Os Oito Dragões - A Deusa da Criação
Capítulo 3 - Impostora?
Todos não podiam estar mais impacientes dentro daquele sobrado. Após aqueles acontecimentos seguidos que surgiram do nada, não havia como não estarem. Lupin, ainda inconsciente, por conta da pancada que levou contra o chão, havia sido carregado para o andar de cima por Jorge e Percy, sendo ajeitado em um dormitório enquanto Molly cuidava dele. Lisa tentava se distrair ajudando Molly. Contudo, todos estavam com mais ansiedade, pois Tonks havia sido levada pelos Dragões da Terra. Qual seria o estado da metarmofomaga agora?
Harry, juntamente de todos os outros que estavam na casa, se encontrava no andar de baixo do sobrado. Pensava seriamente na proposta dos Dragões da Terra. Com certeza havia um plano, uma grande arquitetura por trás daquele súbito seqüestro. Ele sabia que seria pior ir para a Mansão Malfoy, que na verdade os Dragões da Terra não estariam lá, estariam os despistando para ir a outro lugar...
-Mas é claro! - Gina exclamou como se tivesse concluído os pensamentos no qual Harry se perdia - Pai, já faz um certo tempo que você enviou a carta e...
-Sim. - Artur respondeu antes mesmo de Gina terminar a frase - Alvo não está em Hogwarts, ele ainda não respondeu a carta. Se lá estivesse já teria respondido.
-Acho que já sei onde Gina quer chegar. - disse Harry - Se for isso perdemos tempo demais.
-Aonde estão querendo chegar? - Carlinhos-mini acompanhava a cena, ansioso.
-Eles concluíram que Dumbledore foi despistado de Hogwarts. - Hermione respondeu - E que de algum modo os Dragões da Terra descobriram que as Esferas estão na escola, e querem nos despistar para a Mansão Malfoy.
-Draco leu isso nos pensamentos de algum de nós. - disse Gina - Ele deve ter descoberto que as Esferas estão na sala secreta de Dumbledore.
-Pois é. - Harry respondeu preocupado.
-Então vocês não devem perder tempo. - disse Carlinhos-mini, que cada vez mais se tornava um homenzinho - Devem lutar pelos que tanto sofrem a discriminação desses bruxos nobres. O que há de errado em ter um sangue mestiço? Ou ainda em ser completamente sem magia? É um pensamento medieval e tão ignorante do sentido da vida.
Todos olhavam com os olhos brilhando e surpresos para o garoto. Ele havia dito as palavras que mais definiam a situação atual para que aquele mundo caminhava. E aquilo citado era apenas o preconceito bruxo, pois o pequeno Carlos apesar de seu pouco tempo de vida tinha muita experiência. Ele não conhecia apenas o preconceito bruxo, os trouxas também tinham seus preconceitos por pessoas diferentes ou especiais, e até mesmo por cor de pele. O mundo trouxa sempre teve também seus problemas, suas guerras por decorrência de diferenças entre as pessoas.
Com muita coragem neste ano ele iria para Hogwarts, um ano atrasado, mas já estava mais preparado para enfrentar as dores do lugar. Estava amadurecendo, já tinha a mente um pouco avançada para os seus doze anos de idade, mas isso era a conseqüência de todas perdas e cenas de violência pela qual havia passado. Alguém que sofreu o mesmo que ele jamais seria uma criança após tudo que aconteceu. Mas com certeza, nas paredes de Hogwarts estavam as cicatrizes mais profundas dos ferimentos mais graves em suas lembranças. Não apenas cicatrizes, haviam chagas abertas no garoto, que sempre doíam vindas com as lembranças, por mais que ele conseguisse disfarçar.
-É por esse ideal que os Dragões do Paraíso lutam. - Luna se levantou do sofá, o preconceito por mais que não fosse por sangue, já havia a feito sofrer - Não é Harry, Hermione, Gina?
-Com certeza. - respondeu Harry - Se não nos importássemos com vidas que são tão importantes quanto as nossas nesse mundo, nada teria sido feito até agora. - ele deu uma pequena pausa e depois disse em tom triste e baixo - Nem eu mesmo existiria mais. Nem eu...
