00 – A Mágica Está aqui!

Uma sombra corria por meio de árvores e algumas raras tochas que iluminavam o ambiente...

Ela para na frente de um buraco, joga uma caixa dentro e a tampa com terra.

: - A mágica está aqui!

Eis que, do meio da escuridão, uma multidão com tochas e cruzes em punho surge... Uma outra sombra observava tudo atrás de uma árvore...

Um telefone toca...

"- Alô?"

"- Kagome-chan, eu sinto informar, mas você perdeu a hora... NOVAMENTE!"

"- Desculpe chefe!"

"- Você sabe que eu sempre desculpo, agora ande rápido... O setor fica tão vazio sem você..."

"- Certo..." Kagome congelada em cena 2D

Ela desliga o telefone e se levanta irritada...

"- Que droga! Todo dia!"

Vai para o banheiro resmungando...

"- Por que eu tenho a ligeira impressão de que o meu dia não será bom?"

Ela joga um pouco de água no rosto...

"- Ora! Qualquer dia que comece com um telefonema do Miroku é péssimo!"

Kagome continua a resmungar, mas ao se olhar no espelho vê as imagens do sonho e calando-se, fica um pouco pensativa...

"- Sonho sinistro... Fogo, cruz, barulho... Vultos... O que será que havia naquela caixa?"

Ela olha para um relógio dentro do banheiro e se apressa...

Algum tempo depois, Kagome sai do prédio correndo e antes de conseguir atravessar a rua, vê que o sinal abre...

"- Droga!"

Um ônibus passa direto do ponto...

"- Perdi de novo!"

O sinal fecha... Ela atravessa contrariada e para no ponto...

"- Será que eu só consigo pegar esse ônibus quando ele se atrasa?"

Um outro ônibus pára no ponto e, distraída com seus resmungos, entra nele...

Logo nos primeiros minutos de viagem, Kagome percebe que o itinerário do ônibus não lhe é familiar...

"- De hoje eu não passo..."

Ela desce do ônibus transtornada...

"- Excelente... Peguei o ônibus errado e agora estou mais atrasada ainda... Ai, o Miroku vai me dar "aquele" sermão... E vai me fazer entrar na sala dele... Ai, mas que droga de dia!"

Kagome olha para um telefone público...

"- Bem que eu poderia inventar uma desculpa para não aparecer lá hoje..."

Ela não hesita, pega o telefone e disca um número...

"- Estúdio de desenhos, bom dia... Setor de Criação e Desenvolvimento de Esboços... Furata Miroku."

"- Chefe?"

"- Kagome-chan, onde você está? Está muito atrasada, ouviu? Vamos ter que conversar..."

A menção do verbo "conversar" apavorou completamente Kagome. Poucas coisas no mundo eram capazes de perturbá-la tanto quanto as tais "conversas" na sala da chefia de seu setor. E ela estava a caminho de uma que prometia ser especialmente desagradável.

"- Eu?"

Ela olha para a calçada e vê uma farmácia...

"- Estou na farmácia..."

"- Na farmácia? O que aconteceu com minha melhor funcionária?" – Miroku tinha um tom de preocupação na voz.

"- Não sei bem." - respondeu aliviada, ao perceber que a desculpa havia sido convincente, e decidiu levar adiante a encenação – "Não estou passando muito bem. Uma forte dor no peito, a cabeça girando. Não se importa se eu me atrasar um pouco mais, não é?"
"- CLARO QUE NÃO! Você não pode trabalhar doente! Fique em casa, tire o dia de folga! Vou sentir muito a sua ausência, mas seu bem estar vale qualquer sacrifício!"
"- Muito obrigada chefe!"

"- Mas, por favor, amanhã chegue bem cedo aqui... Pra compensar o tempo em que eu fiquei longe de você..."

"- Ok... Até mais, chefe..."

Ela desliga o telefone e respira fundo...

