CAPÍTULO 11 - COMO CAVALEIROS DE ATHENA ATÉ O FIM
Apenas quando a chuva de flechas cessou os cavaleiros puderam observar melhor o guerreiro parado diante deles. Vestia uma armadura azul-escura, com ombreias largas e uma forma semelhante a um triângulo lilás no centro do peito. Seus cabelos negros eram totalmente visíveis devido à pouca proteção da armadura na cabeça e seus olhos escuros encaravam-nos com desprezo. Tinha um leve sorriso de sarcasmo nos lábios quando disse:
Vejo que o resultado do meu ataque foi melhor do que o esperado.
O cosmo que senti pertence a ele! - disse Shina aos outros.
Miserável! Matou os meus queridos corvos...
Não posso deixar que espionem este local. Não terão tanta facilidade daqui por diante.
Eu não tive dificuldade para perceber sua presença - ressaltou Shina.
No entanto não conseguiu saltar a tempo.
Ao ouvir o comentário, Shina olhou para si mesma e viu uma flecha cravada na sua coxa esquerda. Não pode ser... Achei que tivesse escapado do ataque ilesa - pensou. A adrenalina despertada naquele momento a havia impedido de sentir qualquer dor.
Nem todas as suas flechas eram reais. O ataque constituía-se de ilusões também - observou Tremy - Meu ataque também se baseia nesse tipo de... - parou de falar quando perceber que uma das flechas estava presa na sua armadura, na região que protege o peito.
O guerreiro diante deles soltou uma gargalhada.
Vejo que você domina este tipo de ataque... - acrescentou com ironia - E imagino que seus amigos também...
Apenas Argol, Misty, Asterion, Marin, Albiore, Cristal e Orfeu conseguiram se proteger do golpe desferido. Os outros retiraram as flechas com esforço e voltaram suas atenções ao inimigo novamente, mas desta vez com mais atenção.
Quem é você? - perguntou Albiore.
Maya de Sagita. Um dos cinco cavaleiros fantasmas de Éris.
Maya de Sagita... - repetiu Marin - Então minha suposição estava correta.
Como sabia que era ele? - perguntou June.
Seiya me falou sobre ele e seu ataque. Já haviam se confrontado antes. Quando vi os corvos sendo atingidos, achei que poderiam ser as flechas envenenadas e fiquei atenta. Por isso me esquivei do ataque dele com mais rapidez.
Ainda não entendi sua ligação com Ares – disse Shina a Maya, impaciente.
Ares... já o vi algumas vezes. Tem ficado próximo a Éris ultimamente.
Então Ares e Éris estão aqui com seus cavaleiros... - concluiu Argol.
Isso mesmo. E não viverão o suficiente para encontrá-los. FLECHAS ENVENENADAS!
Os cavaleiros tiveram que se defender do ataque e não puderam perseguir Maya, que havia sumido entre os desfiladeiros após desferir seu golpe.
O maldito fugiu! - indignou-se Kapella - Vou atrás dele agora mesmo!
Esperem! - ordenou Cristal - Não podemos tentar segui-lo. Lembrem-se de que estamos num território desconhecido. Provavelmente é isso que ele deseja.
Mas o que faremos então? - indagou Babel - Temos que andar por aqui de qualquer forma.
É verdade... e se caminharmos juntos perderemos muito tempo. Como estamos em bom número, vamos nos dividir em trios - propôs Cristal.
Acho uma boa idéia - pronunciou-se Albiore - Alguém tem alguma objeção?
Todos ficaram quietos.
Comecem formando trios que já haviam treinado ou lutado juntos. - aconselhou Orfeu - Eu sou indiferente nesta escolha, já que não conheço bem nenhum de vocês.
June, vá com Reda e Spika. - ordenou Albiore - Treinaram juntos e possuem características semelhantes.
Sim, mestre. Você tem razão - disse a amazona de Camaleão.
Eu vou com Dio e Argheti - decidiu Sírius. Os outros dois acenaram positivamente.
Dante e eu podemos acompanhá-lo, Argol - sugeriu Kapella.
Claro. - respondeu o cavaleiro de Perseu - E você, Asterion?
Partirei junto com Mouses e Misty.
Irei com Marin e Jamian - disse Shina.
Eu sempre treinei com Ágora, por isso tenho de ir com ele. - explicou Shiva - Gostaria de ir conosco, Tremy?
Para mim está ótimo.
Neste caso, vou com Aracne e Spartan - disse Babel.
Então eu irei com vocês dois - disse Orfeu olhando para Cristal e Albiore.
Muito bem. Os grupos estão formados. Agora devemos seguir em direções diferentes. Ares e Éris precisam ser encontrados o quanto antes - ressaltou Cristal.
Tem razão, Cristal. Mas antes de nos dividirmos, gostaria de dizer algumas palavras - disse Albiore num tom sério. Quando percebeu que tinha a atenção de todos, prosseguiu: - Não conhecemos todos os nossos inimigos, e devemos encontrar Ares o quanto antes. Portanto, provavelmente não nos veremos novamente. Talvez alguns sobrevivam... Só quero dizer que devemos agir como cavaleiros de Athena até o fim, não importa o que aconteça.
Os cavaleiros ficaram em silêncio por um momento, absorvendo as palavras de Albiore. Depois se olharam nos olhos, e sem dizerem palavra alguma, agruparam-se nos trios determinados e partiram em direções variadas.
Estavam seguindo por caminhos diferentes, sabendo que todas as direções poderiam conduzi-los a um mesmo destino.