Às vezes Harry sentia o medo de seu próprio egoísmo. Não sabia se estava fazendo tudo isso por si e pelas pessoas que amava, ou por toda uma sociedade de um planeta, o planeta em que ele vivia. Por mais que nem todos eles fossem daquele modo, Harry sentia certa repugnância por hábitos da sociedade trouxa. Coisas impostas por aquela sociedade eram tão preconceituosas quanto certas coisas impostas pela sociedade bruxa. Isso deixava Harry um pouco bravo com os trouxas, de vez em quando sentia até um pouco de raiva deles, mesmo sabendo que estava sendo injusto e egoísta por julgá-los por hábitos de uma única família típica inglesa. Ele sabia que de família para família a coisa mudava muito de figura, assim como de país para país, sendo pior ou melhor, mas mudava. No fundo ele não se importava por todos os trouxas, sabia que lutava por si e por todas as pessoas que amava genuinamente.
-Mas você vai continuar existindo, Harry. - Luna disse em tom firme - Vocês ainda podem vencer, ainda podem lutar e impedir que os Dragões da Terra vençam.
Ela sorriu firmemente, queria passar confiança para a pessoa que ama naquele momento. Por mais que ela visse em seus sonhos tudo acabar, tudo dar errado, ainda havia dentro de si uma fagulha de esperança, um pequeno espaço pelo qual os raios de sol infiltravam na escuridão dos pensamentos de Luna. Ela só poderia contar com sua fé para poder continuar sorrindo e tendo esperança de que no fim tudo desse certo. E não queria mais transmitir desesperança para os que mais precisavam de seus bons sentimentos.
-Pode ficar tranqüila, Luna. - Gina disse sorrindo - Algo me diz que tudo ainda vai dar certo.
"Não sei porque algo dentro de mim diz que vou ser uma peça muito importante para que tudo dê certo. Por que será?", ela perguntava a si mesma.
-Então estamos perdendo tempo demais aqui. - reclamou Hermione - Acho que devemos agir da seguinte forma...
E a partir daquelas idéias um plano foi traçado, por mais simples que fosse. Haviam três peças naquele plano, que deveria ser muito cuidadoso para que nada desse errado, e Harry seria uma peça de importância, mas nada de especial sem a ajuda de Gina. Na verdade, a parte deles nem era tão elaborada, eles dois, junto de Hermione, iriam para Hogwarts, mas lá seus destinos se separariam. Harry e Gina iriam para a Sala de Dumbledore e pegariam as Esferas antes dos Dragões da Terra, sabiam que não teriam tempo de fazer nada tão elaborado, então acabariam mesmo por acabar participando de uma espécie de corrida, uma nova "corrida pelas Esferas". Já Hermione ficaria com a parte mais perigosa, porém a mais arquitetada do plano: iria para a cozinha da escola, procuraria por Dobby e de lá partiria para a Mansão Malfoy, o elfo-doméstico a ajudaria guiando-a até onde Tonks deveria estar.
"Então quem sabe eu não encontro Rony lá também?" ela perguntava a si mesma, "Não é uma hipótese que pode ser recusada."
-Mas só há uma pequena falha em nosso plano. - observou Gina - Com os corredores vazios da escola agora nas férias, seremos muito mais facilmente notados pelos nossos inimigos se eles estiverem caminhando por lá.
-Mas isso nem é tão "problema". - disse Gina - Nós poderemos notá-los com mais facilidade também.
-Vendo por esse lado. - Hermione deu de ombros.
-Então, vamos nessa. - disse Harry.
-Por favor, tomem cuidado. - pediu Artur.
-Aonde vocês estão indo? - Percy, seguido por Jorge, perguntou descendo as escadas até a sala.
-Estamos indo para Hogwarts. - disse Hermione.
-Eles vão impedir que os Dragões da Terra peguem as Esferas. - disse Carlinhos-mini.
-Ué, eles estão sabendo que as Esferas estão em Hogwarts? - perguntou Jorge curioso - Mas como?
-Não temos certeza, mas acho que ele leu na mente de alguém. - respondeu Gina - E vamos para Hogwarts, depois arranjaremos outro lugar seguro para as Esferas. Longe do alcance de Malfoy.
-Então tomem cuidado. - pediu Percy.
-Claro. - respondeu Hermione.
-Mas e Lupin, está bem? - Harry perguntou preocupado.