"- Dia de folga... Como é bom pronunciar essas palavras..."

Logo ao lado da farmácia, uma loja de materiais de desenho chama a atenção de Kagome...

"- Hum... Materiais de trabalho! Acho que uma pobre desenhista doente e assediada pelo chefe tem o direito de ir às compras..."

Ela atravessa a rua e para na frente da vitrine da loja...

"-Nossa, quantos lápis novos... Faz realmente muito tempo que eu não renovo meu material..."

Ele continuava a observar os objetos expostos, quando bem no cantinho da vitrine avista uma caixinha... No mesmo momento, imagens do seu sonho vêm à sua mente...

"- Essa caixa... Parece a caixa do meu sonho!" - Kagome fala espantada.

Ela entra na loja correndo...

"- Em que posso ajudá-la?"

"- Eu quero aquela caixa que está na vitrine!"

"- Ah... AQUELA?"

Ela vai até a vitrine e retira a caixa...

"- O que há aí dentro?"

"- Nada de mais... Dois lápis feitos a mão pelo ex-dono da loja... Ele me contou que encontrou essa caixa enterrada e que dentro dela havia apenas dois grafites... Uma história meio mirabolante, mas foi o que ele me contou... Acho que inventou isso para impressionar os clientes..."

"- Enterrada? Encontrou enterrada? E onde está esse homem? Eu posso falar com ele?"

"- Acho que não... Ele morreu há alguns anos..."

"- Que pena... Mesmo assim, eu tenho que levar essa caixa de qualquer jeito! Qual é o preço?" - Kagome fica nitidamente desapontada.

A atendente mostra o preço para Kagome...

"- Isso tudo?"

"- Por isso ninguém nunca se interessou em comprar! A embalagem é atrativa, mas o preço não compensa..."

"- A senhorita é muito sincera... Mas eu tenho que pagar esse preço! Deve ser algo realmente muito bom, pra eu até sonhar com ela..."

"- Você tem dinheiro?"

"- Tudo isso não..."

"- Bem, eu percebi que você realmente se interessou, então, já que isso aí tá encalhado há tanto tempo... Eu faço pela metade do preço!"

"- Fechado!"

Ela puxa a carteira do bolso e alguns minutos depois sai da loja satisfeita...

"- Bem, foi caro, sinal que deve ser realmente importante... Pra eu quebrar assim meu orçamento..."

Kagome põe a caixa na bolsa e sai andando...

Algumas horas depois, assim que chega em seu apartamento, abre sua bolsa e pega a caixa...

"-Vamos ver que bom negócio eu fiz!"

Ela olha novamente todos os detalhes da caixa...

"- Uma embalagem de ferro para dois lápis... Acho que eu paguei a mais por isso..."

Ela abre a caixa, com uma olhar ansioso, que logo depois é substituído por um de decepção...

"- Eu paguei tão caro por isso?"

Dentro da caixa havia dois pequenos lápis, não tinham mais de 10 centímetros, sendo que um deles estava quebrado...

"- Eu não acredito! Ainda tem um usado! É por isso que nunca vendeu! Preciso aprender a não confiar em vendedoras de lojas de materiais de desenho... Mas ora eu volto lá amanhã! Vou devolver ..."

O telefone toca e é ignorado... Depois de mais dois toques a ligação cai na secretária...

"- Kagome-chan, como está? Vou tentar sair mais cedo do trabalho para ver minha funcionária favorita! Alimente-se bem e não pegue nenhuma friagem! E saiba que estou morrendo de saudades!"

A ligação cai... Ao lado do telefone, Kagome olhava para o aparelho com o rosto tomado por uma expressão que misturava irritação e desgosto.

"- Mas eu não estou! Por mim ficaria doente para o resto da vida! Estava demorando! Acho que nem em casa eu tenho paz..." – Kagome fala irritadíssima.

Ela joga a caixa de lápis para o lado e deita-se no sofá...