À morte.
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Shaka estava andando apressadamente pelas redondezas do Santuário, seguido por Ikki. Precisava levar o cavaleiro de fênix a Melampo com urgência, e era o único naquele momento que poderia fazê-lo.
Olhou ao redor para conferir se estava no local certo e parou.
Chegamos - informou a Ikki, que também havia parado - A caverna em que Melampo está fica aqui.
Quem diria que alguém ousaria se esconder tão perto do Santuário... - disse o cavaleiro de fênix.
A ousadia pode fazer toda a diferença, Ikki.
Ikki não deu muita importância às palavras de Shaka. Estava concentrado na paisagem ao seu redor.
Aqui você pode ver várias apenas enormes rochas. Não conseguirá encontrar a entrada só olhando. Acompanhe-me - disse andando na direção do rochedo à sua frente.
Ainda não consigo ver nada... - reclamou enquanto andava.
Shaka parou e Ikki ficou ao seu lado, olhando para o rochedo sem conseguir ver nada além de rocha.
Concentre-se, Ikki... Melampo deseja vê-lo. Mostre a ele que é o cavaleiro de fênix quem está aqui.
Ele deseja me ver?
É claro que sim. Eu não o traria aqui se ele não quisesse - fez uma pausa e depois continuou - Não quiz falar nada antes para não alimentar esperanças, mas... provavelmente foi ele quem lhe mostrou as premonições.
Ikki desviou o olhar do rochedo e fitou Shaka com bastante atenção.
Ele! Mas de que forma ele pôde fazer isso?
Só tenho dúvidas, assim como você. As respostas estão do outro lado. Agora acenda seu cosmo e veja a passagem. Mas deixe-o num nível bem baixo, para que as chances de Abel desviar sua atenção para cá sejam menores.
Ikki voltou-se novamente para o rochedo, mas desta vez com confiança. Concentrou-se no seu cosmo e fechou os olhos. Quando abriu-os novamente, podia divisar perfeitamente uma abertura na rocha.
Consegui... Shaka, você acha que Abel percebeu a nossa presença aqui?
Ele está ocupado tentando procurar os deuses inimigos... Vamos torcer para que não
tenha percebido. Agora vá logo. Eu ficarei por aqui escondido, esperando você voltar. Terá de ir sozinho a partir daqui.
Tudo bem... - disse entrando na caverna. Olhou para trás e viu Shaka se afastando. Então começou a andar com cuidado por entre o caminho estreito da rocha, na direção da escuridão.
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Pandora estava ofegante. Hypnos tinha razão - pensou ela. Tivera realmente dificuldade para esconder os seis corpos no seu quarto.
Após prender Hypnos e Tanaptos dentro da caixa selada por Athena, Pandora retirou as sapúris dos seis espectros mortos e arrastou-os até seu armário embutido na parede.
Apoiada com o braço direito na porta do armário, Pandora recuperava as energias. Observava os corpos amontoados. Acomodá-los aí dentro foi difícil, mas com muito esforço eu consegui. Olhou para trás e viu as partes das sapúris no chão. Ficou de pé novamente, voltou-se e catou todas as partes, jogando-as sobre seus antigos donos em seguida. Quando observou seu quarto mais uma vez e teve certeza de que não havia esquecido de nada, forçou a porta do armário e conseguiu fechá-la.
A porta é da cor da parede... E pouquíssimos espectros já viram meu quarto. Provavelmente a existência do armário não será notada por ninguém - avaliou Pandora.
Esperava que a porta expessa retardasse a passagem do odor e que ainda houvesse espaço suficiente para comportar os seis corpos quando ficassem inchados. Mas sabia que teria pouco tempo até que descobrissem tudo.
Olhou para a caixa que estava sobre a mesa e imaginou como Hypnos e Tanaptos estariam elevando seus cosmos para destruirem o lacre, que havia perdido grande parte do poder.
Teria muito pouco tempo até que descobrissem tudo.
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Maya parou de correr quando chegou ao alto de um desfiladeiro. Lá estavam Éris e os outros cavaleiros fantasmas.
Eles chegaram? - indagou Éris.
Sim. Encontrei-os há pouco tempo e cuidei pessoalmente da recepção. Não darão nem um pouco de trabalho.
Ótimo... Todos foram gravemente feridos pelas flechas?
Praticamente todos. Mas não se preocupe... eles não andarão por muito tempo.
Tomara mesmo... - disse Éris - Cavaleiros fantasmas, chegou a hora de ir ao encontro deles. Desta vez não podemos ser derrotados por Athena!
Lentamente Maya de Sagita, Yan de Escudo, Kraisto de Cruzeiro do Sul, Orfeu de Harpa e Jaga de Órion se dispersaram, um a um.
Enquanto partia na direção dos seus oponentes, Maya se questionou sobre a eficácia do seu golpe. Mesmo que eles tenham retirado a flecha inteira, ainda devem sentir os efeitos. Talvez demore mais... mas não importa. Eles morrerão de um jeito ou de outro. Desta vez nada pode dar errado.
NOTA:
Fala galera! Finalmente o primeiro cap. da segunda parte desta "saga" saiu, hehe. O capítulo não foi postado semana passada como o prometido porque o site estava com problemas. Obrigado mais uma vez pelo carinho e incentivo de todos que aguardam pelos capítulos. Ah, e se as falas estiverem sem travessão a culpa é da formatação do própriio site.
Valeu!