-Agora melhor, mas ainda inconsciente. - respondeu Jorge.
-Avise a mamãe onde fomos. - pediu Gina, olhando para Artur.
-Tudo bem. - respondeu ele.
Em seguida três bolinhas Chave-de-Portal foram lançadas ao ar, e apertando o botão vermelho que levava a Hogwarts, os três Dragões do Paraíso ali presentes desapareceram no ar.
-Espero que eles sejam cuidadosos. - Percy preocupava-se - É tudo tão arriscado. Draco Malfoy agora está mais perigoso que nunca.
-Sim - concordou Artur - Já perdemos um dos nossos nessa guerra... Um dos nossos...
-Mas vai dar tudo certo, vai sim. - Luna disse sentando-se no sofá. "Espero que apesar das imagens de meus sonhos dê tudo certo sim. Não posso perder meu marido agora."
Esse pensamento de 'marido' era levemente estranho para Luna. Apesar de ter adquirido mais intimidade com Harry era estranho que ele fosse marido... Se achava nova demais para estar casada, por isso sentia-se assim. Porém estava muito feliz, pois estava ao lado da pessoa que amava, por mais que por enquanto ela ainda não estivesse tão ao seu lado quanto ela quisesse, pois ele tinha que salvar o mundo, mais uma vez. Quem a mandou casar-se com Harry Potter? Ele sempre tinha uma nova encrenca, ou aventura, na qual sempre era uma peça chave para a 'salvação'. Mas apesar de querer mostrar-se o mais animada possível, ela sentia o mesmo medo de todos ali.
E o pior medo deles era o mesmo: perder mais alguém, sendo quem fosse.
... X ...
-Estamos aqui já. - Harry dizia olhando as imensas torres da escola - Para onde iremos?
A escola estava bem sinistra, parecia noite, por mais que a escuridão não fosse tão completa. Aquele castelo era muito grande e cinzento, não tinha a melhor das aparências visto pelo lado de fora. Harry sentiu um calafrio ao ver um raio cair muito perto da torre em que estava fixando o olhar. Em seguida do grande estrondo do trovão, Hermione respondeu:
-Vamos ao Hall de Entrada, então eu tomo o caminho da cozinha e vocês seguem para a Sala de Dumbledore. Só espero que eu encontre Dobby nessa escola hoje, será que vai ter alguém na cozinha?
-A escola está em férias mas sempre acho que tem alguém na cozinha. - Gina disse em um tom de nem tanta certeza - Você acha que elfos domésticos tem férias?
-Eu sei que não tem. - Hermione pareceu entristecer-se por um instante - Eles sempre trabalham como condenados, e se vocês pensam que eu esqueci do F.A.L.E, estão muito enganados, quando essa guerra toda acabar ainda vou salvar a vida desses pobres escravos. Vocês vão ver!
-Não adianta te dizer que eles trabalham porque é da natureza deles serem servos? - Harry perguntou ficando entediado - Nem que eles sentem medo quando diz que vai libertá-los? Esquece esse fale...
-Não vai adiantar jamais porque eu sei que no fundo o que eles mais desejam é serem livres. - Hermione respondeu de seu velho modo sabido - E é: F-A-L-E!
-Fiquem quietos! - bronqueou Gina - Será que não dá para ir ao que interessa? Isso não é hora de discussão.
-Então vamos. - Harry emburrou-se.
-Ele ainda vai ver como meus planos um dia vão dar certo. - Hermione disse baixo para Gina, mas em tom de quem quisesse que Harry ouvisse.
Quando os três adentraram pela grande porta de madeira da escola viram o Hall de Entrada vazio. Tochas iluminavam o salão com uma penumbra alaranjada, o chão do lugar estava muito limpo e brilhante, parecia ter acabado de ter sido limpo. Eram capaz de ver seus reflexos, e aquilo fez Harry se lembrar do dia que Voldemort invadiu Hogwarts, quando entrara na escola ela estava do mesmo modo, tão vazia, assim como seu coração se encontrava também naquela época. Claro antes de descobrir todo o seu amor por Luna. Mas agora havia um tom mais triste na escola, os alunos já não a enchiam de vida desde o início das férias, transitando com seus grandes livros para lá e para cá, indo para os jardins descansar ou ter as típicas aulas de Trato de Criaturas Mágicas, jogar Quadribol ou apenas assistir a um jogo... Harry sentia muita falta de tudo aquilo, e via que a escola não era nada sem seus alunos.