"- Há quanto tempo eu não tenho uma tarde livre... Acho que vou aproveitar para arrumar o apartamento... Não... Vou colocar minhas ilustrações em ordem... Isso... Vou fazer isso... Depois vou colocar ordem no apartamento também e vou ligar para alguma amiga... Faz muito tempo que eu não falo com uma amiga... E acho que também vai dar tempo de levar as roupas na lavanderia..."

Assim ela continua programando-se até, sem perceber, cair no sono...

Uma mulher com kimono branco e vermelho corria por meio de árvores e algumas raras tochas que iluminavam o ambiente.

Ela pára na frente de um buraco, joga um caixa dentro e o tampa com terra.

: - A mágica está aqui!

Eis, que do meio da escuridão, uma multidão com tochas e cruzes em punho surge... Um homem pele de babuíno observava tudo atrás de uma árvore... "

"- Novamente esse mesmo sonho?"

Ainda exaltada pelo susto, ela vai para o banheiro e joga um pouco de água no rosto...

Novamente, quando se olha no espelho, ao invés de sua imagem, vê nitidamente a aparência do homem com quem acabara de sonhar...

"- Eu ainda não entendi o que quer dizer esse sonho... Talvez se eu conseguir desenhar esse homem, isso tudo venha a ganhar algum sentido!"

Ele volta para a sala, pega uma folha de papel e olha para a caixa jogada no chão...

"- Vamos ver se pelo menos esse lápis tem alguma utilidade!"

Ela pega um dos lápis e dando os primeiros traços no papel começa a desenhar o homem...

"- Hum... Ele parece ideal para a próxima história do estúdio... Bonito... Atraente e com um olhar misterioso..."

Ela continua desenhando e a medida que evoluía o trabalho, ficava mais empolgada... Sua obra parecia ganhar vida própria e o desenho surgia como se o lápis o estivesse desenhando sozinho.

"- Ideal! Perfeito!"

Depois de cerca de vinte minutos, finalmente termina o desenho e assina a obra... Antes que pudesse apreciar o resultado final, a campainha toca... Ela olha a hora...

"- Ah não... Pela hora, só pode ser ele..."

Com passos quase inaudíveis, Kagome vai até a porta e olha pelo olho mágico...

(sussurrando): "- Miroku! Ah, eu não mereço isso! Não mesmo!"

Em uma atitude quase infantil, Kagome sai correndo para o quarto e se enfia embaixo de cobertas...

"- Se eu estiver dormindo, não vou ter que abrir a porta, e a minha consciência não vai pesar... Eu estou dormindo, estou dormindo, estou dormindo..."

A campainha toca novamente... Do lado de fora, Miroku põe o ouvido na porta...

"- Acho que ela está dormindo..."

Ele respira fundo...

"- É uma pena... São em momentos como esse que eu gostaria de ter as cópias das chaves desses apartamentos! Mas, o jeito é deixar um bilhetinho..."

Ele puxa um papel e uma caneta de dentro do paletó, escreve um bilhete, coloca embaixo da porta do apartamento e vai embora...

Enquanto Kagome tentava dormir e Miroku escrevia seu bilhete, na sala do apartamento, alguns pequenos brilhos coloridos iluminam o desenho de Kagome... Subitamente a folha desaparece e em seu lugar, sobre a mesa de centro, um homem surge sentado...

Ele era alto e esbelto, com longos cabelos ondulados e negros, que atingiam a metade de suas costas...

Sua pele branca contrastava com seus olhos negros e sombra roxa, que observavam o local extremamente curiosos...

": - Onde estou?"

Ele olha tudo ao seu redor...

": - Isso me parece a estranha "realidade"... O mundo externo..."

Ainda cauteloso com tudo que estava vendo, o homem caminha até o quarto de Kagome e a encontra dormindo...

": - Um ser humano... Tão estranho..."

Ele volta para a sala...

