pequeninas).
Dragões e Lords das Trevas? Sem problema, pode mandar!
Sentimentos e situações delicadas? Eu espero no carro.
Eventualmente a comida se foi e os planos ficaram limpos, e Hermione foi embora para começar o dia, me deixando bem, mas bem confuso.
Duas semanas depois marcaram uma festa de aniversário na Toca. Eu não tinha muita certeza de qual das crianças estava fazendo aniversário, desde que agora há muitas delas, mas Rony me disse que era alguém do Carlinhos. É claro, na prática isso nem importava já que Hermione era quem cuidava do presente e eu só dividia as despesas.
Desde a ´sequência do incidente´, Hermione e eu não passamos nenhum tempo juntos e sozinhos, exatamente como antes. Entretanto, da última vez foi porque ambos estavam evitando a situação; dessa vez foi simplesmente como as coisas aconteceram. E dessa vez foi tudo improvisado. Verdade, nós ainda não tínhamos discutido ou ao menos nos referido ao incidente, mas pelo menos não havia aquela sensação estranha entre a gente; só muita confusão da minha parte. Nossa amizade parecia mais forte do que nunca, mas de algum modo eu pensei que não ia durar. Afinal, quando você continua tendo imagens de sua melhor amiga vestida como ela veio ao mundo saltando em sua cabeça (e quando eu digo saltando, eu quero dizer saltando, se você entende o que eu quero dizer), está escrito que terá algum impacto na amizade.
Mas ao invés disso, tudo parecia de volta ao normal entre a gente. Exceto os toques. Malditos toques! Não importava o quanto eu tentasse, eu não podia evitar toca-la – as costas dela, levemente as mãos, era como um vício. E francamente, era bem irritante. Não o toque em si, o que na verdade era bem legal. Não, a parte irritante era que eu não conseguia me parar! E eu sabia, lá dentro de mim, que todos esses toques eram um sinal de aviso de que a seqüência pode algum dia se transformar numa trilogia. Agora, não é que eu não gostei dos dois primeiros capítulos (bom, eu assumo que eu gostei do primeiro), mas essa era Hermione. Ao longo dos anos, ela e Rony se tornaram as duas únicas pessoas com quem eu realmente podia contar. Aquela amizade era muito mais importante do que uma aventura. Algumas noites de amor não valiam o risco.
Então foi com muitas preocupações passeando pelo meu cérebro que eu cheguei na Toca. O quintal estava preparado para uma festa de criança, e todos os primos dos Weasleys (e Fred e Jorge, que realmente são crianças) estavam brincando com vários jogos. A maior parte dos adultos passava o tempo dentro da casa, se misturando e sabendo das novidades. Com seis irmãos Weasleys (ou são oito? Eu esqueci) e os quase incontáveis pequeninos correndo por todos os lados, é inevitável que alguém tenha algo novo para dividir com o grupo. Acrescente esposas e primos e amigos e derivados, e a Toca estava lotada até os limites.
Eventualmente um dos pequeninos me pediu para ir lá fora para brincar. Eu segui o garotinho, mas parei na entrada do quintal para engolir tudo aquilo. Enquanto as risadas das crianças aqueciam meu coração, tinha vezes que eu não conseguia evitar mas comparar a cena diante de mim com minha própria infância. Festas de aniversário e brincadeiras eram coisas que eu nunca tive, e eu fiquei de luto pela minha infância perdida. Suspirei de leve.
"Você está bem?" Hermione perguntou, aparecendo do meu lado.
Eu assenti. "Sim, tudo bem." Tentei soar indiferente, mas acho que acabou saindo tão forçado quanto realmente era.
Hermione não perguntou mais, respeitando minha privacidade. Aliás, tenho certeza de que ela sabia o que eu estava pensando, e que não havia nada que podia ser feito. Então ao invés disso, ela enlaçou seus braços ao redor da minha cintura e apoiou a cabeça no meu ombro, me oferecendo seu apoio emocional.