Todos aqueles pensamentos então foram roubados por um som, um som de passos se aproximando. Eles haviam sido muito silenciosos ao adentrar na escola, mas a pessoa que se aproximava parecia não se preocupar por estar com pressa, ou quem sabe por não ter nenhuma culpa no cartório para querer não ser notada?
Todos foram surpreendidos pela imagem que surgia vinda de uma das portas do salão. A garota que ali estava pareceu assustar-se muito com a presença deles. Não apenas assustou-se, aterrorizou-se. Tentou correr de volta para o corredor de que saíra mas tropeçou caindo violentamente contra o chão Quem enfureceu-se com a presença da garota foi Gina, que logo tirou a varinha do bolso e correu em direção da outra.
-Calma, Gina. - Hermione pediu em vão.
-Quem você pensa que é? Hein?! - Gina gritou enfurecida para a outra garota - Para andar por aí com a minha imagem?
A outra garota ajoelhou-se, os cabelos vermelhos caíam-lhe sobre o rosto. Gina enfurecera-se tanto pois vira sua própria imagem caminhando pelo salão. Como ela mesma estaria caminhando por ali? Só poderia ser uma impostora querendo se aproveitar de alguma coisa. Seria Mark querendo enganar Dumbledore?
A outra Gina usava uma blusa verde, de meia manga e uma calça preta, Gina conhecia bem aquela roupa, era a mesma que estava usando agora. A Gina caída no chão começou a respirar com mais intensidade, assustada. Então antes de Gina cair na porrada com ela, a outra tentou dizer, em tom baixo:
-Calma, você não deve me bater... Eu estou aqui para ajudar vocês. E também-
Mas Gina não ouviu uma palavra do que a outra Gina dizia, pulando em cima dela no chão, a agarrando pelos cabelos.
-Tire a minha aparência Mark! Está achando que eu sou burra, idiota? - Gina gritou, segurando com força a outra Gina no chão.
-Não, eu não sou Mark, só quero ajudar... - tentou se explicar - Eu sou você, e vocês não podem perder tempo.
-Não minta! Cale essa boca! - Gina gritou mais forte, dando um grande soco no rosto de Gina. - Você não pode ser eu! É Mark, com certeza.
-Já disse que não sou! Eu sou a Gina e estou aqui para ajudar vocês. - ela tentou se explicar, mas a Gina de cima cuspiu na cara dela.
-Você é uma impostora, está mentindo. - ela disse em tom de grande ódio, e como quem desprezasse a outra.
Harry e Hermione correram até mais perto, e tentaram separar a Gina de cima, da de baixo, mas ela parecia presa como rocha a outra Gina.
-O que vocês estão tentando fazer? - a Gina de cima perguntou olhando irada para Hermione, que a segurava pelo braço.
-Tentando te impedir de fazer uma besteira, ouça a outra Gina, depois, dependendo, bata nela. - disse Hermione.
-Não posso... - ela sussurrou em resposta.
-Você precisa me ouvir... - tentou dizer a Gina de baixo.
-Ca-la a bo-ca! - a Gina de cima disse segurando o braço da Gina de baixo com mais força.
-Me ouça, eu vim do... - ela tentou dizer novamente, mas então levou mais um soco de Gina, dessa vez na boca.
-Gina, deixe-a falar! - Harry pareceu perder a paciência e tentou puxar o braço de Gina.
-Sai daqui!!! - Gina enfureceu-se, lançando Harry longe em seguida.
O garoto caiu do outro lado do salão, sentando. Então desistiu de fazer qualquer coisa, não tinha forças para lutar contra uma garota enfurecida daquele jeito. Hermione então fez que não com a cabeça, saindo de perto também, antes que sobrasse para ela, caminhando até onde Harry estava.
-Acho que elas não tem jeito. - Hermione disse estendendo a mão a Harry - Vamos fazer o que temos que fazer, eu vou para a cozinha e você proteger as Esferas. Quem sabe isso não é uma armadilha dos Dragões da Terra para desviar a nossa atenção?