": - É incrível estar na realidade! Mas como eu vim parar aqui? Essa não é a casa do criador... E aquela mulher não é o criador... Então... Como eu posso estar aqui? Eu fui desenhado... Aquela mulher me desenhou... Que tipo de magia ela usou?"

Ele senta-se sobre a mesa e fica um pouco pensativo enquanto passeia o olhar pela sala...

Sua expressão muda subitamente quando ele avista o lápis ao seu lado...

": - Será que esse objeto é... Isso é... A lenda... A lenda me trouxe para cá!"

Com um pouco de temor, ele pega o lápis e o observa perplexo...

": - Será que... É ela?"

O homem pega uma folha de papel e, temeroso, desenha um dado na folha... Depois que assina, alguns pequenos brilhos coloridos iluminam o desenho... A folha desaparece e em seu lugar, um pequeno dado aparece sobre a mesa... Ele olha encantado...

": - É ela! Ela é real... E eu a encontrei... Eu a tenho em meu poder!"

Ele pega o lápis e olha encantado... Depois de lembrar-se de algo, sua expressão de alegria se fecha...

": - Mas... A lenda dizia algo sobre um par... E aqui só tem um..."

Um olhar maléfico toma conta de seu rosto...

": - E eu vou encontrá-lo..."

Ele se levanta da mesa, começa a procurar, mas acaba esbarrando no abajur e chutando uma caixa de ferro para longe...

": - Porcaria de caixa idiota!"

No quarto...

Kagome (despertando subitamente): "- Que barulho foi esse?"

Ela acende a luz do quarto...

Da sala, ele vê a luz acender...

": - Droga! Ela acordou! É melhor eu sair logo daqui..."

Ele pega o dado que estava sobre a mesa, uma folha de papel jogada entre outras várias e abre um sorriso ansioso...

": - Vamos ver se ela faz melhor que um dado..."

Com passos apressados, ele abre a janela e pula...

Kagome chega na sala e acende a luz...

"- Eu jurava ter ouvido uma voz aqui..."

Ela vê um bilhete embaixo da porta...

"- "Kagome-chan, estive aqui. Espero que esteja melhor. Sonhe com os anjos. Do eternamente seu, Miroku". Bleargh!"

Com uma expressão de profundo desgosto, ela amassa o bilhete, joga a bolinha de papel para trás e olha a hora.

"- Acho que vou dormir mais um pouquinho só... Depois eu acordo e janto..."

Esquecendo de vez o motivo que a havia acordado, ela vai para o quarto e deita novamente...

Na rua, o homem caminhava sem rumo...

": - Ainda bem que eu consegui escapar dali antes que aquela criatura me visse! Não deixaria ela tocar na lenda agora que a tenho comigo..."

Ele olha para o lápis em sua mão...

": - Mas a outra parte está lá na casa dela, em algum lugar... Como é que eu vou conseguir voltar lá para recuperá-lo? Será que tudo para mim tem que dar errado?"

Ele continua caminhando sem destino certo...

Já é noite na cidade...

No apt de Kagome, ela continuava dormindo e o telefone tocava sem parar...

No outro lado da linha...

Mir: "- Que inferno! Será que a Kagome-chan está bem?"

Ele desliga o telefone...

"- Vou tentar só mais uma vez!"

Ele disca novamente e novamente a ligação cai na secretária...

"- E essa será a última vez..."

Ele fica discando por muitas "últimas vezes"...

Assim, a noite passa sem que Kagome, perdido entre seu sono e Naraku, que vagava pela cidade em busca de uma solução para seus problemas, percebessem...

O sol começa lançar seus raios e iluminar a cidade...

Kagome acorda...

"- Caramba! Já amanheceu?"

Oi pessoas!

Esse é o meu primeiro fanfic então dêem um desconto, ok?

Espero pelo menos alguns comentários!

Se ninguém comentar eu vou ficar mto triste e não escrevo mais XD

Kisses, ja ne!