E por alguma razão, acho que o abraço dela aliviou uma daquelas barreiras emocionais que eu tenho, porque – caramba! – uma maldita lágrima escapou do meu olho. Felizmente foi apenas uma, mas ainda assim! Homens crescidos não choram ao observar as crianças brincando. A próxima coisa que você vai ficar sabendo, eu vou estar aconchegado no sofá, comendo chocolates e assistindo novelas com bobs no cabelo! Eu rapidamente rocei a mão contra a minha bochecha para secar a lágrima ofensiva, mas apesar daqueles meus famosos reflexos de apanhador, Hermione percebeu. Ela gentilmente puxou o meu braço.
"Venha, vamos para algum lugar," ela disse. Sem ter outros planos no momento (a criança me esqueceu assim que ela botou os pés para fora da casa... que marginalzinho), eu a deixei me levar pela casa até que encontramos um quarto deserto – o velho quarto do Gui, se eu não me engano. Eu estava um pouco nervoso quando ela nos sentou na cama, mas para o meu alívio eu não senti os agitos da paixão... ou para ser um pouco mais sucinto, eu não senti aquele tesão de transar com ela. Realmente foi uma alívio, já que isso significava que nossa amizade era mais importante para mim do que sexo.
"Quer conversar sobre isso?" ela perguntou. Eu a olhei, o que fez com que ela risse. "Oh, certo, desculpe," ela disse. "Eu esqueci que estava falando com Harry Potter, o Sr. Emoções Reprimidas em pessoa."
"Hey! Eu não sou assim tão ruim!" protestei. Ela me lançou um olhar, o que fez com que eu murchasse. "Oh tudo bem. Vou concordar que às vezes eu fico propenso a guardar meus sentimentos dentro de mim."
"Às vezes?" ela imitou.
Eu sorri. "Beleza, então é sempre," eu disse, olhando para baixo.
"Assim está melhor," ela disse um tanto presunçosa. E então, como nos velhos tempos, nós ficamos num silêncio companheiro. Era legal; sem pressões de sexo ou algo assim, somente dois amigos juntos. Um momento depois eu a olhei, e então alguma coisa se encaixou. Nesse dia eu nunca vou entender o que aconteceu; afinal para mim não faz sentido algum. Mas em um segundo, nós éramos simplesmente o que sempre fomos – melhores amigos. Mas no espaço de um mili segundo, isso mudou.
Nossas bocas estavam de repente coladas. Ela me beijou, ou talvez fui eu que a beijou; eu não acho que vou chegar a saber quem foi que começou, mas eu suponho que isso realmente não importa. Subtamente eu não conseguia ter o bastante da minha melhor amiga. E esses não eram os beijos lentos e gentis que acompanham as canções do Barry White, ou aqueles doces e desajeitados dos filmes. Esse era um momento ´mim Tarzan, você Jane´. Nossas bocas nunca paravam, movendo dos lábios até o pescoço e voltando tudo de novo. Nossas mãos estavam quase rasgando as roupas um do outro, e na velocidade que estavam indo, nós estaríamos em vários estados de nudez em questão de segundos. De onde será que veio isso? Uma parte de mim estava gritando comigo para parar, mas a outra (maior por sinal) chutou o traseiro da primeira parte careta e a empacotou numa caixinha bem minúscula. Somente uma pancada alta nas escadas conseguiu nos tirar daquele transe de luxúria induzido.
Nós nos afastamos com o barulho, respirando bem fundo enquanto olhávamos um para o outro. Deus, eu a queria tanto naquele momento, que se danassem as conseqüências, mas eu estava um pouquinho agradecido por quem quer que tenha feito aquele barulho alto, sabendo que isso nos traria de volta à consciência. Eu sabia que iríamos nos afastar, corar, arrumar nossas roupas, descer as escadas e tentar agir como se nada tivesse acontecido. Porém, ao invés disso, Hermione olhou para mim e disse quatro palavras que eu nunca imaginei ouvir dela: "Seu quarto ou meu?" Hesitação nem passou pelo meu vocabulário nessa hora. Sem me dar o trabalho de gastar segundos preciosos para formular palavras, eu a abracei e nos desaparatei para o meu quarto.
CONTINUA...
N / T: Olá, pessoal!
O que acharam do resultado do plano do Harry? Espero comentários!
Ah, obrigada pelos reviews, gente! Dão muito ânimo pra continuar, podem ter certeza disso! hehehe
Até o próximo!
Silvinha Potter