-Isso, vocês devem ir, porque os Dragões da Terra já devem estar muito próximos das Esferas! - a Gina que estava por baixo gritou, tinha na voz um tom desesperado.
-Vamos. - disse Hermione - Há algo de estranho nessa outra Gina, mas nós não temos tempo para descobrir agora.
-Estou indo para a sala de Dumbledore agora. - disse Harry - Boa sorte na sua parte da missão.
-Boa sorte para você também. - desejou Hermione.
E como bons companheiros de equipe os dois deram um forte toque de mãos, fazendo um alto estalo ao se tocarem.
-Até! - disse Harry antes de sair correndo acima os degraus da escada principal.
Hermione sabia um caminho mais simples para a cozinha, então adentrou em uma porta ao lado da grande escada, correndo apressadamente também.
Agora só restavam as duas Ginas. A Gina de baixo já estava completamente sem energias, parecia entristecida e desanimada.
-Agora não vai mais dar certo. - ela resmungou - Já é tarde, você não deveria ter me segurado.
-Você não sabe o que diz. - disse a Gina de cima - Você é um, ou uma... Não sei quem você é, mas é impostor.
-Não sou, eu sou você. - ela tentou se proteger.
-Não, não é. - a Gina de cima disse brava - Quem você está tentando enganar? Está querendo dizer a mim que você é eu? Acha que sou tonta.
-Não é isso. - ela ia tentar se explicar.
-Você deve ser Pansy. - Gina disse furiosa - Só pode ser.
-Não, claro que eu não sou a nojenta da Parkinson! - ela tentou se explicar mais uma vez - Eu sou você, e eu...
-Pare de mentir. - disse a Gina de cima - Seja quem você for, não acha que dói em mim ver outra idêntica a mim? Não acha? Você está me deixando louca, fora de mim... Não consigo me controlar. Tenho vontade de matar você...
-Calma... - pediu a Gina de baixo, mas em vão.
As mãos da primeira Gina já envolviam o pescoço da outra garota que não tinha como reagir presa entre as pernas da Gina de cima. Gina sentia um imenso prazer em ver a outra perdendo o ar. Mas ela não contava que a outra Gina iria se tornar tão poderosa em seguida.
Usando suas energias formou uma luz vermelha intensa ao redor das duas. A Gina que estava por cima então começou a sentir uma grande pressão se formando ao redor de si, acabando por soltar o pescoço da que estava por baixo. Então se sentiu meio fraca, antes de ser lançada com força para o outro lado do Hall.
Se levantou e a Gina que julgava ser falsa estava em pé. Parecia sentir-se culpada, não se via nem um pouco de ódio no semblante dela. Levando discretamente a mão ao bolso uma varinha foi retirada, e em seguida apontada para a outra Gina, que talvez, ela estava tão confusa para ter certeza de alguma coisa naquele momento, fosse uma impostora.
-Calma. - a outra implorou ao ver a varinha em sua direção - Eu sei o que você vai fazer agora, e por favor não faça. Eu tenho que ir falar com a princesa Claire, preciso resolver tudo o mais rápido possível.
-Está mentindo. - ela respondeu na maior naturalidade.
-Não, não estou. - disse a Gina que estava sobre a pontaria da varinha.
-Estup... - mas parou de dizer assim que a outra Gina, em um ato de desespero, lançou contra ela uma bola de fogo.
Gina desviou o mais rápido que pôde, pulando de lado e rolando no chão, as flamas acabaram por atingir a parede.
-Resolveu mostrar as caras? - ela perguntou ajoelhada no chão.
-Não, desculpe. Eu preciso sair daqui, tenho que ir falar com Claire.
-Você não vai sair daqui, agora sei que você é Cho Chang, com esse poder do fogo. - ela disse em tom de desprezo - Acha que sou idiota?
-Não, eu não quero enganar ninguém, eu não sou a Chang. - ela disse indignada - Agora estou indo, você vai fazer tudo ser perdido de vez desse modo.
-Não vai a lugar nenhum. - a primeira das Ginas disse irritando-se definitivamente - Estupefaça!
Dessa vez não houve jeito. A Gina impostora caíra imediatamente no chão, já inconsciente.
-Ela estava pensando o quê? Humpft! - exclamou.
A Gina original foi em direção das escadas e deixara a outra por ali mesmo, inconsciente. Não sabia se tinha feito o certo, mas havia feito algo que dentro de si mandava. A falsa Gina, quem sabe Cho Chang, agora já não era mais nenhum problema. Iria o mais rápido possível para cima, ao encontro de Harry.
... X ...
Hermione já estava próxima da cozinha. Procurara ser o mais discreta possível nos corredores para não ser notada por fantasmas, vendo alguns elfos-domésticos passando por lá, com mais liberdade do que normalmente, quando há alunos na escola. Mas eles sempre estavam fazendo algo, como espanar as paredes e estátuas, ou correr pelos corredores, procurando por algo para se fazer.
"Será que eles não tem jeito?", ela perguntava a si mesma. Eles deveriam realmente gostar de trabalhar, se isso tanto faziam. Entretanto, a idéia de que eles deveriam ganhar algo em troca, para poderem comprar roupas novas (mesmo que eles abominassem pensar em novas roupas, já com medo de serem despedidos por seus senhores), revolucionando certos aspectos em suas vidas, que ela achava o tanto medíocre e explorada demais.
Quando mais estava distraída em seus pensamentos, vira que estava no lugar. Ela agora estava chegando ao fim do lance de escadas de pedra em que descia para o subterrâneo da escola. Mas o lugar ao qual ela se destinava era o tanto diferente das masmorras, normalmente frias e desoladoras, era quente e alegre, Hermione gostava muito de estar ali, sabia que muito rápido veria seus amiguinhos elfos-domésticos, cuidando da grande cozinha. Passando ao lado das grandes paredes com suas alegres pinturas de frutas e comidas, se encontrava em frente ao grande quadro de uma fruteira de prata. E pelo visto o sistema para entrar era o da pêra verde no quadro, Hermione fez cócegas na fruta e em grande balbúrdia, depois de dar risada e se contorcer muito, ela se transformou em uma grande maçaneta verde.
Após girar a maçaneta, segurando-a com força, Hermione empurrou a porta, indo parar naquele amplo cômodo com paredes de pedra e um grande fogão de tijolos, só que dessa vez as panelas estavam guardadas em prateleiras, ordenhadas por tamanho. Haviam alguns elfos no cômodo, que olharam assustados para Hermione. Alguns deles deviam se lembrar do F.A.L.E, e como, ao contrário de todas pessoas, Mione não considerava todos elfos iguais, ela via que alguns deles eram novatos por ali. Ela achava que eles tinham suas pequenas diferenças que podia ajudá-la a distingui-los. E dentre eles não via Dobby, mas via uma pequena elfa que a olhava amedrontada, que poderia a levar até o elfo que queria ver, ela era Winky.
Alguns dos elfos-domésticos vieram em direção de Hermione, rapidamente, a cercando.
-Senhorita, quer sentar? - uma elfa perguntou educadamente - Oh, desculpa! Milli má! Devo chamá-la de senhora?
-Não, me chame de senhorita mesmo. - ela respondeu sorrindo educadamente - Senhorita Granger, ou Mione.
-Oh! Sim, sim! A cadeira! - a elfa levantou o dedo e em um estalo surgiu uma cadeira - Sente-se.
A elfa tinha a orelha pouco maior que os outros e usava um trapo bastante encardido, de listras amarelas e cor-de-rosa. Hermione se sentou desajeitadamente e sem graça na cadeira. Mais elfos se aproximaram e começaram a fazer mais perguntas:
-A senhorita deseja um suco? - perguntou uma pequena elfa.
-Ou prefere um pedaço de bolo? - perguntou outro elfo.
-Acho que ela quer chá. Ou cerveja amanteigada? - outra elfa parecia estar em dúvida.
-Eu não vou querer nada disso, obrigada. - agradeceu Hermione - Na verdade queria falar com Winky, venha cá.
Ela estava atrás de todos elfos, parecia estar bem, não devia ter bebido. Todos abriram espaço para ela passar, ainda que estivesse desconfiada.
-A senhorita Granger não vai falar nada de 'libertação dos elfos', vai? Se for Winky não quer ouvir.
-Não é sobre isso, fique tranqüila. - ela abrandou a elfa-doméstica - Queria saber sobre Dobby, ele ainda está na escola.
-Sim, sim, está. - ela respondeu se aproximando - Mas Dobby está ficando louco, ele não para de falar para Winky que o fale...
-F.A.L.E. - corrigiu Hermione.
-Desculpe, senhorita, Winky burra! - ela correu até a prateleira mais próxima pegou uma panela e bateu contra a cabeça.
-Não, não, Winky! - Hermione correu e segurou a panela, colocando de volta na prateleira - Não se castigue por isso, eu queria que você falasse de Dobby.
-Winky deveria falar de Dobby! Winky má elfa-doméstica! - ela novamente pegou a panela na prateleira, batendo violentamente contra cabeça.
-Não, por favor Winky! - Hermione pegou a panela, guardou, segurando a elfa-doméstica pelos ombros - Diga mais de Dobby agora.
-Sim, sim! - ela pareceu nervosa - Dobby diz que a srta. Granger abandonou os ideais do F.A.L.E, que agora Dobby está sozinho na luta.
-Não, é que eu não tive tempo de cuidar do F.A.L.E. - ela tentou se explicar - Ele está muito enganado.
-Não! A senhorita tem que esquecer do fale! Tem que se esquecer. - ela pegou a panela e começou a bater novamente na cabeça - Agora Winky boa elfa-doméstica, Dumbledore gosta muito do trabalho de Winky.
-Pare, Winky, esqueça o F.A.L.E por um instante e seja uma boa elfa-doméstica... - Hermione dizia quando foi interrompida por uma tragédia.
-Senhorita Granger disse que Winky não é boa elfa-doméstica! - ela exclamou - Winky má, muito má! Má! Má!
Novamente a panela estava em mãos de Winky, que a levou tão violentamente contra a cabeça que caiu inconsciente no chão. Hermione tentou acordar a elfa sacudindo-a, mas isso de nada adiantou. Ela olhou ao redor e viu que todos elfos estavam assustados com a cena.
-Será que algum de vocês poderia me chamar o Dobby? - ela perguntou. Seria melhor ir direto ao ponto dessa vez.
Pouco tempo depois o elfo que ela queria ver adentrava por aquela cozinha, acompanhado por Milli, a elfa que havia o ido buscar. Os olhos de Dobby brilharam ao ver Hermione, então ele correu até ela, pulando no colo da garota, que desajeitadamente o abraçou também. Em seguida o elfo pulou de volta no chão.
-Oh, a srta. Mione lembrou-se de Dobby! - ele exclamou - Veio falar do F.A.L.E? Pensei que a srta. Mione tinha esquecido de nós.
-Nunca me esqueci de vocês. - ela disse docemente - Mas Dobby, hoje preciso de sua ajuda para outra coisa. Você deve saber que há muitos problemas ocupando minha vida, eu preciso me livrar deles, para depois poder me tornar uma bruxa advogada e defender vocês.
-Sim, eu sei que a srta. Mione é uma moça muito ocupada, um dos Dragões do Paraíso. - disse Dobby - Mas ultimamente estava tudo em paz e a senhorita pareceu se esquecer de nós.
-Dobby, não vamos conversar disso agora. - ela disse pacientemente - Na verdade estou aqui pois quero a sua ajuda para me levar a Mansão Malfoy.
Dobby pareceu aterrorizar-se com o que Hermione pediu. Ele não tinha vontade de voltar para um lugar de tantos mal-tratos.
-Dobby não é capaz! - ele respondeu aterrorizado.
-Seja um bom elfo-doméstico, Dobby. - Hermione insistiu - Não vai me ajudar?
... X ...
A ruiva subia pelos lances de escada de madeira tentando ser o mais silenciosa possível, mas as madeiras rangiam, não havia jeito. Gina não queria que ninguém a notasse naquela escola. Só não havia como se esconder dos olhos atentos dos quadros, eles ficavam radiantes em ver alma viva naquela escola. Quase todos cumprimentavam a garota muito educadamente, fora os quadros mais tímidos ou emburrados.
Mas não adiantou de nada, tudo que ela menos queria aconteceu: Madame Nor-r-ra surgira e a notara ali. Logo em seguida com seu lampião surgia o sr.Filch. Olhou carrancudo para Gina.
-E você mocinha, o que faz aqui? - ele perguntou da forma mais estúpida que conseguira.
-Eu não invadi a escola nem estou aqui para brincadeiras. - ela respondeu de forma superior a ignorância dele - Estou aqui porque os Dragões da Terra provavelmente estão também e preciso impedi-los agora mesmo.
-E porque devo acreditar em você? - ele perguntou - Venha comigo, vou lhe apresentar a Dumbledore primeiro.
-Não precisa disso. - ela soltou o braço da mão dele assim que ele a segurou - Dumbledore não está na escola.
-Como a senhorita sabe? É mentira, venha! - ele a segurou pelo braço novamente - Vamos lá falar com ele, e se você for uma farsante.
-Ora! Já chega! - Gina soltou a mão dele que envolvia seu braço com força, tirando uma varinha do bolso e apontando - Estupefaça!
Sr.Filch caiu inconsciente no chão. Ela deu um sorrisinho malicioso, sempre havia desejado fazer isso com ele, mas quanto estudante nunca pôde. Gina continuou indo em direção da sala de Dumbledore, precisava chegar lá e ajudar Harry a proteger as Esferas de Draco e os Dragões da Terra, antes de eles a pegarem.
Quando estava no corredor do escritório de Dumbledore parou em frente de onde deveria estar a gárgula de águia. Mas não havia gárgula de águia alguma, apenas a escada que surgia após a senha pronunciada. Aquela gárgula jamais era largada aberta daquela maneira.
Gina subiu as escadas devagar, chegou na sala que não entrava já fazia certo tempo. Tudo estava no lugar correto, apenas a fênix Fowks não estava onde deveria estar. Gina viu, porém, que as cinzas da ave e concluíra que ela iria renascer. Olhou ao redor da sala, ouvia um pequeno pranto, que vinha da Sala das Esferas, o quadro não estava a escondendo, apenas havia a cortina vermelha que fechava a porta.
Abriu a cortina devagar com a mão, entrando na Sala Secreta, que estava o tanto mal iluminada por poucas tochas. Harry apoiava-se com a cabeça no grande balcão, aonde eram para estar as Esferas e as espadas. Mas nada havia ali. Gina sentiu uma melancolia dentro de si. Os Dragões da Terra haviam levado as Esferas, os dois haviam demorado demais para chegar lá e defendê-las. Harry levantou a cabeça e olhou dentro dos olhos da ruiva, seus olhos verdes estavam avermelhados em volta da sua íris, e úmidos, ele chorava até então.
-Todo nosso esforço até agora foi em vão. - ele disse entre um soluço - Está tudo perdido.
No Próximo capítulo...
Hermione e Dobby partem para a Mansão Malfoy, mas a verdadeira confusão começa quando Hermione descobre o QG dos Dragões da Terra, e piora quando os Dragões da Terra descobrem Hermione no QG. Não percam! Capítulo 4 - Correria na Mansão Malfoy
N.A: Oi pessoal!!!! Belê?! Ufa! Essa semana foi muito difícil pra mim, mas consegui! Aqui está o capítulo 3, só espero que vocês tenham gostado... Se gostaram: REVIEWS!!!! XD Já se não gostaram, ah, reviews do mesmo modo, pois:
Reviews autor mais animado mais motivação para escrever capítulos mais bem escritos :D
Pensem bem nisso que coloquei aí. Espero que consiga escrever o próximo capítulo pra semana que vem, porque vou trabalhar bastante essa semana, entrei de férias da escola, mas vou trabalhar, he he! Por outro lado, terei as manhãs completamente livres, vou tentar me dedicar a escrever nelas. Depende da motivação (lembrem-se da relação feita acima, he he, isso tá meio que chantagem, mas é a realidade). Bom, espero que tenham gostado pra valer desse cap, mas acho q o próximo vai ser ainda melhor, pois haverão aparições dos Dragões da Terra, e tb de um personagem q não apareceu nessa fic até agora. Ai ai! chega de dar dica Victor!
Agradecimentos aos reviews, aí vai: Al, Lina, BiaMalfoy84 e Dodohp5. Valew!!!! Opa! poderiam ter sido mais! Mas tudo bem, qdo o tava em reforma não dava pra mandar review. Mas nesse capítulo vocês vão abafar, hein?! Quero muitos reviews, he he!
Valew pessoal, até a próxima!
